César e o seu Legionário

Bertolt Brecht

1942


Primeira Edição: 1949

Fonte: Culturalia GZ

Tradução para o Galego: José André Lôpez Gonçâlez

HTML: Fernando Araújo.

Direitos de Reprodução: Licença Creative Commons licenciado sob uma Licença Creative Commons.


Uma Mínima Introdução

Cesar
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Um antecedente deste belíssimo conto pode ser rastrejado no seu romance inacabado “Die Geschafte des Herrn Julius Caesar“ (Os negócios do Sr. Júlio César) que esteve trabalhando desde 1938 até 1939, já no seu exílio dinamarquês. Sabe-se que a figura de César foi muitas vezes pesquisada polo grande dramaturgo e poeta alemão pois numa carta remetida ao filósofo Karl Korsch em 1937 fala sobre os planos para uma obra que ia ser titulada “César em Paris”. A leitura de Julius Caesar, de Shakespeare, faz parte deste projeto, que Brecht provavelmente tinha em mente antes de 1929. Em 1932 falou com Fritz Sternberg dum plano para uma obra cujo centro haveria de ser a "tragédia de Bruto" onde o argumento teria sido a de que com o assassinato de César não tinham sido eliminadas as contradições sociais, senão apenas subsituições na antiga Roma e a dialéctica interna seria que o ditador assassinado era grande, e só foi substituído por um anão. A fim de conseguir uma obra que indicasse vividamente a luita de classes Brecht decidiu pôr-se a trabalhar nalgumas obras preparatórias: Além do romance inacabado, O negócio do Sr. Júlio César, escreveu o conto César e o seu Legionário (1942) que é o que aqui se apresenta. O romance, se houbesse sido completado, poderia ter atingido quase oitocentas páginas e a obra teatral, é de supor, teria sido muito extensa. Em última análise, o início da procupação de Brecht com Júlio César deve arrancar dos seus dias de escola quando elaborou uma colectânea sobre César baseada no historiador Salústio.

O crítico e biógrafo de Bertolt Brecht, Hans Mayer, na sua obra “Brecht”, Argitaletxe HIRU, S.L., Hondarribia, Guipúzcoa, 1998, assinala: “O fragmento de Os negócios de César, o drama do processo e a condena do general Lúculo e a versão de Coriolano terminada após o regresso, nos anos 1952/53 têm uma relação interna. São três obras da tradição plebeia. Todas tratam dos heróis e dos dominantes dum ponto de vista dos seus adversários, os dominados e oprimidos... Ao dramaturgo e romancista não lhe interessa desmitificar as figuras heróicas, porém situar a acção do herói no quadro geral da situação social e, sobretudo, económica " (páginas 209 a 211)

A história é dividida em dous capítulos, intitulados César e O Legionário de César. Ambas as partes contam a mesma história, a saber, de Caio Júlio César e seu declínio. No primeiro capítulo, a história é descrita a partir da perspectiva do próprio César. A segunda parte é sobre o mesmo acontecimento do ponto de vista de Titus Rarus, um empregado de César. As duas narrativas juntas dão a impressão de que são duas histórias separadas que apenas conectam o tema principal e é interessante a técnica de contar o tema principal como num espelho. A história de César e o seu legionário não é uma narrativa clássica. Brecht baseando-se em escritos historiográficos dos clássicos de Roma transmite uma história muito realista escrita em 1942, quando estava no exílio americano. O texto foi impresso pola primeira vez em 1949, na primeira edição da “Histórias do calendário”.

O grande escritor tenta mostrar, através desta narrativa que o poder nunca pode alcançar uma longa perspectiva. Com efeito, César é um homem de imenso poder mas o seu agir acrescenta a desigualdade social e, ainda que diligencia uma mudança, essa tentativa leva-o diretamente para a morte. Seguindo o seu pensamento marxista, todo ser humano deveria ter igual poder.

Como no romance de Gabriel Garcia Márquez Crônica de uma Morte Anunciada (embora no romance do colombiano, Santiago Nasar não tem consciência disso), César sabe que vai morrer e todo o mundo sabe que isso vai acontecer de forma inelutável, portanto, está claro desde o começo que César morrerá na história de Brecht.

O comportamento de César é muito especial. Se comporta irracionalmente e tenta, em parte, manter o seu poder com actos estranhos. Isso mostra que é controlado pola sua vontade e não pola sua mente racional. Isso explica porque procura ajuda de Cleópatra ou porque quer introduzir a democracia. Ele faz tudo isso para permanecer no poder, mas isso conduzirá-o diretamente à ruína.

