Resumo da História do Partido do Trabalho da Albânia


Capítulo II - O Movimento Comunista Albanês e o Komintern


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Fora do país efectuavam-se também esforços para organizar o movimento comunista albanês. A III Internacional Comunista (Komintern), através da Federação Comunista das Balcãs deu uma ajuda valiosa na organização dos democratas revolucionários albaneses que se viram obrigados a abandonar o país depois de ter sido derrubada a Revolução de Junho e instaurada a ditadura zoguista...

Em Março de 1925 fundava-se em Viena a organização democrática chamada «Comité Nacional Revolucionário» (CONARE); ao mesmo tempo um grupo de jovens revolucionários ex-militantes da associação «Bashkimi» foram à União Soviética. Uma parte deles abraçaram os ideais comunistas... Em Agosto de 1928 fundaram o «Grupo Comunista Albanês» na U. S. com sede em Moscovo...

Para cumprir com os estatutos, o «G. C. A.» na U. S. tinha como tarefa principal desenvolver um trabalho revolucionário concreto na Albânia e ajudar assim o movimento comunista. Entre os comunistas que regressaram à pátria em 1930 destacam-se Ali Kelmendi.

Ao regressar ao país Ali Kelmendi dedicou-se à criação de novos grupos comunistas na clandestinidade. Organizou uma célula comunista em Tirana assim como uma fracção comunista dentro da associação de alfaiates «Perparimi» Por sua iniciativa formaram-se também grupos comunistas nas cidades de Vlora, Kruía e Elbasan. Geralmente estes grupos eram pequenos e instáveis. Os seus militantes eram principalmente elementos de origem pequeno-burguesa, mestres, empregados, militares e artesãos sem uma formação ideológica e política sã.

Ali Kelmendi também entrou em contacto com o Grupo Comunista de Korcha, que se encontrava num estado pouco satisfatório. O grupo estava fechado sob si mesmo e os elementos anti-marxistas infiltrados nas suas fileiras haviam começado a miná-lo e a travar-lhe a actividade. Ali Kelmendi deu uma grande contribuição para que o grupo de Korcha saísse dessa situação. Deu-lhe orientação no sentido de combinar o trabalho clandestino com o legal, participar activamente nas associações legais operárias e artesanais e convertê-las em organizações revolucionárias, para aumentar a actividade noutras cidades e particularmente nos centros operários, traduzir literatura marxista, que serviria para o avanço ideológico dos comunistas. Apesar de ser encarcerado pelas autoridades zoguistas em diversos sítios Ali Kelmendi esforçou-se por manter contactos com as organizações comunistas e por dar-lhes toda a sua ajuda. A sua prisão em Korcha em 1932 possibilitou a colaboração directa com o grupo comunista dessa cidade. A intervenção de Ali Kelmendi na reunião ampliada da direcção do comité em Julho de 32 abriu perspectivas novas e mais claras para o grupo. O grupo de Korcha aceitou uma plataforma política e organizativa mais sólida. Por consequência, também a sua actividade entrou numa nova fase de desenvolvimento.

Com a ampliação da actividade revolucionária do grupo de Korcha agudizou-se também a luta ideológica nas suas fileiras. Os elementos trotskistas lançaram-se em furor contra a linha seguida por Ali Kelmendi e contra a parte mais sã do grupo, esforçando-se em obstruir por todos os meios a amplitude do labor e a influência dos comunistas entre as massas. O seu representante principal Niko Xoxi, ambicionava tomar a direcção do grupo para o obrigar a aceitar os pontos de vista trotskistas. Para justificar o seu sinistro desígnio, Niko Xoxi propagava aos quatro ventos a «teoria dos quadros», teoria adoptada dos arquimarxistas gregos. Segundo esta teoria, os comunistas não deviam actuar e menos ainda ligar-se às massas e organizá-las, mas tinham que circunscrever-se às suas células e preocupar-se somente com a educação teórica.

O Grupo de Korcha não podia desenvolver com êxito a sua actividade sem desmascarar completamente o trotskista Niko Xoxi. Por esta razão, a reunião ampliada da direcção do comité decidiu expulsá-lo do seu seio, mas ficando como militante do grupo. Esta incompleta medida permitiu a Niko Xoxi e a outros elementos arquimarxistas prosseguir a sua nefasta actividade dentro do grupo e nas fileiras das associações operárias. Só graças ao labor de esclarecimento e desmascaramento realizado pela parte mais sã dos comunistas, Niko Xoxi foi obrigado a separar-se quase por completo do Grupo.

O movimento comunista na Albânia já se havia estendido a uma série de cidades. Novas organizações comunistas foram criadas em 1934 e 1935 em Tirana. Shkodre, Fier, Vlora, Elbasan e Gjiroklastra. Mas estas organizações tão pouco se compunham principalmente de operários, eram pequenas e geralmente actuavam sem coordenação entre si. Difundiam as ideias comunistas, mas a sua propaganda era limitada, espontânea e afastada dos problemas políticos e económicos do país...


Inclusão 22/05/2014