Informe Sobre a Atividade do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética ao XX Congresso do Partido

N. S. Kruschiov


III - O Partido


Camaradas:

O povo soviético sabe que os enormes êxitos de nosso país foram alcançados graças à acertada política de nosso Partido Comunista e à sua infatigável atividade organizadora. Com seu abnegado serviço ao povo, o Partido Comunista da União Soviética não só conquistou, um prestígio imenso entre os trabalhadores de nosso país, como também no movimento comunista e operário internacional, entre as massas populares do Ocidente e do Oriente. Com sua política, o Partido exerce uma enorme influência na marcha dos acontecimentos no mundo inteiro.

1. Fortalecimento das Fileiras do Partido Comunista e de seu Papel Dirigente no Estado Soviético

Segundo dados de 1.º de fevereiro de 1956, o Partido Comunista da União Soviética conta em suas fileiras com 7.215.505 pessoas, das quais 6.795.896 membros do Partido e 419.609 candidatos a membros do Partido, isto é, quase o triplo dos efetivos do Partido às vésperas do XVIII Congresso e 333.000 pessoas mais que ao iniciar seus trabalhos o XIX Congresso. No período de que prestamos conta, o Partido se fortaleceu ainda mais organicamente e sob o aspecto ideológico e político. Elevou-se a tempera marxista-leninista das massas do Partido. Os quadros do Partido, força decisiva da direção do Partido e do Estado, desenvolveram-se consideravelmente.

Nosso genial chefe e mestre Vladimir Ilitch Lênin criou e fortaleceu o Partido Comunista como grande força inspiradora e orientadora dos trabalhadores em sua luta pela liberdade e a felicidade do povo, pelo comunismo. Lênin lutou resolutamente contra todos os intentos de menosprezar ou debilitar o papel dirigente do Partido no Estado soviético. O Comitê Central guiou-se e guia-se invariavelmente pela teoria leninista do Partido. Hoje podemos dizer que, no período de que prestamos conta, robusteceu-se ainda mais o papel que desempenha nosso Partido na edificação do Estado, em toda a vida política, econômica e cultural do país.

Na luta pelo fortalecimento incessante do Estado soviético, por um novo ascenso da economia e da cultura socialistas, pela elevação do bem-estar material dos trabalhadores, o Partido multiplicou seus vínculos com as massas, irmanou-se ainda mais com o povo.

Seria injusto, entretanto, dizer que o período de que prestamos conta tenha sido desde o princípio até o fim para nosso Partido um desfile triunfal sob um céu claro e por um caminho sem obstáculos.

Naturalmente, não foi assim, de modo algum. Tivemos grandes vitórias e alguns reveses, tivemos grandes alegrias e nossos pesares. Mas as vitórias não nos subiram à cabeça e os reveses não nos lançaram no abatimento. O Partido avançou e avança audaz e firme pelo caminho que escolheu. (Prolongados aplausos.')

Pouco depois do XIX Congresso do Partido, a morte arrancou de nossas fileiras a José Vissarianovitch Stálin. Os inimigos do socialismo baseavam suas esperanças num possível transtorno nas fileiras do Partido, em possíveis discórdias no seio de sua direção, em possíveis vacilações na aplicação de sua política interna e externa. Entretanto, essas esperanças viram-se frustradas. O Partido Comunista agrupou-se ainda mais estreitamente em torno do seu Comitê Central, levantou ainda mais alta a bandeira invencível do marxismo-leninismo.

Os imperialistas depositavam particulares esperanças em Béria, seu velho agente que se havia infiltrado perfidamente em postos de direção do Partido e do Estado. O Comitê Central pôs fim resolutamente à criminosa atividade conspirativa desse perigoso inimigo e de seus sequazes. Isto foi uma grande vitória do Partido, uma vitória de sua direção coletiva.

O esmagamento do miserável bando de traidores contribuiu para um maior fortalecimento do Partido e para o cumprimento com êxito das tarefas que nosso país tem colocadas diante de si. O Partido é hoje mais monolítico que antes. A unidade ideológico-política e orgânica do Partido é a garantia de sua invencibilidade. Não há inimigos nem dificuldades que possam infundir temor ao Partido quando está unido. O Partido pode enfrentar qualquer tarefa quando atua como uma força unida, que não conhece o medo na luta, que não vacila na aplicação de sua linha e não retrocede diante das dificuldades. Hoje nosso Partido está mais unido que nunca, agrupa-se estreitamente em torno ao Comitê Central e conduz com pulso firme o país pelo caminho que o grande Lênin indicou. (Tempestuosos e prolongados aplausos).

A unidade de nosso Partido vem sendo forjada durante anos e decênios e temperou-se e robusteceu-se na luta contra numerosos inimigos. Os trotskistas, os bukharinistas, os nacionalistas burgueses e outros inimigos figadais do povo, partidários da restauração do capitalismo, fizeram tentativas desesperadas para minar de dentro a unidade leninista das fileiras do Partido, e todos eles se despedaçaram contra esta unidade.

A base da unidade do Partido Comunista e de seu núcleo dirigente é constituída pela unidade moral e polítca de toda a sociedade soviética e pelos inabaláveis princípios do marxismo-lemnismo. As pessoas não vêm a nosso Partido com fins egoistas, mas para realizar o grande objetivo da construção do comunismo. O núcleo dirigente do Partido não é um grupo de pessoas ligadas por simpatias pessoais ou por um proveito mútuo, mas uma coletividade ativa de dirigentes cujas relações têm uma base ideológica de princípios que não admite nem indulgências recíprocas nem malquerenças pessoais.

Todas as vezes que se descobriu que um ou outro dirigente do Partido cometeu erres em seu trabalho, o C.C. do PCUS adotou unanimemente as medidas necessárias para corrigi-los. Nos Plenos do C.C. do PCUS tem-se criticado como criticamos os bolcheviques, sem repararmos na hierarquia, a atividade de diversas organizações do Partido e de distintas pessoas, compreendidos membros do Comitê Central. Alguns funcionários que não justificaram a honrosa confiança neles depositada pelo Partido, foram excluídos do Comitê Central. É desnecessário demonstrar que a unidade do Partido, longe de perder por isto, saiu ganhando.

Lênin ensinava que a única linha correta é a que se baseia nos princípios. Não afastar-se um só passo, nunca e em nada, dos interesses gerais do Partido: este é o princípio imutável pelo qual se guiam os comunistas na luta pela unidade de suas fileiras. E se no período do qual prestamos conta conseguimos novos grandes êxitos, isto evidencia melhor que nada que o Partido e seu Comitê Central souberam salvaguardar e fortalecer a unidade das fileiras do Partido. (Prolongados aplausos).

Ao lançar um olhar retrospectivo sobre o caminho percorrido, podemos dizer sem temor de nos equivocarmos que, no período que analisamos, a direção política de nosso país pelo Comitê Central do Partido esteve à altura devida, que o Partido resolveu acertadamente as questões relacionadas com a edificação do Estado e do Partido e conduziu sabiamente o país pelo caminho leninista.

A tarefa principal do Partido e de seu Comitê Central consistia em assegurar o fortalecimento incessante do poderio econômico da Pátria socialista, em tornar ainda mais inexpugnáveis suas fronteiras sagradas e em elevar mais ainda o nível material e cultural dos cidadãos soviéticos.

Nosso Partido Comunista é um partido governante. De sua direção, da atividade de suas organizações locais depende numa medida decisiva o êxito de qualquer tarefa importante. É natural que para realizar as tarefas que o país tinha colocado diante de si fosse necessário em primeiro lugar desenvolver um grande trabalho de mobilização das organizações do Partido e fomentar em cada comunista a intransigência diante dos defeitos.