A desigualdade social desempenha um papel importante na história. As dívidas da família Scaper somam 300 sestércios, que são uma soma enorme para eles. Para César, no entanto, esse dinheiro significa muito pouco, mas não paga. Embora nunca mencionado, pode-se adivinhar quão alta é a fortuna de César, mas não resta nada para os outros. O lucro desmedido leva à queda dos personagens relevantes e da própria sociedade como um todo segundo o marxismo tornando-se perceptível na história de Brecht, pois no final da história a família Scaper só apanhará consequências negativas.

O texto em alemão foi transcrito de KALENDERGESCHICHTEN, Veroffentlicht im Rowohlt Taschenbuch Verlag GmbH, Hamburg, Januar 1953, mit Genehmigung des Gebr. Weifi Verlages, Berlin, abril de 1975, páginas 60 - 78.

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César e o seu Legionário

1
CÉSAR

Desde o começo de março o ditador sabia que os dias da ditadura estavam contados.

Um forasteiro chegado duma das províncias poderia ter achado a capital mais imponente do que nunca. A cidade crescera enormemente; uma mistura colorida de povos enchia as hospederias sobrelotadas; poderosos prédios do governo estavam prestes a ser concluídos; a cidade fervilhava de projectos; a vida empresarial era normal; Os escravos eram baratos.

O regime parecia fortalecido. O ditador acabava de ser nomeado ditador vitalício e agora preparava a maior de suas empresas, a conquista do Oriente, a tão esperada campanha persa, um verdadeiro segundo Alexander, que não sobreviveria ao mês. O seu poder atingira o auge. O abismo escancarava aos seus pés. A grande sessão do Senado em 13 de março, na qual o ditador comentou num discurso contra a «postura ameaçadora do governo persa» e anunciara ter reunido um exército em Alexandria, capital do Egipto, revelou uma estranha indiferença, até uma atitude fria do Senado. Durante o discurso, uma ominosa lista de somas que o ditador depositara em bancos espanhóis sob um falso nome circulou entre os senadores: o ditador está transferindo os seus ativos privados (110 milhões) para o exterior! Acaso não acreditava na sua guerra? Ou estava planejando não uma guerra contra a Pérsia, mas uma guerra contra Roma?

O Senado aprovou os créditos de guerra, por unanimidade, como de costume.

No palácio de Cleópatra, o centro de todas as intrigas relativas ao Oriente, os principais líderes militares estão reunidos. A rainha egípcia é a verdadeira inspiradora da guerra persa. Bruto, Cássio e outros jovens oficiais felicitam-na polo triunfo da política de guerra com o Senado. A sua ideia de deixar circular a sinistra lista é devidamente admirada e ridicularizada. O ditador terá uma surpresa se tentar aceitar os empréstimos aprovados na City...

Na verdade, César, a quem não escapou a frieza do Senado, apesar de toda a complacência, tem a oportunidade de encontrar uma atitude muito irritante até mesmo na City. Na Câmara de Comércio, conduz os financistas em frente a um enorme mapa pendurado na parede e explica-lhes os seus planos de campanha para a Pérsia e a Índia. Os senhores assentam com a cabeça, mas depois começam a falar da Gália, que foi conquistada há anos, mas na qual novamente estalaram revoltas sangrentas. A «novo ordem» não funciona. Uma sugestão vem: Não seria preferível iniciar no outono a nova guerra? César não responde, sai bruscamente. Os cavaleiros levantam as mãos segundo a saudação romana. Alguém murmura: «O homem tem os nervos perturbados». Será que de repente não querem mais uma guerra?

As interrogações deixam claro um facto surpreendente: as empresas de armamentos preparam febrilmente a guerra; as suas acções disparam; os preços dos escravos também sobem... O que isso significa? Querem a guerra do ditador e negam-lhe o dinheiro para tanto?

Para o fim da tarde, César sabe o que significa: querem a guerra, mas não com ele.

Dá a ordem de prender cinco banqueiros, mas está profundamente abalado, perto de um colapso nervoso, para espanto do seu ajudante, que o viu completamente calmo no meio de batalhas sangrentas. Acalma-se um pouco quando Bruto chega, de quem muito gosta. Afinal não se sente forte o suficiente para ver um dossiê que lhe fora enviado polo seu informante na City. Contém nomes de conspiradores, entre eles o de Bruto.

