A literatura social de Jorge Amado

Vania Bambirra


Fonte: Arquivo Vania Bambirra - https://www.ufrgs.br/vaniabambirra/ - Datilog. S/d. Original incompleto. (Notas de rodapé da autora; interrupções no original incompleto assinaladas entre colchetes e em Notas do Memorial-Arquivo)

HTML: Fernando Araújo.


A exiguidade do tempo que nos foi dado para apresentarmos este trabalho e sobretudo a precariedade de nossos conhecimentos em sociologia da literatura nos impedirá por certo que atinjamos a um nível mais profundo de análise científica da literatura social de Jorge Amado no contexto da sociedade brasileira.

O intelectual, um produto da classe média

A maioria dos intelectuais pertence a um setor da classe média. Isso se deve a fatores de fácil compreensão. O mais importante deles advém do fato de que falta ao operário rural e urbano as condições mínimas para obter a educação. O burguês, porque está sempre voltado para o jogo do mercado, empenhado na aplicação de capitais, na obtenção de lucros, etc. não tem nunca tempo de se dedicar inteiramente à atividade intelectual. Assim, é o indivíduo de classe média que, devido ao seu próprio “status”, encontra condições mais propícias de aperfeiçoar a sua educação, de desenvolver suas potencialidades de criação intelectual. Mas, toda criação expressa a situação em que é criada, portanto, os ideais, os valores, os padrões dominantes de seu ambiente social. E a educação pequeno-burguesa é, portanto, uma educação conservadora cujo objetivo é nítido e preciso pois se identifica com o objetivo fundamental da classe dominante, qual seja, o de manter determinadas normas institucionalizadas. Isso porque a classe média nunca conseguir se definir historicamente como tal, esteve sempre mais marginalizada do que propriamente integrada ao processo social, e isso se explica pelo papel intermediário que desempenha na articulação das relações de produção. Desta forma, ela tende sempre para a classe que detém o poder — quer seja a burguesia ou o proletariado — porque ela é beneficiária e ao mesmo tempo desajustada dentro da estrutura social.

Na classe média brasileira, isso se manifesta através de uma ideologia política do moralismo, que é a demonstração de todo [ilegível](1) em suas várias manifestações quer políticas ou filosóficas.

O intelectual e mentalidade pequeno-burguesa

Apesar de tudo isso que tentamos demonstrar, não podemos considerar o intelectual como um indivíduo totalmente condicionado por determinados padrões de educação, pois ele é um produto mas também um produtor dessa educação. Para existir a possibilidade — bastante maior, sem dúvida, que a do burguês e a do operário — de refletir sobre o produto das reflexões que lhe são transmitidas, analisá-las, compreendê-las e poder se colocar ante o dilema de se deve ou não tentar, pelo menos tentar, superá-las. Contra isso existe toda uma série de resistências culturais, uma infinidade de sistemas filosóficos, muitos dos quais, é interessante ressaltar, levam a consciência a se isolar do mundo, a procurar soluções em si mesma, estimulando no indivíduo uma revolta contra a existência e dando a essa revolta caráter inconsequente socialmente.

Quando o intelectual consegue postular os problemas de uma maneira mais profunda atingindo o cerne de muitas questões que explicam com maior amplitude os problemas sociais, surgem dificuldades de ordem prática e ele se encontrará então entre duas opções bem definidas: ou se adequa à estrutura vigente ou fica marginal a ela, pois se o conteúdo de seu trabalho intelectual tender a contrariar a ordem das instituições, ele estará fadado a fracassar profissional e socialmente. Quem emprega e promove o sociólogo, o economista, o professor, o administrador é o burguês. Toda a ciência social para ser aceita socialmente tem de estar necessariamente comprometida com a sua classe dominante.

Em relação à literatura, no entanto, os mecanismos de defesa do “status quo” não são tão rígidos. Porque, embora a literatura possa abordar as contradições sociais de uma maneira muito profunda, não pode dispor — pelo próprio fato de ser literatura — de um instrumental científico necessário a uma explicação devidamente ampla dos mesmos. Isso talvez explique porque, na sociedade brasileira, a literatura principalmente com Jorge Amado rompe uma série de formalismos endêmicos e começa já a empreender a abordagem dos fatos sociais com toda uma riqueza furtada ao cotidiano, antes de se manifestarem indícios de qualquer das ciências sociais.

