Três Importantes Lutas na Frente Filosófica da China
(1949-1964)

Escola do Partido Comunista da China


“A filosofia do Partido Comunista é a filosofia de luta”. “O marxismo só pode se desenvolver na luta; isto é certo não só para o passado e o presente, também é necessariamente certo para o futuro.”


Entre 1949 e 1964, foram travadas três importantes lutas de princípios na frente filosófica de nosso país, a saber: a luta em torno da questão da base econômica e a superestrutura, a luta em torno da questão da existência ou não de identidade entre o pensar e o ser, e a luta em torno da questão de que “um se divide em dois” e “dois integram um”. As três lutas foram provocadas, uma depois da outra, por Yang Sien-chen, agente do renegado, traidor oculto e vende operários Liu Shao-chi nos círculos filosóficos, em conjunturas cruciais da luta entre as duas classes (o proletariado e a burguesia) os dois caminhos (o socialismo e o capitalismo) e as duas linhas (a marxista e a revisionista). Se tratava de fortes batalhas entre o materialismo dialético e o materialismo histórico, por um lado, e o idealismo e a metafísica, por outro. Foram um reflexo, na frente filosófica, da aguda luta de classes nacional e internacional.

I

Com a fundação da República Popular da China em 1949, terminou no fundamental a etapa da revolução de nova democracia de nosso país e foi iniciada a etapa da revolução socialista. Em seu informe ante a II Sessão Plenária do VII Comitê Central do Partido Comunista da China, celebrada em março de 1949, o grande líder Presidente Mao destacou que, depois de conquistada a vitória da revolução em todo o país, a contradição principal na sociedade chinesa era a “contradição entre a classe operária e a burguesia”, e chamou o povo a continuar fazendo a revolução, fortalecer a ditadura democrática popular, ou seja, a ditadura do proletariado e “construir um grande Estado socialista”. No final de 1952, o Presidente Mao deu mais um passo, formulando a linha geral para o período de transição: levar a cabo gradualmente a industrialização socialista e efetuar gradualmente a transformação socialista da agricultura, a manufatura, e a indústria e comércio capitalistas.

Pelo contrário, Liu Chao-chi, em descarada oposição ao espírito da II Sessão Plenária do VII Comitê Central do Partido, predicou desesperadamente desde 1949 que “a exploração tem seus méritos” e advogou pelo desenvolvimento do capitalismo. Brandindo a andrajosa bandeira da “teoria das forças produtivas” preparou, logo após a libertação do país, um sinistro programa para desenvolver o capitalismo, programa que propugnava a “cooperação entre os cinco setores da economia [os cinco setores da economia foram: a economia estatal, a economia cooperativa, a economia individual dos camponeses e artesãos, a economia capitalista privada e a economia capitalista estatal] para consolidar o sistema da nova democracia”. Se opôs sem escrúpulos à linha geral do Partido para o período de transição.

Precisamente no momento em que se desenvolvia uma intensa luta entre a linha revolucionária proletária do Presidente Mao e a linha revisionista contrarrevolucionária de Liu Shao-chi, Yang Sien-chen, sob as ordens deste, forjou a suposta teoria da “base econômica sintetizada, provocando desta maneira a primeira luta importante na frente filosófica.

Yang Sien-chen declarou que a base econômica no período de transição era “de caráter sintetizado”, “que abarcava tanto o setor socialista como o setor capitalista da economia”, os quais “podem se desenvolver de forma equilibrada e coordenada”, e que a superestrutura socialista devia, sem discriminação alguma, “servir à base econômica em seu conjunto”, incluindo o setor capitalista da economia, e “servir também à burguesia”. Eis aquí a tristemente famosa teoria da “base econômica sintetizada”.

Ao expor estes absurdos reacionários, Yang Sien-chen negou que a economia socialista e a capitalista eram diametralmente opostas e lutavam entre si. Negou a natureza de classe da superestrutura, tentando recorrer à total colaboração e capitulação de classe em todas as esferas, desde a base econômica até a superestrutura. Seu objetivo era mudar a natureza da ditadura do proletariado em nosso país, opor-se ao estabelecimento de uma base econômica socialista e perpetuar o capitalismo na China.

