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Observação: Carta escrita em 1951, quando ele estava em Moscou para receber o “Prêmio Stalin da Paz”. Na época, o Movimento Comunista Internacional lutava pelo “Acordo de Paz”, o fim das guerras a proibição das armas atômicas. No mesmo período, ocorreria em Berlim o III Festival Internacional da Juventude e dos Estudantes, iniciativa da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) e da União Internacional dos Estudantes (UIE). Mobilizando para o evento, a recém-organizada (por resolução publicada no “Manifesto de Agosto”) União da Juventude Comunista (UJC)promovia atividades por todo o país, como campeonatos de futebol e exibições de filmes.
Fonte: Fundação Dinarco Reis
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
“De distantes terras, onde a juventude é livre e feliz, onde todas as perspectivas estão abertas aos moços, saúdo a juventude brasileira reunida em seu primeiro festival.
Nas mãos dos povos do mundo está colocada hoje a defesa da paz ameaçada por um punhado de homens de ambição. Aos povos cabe dizer a última palavra sobre os destinos do mundo, se serão de paz e trabalho, construção e liberdade os nossos dias, ou se serão de guerra e luto, de morte, campos de concentração e lágrimas aflitas de viúvas e órfãos.
A juventude está reservado um lugar na primeira fila dos partidários da paz. É sobre os jovens que se desdobra o maior perigo, é o seu sangue, é o seu futuro que os provocadores de guerra, os pequenos homens do dólar, ameaçam. Em Berlim, no mês de agosto próximo, os jovens vindos dos cinco continentes dirão da sua decisão de ganhar a paz, de impô-la aos mesquinhos provocadores de guerra. Os jovens Brasileiros, descendentes de Castro Alves, estarão entre eles e trarão a mensagem desse festival da juventude brasileira: mensagem de fraternidade para todos os povos do mundo e a exigência de um pacto de paz duradoura que nos permita a construção de uma pátria progressista, livre, democrática, onde a juventude seja feliz.
Desejo ao festival da Juventude Brasileira o maior sucesso.
Ele é uma grande vitória da cultura nacional do Brasil, ameaçada pelos preparativos de guerra, uma vitória de todo o povo brasileiro, uma vitória da causa da Paz mundial”;
Jorge Amado
Moscou, 15 de maio de 1951