Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique

M. I. Kalinin

29 de Outubro de 1943


Primeira Edição: Por motivo do XXV aniversário da União das Juventudes Comunistas Leninistas da URSS. “Pravda” (“A Verdade”) 29 de outubro de 1943.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 225-236.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos. Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML:
Fernando A. S. Araújo.
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capa

O Komsomol, e com ele toda a juventude soviética, celebra o vigésimo quinto aniversário de sua existência. O Komsomol percorreu um caminho glorioso e tem em seu haver grandes méritos históricos perante a Pátria. Nascido na luta pelo regime soviético, o Komsomol, obedecendo ao apelo do Partido, lutou heroicamente, ombro a ombro com a geração adulta, contra os guardas brancos e os intervencionistas, defendendo a jovem República Soviética.

Durante os vinte e cinco anos de sua existência, a União das Juventudes Comunistas passou por uma grande escola. As organizações do Komsomol conquistaram um sólido prestígio em todas as esferas da atividade estatal, econômica, cultural e educativa. Os komsomóis sempre estiveram na primeira linha, onde quer que tenha sido necessário energia moça, ardor juvenil e abnegação. Não era em vão que o camarada Stálin dizia que

“o Komsomol sempre marchou na primeira linha de nossos combatentes. Não conheço um só caso em que ele tenha sido superado pelos acontecimentos de nossa vida revolucionária”.(1)

Lênin e Stálin nos ensinam que em cada empreendimento o principal é saber encontrar o elo fundamental por meio do qual se possa puxar toda a corrente. Nosso Komsomol assimilou este preceito e, juntamente com o Partido e sob sua direção, foi solucionando os mais importantes problemas da edificação e consolidação do Estado socialista soviético. Basta recordar o importantíssimo papel desempenhado pelo Komsomol e a juventude na reconstrução da indústria ao terminar a guerra civil, e depois, na industrialização do país, particularmente nos Urais.

Centenas de milhares de membros do Komsomol e de jovens não enquadrados em suas fileiras trabalharam abnegadamente na construção do combinado metalúrgico de Magnitogorsk, na abertura de novas minas e na construção de centrais elétricas. Obra de suas mãos são as fábricas de tratores de Stalingrado e de Kharkov e a central hidrelétrica do Dniéper. E como um presente para as gerações futuras, os komsomóis construíram num lugar remoto, entre selvas impenetráveis e nas margens do majestoso rio Amur, a cidade que ostenta seu nome, Komsomolsk, que já se converteu num importante centro fabril do Extremo Oriente e cuja significação industrial aumenta dia a dia.

Não são menores os méritos do Komsomol na coletivização da agricultura. O Komsomol do campo foi um fiel executor da linha do Partido, foi seu ativo auxiliar na luta pela criação e consolidação do regime kolkhoziano.

Caiu em terreno fecundo o apelo do camarada Stálin, exortando o Komsomol a estudar tenaz e pacientemente, a estudar com todo o empenho para assimilar a ciência e forjar novos quadros de especialistas bolcheviques em todos os ramos do saber. Centenas de milhares de membros do Komsomol e de jovens em geral estudaram com grande empenho e adquiriram conhecimentos especiais; no começo da guerra nosso país dispunha dum quadro considerável de jovens especialistas. Foi, como se disséssemos, o ato culminante duma grande obra criadora realizada em nosso país e que nos permitiu, nas difíceis circunstâncias da guerra atual organizar o trabalho nas empresas evacuadas e desenvolver progressivamente alguns ramos da indústria, como a construção de aviões, tanques, etc. Através de sua experiência diária na frente, cada soldado pode convencer-se, agora, de maneira palpável, do grande benefício trazido pela palavra de ordem lançada pelo camarada Stálin de que os komsomóis devem dominar a ciência.

O Komsomol desempenhou um grande papel no fortalecimento da capacidade defensiva do país. O patrocínio das Forças Aéreas e da Marinha de Guerra pelo Komsomol é uma das páginas brilhantes de sua história. Milhares de magníficos komsomóis se incorporaram à Marinha e ingressaram nas escolas navais; no começo da conflagração nossa Marinha de Guerra já era uma fôrça poderosa. O mundo inteiro admira os heroicos marinheiros que defenderam Odessa, Sebastópol e Leningrado; a lembrança de suas façanhas viverá eternamente na memória de nosso povo.