Na vida do Partido e de todo o país desempenharam um papel de extraordinária importância os Plenos do C.C. do PCUS celebrados regularmente ao longo do período de que prestamos conta. Nesses Plenos, o Comitê Central pôs a nu diante de todo o Partido e diante de todo o povo, com sinceridade e intransigência leninistas, graves deficiências no desenvolvimento da agricultura e da indústria, assinalou como é necessário superá-las e o que se deve fazer para cumprir as inadiáveis tarefas relacionadas com o ascenso contínuo da economia nacional do país e do nível material e cultural dos trabalhadores.

Ao criticar as deficiências na edificação econômica, o Comitê Central partiu de que o Partido não deve temer dizer ao povo a verdade sobre os defeitos e as dificuldades em nosso avanço. Quem teme reconhecer seus erros e debilidades, não é um revolucionário. Não temos por que ocultar nossas deficiências, pois nossa linha geral é justa, a edificação comunista se robustece e triunfa, e os defeitos serão tanto menos quanto mais amplamente se incorporem as massas à luta contra eles.

O Comitê Central apelou para as organizações do Partido a fim de que desenvolvam ao máximo a crítica e a autocrítica, a fim de que analisem criticamente os resultados do trabalho realizado e lutem resolutamente contra a fatuidade, a jactância e a presunção. Muitos dos defeitos contra os quais lutamos não existiriam hoje se oportunamente não se houvessem difundido em alguns escalões do Partido a auto-satisfação e os intentos de dar uma tonalidade rósea ao estado real das coisas. Uma crítica e autocrítica abertas, de princípios, eis o caminho seguro para fortalecer ainda mais o Partido, eliminar com n maior rapidez as deficiências e alcançar novos êxitos em todas as esferas da edificação comunista.

Para continuar fortalecendo a unidade do Partido e elevando a atividade de suas organizações era necessário restabelecer as normas da vida do Partido elaboradas por Lênin, normas que antes se infringiam com frequência.

Tinha uma importância primordial o restabelecimento e o fortalecimento máximo do princípio leninista da direção coletiva. O Comitê Central do PCUS esforçou-se por dar um exemplo nesse sentido, é evidente para todos até que ponto se elevou nos últimos anos o papel do Comitê Central como dirigente coletivo de nosso Partido. O Presidium do Comitê Central chegou a ser um órgão coletivo que atua regularmente e se ocupa das questões mais importantes da vida do Partido e do país.

Lutando por um máximo desenvolvimento da atividade criadora dos comunistas e de todos os trabalhadores, o Comitê Central tomou medidas para que se esclareça amplamente a concepção marxista-leninista do papel do indivíduo na história. O C.C. manifestou-se resolutamente contra o culto à personalidade, alheio ao espírito do marxismo-leninismo e que faz de um ou outro dirigente um herói milagroso, subestimando ao mesmo tempo o papel do Partido e das massas populares e diminuindo sua atividade criadora. A difusão do culto à personalidade reduzia a importância da direção coletiva do Partido e levava às vezes a graves deficiências em nosso trabalho.

Na "Internacional", hino de nosso Partido, se diz:

"Nem em deuses, reis, nem tribunos, está o supremo salvador, nós mesmos realizemos o esforço redentor". (Clamorosos aplausos).

Estas inspiradas palavras refletem acertadamente de um modo marxista, o papel revolucionário e criador das massas, o papel da coletividade. O povo, dirigido por um Partido armado da doutrina marxista, é uma grande e invencível força, o criador da nova vida, o criador da história. (Prolongados aplausos).

A realização dos princípios leninistas da vida do Partido permitiu elevar a atividade política das organizações do Partido, robustecer seus vínculos com os trabalhadores e fortalecer sua influência no seio das massas. Isto multiplicou a força das organizações do Partido, elevou incomensuravelmente sua combatividade para resolver as tarefas da edificação econômica e cultural.

Assim, pois, do ponto de vista do desenvolvimento de nosso Partido, o período de que prestamos conta foi um período de incessante fortalecimento da unidade do Partido, de seu papel político e organizador de sua influência no seio das massas. O Partido traçou um minucioso programa de novo ascenso da economia nacional e do bem-estar dos trabalhadores, mobilizou todo o povo para dar cumprimento a esse programa e conseguiu consideráveis êxitos em todas as frentes da edificação comunista.

Mas tampouco agora, quando a força e o prestígio de nosso Partido alcançaram uma altura sem precedentes, podemos entregar-nos à placidez nem dormir sobre os louros. Para continuar avançando com êxito é necessário manter num alto grau de mobilização todas as organizações de nosso Partido; é necessário melhorar e aperfeiçoar infatigavelmente todo o nosso trabalho do Partido. E, em primeiro lugar, é necessário elevar o nível do trabalho de organização e ideológico do Partido.

2. O Trabalho de Organização do Partido

Em toda a sua atividade organizadora, o Partido e seu Comitê Central baseiam-se nas indicações do grande Lênin de que, para dirigir com êxito o país, é necessário saber convencer as massas e saber organizar praticamente a aplicação da política do Partido. O Partido orienta seus esforços para assegurar do ponto de vista de organização o feliz cumprimento das tarefas que temos diante de nós, para ajudar os quadros do Partido a dominar a arte de organizar praticamente o trabalho, em todos os setores da edificação econômica.

Desde que nosso Partido chegou ao poder, Lênin constantemente ligava o trabalho do Partido com a atividade econômica. O famoso plano GOELRO, plano de desenvolvimento da economia, foi chamado por Lênin segundo programa do Partido.

"Nosso programa — dizia a este respeito Vladimir Ilitch — não pode ser unicamente o programa do Partido. Deve converter-se em programa de nossa edificação econômica, pois, do contrário, não valerá tampouco como programa do Partido. Deve completar-se com um segundo programa do Partido, com o plano de reconstrução de toda a economia nacional e de sua elevação ao nível da técnica moderna". (Obras, t. 31, pág. 482).

É necessário confessar que no transcurso de muitos anos não se inculcava suficientemente em nossos quadros do Partido o sentido de sua alta responsabilidade pela solução dos problemas práticos da edificação econômica. Isto deu lugar a uma ampla difusão de métodos burocráticos de direção da economia e fez que muitos funcionários do Partido não se ocupassem a sério do trabalho de organização da edificação econômica, não estudassem profundamente a economia e substituíssem com frequência o trabalho vivo de organizar as massas por um palavrório vão e afogassem esse trabalho num oceano infinito de papel.

O Comitê Central exortou os quadros do Partido, a todos os comunistas, a dar uma reviravolta e abordar as questões da direção concreta da edificação econômica, a terminar com a atitude superficial em relação à economia, a reforçar o estudo da técnica e a economia das empresas industriais, dos colcoses, das EMT, dos sovcoses para poder dirigir o trabalho com profundo conhecimento de causa. Submetem-se à rigorosa crítica os funcionários do Partido que continuam substituindo o estudo consciencioso dos assuntos e o trabalho vivo de organização pelo vão palavreado acerca das tarefas econômicas "em geral" e pelo papelório. Não são poucos os Mitrofanushkas(1) contemporâneos que preferiram manter-se à margem do trabalho prático e que foram destituídos de seus postos de direção.

Graças às medidas tomadas, os organismos locais do Partido melhoraram um tanto o trabalho de organização nos setores mais importantes da produção industrial e agrícola. O trabalho de direção da economia desenvolvido por esses organismos é hoje mais eficaz, concreto e rápido.

