Linha Política, Medidas e Perspectivas na Luta Contra a Ofensiva Japonesa(1)

Mao Tsetung

23 de Julho de 1937


Tradução: A presente tradução está conforme à nova edição das Obras Escolhidas de Mao Tsetung, Tomo II (Edições do Povo, Pequim, Agosto de 1952). Nas notas introduziram-se alterações, para atender as necessidades de edição em línguas estrangeiras.
Fonte: Obras Escolhidas de Mao Tsetung, Pequim, 1975, Tomo II, pág: 1-15
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo

I. Duas Linhas Políticas

capa

Logo no dia que se seguiu ao Incidente de Lucouquiao(2), no dia 8 de Julho portanto, o Comité Central do Partido Comunista da China publicou um manifesto chamando a totalidade da nação à resistência. Nesse manifesto dizia-se:

“Compatriotas! Pepim e Tientsim estão em perigo! O Norte da China está em perigo! A nação chinesa está em perigo! Só nos resta uma saída: resistência por parte da totalidade da nação. Nós exigimos que se oponha sem demora uma resistência resoluta às tropas de agressão japonesas e se apreste tudo, imediatamente, para enfrentar as maiores eventualidades. É preciso que, do topo à base, a nação inteira rejeite de pronto toda a ideia de vida numa paz humilhante com o agressor japonês. Compatriotas, aclamemos e apoiemos a resistência heróica das tropas de Fom Tche-an! Aclamemos e apoiemos a declaração das autoridades do Norte da China, que exprime a vontade de defender a Pátria até à morte! Exijamos que o general Som Tche-iuan ponha imediatamente em pé de guerra a totalidade do XXIX Corpo de Exército(3) e o envie a guerrear na frente. Exijamos que o Governo Central de Nanquim ajude realmente o XXIX Corpo de Exército; anule sem tardança a interdição estabelecida contra os movimentos patrióticos das massas do país e deixe desenvolver-se a vontade de resistência do povo; mobilize sem demora todas as forças de terra, mar e ar para o combate; e, a fim de consolidar a retaguarda, elimine sem demora os traidores, os vende-pátrias e os agentes japoneses dissimulados pelo país. Apelamos para que a totalidade do povo apoie com todas as forças a guerra sagrada de legítima defesa contra o Japão. As nossas palavras de ordem são: Defender pelas armas Pepim, Tientsim e o Norte da China! Lutar até à última gota de sangue pelo solo da pátria! Que a totalidade do povo, do governo e das forças armadas se una e construa uma grande muralha inexpugnável — a Frente Única Nacional — para resistir à agressão japonesa! Que o Kuomintang e o Partido Comunista cooperem estreitamente para rechaçar os novos ataques dos agressores japoneses! Expulsemos da China os invasores japoneses!”

Essa foi uma declaração de linha política.

No dia 17 de Julho, em Luxan, o Sr. Tchiang Kai-chek fez uma declaração em que definiu a linha política para a preparação da resistência. Desde há anos, essa foi a primeira declaração justa do Kuomintang sobre questões de política externa. Por isso foi favoràvelmente acolhida por nós e por todos os compatriotas. Quatro condições se formulavam aí para sanar o Incidente de Lucouquiao:

  1. Que nenhuma solução atente contra a soberania e a integridade territorial da China.
  2. Que nenhuma alteração ilegal se admita na estrutura administrativa das províncias de Hopei e Tchahar.
  3. Que nenhum funcionário local, nomeado pelo Governo Central, seja demitido ou substituído a exigências de terceiros.
  4. Que nenhuma limitação seja imposta ao XXIX Corpo de Exército quanto aos seus actuais locais de estacionamento.”

Na conclusão da declaração dizia-se:

“Relativamente ao Incidente de Lucouquiao, o governo adoptou uma linha política e uma posição que há-de manter com firmeza, do princípio ao fim. Estamos conscientes de que a entrada em guerra da totalidade da nação impõe-nos a obrigação de ir até ao último sacrifício, não havendo a menor esperança de encontrar vias fáceis de saída. Uma vez começada a guerra, toda a gente, do Norte ou do Sul, velhos ou novos, tem o dever de resistir ao invasor e defender o solo pátrio.”

Foi, também, uma declaração de linha política.