De fato, tivemos que criar desde o princípio nossa frota aérea. Nela, o papel desempenhado pelo Komsomol não foi menor, mas talvez maior do que na Marinha de Guerra. Os esforços do povo, e em particular os do Komsomol, deram abundantes frutos na guerra atual. Os exemplos de Alexandre Molódtchi, Bóris Safónov, Dmítri Glinka, Vassíli Záitzev, Mikhail Bondarenko, Vassíli Efrêmov, duas vezes Heróis da União Soviética, e dos Heróis da União Soviética, Nikolái Gastello, Vítor Talalíkhin, Piotr Kharitónov, Stepan Sdoróvtsev, Mikhail Júkov e muitos outros, todos eles educados pelo Komsomol, servirão para as futuras gerações de aviadores como um modelo de abnegado serviço à Pátria e de grande mestria na pilotagem aérea.

Assim, pois, nos vinte e cinco anos de sua existência, o Komsomol, que iniciou sua vida lutando contra os guardas brancos e os intervencionistas, participou abnegadamente na restauração e no desenvolvimento da indústria, na edificação do regime kolkhoziano no campo e assimilou com êxito a ciência nas universidades, nos institutos; nos laboratórios fabris e nos campos de experimentação agrícola, aumentando assim a potência defensiva do país. O frutífero trabalho avançava em plena marcha. Abriram-se, ante o Komsomol e a juventude, ilimitadas possibilidades de trabalhar em paz e dedicar-se ao trabalho científico.

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A guerra que nos foi imposta pela Alemanha hitlerista interrompeu o trabalho pacífico e criador dos cidadãos soviéticos. Chegaram dias duros para o Komsomol e toda a nossa juventude. Era preciso defender a Pátria e todas as conquistas conseguidas em quase um quarto de século, graças ao esforço comum de todos os povos da URSS

A guerra é uma dura prova para o povo, para seu regime estatal, sua política e seus dirigentes. No fundo, este conceito é aplicável também a toda organização social e, em particular, ao Komsomol. Antes da guerra, entre os komsomóis e, em gera', entre muitas pessoas soviéticas influenciadas pela construção cada vez mais vasta e pelos êxitos econômicos e culturais, predominavam as tendências próprias dos tempos de paz. A guerra terminou bruscamente com tudo isso e ante o Komsomol surgiram novas tarefas relacionadas com a guerra. Compreende-se não ser fácil a tarefa de desarraigar o espírito dos tempos de paz, sobretudo se levarmos em conta que o Komsomol é uma organização que conta com milhões de filiados. Não obstante, podemos dizer em honra do Komsomol, que ele se saiu airosamente dessa prova.

A palavra de ordem “Tudo para a guerra!” era simples, compreensível e foi acolhida com entusiasmo pelos komsomóis e por toda a juventude. Mas faltava ainda orientar de forma organizada a energia juvenil pelos diversos canais da atividade prática direta. As dificuldades que se alçavam neste caminho eram enormes e ainda hoje tropeçamos nelas.

A juventude apenas começa a viver, mas a guerra exige tudo do homem, inclusive a vida. Para que esta necessidade fosse compreendida por milhões de seres, era preciso dar-se plena conta de que a guerra nos tinha sido imposta pela fôrça, de que era inevitável e de que a participação na luta é um dever sagrado e de toda justiça. Não é pouco o que a organização do Komsomol fez e continua fazendo neste sentido.

É natural que ante o Komsomol, como ante cada organização soviética e ante cada cidadão de nosso pais, se apresentasse a questão primordial: onde e como empregar melhor suas forças para a defesa da Pátria? E milhares de komsomóis, rapazes e inclusive moças, fiéis às melhores tradições do Komsomol, incorporaram-se voluntariamente ao exército em operações, e os que se achavam nas regiões ocupadas ingressaram nos destacamentos de guerrilheiros. E esta atração pela frente, característica dos komsomóis, continua até hoje.