Jorge Amado, o “revolucionário”

A literatura de Jorge Amado é uma literatura social. Criado no interior da Bahia — um dos países então mais subdesenvolvidos do Brasil — sempre teve sua preocupação voltada para a problemática regional baiana que vai ser o conteúdo de quase todos os seus livros. Contudo, o moço Jorge Amado tem necessidade de achar algo que explique e responda de alguma forma a tais problemas coletivos. Essa resposta ele vai encontrar aderindo ao Partido Comunista. Não sabemos ao certo se quando foi publicado o seu primeiro romance em 1928 Jorge Amado era militante do Partido Comunista, mas de qualquer forma em “Suor” percebe-se claramente que já se havia decidido pela ideologia do Partido. Todas as suas obras posteriores, com exceção de “Gabriela Cravo e Canela” vão demonstrar que ao autor preocupa sobretudo dar à sua literatura antes um caráter doutrinário do que propriamente estético pois Jorge Amado se pretende um revolucionário. Mesmo assim, o autor de “Mar Morto” e “Capitães da Areia” consegue de uma maneira plena se realizar artisticamente, só podendo ser comparado a um Guimarães Rosa ou a um Graciliano Ramos. “Mar Morto” é o requinte de seu lirismo, são páginas e páginas de prosa poética; já em “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água”, conto publicado recentemente, Jorge Amado consegue fazer com a literatura algo como Chaplin fez tantas vezes no cinema. Servindo-se dos recursos de seus próprios personagens, consegue aliar o cômico ao trágico de uma maneira nunca vista na literatura brasileira.

Resta-nos saber agora de que maneira e em que medida a sua ambição de ser um romancista revolucionário se efetiva através de suas obras.

1o) Enquanto há em seus livros a preocupação de dar conhecimento ao Brasil e ao mundo de toda a miséria baiana, dos desajustes sociais, das contradições entre as diversas classes, enquanto em seus livros existe implicitamente toda uma crítica ao regime social vigente, sua obra é inegavelmente revolucionária. E convém ressaltar que Jorge Amado não se detém apenas na periferia dos problemas, em seus efeitos, mas ele penetra em sua raiz mesma chegando muitas vezes a análises dos processos econômicos e suas implicações sociais. Em “São Jorge dos Ilheus”,(2) para citarmos apenas um exemplo, analisa o mecanismo do processo de transferência da posse da terra e consequentemente da manipulação do poder, dos coronéis para os exportadores e suas consequências econômicas, políticas e sociais.

“— Meus senhores, eu penso, e Karbanks pensa comigo, que devemos aumentar os preços… Pelo que sei a safra da Costa de Ouro tampouco será grande este ano. A seca fez mal aos cacaueiros de lá, vai haver falta de cacau. É um ótimo ano para se começar a subir os preços…
— Mas… — disse Antonio Ribeiro, que não compreendia.
— Fale — a voz de Carlos Zude ordenava.
— Mas … a alta de pouco nos serve. A proporção guardada entre os preços a pagar aos fazendeiros e os que nos serão pagos em Nova York ou em Berlim é quase a mesma, a diferença de lucro é pequena… Em compensação vamos empregar muito mais capital… Não vejo a vantagem, nem vejo o que tem que ver com a questão de segurança.

Carlos Zude olhou o exportador com olhar de piedade. Depois olhou Schwartz e os Rauschning, aqueles estrangeiros certamente compreendiam, não eram tão burros quando Antonio Ribeiro. Notou que os alemães compreendiam e aprovavam, sorriu satisfeito. O poeta viu o dragão sorrindo, um sorriso mortal. Carlos falou com a voz muito calma:

— No entanto é evidente … A alta trará sem dúvida grandes empregos de capital…
— Os fazendeiros vão enriquecer, ficar ainda mais fortes…
— É verdade. As fazendas vão se valorizar muito. E isso é o que devemos desejar. Porque depois…
Fez um silêncio para pronunciar as palavras.
— Virá a baixa…

O mais velho dos Rauschning não resistiu, bateu as mãos uma na outra. Antonio Ribeiro ainda não compreendia direito. Era um homem que tivera sorte nos negócios e montara uma casa exportadora, apenas começava a vida comercial:

— Não entendo direito…

Então o mais velho dos Rauschning, de cabelos brancos e suaves olhos azuis, tomou a palavra e começou a explicar devagarinho, mansamente, exemplificando: uma fazenda de mil arrobas vale hoje tantos contos, com a alta valerá quatro vezes mais, com a baixa valerá depois oito vezes menos. Dava números, era tão claro que entrava pelos olhos. Antonio Ribeiro sentia uma alegria descomunal:

— Subiremos até quanto?
— Até quanto for necessário — disse Carlos. E abaixaremos também o quanto for necessário…
…………………………………………………………………..
— E quando os exportadores forem fazendeiros também, não dependeremos de que os coronéis se resolvam ou não podar as suas roças e de que pequenos lavradores tenham ou não dinheiro para o fazer…”
(São Jorge dos Ilheus, pag. 134, 135).