Há pois duas declarações políticas de alcance histórico, feitas pelo Kuomintang e pelo Partido Comunista, a propósito do Incidente de Lucouquiao. Essas declarações têm de comum o facto de preconizarem uma resistência resoluta ao invasor e combaterem o compromisso e a concessão.

Trata-se duma linha política para enfrentar a invasão japonesa, e é a política correcta.

Mas existe igualmente a possibilidade de adoptar-se outra linha. Desde há um mês que os traidores e os elementos pró-japoneses desenvolvem intensa actividade na região Pepim-Tientsim; procuram levar as autoridades de Pepim e Tientsim a curvar-se ante as exigências japonesas e abalam a política de resistência resoluta, no intuito de fazer prevalecer o compromisso, a concessão. São indícios de perigo muito grave.

Essa linha de compromisso e concessão é diametralmente oposta à linha de resistência resoluta. Se tal linha não for ràpidamente rechaçada, Pepim, Tientsim e o Norte da China cairão nas mãos do inimigo e a nação inteira ficará gravemente ameaçada. Todos devem manter-se muito vigilantes.

Oficiais e soldados patriotas do XXIX Corpo de Exército, uni-vos, combatei o compromisso e a concessão e oponde resoluta resistência!

Compatriotas de Pepim, de Tientsim e de todo o Norte da China, uni-vos, combatei o compromisso e a concessão e apoiai a resistência resoluta!

Compatriotas de toda a China, uni-vos, combatei o compromisso e a concessão e apoiai a resistência resoluta!

Sr. Tchiang Kai-chek e todos vós, kuomintanistas patriotas, nós esperamos que se atenham com firmeza à vossa linha política, cumpram as vossas promessas, combatam o compromisso e a concessão, mostrem-se resolutos na resistência e respondam assim, com actos, ao insulto do inimigo.

Que todas as forças armadas do país, incluído o Exército Vermelho, adiram à declaração do Sr. Tchiang Kai-chek, combatam o compromisso e a concessão e realizem uma resistência resoluta!

Nós, comunistas, agimos com todo o coração e sinceridade, aplicamos com lealdade o nosso próprio manifesto e apoiamos firmemente a declaração do Sr. Tchiang Kai-chek. Com os membros do Kuomintang, com todos os compatriotas, defenderemos o solo da pátria até à última gota do nosso sangue, combateremos toda a hesitação, oscilação, compromisso e concessão e faremos resolutamente a resistência armada.

II. Duas Séries de Medidas

Para que atinja o seu objectivo, a linha de resistência resoluta exige toda uma série de medidas.

Que medidas? Eis as mais importantes:

  1. Mobilização geral de todas as forças armadas do pais. Pôr em pé de guerra os nossos exércitos permanentes — forças terrestres, navais e aéreas — fortes de dois milhões e algumas centenas de milhares de homens, incluído o Exército Central, as forças locais e o Exército Vermelho; expedir imediatamente o grosso dessas forças para as linhas de defesa do país, deixando parte delas na retaguarda, para manutenção da ordem. Confiar o comando das distintas frentes a generais devotados aos interesses da nação. Convocar um conselho de defesa nacional para definir-se uma estratégia e alcançar-se identidade de vontades quanto a operações. Reorganizar o trabalho político no exército, para que se atinja a unidade entre oficiais e soldados e entre exército e povo. Adoptar o princípio segundo o qual a guerra de guerrilhas assegura parte das tarefas estratégicas e garantir a coordenação entre essa guerra e a guerra regular. Expulsar os traidores do seio do exército. Mobilizar os necessários efectivos de reserva e treiná-los para que estejam prontos a entrar em linha. Aumentar, como convém, o equipamento das tropas e respectivo reabastecimento. De acordo com a linha geral de resistência resoluta, torna-se indispensável traçar planos de cumprimento de todas essas tarefas militares. Não é de tropas que a China tem falta, mas, se não se realizam tais planos, a vitória sobre o inimigo resulta impossível. Se os factores políticos e materiais se combinam, as nossas forças armadas passam a ser invencíveis no Leste da Ásia.
  2. Mobilização geral do povo. Anular a interdição dos movimentos patrióticos, libertar os presos políticos, revogar a “Lei de emergência para repressão das actividades contra a República”(4) e o “Regulamento sobre a censura da imprensa”(5), reconhecer estatuto legal às organizações patrióticas existentes, desenvolver essas organizações entre os operários, camponeses, homens de negócios e intelectuais, armar as massas populares para que estejam à altura de assegurar a sua própria defesa e de apoiar as operações do exército. Numa palavra, há que reconhecer ao povo a liberdade de manifestar o seu patriotismo. As forças conjuntas do povo e do exército vibrarão um golpe mortal no imperialismo japonês. Numa guerra nacional, está fora de dúvidas que a vitória se torna impossível sem apoio sobre as massas populares. Que a sorte da Abissínia nos sirva de advertência.(6) Todos os que estão de boa fé na sua resolução de resistir não devem ignorar esse ponto.
  3. Reorganização da máquina política. Associar à direcção dos negócios do Estado os partidos e os grupos políticos, bem como as personalidades que gozam de prestígip entre as massas, e liquidar os elementos pró-japoneses e os traidores dissimulados no governo, de modo a realizar-se uma unidade entre este e o povo. A resistência ao Japão é uma empresa tal que um reduzido grupo de indivíduos não pode seguramente realizá-la, e, se tais indivíduos se obstinam em realizá-la sozinhos, o resultado não será outro senão deitar-se tudo a perder. O governo, se é um verdadeiro governo de defesa nacional, deve, em absoluto, apoiar-se nas massas populares e praticar o centralismo democrático. Deve, simultâneamente, ser um governo democrático e centralizado. Esse é o tipo mais forte de governo. A assembleia nacional deve representar verdadeiramente o povo, ser o órgão supremo do poder, definir as grandes linhas políticas do Estado e adoptar as medidas políticas e os planos exigidos pela luta contra o invasor japonês para salvação da pátria.
  4. Política externa anti-]aponesa. Não permitir a menor vantagem ou facilidade aos imperialistas japoneses, pelo contrário, confiscar-lhes os bens, anular as nossas dívidas frente a eles, liquidar-lhes os lacaios e rechaçar-lhes os espiões. Concluir sem tardança uma aliança militar e política com a URSS, estabelecer estreita união com esse país, que é o mais seguro, mais poderoso e mais capaz de ajudar a China na resistência ao Japão. Ganhar para a nossa resistência a simpatia da Inglaterra, Estados Unidos e França, e assegurar-se da respectiva ajuda, sem prejuízo da integridade territorial e soberania da China. Para vencer os agressores japoneses, devemos contar principalmente com as nossas próprias forças. Contudo, a ajuda exterior é indispensável, razão por que uma política isolacionista só servirá o inimigo.
  5. Proclamação e aplicação imediata dum programa de melhoria de condições de vida do povo. Começar por adoptar um mínimo de medidas; suprimir os impostos exorbitantes e as taxas múltiplas, reduzir as rendas, limitar a usura, melhorar as condições de existência dos operários, dos soldados e dos oficiais subalternos, bem como a dos pequenos empregados, e socorrer as vítimas das calamidades naturais. Essas novas medidas, longe de, como alguns afirmam, abalarem as finanças do Estado, elevarão o poder de compra do povo, tornarão próspero o mercado e activarão as finanças; hão-de provocar um crescimento ilimitado das forças de resistência ao Japão e tornarão firmes as bases do governo.
  6. Educação de defesa nacional. Mudar radicalmente a velha orientação e o velho sistema de educação. Renúncia a tudo que não seja urgente e renúncia a todas as medidas irracionais. A imprensa, as edições, o cinema, o teatro, a literatura e a arte, tudo deve satisfazer os interesses da defesa nacional. Proibir toda a propaganda feita pelos traidores.
  7. Política financeira e económica de resistência ao Japão. A política financeira deve basear-se no princípio de “os que têm dinheiro contribuem com dinheiro” e no confisco dos bens dos imperialistas japoneses e dos traidores; a política económica deve assentar no boicote das mercadorias japonesas e no encorajamento das mercadorias chinesas. Tudo deve contribuir para a luta contra o Japão. A penúria de meios financeiros é uma consequência da adopção de medidas erradas e há-de desaparecer, seguramente, logo que se aplique uma nova política conforme aos interesses do povo. É pura inépcia falar de impasse financeiro e económico a propósito dum país com um território tão extenso e uma população tão numerosa.
  8. União da totalidade do povo chinês, governo e forças armadas, com vistas à construção da grande muralha inexpugnável que é a Frente Única Nacional. Tanto a aplicação da linha de resistência como a execução das medidas referidas acima, dependem dessa frente única. A tal respeito, o essencial é a estreita cooperação entre o Kuomintang e o Partido Comunista. Que o governo, forças armadas, partidos políticos, grupos políticos e todo o nosso povo se unam na base da cooperação entre esses dois partidos. Não basta que a palavra de ordem de “unir-se com toda a sinceridade e enfrentar a crise nacional!” soe bonito aos ouvidos, pois é necessário ainda que essa palavra de ordem se traduza em magníficas acções. A união precisa de ser verdadeira; se se introduz aí algo fraudulento ou suspeito, nada mais marchará. Há que dar provas de largueza de vistas e magnanimidade na condução dos negócios do Estado. O cálculo mesquinho, a trafulhice, a burocracia e o Ah Q-ismo não têm, em absoluto, qualquer serventia; ineficazes contra o inimigo, revelam-se de todo ridículos quando usados no trato dos próprios compatriotas. Em tudo há princípios maiores e menores, encontrando-se estes, na totalidade, subordinados aos princípios maiores. Só analisando cuidadosamente as coisas à luz dos princípios maiores podem os compatriotas ficar à altura de orientar correctamente o pensamento e as acções próprios. Hoje, os que não põem um pouco de sinceridade na busca da unidade, mesmo quando não são reprovados pelas massas sentem-se em certa medida envergonhados, no silêncio da noite, face a face com as suas próprias consciências.

