Dicionário político

Aristeu Nogueira Campos

Retrato Aristeu Nogueira Campos

(1915-2006): Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia, Salvador, 1935-1939. Atividade Profissional Delegado do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Irará, 1940; diretor do jornal O Momento, 1947-1957, Salvador; funcionário da Fundação Centro de Pesquisa e Estudo-CPE, Salvador, 1957-1962; inspetor de almoxarifado do Tribunal de Contas do Estado da Bahia-TCE, 1962-1964, técnico de nível superior, TCE, 1979-1985. Advogou de 1940-1945. Foi preso em 1975 e anistiado em 1979, retornou à Bahia e advogou de 1978-2001, Irará. Fundador e presidente da Casa da Cultura, e das Cooperativas e Sindicato Rural, Irará. Mandato Eletivo Suplente de deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileiro-PSB, 1963-1964, assumiu 03/09/1963 a 13/12/1963, cassado em 19/10/1964. Filiação Partidária PCB; PPS; PSB. Atividade Partidária Membro do Comitê Estadual do PCB - BA, 1945-1985 e do Comitê Central do PCB, 1960; secretário do PCB, 1964; fundador do Partido PPS em Irará; delegado municipal do Partido Popular Socialista-PPS, 1985-2006. Condecorações Iraraense Notável, Casa da Cultura de Irará; presidente Emérito da Casa da Cultura de Irará.
Em 1964 era secretário do Comitê Municipal de Irará (BA). Participa do esforço de reorganização do Partido na Bahia logo após o levante comunista de 1935, ação com a participação decisiva do Secretariado Nacional para ali transferido até dezembro de 1936. A dois de julho de 1945 inaugura-se a sede estadual do Partido na Av. Sete de Setembro e se dá posse ao CR assim composto: João da Costa Falcão, secretário de organização; João Severino Torres, recém eleito para o CC; Manoel Batista de Souza, o mais antigo dirigente , 43 anos, secretário sindical; Joaquim Seixas do Vale Cabral, agrônomo; Antônio Pascácio Bittencourt, sapateiro; Nelson Schaun, jornalista; Aristeu Nogueira, advogado; João do Carmo Portuário; Demócrito Carvalho, gráfico e, Giocondo Dias, 31 anos, Secretário Geral. Giocondo Dias instala depois de 1964 seu aparelho em Todos os Santos, Rio. Convoca para auxiliá-lo Célio Guedes e Aristeu Nogueira Campos. Aristeu e Giocondo haviam se conhecido em 1938 na Bahia. Os dissidentes enviados para os Estados em 1965 ao invés de fazerem autocrítica acabam por conquistar novos adeptos nos CE. Já em 1966 Marighela é eleito secretário geral do CE de São Paulo. Em dezembro desse ano demite-se da Comissão Executiva ficando só com a secretaria em São Paulo. Em abril de 1967 o CE de São Paulo reunido em Campinas, liderado por Marighela, derrota o CC de Prestes com 33 delegados em 37 do total. O mesmo ocorre no Rio e Rio Grande do Sul. Em junho deste ano Marighela viaja para Cuba no encontro da Organização Latino Americana de Solidariedade – OLAS, contrariando decisão do CC. Marighela ao voltar de Cuba organiza o Agrupamento Comunista de São Paulo, ao lado de Rolando Fratti, Raphael Martinelli, Adolfo Costa Pinto, Joaquim Câmara Ferreira, Osvaldo Lourenço e outros dissidentes. Em 1967 participam da comissão ad hoc para elaboração dos documentos para o VI Congresso: Luís Carlos Prestes, Marco Antônio Coelho, Armênio Guedes, Renato Guimarães e João Luís Araújo. Armênio ressalta que com a ditadura há uma mudança de qualidade no regime político, o que determinava uma nova política para o PCB. Há uma clara divergência entre Prestes e Armênio. Ao final Prestes, Renato Guimarães e Marco Antônio Coelho sintetizam o texto final. Em dezembro de 1967 realiza-se o VI Congresso do PCB, em São Paulo, aparelho organizado por Salomão Malina e Dinarco Reis. Deliberou-se que não participariam no Congresso as lideranças que defendiam a luta armada: Marighela, Mário Alves, Jover Telles, Joaquim Câmara Ferreira, Apolônio de Carvalho, Jacob Gorender e Miguel Batista dos Santos. Elege-se o novo Comitê Central, constituído por 32 titulares e 24 suplentes. Titulares: Luís Carlos Prestes, Orlando Bonfim, Walter Ribeiro, Giocondo Dias, Zuleika Alembert, Teodoro Melo, Moisés Vinhas, David Capistrano da Costa, Antônio Chamorro, Marco Antônio Coelho, Élson Costa, Jaime Miranda, José Francisco, Francisco Gomes, Antônio Ribeiro Granja, Ramiro Lucchesi, Geraldo Rodrigues dos Santos, Ivan Ramos Ribeiro, Luís Inácio Maranhão, Salomão Malina, Renato Mota, João Massena Melo, Osvaldo Pacheco, Dinarco Reis, Orestes Timbaúba, Luís Tenório de Lima, Agliberto Azevedo, Armando Ziller, Adalberto Silva, Aristeu Nogueira Campos, Sebastião Vitorino e Almir Neves. Suplentes: Itair José Veloso, Fued Saad, Nestor Veras, Armênio Guedes, Roberto Morena, Humberto Lopes, Dimas Perrin, Isnard Teixeira, Sérgio Holmos, Moacir Longo, Givaldo Siqueira, Hiram de Lima Pereira, Mário Schenberg, Carlos Avelino, José Salles, Artur Mendes, Oto Santos, Octacílio Gomes, Renato Guimarães, Jarbas Holanda, Teodoro Chercov, Vulpiano Cavalcanti, Paulo Santana e Júlio Teixeira. A Comissão Executiva ficou composta por: Luís Carlos Prestes, Giocondo Dias, Orlando Bonfim, Jaime Miranda, Zuleika Alembert, Dinarco Reis e Geraldo Rodrigues dos Santos, como efetivos, e, Ramiro Lucchesi, Walter Ribeiro e Marco Antônio Coelho como suplentes. O Secretariado ficou composto por: Giocondo Dias, Jaime Miranda, José Salles, Fernando Cristiano e Itair José Veloso. Fez parte do Secretariado Nacional na década de 1970. A queda de Marco Antônio Coelho deixa o setor de finanças do Partido muito comprometido. As despesas eram na ordem de 120 mil cruzeiros mensais. Giocondo recorre a Aristeu Nogueira Campos, responsável pela Secretaria de Organização do CR de São Paulo. Em abril da arrecadação cai para 60 mil cruzeiros, obtidos da seguinte forma: 35 mil por intermédio de Fernando Pereira Cristiano, das cotas dos estados e da venda da gráfica; 15 mil de Vitorino da Silva, codinome “Castro”, via CR de São Paulo; 2 mil remetidos por Itair José Veloso, codinome “Pedro” nos CRs do Rio e Guanabara. Foram usadas as reservas do Partido num total de 100 mil. Foi preso em 1975 e barbaramente torturado.