A teoria da “base econômica sintetizada”, que clamava pelo desenvolvimento do capitalismo, não é outra coisa que uma variedade da teoria de que “a teoria das forças produtivas”. De acordo com esta última, altamente apreciada durante vários decênios pelos novos e velhos revisionistas de dentro e de fora do país, a China, com suas forças produtivas atrasadas sem um capitalismo desenvolvido, não pode efetuar a transformação socialista da propriedade privada dos meios de produção nem realizar o socialismo, senão que só pode deixar propagar o capitalismo.

Tão logo esta falácia reacionária de Yang Sien-chen saiu, o proletariado lhe infligiu um golpe contundente. Yang Sien-chen, que não se resignava com sua derrota, voltou a apregoar sua teoria da “base econômica sintetizada” em 1955, de forma inclusive mais sistematizada, no artigo “Sobre a base e a superestrutura durante o período de transição da República Popular da China”. Ao receber o artigo, Liu Shao-chi, lhe dando aberto respaldo, disse: “Você tem razão”. Acrescentou que o capitalismo privado “faz parte da base”.

O Presidente Mao criticou severamente o programa reacionário de Liu Shao-chi acerca da “cooperação entre os cinco setores da economia para consolidar o sistema da nova democracia” e assinalou que a reacionária essência deste programa consistia em desenvolver o capitalismo. Sob o guia do pensamento Mao Tsetung, a transformação socialista da propriedade dos meios de produção se completou no fundamental em 1956 e a linha geral do Partido para o período de transição foi cumprida vitoriosamente. A teoria de Yang Sien-chen da “base econômica sintetizada” não só caiu em bancarrota no teórico, como também foi totalmente destroçada pela prática revolucionária.

II

“A revolução quer dizer libertar as forças produtivas”. A transformação socialista da propriedade dos meios de produção fomentou bastante o crescimento das forças produtivas. O Presidente Mao formulou em 1958 a linha geral de “tensionar todas as forças e pugnar por marchar sempre adiante para construir o socialismo segundo a norma da quantidade, rapidez, qualidade e economia”. Uma vez que as massas apreendam o marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsetung, este se converte em uma força material capaz de transformar o mundo, uma força sob cujo impacto toda a velha superestrutura e ideologia vêm abaixo. As massas populares, “tão animadas e tão cheias de audácia e combatividade”, puseram em pleno jogo sua atividade subjetiva e iniciativa revolucionária, criaram a nova situação caracterizada pelo grande salto adiante na construção do socialismo e estabeleceram as comunas populares, de grande significação histórica.

O rápido e pujante desenvolvimento da revolução e construção socialistas tirou do sério o punhado de oportunistas de direita. Liu Shao-chi e seus congêneres saíram a lançar frenéticos ataques contra a linha geral, o grande salto adiante e as comunas populares e impugnar o movimento revolucionário de massas. Acusaram o Partido de praticar um “idealismo subjetivo” que “exagerava o papel ativo e consciente do homem”. Yang Sien-chen, a mando de Liu Shao-chi, aproveitou o momento para provocar uma nova batalha na frente filosófica elaborando a teoria da “falta de identidade entre o pensar e o ser”.

Yang Sien-chen declarou arbitrariamente: “A identidade entre o pensar e o ser é um tema idealista”. Disse o disparate de que a “identidade entre o pensar e o ser” e a “identidade dialética” não são a mesma coisa e que pertencem a “duas categorias diferentes” Distorcendo o marxismo-leninismo, tratou de contrapor a identidade entre o pensar e o ser à teoria materialista do reflexo, afirmando que, com respeito ao problema da relação entre o pensar e o ser, “o materialismo o resolve com a teoria do reflexo e o idealismo com a identidade”.

A dialética materialista nos ensina que a lei da unidade dos contrários é universal. A identidade dos contrários, ou seja, sua dependência mútua para a existência e sua transformação recíproca em determinadas condições, é aplicável, sem nenhuma dúvida, à relação entre o pensar e o ser. Ao negar a identidade entre o pensar e o ser, Yang Sien-chen estava negando o fato de que os dois aspectos opostos da contradição – o pensar e o ser – dependem um do outro para sua existência e se transformam mutuamente em condições determinadas. Se a afirmação de Yang Sien-chen fosse verdade, a lei dialética da unidade dos contrários careceria de sentido universal.