As dificuldades e os perigos não assustam a juventude, a atraem, a impelem para realizar façanhas heroicas. Nossa juventude soviética, com sua heroica luta nas diversas frentes da Guerra Patriótica, além de escrever uma nova e brilhante página na história do Komsomol, demonstra a inquebrantável vontade que anima seu povo ao defender a honra, a liberdade e a independência do Estado Soviético.

Todas as guerras são cruéis, exigentes e implacáveis para com os homens. Mas esta guerra adquiriu formas de monstruosa brutalidade por obra e graça dos miseráveis fascistas alemães. O escárnio sem precedentes a que é submetida a população das regiões ocupadas, o ultraje de que são objeto seus mais íntimos sentimentos e sua moral, o espancamento de velhos e crianças, o martírio de feridos e enfermos, a separação das mães de seus filhos menores e seu exílio para a escravidão fascista, os açoites, fuzilamentos e as forcas, tudo isso tinha sido planejado nos Estados-maiores alemães como medidas que deviam contribuir para o triunfo das armas alemães. Os hitleristas acreditavam que mediante esses terror conseguiriam desmoralizar nosso povo e convertê-lo num submisso rebanho de escravos.

Os homens soviéticos, o exército e particularmente a juventude, educados num espírito de solícita preocupação pelo homem, de respeito à sua dignidade, no primeiro momento não puderam compreender essa tática de guerra dos fascistas alemães.

O camarada Stálin pôs a descoberto a natureza bestial do imperialismo alemão, assinalou o perigo mortal que se abatia sobre nossa Pátria e exortou o povo soviético a encher-se de ódio contra os bandidos alemães, a exterminar todos os fascistas que invadiram o solo soviético. Os komsomóis e a juventude em geral fizeram eco às palavras do chefe, ergueram-se em defesa da Pátria e com toda sua energia juvenil e abnegado valor exterminam os invasores alemães.

A guerra moderna exige do soldado uma enorme tensão moral. Mas dele exige, sobretudo, que conheça o manejo das armas, que saiba aproveitá-las com a máxima eficácia na luta contra o inimigo, exige uma valentia sem reservas, unida à prudência do guerreiro experimentado e, por último, resistência física e destreza. E nós somos testemunhas de como nesta encarniçada luta contra os saqueadores alemães se vão forjando os combatentes de nosso exército e de nossa marinha, soldados de infantaria, aviação, tanques, artilharia, cavalaria, morteiros, marinha, tropas de desembarque, sapadores. O Komsomol, com justo direito, pode orgulhar-se de que na legião dos Heróis da União Soviética figurem mais de quinhentos de seus filhos e de que dezenas de milhares deles tenham sido condecorados com ordens e medalhas.

Pode dizer-se sem medo de faltar à verdade que o heroísmo da juventude na frente é de caráter geral. A façanha heroica de um engendra dezenas e centenas de êmulos. Os nomes dos komsomóis Ivan Smoliakov, Ludmila Pavlitchenko, Natália Kovshova, Dmítri Ostapenko, Maria Polivánova, Kurban Durda, Ivan Sivkov, do metralhador Nina Onilova, operária da fábrica de malhas de Odessa, e de muitos outros converteram-se em símbolos do heroísmo; milhares de combatentes aspiram a ser como eles. E quantos heróis repetiram as façanhas sem par do piloto komsomol Gastello, do infante komsomol Matróssov, de Musabek Senguirbáiev da Divisão da Guarda do general Panfílov, e de outros tantos!

Agora temos um novo grupo de heróis que forçaram o Dniéper, muitos dos quais são do Komsomol. O cruzamento do Dniéper é uma nova página brilhante na história da Grande Guerra Patriótica do povo soviético.

Os komsomóis participam em grande proporção do movimento guerrilheiro. O comando alemão confiava em poder esmagar este movimento por meio do terror. Mas quanto maior era o furor raivoso do inimigo, mais potente se desenvolvia o movimento guerrilheiro. E hoje, os invasores veem-se obrigados a choramingar de quando em quando: “Os russos não combatem segundo as regras da guerra”. Com efeito, o movimento guerrilheiro é a vingança do povo pelas ruínas de nossas cidades e aldeias, pelo saqueio e a violência, pelo escárnio de que se faz objeto o homem soviético, pelos assassinatos e execuções de mulheres, velhos e crianças indefesos. Mas por mais que choraminguem os bandidos alemães, depois de terem “semeado ventos, colhem agora tempestades”.