Desgraçadamente, existem ainda muitas organizações do Partido nas quais se contrapõe de modo absurdo a atividade política do Partido e a atividade econômica. Há no Partido alguns "dirigentes", com perdão da palavra, que acreditam que uma coisa é o trabalho do Partido e outra o trabalho da economia e nos organismos dos Soviets. Esses "dirigentes" chegam inclusive a queixar-se de que são afastados do chamado "trabalho puro do Partido" e obrigados a estudar a economia, a técnica e a agrotécnica, a estudar a produção.

Essa concepção do trabalho do Partido é injusta e nociva por sua própria essência.

O Partido Comunista da União Soviética é um Partido governante, e tudo quanto se faz em nossa terra soviética é de um interesse vital para o Partido em seu conjunto e para cada comunista. Os comunistas não têm o direito de sentir-se observadores à margem da vida.

Por isto, o Partido exige de seus quadros que não separem o trabalho do Partido do trabalho econômico, que dirijam a economia concretamente, com conhecimento de causa. Isto não significa, naturalmente, que se confundam as funções dos órgãos do Partido com as funções dos órgãos econômicos ou que estes últimos devam ser substituídos pelos primeiros. Essa substituição levaria à falta de responsabilidade pessoal, à irresponsabilidade. Trata-se é de que o trabalho do Partido se oriente para á organização e a educação das massas, para a melhoria da direção da economia, para o desenvolvimento incessante da economia socialista, para a elevação do bem-estar material e da cultura do povo soviético.

A fim de elevar o trabalho de organização à altura das tarefas que o Partido tem coloradas diante de si, é necessário aperfeiçoar por todos os meios o aparelho do Partido. No presente ainda é muito volumoso e pesado. Em seu trabalho se observa ainda bastante formalismo, coisa nociva em qualquer empresa, mas sobretudo inadmissível quando se trata com as pessoas. Há no aparelho funcionários qualificados que, com frequência, não se ocupam tanto do trabalho de organização quanto de reunir informes de toda índole, dados estatísticos e resenhas sem os quais se poderia passar em muitos casos. Por isto, o aparelho trabalha muitas vezes sem resultados.

O principal no trabalho de organização do Partido é o trabalho entre as massas, a influência no seio das massas, a organização das massas para que lutem por cumprir as tarefas econômicas e políticas que o Partido coloca. Não se pode continuar consentindo que muitos funcionários do aparelho do Partido, em vez de encontrar-se cotidianamente entre as próprias massas, se encerrem em seus gabinetes preparando resoluções enquanto a vida corre diante deles.

A esse respeito é necessário falar uma e outra vez da direção dos colcoses. O Partido e o governo criaram todas as premissas materiais e de organização necessárias para um ascenso vertical da agricultura. Em breve prazo, milhares de colcoses antes atrasados converteram-se em fazendas de vanguarda. Entretanto, o ascenso de um grande número de colcoses se produz mais lentamente do que seria necessário. Se tomamos um ramo da agricultura como a pecuária, veremos que, em cada distrito, há colcoses que alcançaram grandes êxitos no desenvolvimento desse ramo e no transcurso de um ano aumentaram de 2 a 3 vezes a produção de carne e de leite. Mas, ao mesmo tempo, em torno a esses colcoses há com frequência fazendas atrasadas, cujos índices de produção são extremamente baixos.

O que nos impede de utilizar em toda a sua plenitude as possibilidades que existem para o desenvolvimento da agricultura e, particularmente, da pecuária? A causa principal reside na insuficiência de nosso trabalho de organização.

As debilidades na direção se expressam em que muitos funcionários dos distritos não se ocupam concretamente de cada colcós e os dirigem de modo formal, sem conhecimento de causa. Frequentemente perdem de vista questões decisivas: não asseguram a acertada planificação do desenvolvimento de cada fazenda separadamente e seu trabalho de organização ainda é fraco. Por isso, frequentemente se observa que os rebentos do novo têm de abrir caminho por si mesmos, espontaneamente. Acaso isto é normal? Não, isto não é normal. É necessário estudar a fundo a experiência de vanguarda, ir em seguida aos colcoses atrasados, às brigadas atrasadas e fazer todo o possível para aplicar essa experiência na produção e mostrar claramente aos colcosianos, baseando-se nela, como se deve trabalhar. No trabalho de direção isto é o fundamental.

Também existem em postos de direção funcionários aos quais poderíamos classificar na categoria dos "folgazões cheios de ocupação". À primeira vista são pessoas muito ativas e de fato trabalham muito, mas todo o seu trabalho é vão. Estão em reunião "até às tantas da madrugada" e depois vão a galope de colcós em colcós, censuram os atrasados, convocam reuniões e pronunciam discursos abstratos, geralmente escritos de antemão, exortando as pessoas a "sair airosas da prova", "superar todas as dificuldades", "dar uma virada", "justificar a confiança", etc., etc. Mas por mais que se agitem esses dirigentes, no fim do ano acontece que as coisas não melhoraram. Como se costuma dizer, "tantas idas e vindas, tantas voltas e retornos são de alguma utilidade?" (Animação na sala).

É também um mal grave a irresponsabilidade ante as obrigações adquiridas, arraigada no trabalho prático de muitos funcionários do Partido e dos Soviets. Se se comprova como cumprem suas obrigações socialistas algumas regiões, distritos, colcoses e sovcoses descobre-se uma grande falta de concordância entre as palavras e os fatos. Mas em geral comprova-se o cumprimento dessas obrigações? Não. Como regra, não se comprova. Não se apura responsabilidade de ninguém, nem de índole moral nem material pelo não cumprimento das obrigações.

Deve-se assinalar que nossa imprensa e nosso rádio elogiam os que assumem grandes compromissos, mas se calam quando fracassam, embora existissem todas as condições necessárias para seu cumprimento. É necessário incutir nas pessoas o senso da responsabilidade por seus compromissos. Quando alguém empenha sua palavra deve cumpri-la custe o que custar. Como diz o provérbio: "O prometido é dívida".

Diante disto pode deduzir-se que devemos melhorar muito o trabalho de organização, sobretudo nos distritos e acompanhar atentamente o trabalho dos quadros e seu desenvolvimento e ajudá-los a dominar a arte de organizar as massas.

O Partido sempre concedeu grande importância aos funcionários do Partido e dos Soviets dos distritos, já que este escalão decide em grande medida o cumprimento das diretivas do Partido e do Governo. Graças ao trabalho ingente desenvolvido pelo Partido, formaram-se não poucos bons quadros nos distritos, verdadeiros organizadores e dirigentes de massas. Entretanto, não se pode deixar de ver que em muitos distritos o nível do trabalho das organizações locais dista muito de satisfazer às exigências atuais.

Oportunamente falamos precisamente da debilidade dos quadros das EMT e dos quadros dirigentes dos colcoses. O Partido reforçou estes escalões, naturalmente não na medida que nos permita dar-nos por satisfeitos com o que obtivemos, razão pela qual temos que continuar desenvolvendo este trabalho. Mas nas condições atuais é nos distritos — nos comitês de distrito do Partido, nos comitês executivos dos Soviets de distrito — onde mais se manifesta a debilidade dos quadros. É débil o trabalho de organização dos comitês distritais do Partido.

Agora, quando se colocam diante do país as enormes tarefas do ascenso da agricultura, o reforço das organizações distritais com quadros experientes e capazes adquire particular importância, pois os funcionários dos distritos trabalham nas mesmas organizações rurais de base, nas EMT, nos colcoses e sovcoses, e são eles que organizam aqueles que criam os bens materiais. Por conseguinte, o êxito de todo o trabalho depende em muito de sua atividade.