Podemos chamar Programa em Oito Pontos a todo esse conjunto de medidas elaborado com vistas à resistência resoluta.

É preciso que a linha de resistência resoluta se acompanhe dessa série de medidas, pois doutro modo a resistência ao Japão nunca vencerá, este seguirá na sua agressão contra a China que, votada à impotência, dificilmente escapará à sorte da Abissínia.

Todos os que defendem com sinceridade a linha de resistência resoluta devem aplicar esse conjunto de medidas. E quando se quiser avaliar se alguém está de boa fé no seu querer resistir resolutamente, haverá que ver se está ou não disposto a aceitar e aplicar essa série de medidas.

Mas há uma outra série de medidas que se opõe, ponto por ponto, à série que acabámos de enunciar.

É da linha política que decorrem as medidas práticas. Quando se adopta uma linha de não resistência, todas as medidas que se tomam são uma expressão disso. A esse respeito temos as lições dos seis últimos anos. Mas se, pelo contrário, a linha adoptada é a da resistência resoluta, torna-se impossível não aplicar a série de medidas que a esta corresponde, é impossível não pôr em prática o Programa em Oito Pontos que expusemos atrás.

III. Duas Perspectivas

E quais são as perspectivas? Essa questão preocupa-nos a todos.

Se se adoptar a primeira linlia, se se aplicar a primeira série de medidas, a perspectiva que se nos abre será seguramente a da expulsão dos imperialistas japoneses e constituição duma China livre e emancipada. Acaso será possível duvidar-se disso? Penso que não.

Mas se se adoptar a segunda linha, se se aplicar a segunda série de medidas, teremos com certeza diante de nós a perspectiva da ocupação da China pelos imperialistas japoneses, a subjugação do povo chinês, que se verá reduzido à situação de escravo, de besta de carga. Acaso será possível duvidar-se disso? Também penso que não.

IV. Conclusão

Há pois que adoptar a primeira linha, aplicar a primeira série de medidas, buscar a primeira perspectiva.

Há que combater a segunda linha, rejeitar a segunda série de medidas, afastar a segunda perspectiva.

Que todos os patriotas no Kuomintang e todos os comunistas se unam, ponham resolutamente em prática a primeira linha, apliquem a primeira série de medidas, busquem a primeira perspectiva, combatam firmemente a segunda linha, rejeitem a segunda série de medidas e afastem a segunda perspectiva.