Preparam um atentado contra a sua vida. O medo de encontrar nomes familiares no grosso dossiê («É tão espesso, terrivelmente espesso») impede o ditador de abri-lo. Bruto precisa dum copo de água quando César finalmente o retorna fechado para abrir o seu secretário - para uma leitura posterior.

Irrompe no palácio de Cleópatra a maior consternação quando Bruto relata pálido e perturbado da existência dum dossiê da conspiração. César pode o ler a qualquer momento. Cleópatra com muito esforço acalma os presentes, apelando para a sua honra de soldados e dá as ordens para fazer as malas.

Entretanto, o Comissário de Polícia apareceu para informar César. É o terceiro neste ano, com apenas dous meses de duração, os dous antecessores foram demitidos por envolvimentos em maquinações. O Comissário garante a segurança pessoal do ditador - apesar da excitação que tem surgido na City pola prisão dos banqueiros, a favor de quem, a propósito, círculos influentes estão movendo-se... A guerra pérsica, da qual o Comissário parece estar convencido, provocará logo, na sua opinião, o silenciamento da oposição. Ao contemplar as extensas medidas de

proteção que se consideram necessárias, César vê através dele uma visão de como vai morrer; porque sabe que morrerá.

Se deixará levar para o Pórtico de Pompeu, descerá do carro, atenderá peticionários, irá ao Templo, procurará com um olhar por um ou outro dos senadores e se sentará numa cadeira. Algumas cerimônias, que ele contempla antecipadamente, serão concluídas. Então os conspiradores - que na visão de César não têm rostos, apenas manchas brancas onde os rostos teriam que ser - avançarão para ele sob um pretexto. Alguém dará-lhe algo para ler, estenderá a mão, o atacarão, morrerá.

Não, não haverá mais guerra para ele no Leste. A maior das suas empresas não acontecerá mais: bastaria para sobreviver ter embarcado num navio que pudesse levá-lo junto das suas tropas em Alexandria, o único lugar onde poderia estar seguro. Quando os guardas vêem alguns cavaleiros irem aos aposentos do ditador no final da noite, ainda pensam que são generais e inspectores de campo que querem discutir a guerra persa. Mas são apenas médicos, o ditador precisa dum sonífero para dormir. O dia seguinte, 14 de março, decorre confuso e penoso. Durante o passeio da manhã na escola de equitação, Caesar tem uma ótima ideia. O Senado e a City estão contra ele, e depois? Se voltará para o povo!

Não foi, outrora, ele mesmo o grande tribuno do povo, a iluminada esperança da democracia? Houve um enorme programa que assustou até a morte o Senado, parcelando as propriedades e concedendo assentamentos baratos para os pobres.

A ditadura? Ponto final na ditadura! O grande César abdicará, se retirará para a vida privada, por exemplo na Espanha...

Foi um homem cansado quem montou a cavalo e se deixou ir abúlico à volta do picadeiro, então a sua atitude aprumou-se (por certos pensamentos relacionados com o povo), puxou as rédeas, tomou o cavalo, montou-o e deixou-o banhado no suor; um homem novo, recomposto deixou a escola de equitação. Não muitos dos do grande jogo se sentem tão confiantes nesta manhã como César... Os conspiradores aguardam a prisão, Bruto coloca guardas nos seus jardins, os cavalos estão aparelhados em vários pontos. Em muitas casas os papiros são queimados. No seu palácio do Tibre, Cleópatra se prepara para o dia da morte. César deve ter lido há muito tempo o dossiê. Faz um banho com cuidado, libera os seus escravos, distribui presentes. Os esbirros deverão chegar em breve. A oposição atacou ontem. Hoje o regime deve contra-atacar.

O despertar do ditador mostra como será a natureza da ofensiva.

Na presença de vários senadores, César fala do seu novo plano. Vai anunciar eleições e abdicar. O seu santo-e- senha: contra a guerra! O cidadão romano conquistará solo itálico, não persa. Pois como é que vive o cidadão romano, o governante do mundo? César descreve-o. Os rostos petrificados assumem a terrível relação do sofrimento do cidadão romano comum. O ditador largou a máscara; quer agitar a turba. Meia hora depois, toda a City o saberá. As inimizades entre a City e o Senado, entre os banqueiros e os oficiais desaparecerão, todos concordarão numa cousa: fora com César!