Devemos obter que na direção dos comitês distritais do Partido e dos comitês executivos dos Soviets de distrito haja comunistas bem preparados, organizadores enérgicos das massas, homens que conheçam a produção. Se não conhecem a agricultura, não poderão os dirigentes das organizações de distrito cumprir as tarefas que têm, não gozarão de prestígio entre os colcosianos, os trabalhadores das EMT e dos sovcoses.

A edificação econômica é um aspecto muito importante de nosso trabalho de Partido. A atividade de um dirigente do Partido deve ser avaliada antes de tudo pelos resultados obtidos no desenvolvimento da economia, por cujos êxitos responde. Os dirigentes que não querem compreender isto, não servem para encabeçar a luta pelo ascenso da economia e oportunamente devem ser substituídos como homens insuficientemente preparados para o trabalho do Partido. Devemos prosseguir em nosso trabalho de reforço das organizações distritais tanto com dirigentes saídos do seio dos funcionários locais, que se tenham formado nos colcoses e sovcoses, quanto incorporando ao trabalho nos distritos pessoas procedentes das cidades e dos centros industriais.

Pelo visto, camaradas, é necessário elevar também a responsabilidade material dos dirigentes pelo trabalho que se lhes encomendou, fazer com que sua remuneração dependa em certa medida dos resultados que se obtenham. Se cumprem ou superam o plano, devem ganhar mais; se não o cumprem, sua remuneração deve ser mais baixa. Talvez alguns digam que não se pode estabelecer este princípio de pagamento para os funcionários do Partido, porque eles têm por missão ocupar-se do trabalho organizativo e ideológico do Partido e que este trabalho não tem uma relação direta com os resultados da atividade econômica. Mas acaso pode-se qualificar como bom o trabalho organizador do Partido se este não beneficia a produção? Desenvolver o trabalho organizador do Partido e o trabalho ideológico sem ligá-lo às tarefas orientadas no sentido de melhorar a produção, é gastar pólvora em salvas.

O trabalho de organização do Partido não somente se ressente de defeitos nas organizações rurais do Partido, mas também nas organizações urbanas. É certo que na indústria em seu conjunto as coisas andam melhor. Mas também neste terreno existem, ao lado de ramos e empresas avançados, não poucos que se acham atrasados. Uma das causas deste fenômeno reside em que as organizações do Partido nas citadas empresas não lutam energicamente pelo novo, pelo avançado, e não são verdadeiramente intransigentes com o atraso e a rotina.

O nível do trabalho de organização do Partido depende numa imensa medida da correspondência de suas formas com as tarefas que têm as organizações do Partido. Daqui se deduz que é necessário aperfeiçoar incansavelmente os métodos de trabalho e a estrutura dos organismos do Partido, adaptando-os às condições concretas sempre que mude a situação. Isto diz respeito não somente aos organismos locais do Partido, como também ao Comitê Central do PCUS.

No período transcorrido a partir do XX Congresso foi tomada uma série de medidas para reforçar com quadros e reestruturar os organismos do Partido. Com o fim de memorar o trabalho de organização do Partido no campo, o Comitê Central julgou necessário reestruturar os comitês de distrito do Partido no campo. Criaram-se grupos de instrutores, encabeçados por secretários de zona de EMT dos comitês de distrito do Partido. Tinha-se em conta ao tomar esta medida que se esses secretários dos comitês distritais do Partido e instrutores tinham tarefas concretas de organização do trabalho político do Partido em um determinado grupo de colcoses, isso contribuiria para melhorar o trabalho destes. Por conseguinte tal reestruturação era necessária.

Entretanto, ao aplicar essa medida não foram obtidos bons resultados em todas as partes. Qual foi a causa? Alguns atribuem a que ao serem instituídos cargos de secretários de zona das EMT dos comitês distritais do Partido e ao se formarem os grupos de instrutores, o primeiro-secretário do Comitê Distrital ficou, como se disséssemos, afastado da direção das EMT e dos colcoses e por isso se debilitou a direção geral da agricultura no distrito. Mas isso o dizem pessoas que desejariam voltar aos velhos métodos de direção, que faziam com que no trabalho do Partido no campo houvesse muito pouca responsabilidade pessoal.

Se dirigem acertadamente o trabalho dos secretários e instrutores de zona das EMT, os comitês de distrito do Partido e seus primeiros-secretários podem conseguir que melhore o trabalho de organização das massas nos colcoses. A reestruturação deu bons resultados onde foi levada a cabo de forma acertada.

A causa principal de que a reestruturação dos comitês de distrito do Partido no campo não tenha dado grandes resultados em todas as partes reside em que em vários distritos foram designados secretários e instrutores de zonas das EMT de comitês distritais, funcionários cujas qualidades políticas e práticas não eram aquelas que devem ter os secretários e os instrutores de zona das EMT dos comitês de distrito e que no trabalho prático revelaram sua debilidade.

Alguns camaradas dizem que é necessário mudar de novo a estrutura dos comitês distritais do Partido. Sobre isso é necessário pensar ainda. Duvidamos de que seja conveniente proceder a uma nova reestruturação. Melhor será reforçar os quadros, pondo ali onde existe carência de secretários de comitês de distrito do Partido bons organizadores, homens capazes de trabalhar com a massa. É necessário aproximar a direção do Partido da produção para liquidar definitivamente a falta de responsabilidade pessoal no trabalho do Partido.

O Comitê Central considera madura a necessidade de que o Partido melhore a fundo a direção das regiões e territórios da República Socialista Federativa Soviética da Rússia. Integram esta República 78 territórios, regiões e repúblicas autônomas, cada uma das quais se distingue por suas condições e peculiaridades. Para assegurar uma direção mais concreta e eficaz das regiões, territórios e repúblicas autônomas da Federação Russa, é necessário constituir um organismo especial do Partido, com sede em Moscou. Com este fim, o Comitê Central considera necessário formar o Birô do C.C. do PCUS para a República Socialista Federativa Soviética Russa.

Na luta por melhorar ao máximo o trabalho de organização do Partido e seu trabalho político, o Comitê Central concede particular importância à seleção e distribuição dos quadros, ao fortalecimento de sua tempera ideológica e à elevação de sua capacidade profissional. O Partido pode orgulhar-se de que tem sabido forjar, educar ideologicamente e retemperar numerosos quadros para o trabalho nos diferentes setores da atividade do Partido, do aparelho do Estado e da economia.

Seria um erro contudo não ver os graves defeitos e equívocos que se verificam em nosso trabalho de formação de quadros. Bastará assinalar, por exemplo, que nossas instituições docentes do Partido preparam funcionários que, em muitos casos, não conhecem os rudimentos dos ramos concretos da economia. É necessário reorganizar o preparo dos quadros nas escolas do Partido para que, ao mesmo tempo que estudem a fundo a teoria marxista-leninista, possam adquirir conhecimentos básicos da produção; nas escolas superiores do Partido, além de instrução superior marxista, devem ser proporcionados conhecimentos práticos equivalentes aos que ministra qualquer escola técnica de um dos ramos da indústria ou da agricultura.

Muitos organismos do Partido esqueceram a exigência do Partido de que ao mesmo tempo que se aproveitam corretamente os velhos quadros, é necessário promover audazmente aos postos de direção os jovens funcionários que demonstraram seu valor praticamente.

Tampouco se pode fechar os olhos ao fato de que alguns organismos do Partido e dos Soviets temem elevar as mulheres a postos de direção. São extremamente poucas as mulheres no trabalho de direção do Partido e dos Soviets, particularmente entre os secretários dos comitês do Partido, os presidentes dos comitês executivos dos Soviets de deputados dos trabalhadores e os dirigentes das empresas industriais, dos colcoses, das EMT e dos sovcoses.