Que os cidadãos patriotas, exércitos, partidos e grupos patrióticos de todo o país se unam, ponham resolutamente em prática a primeira linha, apliquem a primeira série de medidas, busquem a primeira perspectiva, combatam firmemente a segunda linha, rejeitem a segunda série de medidas e afastem a segunda perspectiva!

Viva a guerra revolucionária nacional!

Viva a libertação da nação chinesa!


Notas:

(1) A 7 de Julho de 1937, os imperialistas japoneses provocaram um incidente em Lucouquiao, visando anexar a China pela força. Unânime, o povo chinês exigiu que se opusesse resistência armada ao Japão. Dez dias, porém, se passaram antes que Tchiang Kai-chek fizesse uma declaração pública em Luxan, anunciando a resistência ao Japão. Tchiang Kai-chek acabou por decidir-se forçado pela pressão da totalidade do povo e ainda porque a agressão japonesa vibrava um sério golpe nos interesses dos imperialistas ingleses e norte-americanos na China, tanto como nos interesses dos grandes senhores de terras e da grande burguesia que ele directamente representava. Ao mesmo tempo, porém, o governo tchiangkaichekista continuava em negociações com os agressores japoneses, chegando mesmo a aprovar o pretenso acordo de solução pacífica que estes haviam concluído com certas autoridades locais. Foi preciso que se produzisse o grande ataque dos agressores japoneses contra Xangai, em 15 de Agosto, colocando-o na impossibilidade de manter a dominação sobre o Sudeste da China, para que Tchiang Kai-chek se sentisse constrangido a resistir ao Japão. Mas as negociações de paz que prosseguia em segredo com o Japão mantiveram-se até 1944. Durante a Guerra de Resistência contra o Japão, Tchiang Kai-chek renegou por inteiro tudo quanto havia declarado em Luxan: “Uma vez começada a guerra, toda a gente, do Norte ou do Sul, velhos ou novos, tem o dever de resistir ao invasor e defender o solo pátrio”. Opôs-se à guerra total do povo baseada na mobilização geral e adoptou uma política reaccionária de resistência passiva ao Japão e combate activo ao Partido Comunista e ao povo. As duas linhas políticas, as duas séries de medidas e as duas perspectivas de que fala o camarada Mao Tsetung no presente artigo, traduzem justamente a luta entre a linha do Partido Comunista e a linha de Tchiang Kai-chek ao longo da Guerra de Resistência contra o Japão. (retornar ao texto)

(2) Lucouquiao encontra-se a um pouco mais de dez quilómetros a sudoeste de Pequim. No dia 7 de Julho de 1937, o exército invasor japonês lançou um ataque contra as forças armadas chinesas que aí estavam de guarnição, as quais, influenciadas pelo ardor anti-japonês da totalidade do povo do país, passaram à resistência. A partir desse momento, começou a heróica Guerra de Resistência do povo chinês, que iria durar oito anos. (retornar ao texto)

(3) O XXIX Corpo de Exército constituía originariamente uma das unidades do Exército Kuomintanista do Noroeste comandado por Fom lu-siam. Esse corpo de exército estava, na altura, estacionado nas províncias de Hopei e Tchahar, sob comando de Som Tche-iuan, sendo uma das divisões chefiada por Fom Tche-an. (retornar ao texto)

(4) No dia 31 de Janeiro de 1931, o governo kuomintanista promulgou a “Lei de emergência para repressão das actividades contra a República”. A inculpação “actividades contra a República” servia de pretexto à perseguição e massacre dos patriotas e revolucionários. Essa lei estabelecia medidas de repressão que eram duma brutalidade extrema. (retornar ao texto)

(5) O “Regulamento sobre a censura da imprensa” (“Disposições gerais para a censura da imprensa”) foi adoptado pelo governo kuomintanista em Agosto de 1934, no intuito de abafar a voz do povo. Nele se estabelecia que os “manuscritos destinados à publicação pela imprensa deviam ser submetidos a censura”. Nas regiões controladas pelo Kuomintang, todo o material destinado à publicação em jornais tinha que passar prèviamente pelo censor kuomintanista, o qual podia alterá-lo ou retê-lo arbitràriamente. (retornar ao texto)

(6) Ver “As Tarefas do Partido Comunista da China no Período da Resistência ao Japão”, ponto 8, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, Tomo I. (retornar ao texto)

Inclusão 05/08/2012