“O velho mercado desaparecera dando lugar a um novo, um prédio moderno e higiênico, onde a população vinha comprar seus alimentos. Só uma coisa não mudara nas proximidades do mercado, as barracas que, à chegada dos navios, carregados de imigrantes, se levantavam no porto. Eram as mesmas barracas miseráveis, era a mesma gente magra e triste que descia das terras pobres do Norte em busca de trabalho nas terras ricas de cacau. (…) Subiam depois nas segundas-classes dos trens para Itapira, Itabuna, Piranguí e Água Preta, no rosto magro e melancólico uma tênue esperança nessa nova vida. Iam, em geral, pensando em voltar pelo mesmo caminho um ou dois anos depois, com dinheiro junto, voltar para a terra que ficara para trás para plantá-la nos tempos melhores de chuva. Nunca mais voltavam, viviam o resto da vida com a foice ao ombro, o facão ao cinto derrubando os cocos de cacau, podando as roças, secando os grãos nas barracas e nas estufas, sem nunca conseguir saldo, devendo sempre ao armazém da fazenda. De quado em vez um fugia e era preso em Ilheus e entregue às autoridades. Nunca houve um caso de um só ser absolvido, apesar da agitação que, em torno de alguns casos [frase incompleta no original](3)

“Os filhos dos coronéis malandreavam nos cafés e o dr. Rui Dantas, em certa noite de porre, os definira com uma frase, que o poeta Sérgio Moura dizia ser a sua única frase inteligente e justa:
— Somos uma geração fracassada.
O poeta Sergio Moura não concordava com a segunda parte da frase:
— Em compensação sabemos beber, o que pouca gente sabe…”
(Idem, pag. 71)

2o) Na medida em que sua literatura expressa as transformações de um sistema social, de suas normas, de suas instituições, de seus valores, na medida em que retrata as alterações profundas numa estrutura, ainda assim não consegue se efetivar como um romancista revolucionário. Porque, Jorge Amado se propõe a ser revolucionário no sentido da revolução operária, e a sociedade da qual participa e tenta retratar em seus romances é uma sociedade que está sendo revolucionada, mas pela ascensão da burguesia nacional. Em “Gabriela Cravo e Canela” essa revolução burguesa é muito bem retratada. O primeiro capítulo conta um julgamento. Um coronel havia pego a esposa em flagrante traição e a mata juntamente com seu amante. Era a lei da terra que se cumpria. O livro todo segue relatando o processo de transformação política da cidade de Ilheus(4) o caráter progressista da burguesia em contraste com o retrógrado dos coronéis. É toda uma tradição coronelesca que se desboroa cedendo lugar a uma nova ordem social. No fim do livro, como comprovação da existência de uma nova mentalidade popular, “pela primeira vez na história de Ilhéus, um coronel de cacau viu-se condenado à prisão por haver assassinado esposa adultera e seu amante”.

Ora, a literatura social é antes de tudo expressão de uma experiência vivida e construída a cada dia por um povo. Concluímos então que a literatura (e a arte de um modo geral) revolucionária socialista só pode existir onde haja uma revolução socialista. E é a própria história que nos fornece exemplos. A realidade russa de após 1917 permitiu a Eisenstein fazer o célebre “Outubro”. Em Cuba toda arte e cultura do povo começa a se transformar, come [trecho seguinte faltando no original].(5)

[continuação do original](6)[…] que tanto Jorge Amado como sua literatura são produtos típicos da sociedade brasileira. A literatura, enquanto expressão artística da nossa sociedade em seu ingresso num estágio mais avançado do capitalismo; o escritor, enquanto a consciência engajada da única maneira possível, pois se só o Partido Comunista existe no Brasil como partido de esquerda(7) Jorge Amado teria de pertencer a ele a fim de satisfazer a sua necessidade de engajamento. E se só existe o Partido Comunista e não existe um outro partido ou organização qualquer que expresse realmente a classe operária, ou se o próprio Partido Comunista não consegue expressá-la, é principalmente porque o operariado brasileiro não adquiriu ainda consciência de classe suficiente para sentir a necessidade de se organizar. Isso é mais um problema que não podemos estudá-lo aqui.