Em consequência das graves deficiências que se observam na seleção e formação dos quadros, assim como na transferência de funcionários por vezes não motivada pelos interesses do trabalho, produz-se uma extraordinária flutuação dos quadros. Os organismos do Partido mantêm frequentemente uma atitude formal em relação ao estudo das boas qualidades e dos defeitos dos quadros e em alguns casos promovem e transferem funcionários sem levar em consideração suas qualidades políticas e sua capacidade para um ou outro trabalho.

Para resolver com êxito as tarefas que o Partido tem diante de si reveste-se de grande importância uma correta distribuição dos comunistas na economia nacional. É anormal que em alguns ramos da economia nacional grande parte dos comunistas neles ocupados se dediquem a trabalhos que não estão diretamente ligados com os setores principais da produção. Nas empresas da indústria carbonífera, por exemplo, há cerca de 90.000 comunistas, mas somente 38.000 trabalham no interior das minas. No campo vivem mais de 3.000.000. de membros e candidatos a membros do Partido, mas são menos da metade os que trabalham nos colcoses, EMT e sovcoses.

Uma grave deficiência no trabalho de organização dos organismos locais do Partido é a insuficiente atenção que prestam ao controle do crescimento numérico do Partido, particularmente ao aumento do seu núcleo operário. É necessário dedicar-se com maior decisão a melhorar ao máximo qualitativamente os contingentes que engrossam as fileiras do Partido Comunista. Para isso faz-se mister levar a cabo uma seleção individual de operários avançados — particularmente das profissões mais importantes — de colcosianos de vanguarda e dos melhores intelectuais soviéticos.

Os sindicatos soviéticos têm por missão desempenhar um grande papel na educação e instrução profissional de milhões de operários e empregados e na mobilização de suas forças criadoras para que lutem pelo ascenso e o aperfeiçoamento da produção e pela elevação do bem-estar e o preparo cultural e técnico dos trabalhadores. Entretanto, o trabalho dos sindicatos se acha evidentemente atrasado em relação às exigências da vida, das tarefas que o Partido coloca. A deficiência principal de nossos organismos sindicais, compreendido o Conselho Central dos Sindicatos da URSS, é a falta de combatividade, de paixão no trabalho, de audácia, de espírito de consequência e de iniciativa ao colocar questões fundamentais, de importância vital, assim também quando se trata de medidas para elevar a produtividade do trabalho, como, digamos por acaso, de questões relacionadas com os salários, a construção de casas e a satisfação das necessidades cotidianas dos operários e empregados. É sabido que nas empresas são feitos contratos coletivos. Frequentemente estes contratos não são cumpridos e os sindicatos silenciam, como se tudo andasse bem. É preciso dizer que os sindicatos deixaram de discutir com os dirigentes das empresas. Entre eles reina a paz e a concórdia. E entretanto, no interesse da causa, não há por que ter medo de indispor-se, e por vezes, seria proveitoso ter uma boa discussão.

É necessário conseguir que os sindicatos sejam efetivamente para os milhões de operários e empregados uma escola leninista de governo e administração, uma escola de comunismo. É bem evidente que para isso o Partido deve prestar-lhes maior ajuda prática no trabalho. Os sindicatos devem utilizar mais amplamente do que o fazem hoje as reuniões de produção e as assembléias de ativistas para tratar problemas econômicos, assim como outras formas de participação dos operários na direção da produção.

Nosso glorioso Komsomol leninista ocupa um importante posto na vida social do país. O Komsomol, que agrupa em suas fileiras mais de 18.000.000 de jovens, participa ativamente na edificação econômica e cultural e ajuda o Partido a dar à juventude uma educação comunista. Mas na atividade das organizações do Komsomol e especialmente em seu trabalho de educação ideológica, observam-se sérias deficiências. Por vezes, as organizações do Komsomol não sabem incorporar a juventude ao trabalho prático e substituem o trabalho vivo de organização pelas resoluções, espetaculosidade e estardalhaço. Para eliminar todas essas deficiências, é necessário antes de tudo melhorar a direção do Komsomol pelo Partido, pois nisto reside a principal fonte da força e da atividade criadora do Komsomol.

Com o fim de continuar melhorando o trabalho de organização do Partido é necessário introduzir algumas emendas parcuis, ditadas pela vida, nos Estatutos do PCUS. A experiência fez ver que algumas teses dos Estatutos não estão em consonância com as normas de vida do Partido existentes. Nos comitês regionais e de território, assim como nos Comitês Centrais dos Partidos Comunistas das repúblicas federadas e em alguns comitês distritais e locais de Partido, existem presentemente quatro ou cinco secretários, em vez dos três que os Estatutos fixam. De acordo com as propostas apresentadas, por organizações do Partido, modificaram-se os prazos estabelecidos nos Estatutos para a celebração dos Plenos dos comitês do Partido. É necessário refletir estas modificações nos Estatutos do PCUS. Os organismos locais do Partido pleiteiam precisamente que se modifiquem os prazos de realização das Conferências do Partido estabelecidas nos Estatutos. Conviria fixar em uma vez em cada dois anos a convocação dos Congressos dos Partidos Comunistas das repúblicas federadas e as Conferências do Partido de território, regionais, de comarca e urbanas (nas cidades divididas em distritos). Os Congressos dos Partidos Comunistas das repúblicas federadas divididas em regiões (Ucrânia, Bielo-Rússia, Kazaquistão e Uzbequistão) poderiam celebrar-se uma vez em cada quatro anos.

No Congresso passado, a Comissão de Controle do Partido, anexa ao C.C. do PCUS, se transformou no Comitê de Controle do Partido, com direito a ter nas repúblicas, territórios e regiões, seus delegados, independentes dos organismos locais do Partido. A vida fez ver que estes delegados são desnecessários.

Não vou deter-me em outras emendas que se propõe introduzir nos Estatutos do Partido, já que o projeto das mesmas se encontra em poder de todos os delegados ao Congresso.

Em nosso trabalho cotidiano é necessário o controle mais rigoroso no sentido de que todas as organizações do Partido e todos os comunistas cumpram as exigências prescritas nos Estatutos. A observância dos Estatutos é uma condição importantíssima para elevar a maior altura todo o trabalho organizativo e político do Partido.

3. Questões do Trabalho Ideológico

Camaradas:

A educação marxista-leninista dos comunistas e de todos os trabalhadores e o desenvolvimento criador da teoria revolucionária constituem uma condição decisiva de nosso avanço com êxito.

No período transcorrido a partir da realização do XIX Congresso, o Comitê Central adotou uma série de medidas destinadas a melhorar o trabalho ideológico. Ampliou-se consideravelmente a edição de obras dos clássicos do marxismo-leninismo. Saíram os primeiros tomos dos trinta que compõem a segunda edição das Obras de C. Marx e F. Engels. Depois de haver publicado os 35 tomos que compõem a quarta edição das Obras de V. I. Lênin, apareceu uma nova edição da biografia de Vladimir Ilitch, grande fundador e chefe do Partido Comunista e do Estado Soviético. O estudo dos trabalhos dos fundadores do marxismo-leninismo ajuda a compreender melhor as leis que regem o desenvolvimento da sociedade, permite ver mais claramente as perspectivas, fortalece nos homens soviéticos a segurança na vitória do comunismo e ajuda a edificação comunista. Melhorou o estudo das resoluções dos Congressos e Conferências do Partido e dos Plenos do C.C. pelos comunistas, resoluções que expressam a política interna e externa elaborada pelo Partido.

Um importante acontecimento na vida ideológica do Partido foi a publicação de um manual marxista de Economia Política, que se difundiu amplamente tanto em nosso país quanto no estrangeiro.