César sabe que cometeu um erro com o seu discurso mesmo antes de terminar. Claro que não deveria ter sido tão sincero. Muda abruptamente de assunto e tenta-o com o seu comprovado encanto. Os seus amigos não terão nada a temer. As suas propriedades estão seguras. Os caseiros serão providenciados, mas isso será feito com competência do estado, a partir de recursos estatais. Terão um magnífico verão, serão os seus convidados em Baja.

Depois de eles agradecerem o convite e terem se retirado, César ordenou a demissão e prisão do comissário de polícia que libertara os banqueiros presos na noite passada. Seguidamente envia o seu secretário para investigar o ambiente nos círculos democráticos. Agora tudo depende da atitude do povo.

Os círculos democráticos são os políticos dos clubes artesãos há muito desintegrados que desempenharam o papel principal nas eleições durante o grande período da República. A ditadura de César havia quebrado esse aparelho, outrora poderoso, e formado duma seção de membros do clube um guarda civil, os chamados clubes de rua. Também eles foram dissolvidos. Agora, não obstante, o secretário Titus Rarus está procurando os políticos plebeus para sondar a sua opinião.

Fala com um antigo presidente dos caiadores, e depois com um velho líder eleitoral. Os dous homens são extremamente cautelosos, não querem falar de política. Remetem para o velho Carpo, o antigo líder dos trabalhadores da construção, o homem que tem mais influência porque está na prisão. Enquanto isso, César recebe uma grande visita: Cleópatra. A rainha não aguentava mais a tensão. Precisa saber o que lhe reserva a sorte. Está preparada para a morte, todas as artes do Egito foram mobilizadas para ressaltar a sua beleza, famosa em três continentes. O ditador parece não ter pressa. Mostra-se para com ela, como sempre nos últimos anos, com cortesia, pronto a qualquer momento para dar conselhos, sugerindo de quando em vez que poderia ser novamente o seu amante se ela quisesse, apreciador que é ele da incomparável beleza feminina. Mas nem uma palavra de política. Sentam-se no átrio e dão de comer os peixes dourados, enquanto falam do tempo. Ele convida-a para passar em Baja o verão ... Ela não está segura. Ele parece não ter concluído ainda os preparativos para a resposta, provavelmente é tudo. Ela sai afivelando o rosto hirto. César acompanhou-a até a sua liteira, depois vai para os escritórios onde os advogados e secretários trabalham febrilmente sobre o projecto da nova lei eleitoral. O projecto deve permanecer secreto: ninguém tem permissão para sair do palácio. Esta constituição será a mais livre que Roma já conheceu. Claro, agora tudo depende do povo.

Desde que Rarus tarda em voltar - o que pode dar a negociar se esses plebeus devem agarrar com ambas as mãos quando o ditador lhes dá essa oportunidade única? - decide César ir para as corridas de cães. Ele sente a necessidade de fazer contato com as pessoas, e as pessoas podem ser encontradas na corrida de cães. A arena ainda não está cheia. César não entra de camarote, senta-se mais no meio da multidão. Dificilmente precisa temer ser reconhecido, desde que as pessoas só o viram de longe. César observa por algum tempo, então aposta num cão em particular.

Próximo a ele um homem se sentou, dando as suas razões por que acabava de apostar nesse cão. O homem acena com a cabeça. Uma fila mais à frente gera-se uma pequena discussão. Algumas pessoas parecem estar sentadas em lugares errados, donde recém-chegados querem expulsá-las. César tenta falar com seus vizinhos, até sobre política. Respondem com monossílabos, mas então não tarda em perceber que eles sabem quem ele é: fora sentar-se entre a sua polícia secreta.

Com raiva, levanta-se e sai. A propósito, o cão em que apostou vem de ganhar...

Em frente da arena, encontra o seu secretário, que vem à sua procura. Não tem boas notícias. Ninguém quer negociar. Em toda parte há medo ou ódio. Principalmente o último. O homem em quem confia é Carpo, o obreiro da construção civil. César escuita sombriamente. Entra na sua liteira e é levado para a Prisão dos Mamertinos. Vai falar com Carpo.

Tem que pesquisar primeiro por Carpo. De tal maneira há tantos antigos prisioneiros plebeus que apodrecem por dezenas nessas casamatas. Mas depois de algumas idas e vindas, o trabalhador de construção Carpo é içado dum buraco por longas cordas, e agora o ditador pode falar o homem a quem o povo de Roma tem confiança.