3o) Enquanto o escritor vê no P.C.B. a única solução para todos os problemas sociais, sua obra tem necessariamente de incorrer nos mesmos erros do P.C.B. motivados pelo seu sectarismo e pela alienação de sua linha política(8) Nesse aspecto sua obra do ponto de vista revolucionário é limitada.
“O Partido Comunista, fez, ao mesmo tempo, um chamado aos pequenos lavradores para que defendessem suas terras contra a ganância dos exportadores e dos grandes coronéis. Era um volante muito bem lançado, mas os pequenos lavradores estavam de cabeça virada, nunca viram tanto dinheiro. O Partido Comunista procurava conseguir que os fazendeiros se reunissem numa cooperativa para exportar seu próprio cacau mas deparava com dificuldades imensas. Era uma ideia capaz de interessar, mas só na baixa os fazendeiros se iriam dar conta de que ela teria sido a sua salvação. Quando tentaram realizá-la já era muito tarde”.
(Idem, pag. 224,225).

Este trecho além de deixar claro que o autor acredita que “só o Partido tem razão” demonstra que o P.C.B. lutava por uma involução histórica querendo fazer cooperativas de fazendeiros…

“— Muito bem, disse Sérgio — Ninguém discute. Assim, em bloco é mais certo. Mas existem os detalhes. Julieta nasceu no luxo, no dinheiro, no conforto. Besteira [trecho ilegível no original] vira lama com facilidade… Ah! Com muita facilidade.
Era de repente sincero, totalmente sincero e ficava agitado:
— Essa coisa que é o Partido… Então você pensa que também nós, intelectuais que vivemos em torno dele sem nunca entrar, que não não o amamos? Nós o amamos, sim, e muito! É para nós a certeza de outro mundo, o mundo que sonhamos na nossa arte, que buscamos no que escrevemos. É a certeza de que ele está sendo construído. Estamos na porta do Partido e não entramos, apesar de todo amor que lhe temos. Não entramos. Ficamos sempre de fora, rondando em torno… como uns perus… Iguais… E por quê? Porque não somos feitos do mesmo barro… Somos feitos de lama… De lama, acredite. Vivemos presos nessa lama até os cabelos… pequenas coisas que agarram, prendem, deformam e matam.
— Cada um procura melhorar… E o Partido Ajuda… Ninguém nasce feito, nem nasce bom nem ruim… O Partido ajuda, faz a gente, forma, endireita.
— Antes um bom simpatizante que um mau militante!”
(Idem, pag. 224)

Tal vinculação ao P.C.B. é considerada por muitos como um fator importante em Jorge Amado porque aponta aos personagens uma perspectiva. Contudo, a doutrinação exacerbada que existe em seus livros cria um clima artificial tendente a uma solução do tipo “standard”. É inegável no entanto que o caráter ideológico que marca a maior parte das obras de Jorge Amado é algo que atinge seus propósitos, principalmente se considerarmos que é um dos escritos mais lidos no Brasil e que seus livros já foram traduzidos para mais de vinte e seis línguas, já foram adaptados alguns deles para o cinema, teatro e rádio. Na juventude de classe média é onde sua literatura tem maior penetração e influência pois a sua colocação dos problemas sociais é muito direta, seu estilo é envolvente e sua convicção muito firme.

“… Joaquim gostava de ler os poemas de Sérgio e influíra mesmo na sua arte, já que fora ele quem criticara certos poemas seus, revolucionários no conteúdo, porém quase esotéricos na forma:
— Operário não entende isso…
— Mas a poesia… — Sérgio começara uma longa explicação.
— Muito bem, companheiro — falou Joaquim sério…
Pode tá certo tudo que você diz. Não entendo disso, pode tá certo, não vou discutir. Você é que é o poeta. Mas veja: para que é essa poesia? Não é para ajudar a revolução?
— É.
— E quem vai fazer a revolução? Os operários, o povo, a gente pobre, não é? Como é que essa poesia vai ajudar a revolução se a gente que vai fazer a revolução não entende o que ela diz? Eu, quando leio o velho Lenine, entendo tudo que ele ensina, e quando leio o velho Stalin, também. Sou um operário, mas aquilo é claro e eu entendo… pense que uma poesia assim é que era boa! (…)