Apesar de que foram obtidos certos êxitos na propaganda do marxismo-leninismo, o estado do trabalho ideológico não pode, em seu conjunto, satisfazer-nos. Seu principal defeito consiste em que atualmente está divorciado em considerável medida da prática da edificação comunista.

O grande Lênin assinalava, já em 1920, ao falar das tarefas da propaganda nas condições da passagem à edificação pacífica, que

"a propaganda de velho tipo relata o que é o comunismo e dá exemplos. Mas esta velha propaganda não vale nada pois é preciso mostrar praticamente como se deve construir o socialismo. Toda a propaganda deve basear-se na experiência política da edificação da economia. Esta é nossa tarefa primordial, e se alguém pensasse compreender a coisa no velho sentido da palavra, seria uma pessoa atrasada e incapaz de realizar um trabalho de propaganda dirigido às massas camponesas e operárias. Nossa política principal deve ser hoje a edificação econômica do Estado, para colher mais puds de cereais, para dar mais puds de carvão, para resolver como aproveitar melhor esses puds de cereais e de carvão... E nisto deve basear-se toda a agitação e toda a propaganda." (Obras, t. 31, pág. 346).

Devemos guiar-nos em toda a nossa atividade por essas sábias indicações de Lênin. Ao lutar contra as manifestações de despreocupação pelo estudo e pelo desenvolvimento da teoria marxista, não podemos considerar esta como o fazem os dogmáticos, as pessoas divorciadas da vida. A teoria revolucionária não é uma coleção de dogmas e fórmulas anquilosadas, mas um guia combativo para a atividade prática dirigida no sentido de transformar o mundo, de construir o comunismo. O marxismo-leninismo diz que a teoria divorciada da prática é morta e que a prática não iluminada pela teoria revolucionária é cega.

Conhecem esta importantíssima tese os funcionários do Partido e, em primeiro lugar, os que trabalham na frente ideológica? Sim, conhecem-na. Muitos até a aprenderam de cor e no entanto encontramos a cada passo funcionários do Partido que procuram organizar o trabalho ideológico de maneira abstrata, sem relação com a luta pelo cumprimento das tarefas práticas da edificação comunista. E mais. Estes funcionários acusam de simplismo e utilitarismo, de desprezo pela teoria aqueles que procuram ligar seu trabalho ideológico com a prática cotidiana.

Tampouco as coisas marcham bem no terreno da ciência econômica. Assim o evidencia a circunstância de que nossos economistas não tenham criado trabalhos capitais sobre os diversos problemas da economia soviética e não discutam nas reuniões que realiza o C.C. do PCUS as questões mais importantes do desenvolvimento da indústria e da agricultura. Isto significa que nossos institutos de economia e seus trabalhadores científicos estão muito à margem do trabalho prático para edificar o comunismo.

Lênin dizia que o comunismo nasce do trabalho criador de milhões de homens que se libertaram das cadeias do capitalismo e constroem uma vida nova. No entanto, nem todos compreendem isto. Há, ainda, comunistas que crêem que, se pronunciaram uma conferência sobre o comunismo, cumpriram seu dever de Partido. Naturalmente devemos explicar, a todo momento, a doutrina marxista-leninista, difundir as teses teóricas sobre a construção do comunismo, mas não podemos limitar-nos a isso. Os cidadãos soviéticos esperam também de nossos propagandistas e agitadores que os ajudem praticamente, que exponham com detalhe a experiência de vanguarda e que saibam aconselhá-los como aplicar essa experiência em sua empresa, em seu colcós. Mas, para isso, os propagandistas e agitadores não só devem conhecer esta ou aquela tese teórica, devem conhecer concretamente a economia e não falar em geral, e sim com conhecimento de causa. Este é o fundo da questão.

Quando nosso país vai passando gradualmente do socialismo ao comunismo, não só tem uma importância extraordinária estudar as obras dos clássicos do marxismo e explicar a teoria marxista-leninista, mas também aplicar a teoria praticamente, lutar por que se criem em abundância os bens materiais e culturais e se vá elevando mais e mais a consciência comunista dos cidadãos. Quem pensa que para construir o comunismo basta a propaganda pura e simples, sem uma luta prática cotidiana por aumentar a produção, por elevar o bem-estar dos trabalhadores, desliza pelo plano-inclinado do talmudismo e do dogmatismo.

É necessário pôr fim à vã tagarelice política, contra a qual mais de uma vez se manifestou Lênin. Os soviéticos exigem de nossos funcionários que a suas palavras sigam-se fatos. Se um comunista sabe pronunciar discursos ribombantes sobre a importância do marxismo-leninismo, mas não ajuda o povo a encarar era fatos esta grande doutrina, não vale um níquel, não ganhará a confiança das massas, nem terá prestígio entre elas.

Alguns dogmáticos podem interpretar estas observações como uma subestimação da propaganda da teoria marxista-leninista. Não vale a pena polemizar com estes dogmáticos. Guiando-se pela doutrina marxista-leninista o povo soviético construiu o socialismo. Esta é uma conquista histórica de transcendência universal. Baseando-nos no conhecimento das leis objetivas que regem o desenvolvimento da sociedade, estudando constantemente a história e a teoria do marxismo-leninismo, devemos aproveitar em toda a plenitude as vantagens do sistema socialista para acelerar ao máximo a criação da potente base material e técnica do comunismo e multiplicar os bens materiais e culturais destinados aos trabalhadores. Isto é o que espera de nós o povo soviético, e devemos consegui-lo, custe o que custar, no mais breve prazo.

A teoria marxista-leninista iluminou, ilumina e continuará iluminando nosso caminho rumo ao grande objetivo. A única coisa que se exige é que a teoria revolucionária não seja aplicada dogmaticamente, mas de modo criador, e que se continue desenvolvendo-a no processo da luta prática pelo comunismo, à base da generalização da nova experiência histórica e da análise dos fatos da vida. Desgraçadamente, este importante trabalho se acha muito atrasado em numerosos setores.

É necessário ter também em conta o seguinte: Lênin ensinava que em diferentes períodos passa a primeiro plano ora um, ora outro aspecto do marxismo. Hoje, quando nossa sociedade luta por uma elevada produtividade do trabalho, por dar cumprimento à tarefa econômica fundamental da URSS, passam a primeiro plano a parte econômica da teoria marxista, as questões concretas da economia.

No transcurso dos últimos dezessete anos, a base de nossa propaganda foi principalmente o Compêndio da História do Partido. A gloriosa história de nosso Partido deve continuar sendo uma das principais fontes em que se inspirem nossos quadros. Por isso, é necessário elaborar um manual simples marxista de História do Partido, baseado nos fatos históricos, que sintetize cientificamente a experiência histórica universal da luta do Partido pelo comunismo e que registre todos os acontecimentos até chegar aos nossos dias.

Atualmente têm grande importância a doutrina econômica do marxismo-leninismo, as questões econômicas concretas da indústria, da agricultura, da construção, do transporte e do comércio. As questões da ciência econômica marxista-leninista, em ligação indestrutível com a prática da edificação comunista, devem constituir o eixo de nossa propaganda.

As tarefas que nos colocam a preparação e a formação de nossos quadros e escolas superiores e no sistema de capacitação política do Partido fazem ver a necessidade de que se escreva um manual sobre os fundamentos do marxismo-leninismo, no qual se exponha, concisa, simples e claramente, as teses mais importantes da doutrina marxista-leninista e também que se escreva um livro que explique em uma linguagem accessível os fundamentos da filosofia marxista. Tais livros desempenhariam um grande papel na propaganda da concepção materialista científica do mundo e na luta contra a reacionária filosofia idealista.