É difícil subestimar a importância da luta guerrilheira na guerra moderna. O que se pode dizer, isto sim, é que suas proporções superaram todos os cálculos. Em consequência da atividade desenvolvida pelos guerrilheiros soviéticos, os alemães perderam centenas de milhares de soldados e oficiais; milhares de locomotivas e dezenas de milhares de vagões com tropas e material de guerra foram lançados pelos barrancos. A destruição das linhas telefônicas e telegráficas, dos centros de abastecimento e dos postos de comando dos alemães levada a cabo pelos guerrilheiros desequilibra os serviços de retaguarda do inimigo e interrompe as comunicações do exército alemão. E o mais importante é que, com suas atividades, os guerrilheiros estimulara a resistência da população frente ao inimigo e infundem no povo a certeza da inevitável derrota dos invasores fascistas.

Os guerrilheiros conseguiram grandes resultados, mas também sua luta é extraordinariamente difícil. O perigo ronda constantemente suas cabeças. A luta guerrilheira impõe duríssimas condições de vida e de combate. E nestas severas Condições da guerra, os komsomóis—guerrilheiros não só têm resistido à prova com honra, mas além disso se cobriram de glória como infatigáveis e intrépidos paladinos na luta para libertar sua Pátria dos saqueadores, violadores e assassinos alemães.

Nas duras condições da luta clandestina, milhares de komsomóis realizam um trabalho abnegado, organizando a população local para a luta contra os invasores. Com risco de vida celebram reuniões da juventude. Valendo-se de palestras, relatos, “rumores” lançados, volantes, jornais e muitos outros recursos, os komsomóis fazem chegar a verdade ao povo, infundem a fé no triunfo do Exército Vermelho e desmentem as patranhas da propaganda fascista.

A Pátria, nosso povo aprecia em alto grau seus melhores filhos que combatem na retaguarda inimiga. Entre os guerrilheiros honrados com o título de Herói da União Soviética figuram vinte e dois komsomóis. Milhares de jovens guerrilheiros foram condecorados com ordens e medalhas. Todo o povo soviético conhece e pronuncia com profundo carinho os nomes dos Heróis da União Soviética, Lisa Tcháikina, Sasha Tchekálin, Zoia Kosmodemiánskaia, Antonina Petrova, Filip Streléts, Vladímir Kurilenko, Mikhail Silnitski, Vladímir Riábok, os irmãos Ignátov e muitos outros. Heróis imortais todos, que passarão à história da luta guerrilheira e assim à história da Grande Guerra Patriótica. Para a jovem geração eles serão um modelo de exemplar serviço e de abnegada fidelidade à Pátria.

Os hitleristas atentaram contra o mais precioso de quanto possuía e possui a juventude soviética, contra sua liberdade e seus princípios ideológicos, contra toda a imensa riqueza moral e material da cultura soviética, patrimônio de nossa juventude. E ela, com todo o seu ardor juvenil, sustenta contra o inimigo uma luta de morte em defesa de seu futuro. Todos conhecem o maravilhoso caso de “A Jovem Guarda”, a organização do Komsomol criada na cidade de Krasnodon da região de Vorochilovgrad. Apesar do brutal regime de terror implantado pelos alemães, Olep Koshevói, Ivan Semnúkhov, Serguéi Tiulênin, Uliana Grómova, Liubov Shevtsova e os demais integrantes da organização “A Jovem Guarda”, não inclinaram suas orgulhosas cabeças ante os invasores. Com a paixão que caracteriza o homem soviético amante da liberdade, estes jovens travaram uma luta feroz, que parecia superior às suas fôrças. A maioria dos rapazes e moças de “A Jovem Guarda” morreu heroicamente, mas a causa pela qual lutaram, a causa de Lênin e Stálin vive. Não há fôrça capaz de destruir a alma do povo, de um povo que ama sua pátria, sua liberdade e sua independência. O lugar dos que tombam é ocupado por novas e novas legiões dispostas a continuar sua gloriosa obra.