Sentam-se em frente um do outro e observam-se. Carpo é um homem velho, talvez não tenha mais anos que César, mas parece ter polo menos oitenta anos de idade. Muito velho, muito caduco, mas não vencido. César, sem hesitação, desenvolve o seu plano sem precedentes para restabelecer a democracia, anunciar eleições, retirar-se para a vida privada e assim por diante. O velho nem diz sim, nem diz não, fica em silêncio. Olha fixamente para César e não lança som algum. Quando César se retira, é abaixado com longas cordas de volta no seu buraco. O sonho da democracia acabou. É claro: eles desejam uma revolução, mas não a querem com ele. Conhecem-no muito bem.

Quando o ditador regressa para casa, o secretário tem certa dificuldade em fazer os guardas entenderem quem ele é. São guardas novos. O novo comissário removeu os guardas romanos e destacou uma coorte negra no palácio. Os negros são mais seguros, não entendem o latim e, assim, podem ser mais difíceis serem infectados polo ambiente na cidade. César agora sabe qual é o clima da cidade...

A noite no palácio decorre inquieta. César se levanta várias vezes e caminha polo vasto palácio. Os negros bebem e cantam. Ninguém se preocupa com ele, ninguém o reconhece. Escuita as suas canções tristes e sai para os estábulos para visitar o seu cavalo favorito. Polo menos o cavalo reconhece-o... A Roma eterna durme um sono inquieto. Apenas fora dos abrigos noturnos ainda ficam artesãos arruinados à procura de três horas de sono e lêem grandes cartazes meio arrancados que recrutavam soldados para a guerra no Leste, que não terá lugar. Nos jardins da «jeunesse dorée», desapareceram os guardas da noite passada. Dos palácios, saem vozes embriagadas. Através dum portão sul sai uma pequena cavalgada: A rainha do Egito deixa embuçada a capital... Às duas da manhã César lembrou de algo, se levanta e vai em camisola para a ala do palácio onde os juristas ainda trabalham sobre a nova Constituição. Ordena-lhes ir dormir.

Ao amanhecer, César é informado de que o seu secretário, Rarus, foi assassinado durante a noite. As suas conversas com políticos plebeus parecem ter sido espionadas, e das escuras, mãos poderosas aproveitaram a ocasião. As mãos de quem? As listas dos nomes dos conspiradores que estavam no seu poder desapareceram.

Ele foi assassinado no palácio. Portanto, o palácio não é mais seguro para os partidários do ditador. Ainda o é para o próprio ditador? César fica muito tempo em frente do catre em que jaz o secretário morto, o seu último confidente, a quem essa confiança custou a sua vida.

Saindo do quarto é empurrado por um guarda bêbado que não pede desculpas. César olha em volta várias vezes nervosamente enquanto caminha polo corredor. No átrio, estranhamente deserto - ninguém compareceu ao toque da alvorada - encontrou um mensageiro de António; O Cônsul e o seu sequaz dizem-lhe que de modo algum deve ir ao Senado hoje. A sua segurança pessoal está ali ameaçada. César manda dizer a Antônio que não irá ao Senado. - Ordena que o levem para a casa de Cleópatra passando em frente a longa fila de peticionários madrugadores em frente ao seu palácio. Talvez Cleópatra financiasse a sua campanha? Então não precisaria nem da City nem do povo. Cleópatra não está em casa. A casa está fechada. Ela parece ter ido embora por um longo tempo... De volta ao palácio. O portão está estranhamente aberto. É evidente que a guarda foi retirada. O Senhor do mundo se inclina para fora da sua liteira e olha para a sua casa, aonde não ousa entrar.

Poderia reclamar uma escolta de António. Mas desconfia de todas as escoltas. Melhor continuar sem escolta, não terá polo menos que a recear. Para onde se dirigir? Dá a ordem. Encaminha-se para o Senado.

Continua deitado na sua liteira, sem olhar para a direita nem para a esquerda. Manda que o levem para o Pórtico de Pompeu. Desce. Atende os peticionários. Entra no Templo. Olha para um senador e cumprimenta-o. Senta na sua cadeira. Continuam algumas cerimônias. Então, sob um pretexto, os conspiradores se aproximam dele. Deixaram de ter manchas brancas no semblante, como no seu sonho de dous dias atrás; todos eles têm rostos, os dos seus melhores amigos. Alguém lhe dá algo para ler, pega no documento. Eles caem sobre ele.