Temos em perspectiva o grande trabalho de redigir um projeto do novo programa do Partido, que ainda não está preparado. É evidente que o projeto de programa deve ser elaborado ao mesmo tempo que o plano de desenvolvimento da economia e da cultura de nosso país com uma perspectiva de vários quinquênios.

O Comitê Central teve que corrigir aqueles funcionários que introduziam divergências e confusões em questões claras e há muito resolvidas pelo Partido. Tomemos, por exemplo, a questão da edificação do socialismo na URSS e a passagem gradual ao comunismo. Alguns funcionários faziam afirmações errôneas, como a de que em nosso país só se haviam construído, no momento, as bases do socialismo, isto é, seus fundamentos.

É sabido que quando se aprovou a nova Constituição da URSS (1936) o sistema socialista havia vencido e já se havia consolidado em todos os ramos da economia nacional. Isso quer dizer que em nosso país estava construída, já, no fundamental, a sociedade socialista, que desde então se desenvolve sobre a sólida base das relações de produção socialistas. Por isso, afirmar que em nosso país só se construíram os fundamentos do socialismo significaria desorientar os comunistas e todos os soviéticos na importantíssima questão das perspectivas de desenvolvimento do nosso país.

Na interpretação do problema do desenvolvimento do socialismo observa-se, às vezes, também, outro extremismo. Há funcionários que compreenderam as teses da passagem gradual do socialismo ao comunismo como um apelo a realizar imediatamente, na etapa atual, os princípios da sociedade comunista. Alguns cabeças-quentes resolveram que a construção do socialismo havia sido terminada por completo e começaram a confeccionar detalhados horários de transição ao comunismo. Devido a estas utópicas concepções, começou a arraigar-se uma atitude depreciativa para com o princípio socialista do interesse material dos trabalhadores no resultado de seu trabalho. Apareceram propostas infundadas que propugnavam a necessidade de acelerar a substituição do comércio soviético pela troca direta de produtos. Numa palavra, começaram a difundir-se a placidez e a auto-suficiência. Houve "sábios" que começaram a contrapor a indústria leve à pesada, assegurando que o desenvolvimento preferencial da indústria pesada só era necessário nas primeiras fases do desenvolvimento da economia soviética e que agora não se necessita mais do que acelerar o desenvolvimento da indústria leve.

É compreensível que o Partido tivesse dado a merecida réplica aos intentos de menosprezar as realizações conseguidas na edificação socialista e tivesse corrigido os projetistas e fantasistas que, alheando-se da realidade, introduziam uma nociva confusão em questões fundamentais do desenvolvimento da economia socialista.

Somente fanfarrões incorrigíveis podem fechar os olhos ao fato de que ainda não deixamos atrás economicamente os países capitalistas mais adiantados; e que o nível da produção é ainda insuficiente em nosso país para assegurar uma vida próspera a todos os membros da sociedade; a que há ainda muitas deficiências e desorganização em nossa edificação econômica e cultural.

É necessário compreender que os erros teóricos e as ilusões utópicas impedem aos funcionários orientar-se bem nas tarefas práticas e fazem vibrar notas falsas no trabalho ideológico.

As organizações do Partido têm a obrigação de redobrar a vigilância no trabalho ideológico, a velar severamente pela pureza da teoria marxista, a lutar resolutamente contra os resquícios da ideologia burguesa, a reforçar a ofensiva contra os vestígios do capitalismo na consciência dos homens e a desmascarar os portadores desses vestígios.

A esse respeito não se pode silenciar sobre que alguns funcionários procuram aplicar na esfera da ideologia a tese, absolutamente justa, da possibilidade da coexistência pacífica de países com diferentes sistemas sociais e políticos. Trata-se de um erro nocivo. Do fato de que sejamos partidários da coexistência pacífica e da emulação econômica com o capitalismo não se pode deduzir, de modo algum, que se possa atenuar a luta contra a ideologia burguesa, contra os vestígios do capitalismo na consciência dos homens. Nossa tarefa é desmascarar incansavelmente a ideologia burguesa, pôr a nu seu caráter hostil ao povo, seu caráter reacionário.

Na luta que nosso Partido sustenta contra as idéias e concepções caducas do velho mundo, pela difusão e consolidação da ideologia comunista, à imprensa, à literatura e à arte corresponde um grande papel. Ao assinalar que foram conseguidos importantes progressos nesse terreno, é preciso dizer, entretanto, que nossa literatura e nossa arte estão muito aquém da vida, da realidade soviética, incomensuravelmente mais rica que o reflexo que encontra na arte e na literatura. Isso dá direito a perguntar: Não se terá enfraquecido a ligação de alguns de nossos escritores e trabalhadores da arte com a vida?

A arte e a literatura de nosso país podem e devem lutar por ser as primeiras do mundo não somente no que se refere à riqueza de seu conteúdo, mas ao seu valor artístico e perfeição. Não se pode tolerar, como o fazem alguns camaradas nos organismos relacionados com a arte, nas redações e nas editoras, obras opacas e pouco maduras. As obras medíocres e pouco verazes não encontram, em muitos casos, a devida repulsa, o que é nocivo para o desenvolvimento da arte e para a educação estética do povo.

Podemos assinalar alguns progressos na cinematografia. Agora se produzem mais filmes. Mas no afã de produzir o máximo possível os cineastas não são suficientemente exigentes quanto ao conteúdo ideológico e ao valor artístico das películas e fazem filmes fracos, superficiais, consagrados a fenômenos banais e de pouca importância. É preciso terminar com isto, tendo em vista que o cinema é um poderoso instrumento de educação comunista dos trabalhadores.

O Partido tem lutado e continuará lutando contra o falso reflexo da realidade soviética, contra os intentos de embelezá-la ou, pelo contrário, de denegrir e vilipendiar o que o povo soviético conquistou. A criação na literatura e na arte deve estar imbuída do espírito de luta pelo comunismo, deve infundir otimismo, reafirmar as convicções e elevar a consciência socialista e a disciplina baseada na camaradagem. Deve-se prestar especial atenção ao reforço do papel que a imprensa desempenha no trabalho político, ideológico e de organização.

Uma das tarefas mais importantes é melhorar o trabalho cultural e educativo no campo. Frequentemente o trabalho cultural no campo se acha num estado de abandono e são mal aproveitados meios como o rádio, a imprensa, os clubes e as bibliotecas. Frequentemente as instituições culturais trabalham sem tomar em consideração as tarefas práticas da construção do comunismo. As Casas de Cultura, os Clubes, as bibliotecas e os recantos vermelhos devem ser pontos de apoio das organizações do Partido no trabalho político de massa, no trabalho cultural e educativo. Ajudando a difundir mais amplamente a experiência de vanguarda e a estudar a agrotécnica, estas instituições devem desempenhar um papel importante no cumprimento do programa de novo ascenso da agricultura.

Estamos obrigados a utilizar melhor todos os meios do trabalho ideológico para alcançar novos êxitos na edificação comunista. A tempera ideológica dos quadros, de todos os comunistas, de todos os trabalhadores, foi e será objeto da infatigável solicitude do nosso Partido.