Yang Sien-chen negou com sua metafísica a interrelação entre o pensar e o ser, os considerou como contrários absolutos. Assim, caiu no dualismo e, em seguida, no idealismo subjetivo. Se opôs ao papel ativo da teoria revolucionária e ao movimento revolucionário de massas. Exagerou desmedidamente os aspectos secundários e não essenciais de dito movimento. Atacou um ponto sem considerar o todo. Fechando os olhos ante a essência e os aspectos principais do movimento revolucionário de massas, chegou ao extremo de tomas suas próprias percepções subjetivas contrarrevolucionárias por realidade objetiva, com a vã intenção de derrotar a ditadura do proletariado e restaurar o capitalismo.

Ao negar a identidade dialética entre o pensar e o ser, Yang Sien-chen estava se opondo, no fim das contas, ao armamento das massas com o marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsetung e que essas o utilizassem para transformar ativamente o mundo, ou seja, queria enganar as massas com ideias revisionistas contrarrevolucionárias e tentar transformar o mundo de acordo com a reacionária concepção burguesa de mundo. Tal teoria reacionária de Yang Sien-chen era precisamente a “base teórica” da filosofia do servilismo ante o estrangeiro e a teoria do avanço rasteiro impulsionadas por Liu Shao-chi.

Com respaldo de Liu Shao-chi, em 1955 Yang Sien-chen começou a apregoar esta reacionária teoria. Em 1957, até exigiu de maneira descarada que se tachasse de “direitistas” os que se opunham a seus disparates e defendiam com firmeza a identidade entre o pensar e o ser. Em 1958, confeccionou o sinistro artigo “Breve exposição sobre as duas categorias de 'identidade”, no qual designou de “idealismo subjetivo” a tese científica da identidade entre o pensar e o ser; logo, mandou que seus apaniguados escrevessem artigos para propagar tal teoria reacionária. Em outubro do mesmo ano, o Presidente Mao denunciou claramente a reacionária essência de falácia de Yang Sien-chen, mas ele resistiu ferreamente. Enquanto dava conferências em novembro de 1958, Yang Sien-chen vilipendiou a teoria da identidade entre o pensar e o ser como “puras besteiras e uma teoria simplesmente reacionária”. Entre 1959 e 1964, em estreita coordenação com as atividades constrarrevolucionárias de Liu Shao-chi a favor da restauração capitalista, desatou reiterados ataques contra o pensamento Mao Tsetung sobre esta questão. Todos estes estratagemas caíram aos pedaços, um depois do outro, sob os demolidores golpes do proletariado.

O Presidente Mao escreveu em 1963 o conhecido artigo De onde provém as ideias corretas?. Neste artigo expôs profundamente a grande verdade de que a matéria pode se transformar em consciência e a consciência em matéria, desenvolveu de maneira criadora a teoria marxista do conhecimento, criticou a fundo o idealismo e a metafísica burgueses de Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e seus semelhantes e fez uma síntese científica da luta que era travada em torno da questão da identidade entre opensar e o ser.

III

Liu Shao-chi e seus sequazes não se resignaram com a derrota e armaram uma última batalha. Em 1964, Liu Shao-chi mandou Yang Sien-chen tramar a teoria reacionária de que “dois integram um”, em aberta oposição à dialética revolucionária do Presidente Mao de que “um se divide em dois”, desatando assim uma luta muito mais ampla.

Neste ano se deu uma luta de classes muito aguda e complexa no país e no mundo. Em conluio com os inimigos de classe no exterior e suas descaradas atividades antichinesas, Liu Shao-chi e seus sequazes trabalharam com toda força por uma restauração capitalista na China. Guiado pela teoria do Presidente Mao sobre a continuação da revolução sob a ditadura do proletariado, o povo chinês travou medida por medida uma luta contra os inimigos de classe de dentro e de fora do país. Iniciaram um movimento de educação socialista dentro do país e, na arena internacional, desatou uma polêmica pública com o revisionismo contemporâneo. A reacionária teoria de que “dois integram um” apareceu em tal momento precisamente para satisfazer as necessidades contrarrevolucionárias dos inimigos de classe no país e no mundo.