Os bandidos fascistas pretendiam escarnecer do homem soviético, afundá-lo na lama, semear em sua alma o horror e o espanto. Não o conseguiram. Em todas as partes vimos exemplos imortais de elevado e leal serviço ao povo, ao País Soviético. Eu quisera que os dirigentes das organizações do Komsomol assumissem a obrigação de recolher e guardar zelosamente os relatos das façanhas da juventude na frente e na retaguarda inimiga, façanhas que nos falam do elevado amor à Pátria revelado pela juventude e de como os komsomóis, em sua luta contra o inimigo, mantêm bem alta a bandeira do Komsomol, a bandeira do Partido de Lênin e Stálin.

Também é considerável a importância do Komsomol na retaguarda, na indústria, na agricultura e demais setores que atendem às necessidades da frente. São numerosas as empresas industriais nas quais predomina o elemento juvenil e neste, as mulheres jovens. E nossa indústria se nutre constantemente de renovados contingentes de operários procedentes das escolas profissionais e de aprendizagem industrial, que, ao mesmo tempo que preparam operários qualificados, dão cumprimento a importantes pedidos militares.

Pode-se afirmar com toda a segurança que os komsomóis e a juventude em seu conjunto põem no trabalho para a frente todo o seu saber e todas as suas fôrças, revelando muita iniciativa criadora. O apelo do camarada Stálin para reorganizar nossa indústria em face da guerra e fazer todo o necessário para que na frente não faltem armas nem munições, encontrou um eco entusiástico entre os komsomóis e a juventude em geral.

Podemos julgar a eficácia do trabalho de nossa indústria comparando-a ao da indústria alemã. A Alemanha hitlerista r:a- ciueou toda a Europa e sequestrou milhões de operários dos países ocupados, obrigando-os a trabalhar como escravos na Alemanha. Não obstante, os fabricantes alemães não cessam de clamar contra a falta de operários, particularmente de operários qualificados. Que acontece, então, com os operários? Devido ao trabalho esgotador, aos espancamentos, a mortalidade entre os operários, sobretudo entre os operários estrangeiros, alcançou proporções nunca vistas nas empresas alemãs. Pelo seu modo de exterminar a mão-de-obra, a Alemanha fascista se parece ao Minotauro, esses monstro da mitologia grega ao qual eram lançados jovens e donzelas para serem devorados por ele. Hitler, à semelhança do Minotauro, exige incessantemente novas vítimas de seus aliados e vassalos.

Em nossa indústria, os engenheiros e técnicos, e entre eles os jovens engenheiros, trabalham sem descanso para melhorar os processos tecnológicos e aliviar o trabalho dos operários. Devido a isto, o trabalho em nossa indústria avança em elevado nível e satisfaz às necessidades da frente em quantidade e qualidade. Isto significa que a produtividade do trabalho de ura povo livre, inspirado pelo patriotismo e que defende sua Pátria, supera em muitas vezes a produtividade do trabalho forçado nas empresas alemãs. Além disso, os lucros dos hierarcas alemães atingem, um nível nunca visto e isso é o principal para eles.

É muito grande o papel da juventude, da juventude feminina sobretudo, na agricultura. Hoje em dia, esta juventude desempenha o papel principal em milhares de kolkhozes. Também nisto, o Komsomol fez muito para que não baixe o ritmo da produção agrícola. Durante a guerra, em muitas regiões, principalmente nas regiões centrais, a colheita chegou inclusive a elevar-se consideravelmente. Neste aspecto é grande o mérito de nossas mulheres e moças perante a Pátria. A incorporação da população masculina à frente impôs um grande trabalho de preparação de tratoristas, de condutores de segadoras-trilhadoras e de operários de outras especialidades. E a juventude feminina está dominando com êxito as complexas profissões agrícolas, como as de motoristas de tratores e de segadoras-trilhadoras. Muitas delas superam consideravelmente o plano estabelecido pelo Estado para os trabalhos agrícolas com tratores.