Assim, pois, no terreno da edificação do Partido, do trabalho de organização e ideológico-político, temos diante de nós as seguintes tarefas:

  1. Fazer todo o possível para continuar elevando, o papel do Partido como força dirigente e orientadora do povo soviético na vida estatal, social, econômica e cultural da URSS, ampliar e fortalecer ainda mais os laços que unem o Partido às massas e elevar ainda mais seu prestígio; salvaguardar e fortalecer a unidade monolítica do Partido e de seu núcleo dirigente, observar rigorosamente no Partido o princípio da direção coletiva; exercer com maior amplitude a crítica e a autocrítica, pondo valentemente a descoberto as deficiências em todas as esferas da edificação econômica e cultural.
  2. Desenvolver a democracia interna do Partido e, nesta base, desenvolver a iniciativa e elevar a responsabilidade das organizações do Partido e de todos os comunistas; aperfeiçoar o trabalho organizador das organizações do Partido e orientá-lo no sentido do cumprimento das tarefas práticas da edificação comunista; melhorar o trabalho de seleção, formação e distribuição dos quadros; elevar o papel dos sindicatos e do Komsomol na solução das tarefas da edificação comunista.
  3. Continuar elevando o nível do trabalho ideológico de todas as organizações do Partido, orientando-o no sentido do cumprimento das tarefas práticas da edificação comunista; garantir a assimilação criadora da teoria e da experiência histórica do Partido pelos comunistas; elevar a vigilância no trabalho ideológico e lutar intransigentemente contra a ideologia burguesa; reforçar o trabalho de educação comunista das massas e a superação dos vestígios do capitalismo na consciência dos homens; aproveitar mais ativa e completamente todos os meios de influência ideológica: a propaganda, a agitação, a imprensa, o rádio, as organizações e instituições culturais e educativas, a ciência, a literatura e a arte.

Camaradas:

O povo soviético percorreu um longo e glorioso caminho. Sob a direção de seu Partido Comunista, alcançou grandes conquistas históricas. Alcançamos nossas vitórias em dura luta contra os inimigos externos e internos. Marchando por esse caminho, o povo soviético superou muitos obstáculos e dificuldades. Hoje leva à prática, firme e consequentemente, os planos de transformação do país, os grandiosos planos de desenvolvimento da economia socialista.

Os êxitos que tem obtido a União Soviética alegram e inspiram nosso povo e todos os nossos amigos. Inclusive nossos inimigos se vêem obrigados a mudar de tom. O primeiro Plano Quinquenal soviético foi por eles acolhido com ironia e incredulidade nas forças do Estado socialista, mas agora dão alarma. Até os cegos vêem, presentemente, os resultados gigantescos que alcançaram a classe operária, os camponeses trabalhadores, todo o povo da União Soviética. Depois de fazer-se dono e senhor de seu próprio destino e de criar, sob a direção do Partido, o primeiro Estado socialista de operários e camponeses que a história conheceu, nosso povo trabalha infatigavelmente para edificar a sociedade comunista, inspirando com seu exemplo a todos os povos do mundo. (Prolongados aplausos.)

O país soviético encontra-se em plena ascensão. Para empregar uma imagem, diríamos que escalamos uma montanha do alto da qual já divisamos amplos horizontes no caminho que leva a nosso objetivo final — a sociedade comunista (Prolongados aplausos.)

O caminho aberto por nosso país, ao atingir estas alturas, foi muito árdua e incrivelmente difícil. Mas não houve dificuldade que pudesse atemorizar o povo soviético, que pudesse quebrantar suas forças. A superação destas dificuldades fez mais forte a tempera dos trabalhadores da terra soviética em sua difícil e valente luta. Os soviéticos impuseram-se conscientemente restrições na satisfação de suas necessidades de alimento, roupa, habitação, conforto e outras muitas coisas. E quando nos criticam, dizendo que nem sempre nos vestimos à última moda de Paris, e que os soviéticos ainda usam muito jaquetas forradas de algodão, que assentam muito mal, devemos dizer que nós vemos tudo isso e o reconhecemos.

Tivemos que nos privar de muitas coisas, porque não tínhamos outra saída. Para manter e multiplicar as conquistas históricas do Grande Outubro, necessitávamos criar, no mais breve prazo, uma poderosa indústria socialista, pedra angular de toda a economia do país e de sua capacidade defensiva, devíamos estruturar radicalmente a agricultura, forjar novos intelectuais saídos do povo, construir a sociedade socialista.

Os inimigos intentaram mais de uma vez comprovar a força e a viabilidade do Estado socialista soviético, mas todos os seus intentos fracassaram e os organizadores de aventuras bélicas quebraram a crista. (Tempestuosos aplausos.) O Estado soviético desenvolve-se e se robustece, erguendo-se como um potente farol que indica a toda a humanidade o caminho de um novo mundo. (Prolongados aplausos).

Agora, no período do sexto Plano Quinquenal, o País Soviético está dando um novo e grande passo adiante. Ao continuar desenvolvendo a indústria pesada, aumentamos nossas possibilidades de desenvolver os ramos da economia nacional que produzem bens de uso e consumo.

Nosso Partido está cheio de força criadora, de poderosa energia e da vontade inquebrantável de alcançar seu grande objetivo: a edificação do comunismo. Em toda a história da humanidade não houve nem há um objetivo mais nobre e elevado. O comunismo traz o pleno florescimento de todas as forças produtivas da sociedade; será um regime social em que todas as fontes da riqueza social fluirão caudalosas e em que cada pessoa trabalhará com entusiasmo de acordo com a sua capacidade e verá remunerado seu trabalho de acordo com as suas necessidades. Sobre tal base criar-se-ão todas as condições para o desenvolvimento universal de cada indivíduo, de cada membro da sociedade comunista. (Prolongados aplausos.)

Por isso, as idéias do comunismo têm uma imensa força de atração e conquistam novos e novos partidários. E nada é mais absurdo de que essas mentiras de que o povo empreende o caminho do comunismo por coação, por pressão exercida de fora. Estamos certos de que as idéias do comunismo vencerão e de que nenhuma "cortina de ferro", nenhuma barreira levantada pelos reacionários burgueses poderá deter a difusão dessas idéias entre novos e novos milhões de seres. (Tempestuosos aplausos.)

Ao mesmo tempo, somos firmes partidários da coexistência pacífica, da emulação econômica entre o socialismo e o capitalismo e aplicamos uma consequente política de paz e amizade entre os povos.

Nosso Partido tem não poucos inimigos e detratores, mas tem muito mais provados amigos e aliados fiéis.

Nossa causa é invencível! É invencível porque, junto com o grande povo soviético, a impulsionam centenas e centenas de milhões de homens na fraternal China Popular e em todas as democracias populares. (Tempestuosos aplausos.) É invencível porque goza do enérgico apoio e da ardente simpatia dos povos e dos países que se libertaram do jugo nacional e colonial. É invencível porque a apóiam os trabalhadores de todo o mundo. Ninguém poderá assustar-nos, ninguém poderá obrigar-nos a abandonar as posições que mantemos, a renunciar à defesa da causa da paz, da democracia e do socialismo. (Tempestuosos aplausos.)

O futuro nos pertence porque avançamos com passo firme pelo único caminho acertado, pelo caminho que indicou o grande Lênin, nosso mestre. (Tempestuosos e prolongados aplausos.) Em torno de nós e de nossos amigos agrupam-se centenas de milhões de seres, inspirados pela idéia de instaurar um regime social justo, pelas idéias da democracia e do socialismo.

Sob a bandeira da doutrina do marxismo-leninismo, que transforma o mundo, o Partido Comunista da União Soviética levará o povo soviético à vitória completa do comunismo. (Tempestuosos e prolongados aplausos, que se transformam em ovação. Todos se põem de pé.)


Notas de rodapé:

(1) Mitrofanushka: Ignorante personagem de «O menino crescido» (1782) comédia do conhecido escritor russo D. Fonvizin — (N. da R.) (retornar ao texto)

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Inclusão 11/11/2011
Última alteração 12/08/2014