“Conversavam de política, de economia, até de poesia, é verdade. Longas prosas nas noites livres, mas nunca haviam trocado uma palavra sobre suas vidas, nunca, por mais que o desejasse, Sérgio levara até Joaquim um só dos seus problemas íntimos. Não que pretendesse aparecer diante de Joaquim melhor do que era. Certa vez, o chofer, no meio de uma acalorada discussão, lhe dissera:
— Você será sempre um pequeno-burguês…
Sérgio rira e arrematara:
— Pior que isso, Joaquim. São os vícios da origem pequeno-burguesa os vícios da casta intelectual… Um caso sério… (…)
— … a gente conversa, troca opiniões, o senhor me ajuda em coisas que eu não sei direito e o senhor sabe. Aprende. Às vezes digo uns troços pensando que são úteis pro senhor. Sua vida? Não me importa…
Então a voz de Sérgio mudou, não era mais o literato se divertindo com a situação. Sentia-se magoado e ressentido:
— Ninguém é máquina. Nem a revolução é uma máquina…
(…) Joaquim sentia que o poeta estava triste e compreendia onde ela queria chegar:
— Cada homem vale para nós. Vale mais que qualquer coisa, companheiro Sérgio. Os capitalistas têm dinheiro e compram tudo: justiça, polícia, padres, governo, tudo. A gente só tem um capital: os companheiros…”
(Idem, pag. 240, 241, 243)


Notas de rodapé:

(1) Colchetes do Memorial-Arquivo Vania Bambirra. (retornar ao texto)

(2) Ilheus é uma cidade da Bahia localizada no centro de uma região produtora de cacau. Este romance de Jorge Amado retrata esta cidade. (retornar ao texto)

(3) Colchetes do Memorial-Arquivo Vania Bambirra. (retornar ao texto)

(4) Em “Gabriela Cravo e Canela” Jorge Amado se detém fundamentalmente sobre o aspecto político da mudança social. Já em “São Jorge dos Ilheus” se detém no ângulo econômico da mudança. (retornar ao texto)

(5) Colchetes do Memorial-Arquivo Vania Bambirra. (retornar ao texto)

(6) Colchetes do Memorial-Arquivo Vania Bambirra. (retornar ao texto)

(7) O Partido Socialista Brasileiro é inexpressivo e o Partido Trabalhista Brasileiro é manipulado por uma cúpula burguesa, evidentemente nunca pretendeu ser um partido operário. (retornar ao texto)

(8) Não podemos aqui fazer uma análise do P.C.B. entretanto cabe-nos fazer algumas observações a respeito de seu comportamento na sociedade brasileira: Em três pontos estão fundamentalmente as bases de sua alienação: 1) A extrema burocratização do Partido e o conseguente isolamento das massas gerado por uma direção pequeno-burguesa sem capacidade de criar linha própria. Ora, não se pode pretender ser um partido operário sem operários. 2) A irrestrita dependência à União Soviética. Isso fez com que o P.C.B. pautasse sempre a sua conduta em função da política externa da U.R.S.S. em detrimento muitas vezes de exigências inadiáveis da realidade nacional. Tal dependência foi demonstrada pela linha de “desenvolvimento pacífico” adotada por volta de 1945, e com a linha do “anti-imperialismo” ou “nacionalismo” que é a sua atual palavra de ordem. Ainda, o lançamento do famoso Manifesto de Agosto de 1950 que ordenava a formação de uma Frente de Libertação Popular com o fim de derrubar o regime vigente e instaurar um regime Democrata Popular. A formação de tal exército era inteiramente sem sentido. O P.C.B. não tinha as mínimas condições organizacionais para se lançar a tal aventura. Mas, com a ascensão da linha política zhdanovista tinha de ser feito. 3) Carência de teóricos marxistas que assumam a liderança do Partido, o apego a manuais de divulgação do “marxismo” da União Soviética e portanto a falta de uma compreensão sistemática da realidade brasileira. Tudo isso tem determinado que o P.C.B. não tenha atingido ainda um propósito definido dentro da política nacional e que tenha permanecido marginal a esta. (retornar ao texto)

Inclusão: 14/11/2021