Eu poderia citar numerosos exemplos dos resultados práticos obtidos pelo Komsomol e a juventude do campo no que tange ao incremento da produção agrícola necessária à frente e à indústria. Não o faço, porque são publicados diariamente nos jornais e transmitidos pelo rádio. O que posso dizer, isto sim, é que quando os broncos ou trapaceiros alemães (ou melhor, as duas coisas ao mesmo tempo) predizem a fome no País Soviético, em sua propaganda, esquecem uma coisa: esquecem que no país onde impera o trabalho livre sobre a terra livre, onde o povo, onde os kolkhozianos estão inspirados pelo afã de aniquilar o bando hitlerista, a terra é tão pródiga como o espírito do povo e recompensa fartamente os esforços do povo. Neste sentido grande é o mérito que cabe ao Komsomol e à juventude do campo.

Ao referir-me ao grande trabalho realizado durante a guerra pelo Komsomol na frente, na indústria e na agricultura, quero, além disso, assinalar outro problema em cuja solução o Komsomol deve desempenhar, sem dúvida alguma, um papel de não menos importância: trata-se da participação do Komsomol e da juventude em geral na reconstrução da cidades e aldeias destruídas e na organização da ajuda às vítimas da ocupação alemã.

Hoje trabalha-se na reconstrução de Stalingrado. Cada cidadão soviético pronuncia este nome com orgulho e acha que seu dever cívico é participar de um ou de outro modo desta obra. A nobre iniciativa do Komsomol de patrocinar a reconstrução da fábrica de tratores, da fábrica “Dzerjinski”, das oficinas metalúrgicas “Outubro Vermelho” e da fábrica número 264 de Stalingrado, encontrou amplo eco entre a juventude da União Soviética e confio em que esta iniciativa se estenderá por todas as regiões libertadas.

O povo soviético contempla sua juventude com carinho e orgulho. A guerra irrompeu como um furacão na vida dos jovens soviéticos, colocou-os diante da cruel necessidade de defender com o próprio peito sua Pátria, seu futuro, e de submeter-se a provas muito duras. É assim que já faz mais de dois anos que nossos jovens, em luta encarniçada contra o inimigo, juntamente com seus pais e irmãos maiores, defendem valorosa e abnegadamente a liberdade e a felicidade de seu povo. A guerra tem sido uma dura prova para as qualidades morais e físicas da juventude soviética e de seu destacamento de vanguarda: o Komsomol. Nosso Komsomol e nossa juventude estão se saindo airosamente desta prova. Na retaguarda e na frente, a juventude trabalha, incansável, com plena consciência de seu dever perante a Pátria, e dedica todas as suas fôrças e todos os seus conhecimentos ao objetivo de aproximar a hora da vitória sobre o feroz inimigo.

Muitas pessoas no estrangeiro, sobretudo no período inicial da guerra, procuravam a explicação do grande entusiasmo patriótico do povo soviético e da firmeza do Exército Vermelho. Entretanto, para nós é evidente que a origem do patriotismo do homem soviético reside em seu amor à Pátria, ao seu povo, à sua cultura, e ao seu modo de viver. E precisamente porque na grande família dos povos soviéticos todos são iguais e todos estão impregnados de um sentimento de respeito mútuo de confiança recíproca e de amizade, por isso, precisamente, é firme e inquebrantável a União Soviética.

Uma das causas fundamentais do elevado patriotismo de nossa juventude e de seu heroísmo sem igual reside nos Vínculos indissolúveis que unem o Komsomol ao Partido Comunista. O Partido inspira o Komsomol para a realização de grandes façanhas em nome da causa comum. A história de nosso Partido, a história de sua luta pelos ideais do povo foi e continua sendo uma fonte inesgotável de inspiração para o comportamento heroico da juventude na Guerra Patriótica. Os objetivos visados por nosso Partido são grandiosos: conseguir o bem-estar do povo e sua fraternal unidade. Nosso Partido lutou e luta por estes objetivos. Com ele e sob sua direção, também luta abnegadamente nosso Komsomol, arrastando toda a juventude soviética.

De todo o coração, felicito o Komsomol leninista-stalinista por motivo de, seu vigésimo quinto aniversário e lhe desejo novos triunfos e novas glórias.


Notas de rodapé:

(1) V. I. Lênin e J. V. Stálin — “Sobre a Juventude”, ed. Molodáia Gvárdia, (“A Jovem Guarda”), pág. 297, Moscou, 1938. (retornar ao texto)

Inclusão 21/01/2013