O Presidente Mao destacou:

“toda coisa se divide em dois”. “Na sociedade humana, assim como na natureza, cada entidade invariavelmente se divide em suas diferentes partes; só há diferenças no conteúdo e na forma sob condições concretas diversas”.

A magistral tese do Presidente Mao de que “um se divide em dois” é uma síntese penetrante e concisa da lei da unidade dos contrários, é um grande desenvolvimento da dialética materialista.

Reconhecer que “um se divide em dois” significa reconhecer que na sociedade socialista ainda existem classes, contradições de classe e luta de classes, existem a luta entre o caminho socialista e o capitalista, o perigo de restauração do capitalismo e a ameaça da agressão e subversão de parte do imperialismo e o social-imperialismo. Para resolver estas contradições é imperativo continuar sob a ditadura do proletariado.

Sem embargo, a reacionária teoria de que “dois integram um” predica que “no caso de qualquer coisa, 'dois integram um'” e que a identidade dos contrários siginifica que eles têm uma “ligação inseparável”, um “ponto comum” e “demanda comum”. Esta falácia reacionária, que tenta conciliar as contradições, liquidar a luta, negar a transformação e opor-se à revolução, é cem por cento metafísica e idealismo burguês. Na essência tem por objetivo “integrar” em um o proletariado e a burguesia, a revolução e a contrarrevolução; se opõe à continuação da revolução sob a ditadura do proletariado e trata de restaurar o capitalismo. Constitui a base da teoria da “extinção da luta de classes” de Liu Shao-chi.

Para abrir campo a suas ideias reaionárias, Yang Sien-chen e companhia apregoaram que “já se falou demais acerca de 'um se divide em dois' e muito pouco sobre 'dois integram um'”. Trabalharam intensamente para atacar o princípio de “um se divide em dois” do Presidente Mao, caluniando-o como “a filosofia de atacar as pessoas”. Mas os intensos ataques da reação só aceleraram seu afundamento geral. Tão logo como fizera sua aparição, a teoria de que “dois integram um” encontrou demolidores golpes do quartel general proletário e das massas revolucionárias. O Presidente Mao dirigiu pessoalmente a luta de crítica a esta teoria reacionária e deu no cravo ao identificar que o núcleo desta teoria revisionista é a conciliação de classes, condenando-a, assim, à morte.

IV

As três importantes lutas na frente filosófica mostram que a confrontação entre os dois lados opostos nesta frente sempre foram um reflexo da luta de classes e da luta entre as duas linhas, que serve a estas lutas e que não devemos considerar a luta em filosofia como somente “controvérsia acadêmica”. Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e seus congêneres atacavam freneticamente o materialismo dialético e o materialismo histórico, difundiam o reacionário idealismo e a metafísica e provocavam uma luta após outra precisamente com o vil afã de sacudir a base filosófica da linha revolucionária proletária do Presidente Mao e criar uma “base teórica” para a linha revisionista contrarrevolucionária que tratava de restaurar o capitalismo.

As três importantes lutas na frente filosófica nos ensinam ademais que a luta entre as duas linhas é, no final das contas, a luta entre as duas concepções de mundo, a proletária e a burguesa. A concepção de mundo de alguém decide que linha defende e segue. O fato de Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e companhia impulsionarem a linha revisionista contrarrevolucionária foi decidido, como causa fundamental, por sua concepção de mundo, seu idealismo e metafísica burgueses. Para aplicar com consciência a linha revolucionária proletária, é imperativo que estudemos conscienciosamente o materialismo dialético e o materialismo histórico, junto com os três grandes movimentos revolucionários – a luta de classes, a luta pela produção e a experimentação científica –, superemos o idealismo e a metafísica em nossa mente e remodelemos com consciência nossa concepção de mundo. Devemos aprender a distinguir o genuino marxismo do falso, a linha correta da errônea.

As três importantes lutas na frente filosófica terminaram com a contundente vitória do pensamento filosófico do Presidente Mao. Mas a luta de classes ainda não terminou. A luta entre o materialismo e o idealismo e a luta entre a dialética e a metafísica nunca terão fim. Devemos levar a cabo uma profunda crítica revolucionária de massas ao idealismo e à metafísica apregoados por Liu Shao-chi e outros falsificadores políticos e arrancar pela raiz o que ficar de sua influência venenosa.


Inclusão 05/11/2011