2
O Legionário de César

Ao amanhecer, um carro de bois atravessa a Campagna verdejante e primaveral em direção a Roma. É um inquilino e veterano do exército de César, Terentius Scaper, de cinquenta e dois anos, que viaja com os familiares e os efeitos domésticos. Os seus rostos rebelam preocupação. Foram expulsos por dívidas de arrendamento da sua pequena casa de campo. Apenas Lucilia, de dezoito anos, aguarda com expectativa a grande cidade fria mais feliz. É ali que mora o seu noivo. Ao aproximarem-se da cidade, percebem a iminência de eventos extraordinários. O controle das barreiras é muito rigoroso e, ocasionalmente são parados por patrulhas militares. Circulam rumores duma iminente grande guerra na Ásia. O velho soldado olha as barracas de alistamento tão familiares para ele, ainda vazias de madrugada; ele vive. César está planejando novas campanhas triunfais. Terentius Scaper chega com tempo. É o 13 de março do ano 44.

Por volta das nove horas da manhã, o carro de bois atravessa o pórtico de Pompeu. Multidões aguardam a chegada de César e dos senadores para uma reunião no Templo, onde o Senado deve receber «uma importante declaração do ditador». A guerra é o centro de todas as conversas, mas para surpresa de Scaper, as patrulhas militares tentam levar as pessoas a seguirem caminho. Todas as discussões páram quando os soldados se oferecem à vista. O veterano tenta apenas passar o carrinho. No meio do caminho, levanta-se na carroça e grita bem alto: «Viva César!». Surpreso, confirma que ninguém responde ao seu chamado.

Um pouco irritado, leva a sua pequena família para uma pousada barata nos subúrbios e sai à procura do seu futuro genro, o secretário de César, Tito Rarus. Rejeita o acompanhamento de Lucilia. Primeiro tem que «ajustar contas» com o jovem.

Comproba que é muito difícil entar no palácio de César no Fórum. O controle, especialmente das armas, é bem rigoroso. O ar está espesso.

Dentro é informado que o ditador tem mais de dous centos secretários. Ninguém conhece o nome Rarus.

De facto, por três anos, Rarus não teve oportunidade de saudar o seu chefe na ala da biblioteca do palácio. É o secretário literário de César e trabalhou cooperando no trabalho sobre gramática. A obra está intocada pois o ditador não tem tempo para essas cousas. Rarus não cabe em si de feliz quando o velho soldado entra. O quê, Lucilia está aqui em Roma? Sim, ela está aqui, mas isso não é motivo para estar feliz. A família foi posta na rua. Principalmente por culpa da Lucilia. Ela poderia ter sido um pouco mais complacente com o senhorio, o fabricante de couro Pompilius... Tanto mais, quando Rarus não apareceu! O jovem defende-se apaixonadamente. Ele não conseguiu ter férias. Fará tudo para ajudar a família. Vai procurar um adiantamento da administração. Usará as suas conexões em benefício de Terentius Scaper. Por que o veterano não deveria ser promovido a capitão, afinal, uma grande guerra está prestes a acontecer!

Ruído de passos e tilintar de espadas ouvem-se no corredor, a porta se abre de golpe: César está no umbral.

O pequeno secretário fica paralisado sob o olhar escrutador do grande homem. Pola primeira vez em três anos, vê César novamente na sua sala de trabalho! Não suspeita que o seu destino acabou de chegar à soleira daquela porta.

César não veio trabalhar na sua gramática. O problema é que ele está procurando uma pessoa em quem possa confiar, por isso uma pessoa difícil de encontrar neste palácio. Ao passar diante da biblioteca, viu-se-lhe a ideia do seu secretário literário, um jovem que nada tem a ver com política. Talvez ele não tenha sido subornado... Dous guarda- costas inspecionam Scaper em busca de armas e lançam-no fora do escritório. Sai orgulhosamente: o seu futuro genro não parece ser o último neste palácio. O grande César procura-o, o que é um sinal favorável.

Rarus também está sendo revistado por armas. Mas em seguida o ditador confia-lhe um encargo. Deveria ir a um certo banqueiro espanhol e perguntar-lhe donde provém a misteriosa resistência da City contra a guerra de César no Leste.

O veterano, entretanto, espera em frente do palácio polo jovem. Quando aquele não sai - na verdade ele usa uma porta das traseiras - Scaper vai embora para avisar a sua família sobre o bom augúrio. De caminho passa por uma agência de alistamento. Apenas rapazolos se inscrevem para o serviço de armas. Vai ser bom com a proteção ser promovido a capitão. Para soldado é provavelmente muito velho. Ele ainda entra em algumas tabernas e, quando chega à pequena pousada nos subúrbios, está algo borracho. Ali sente-se na pele de capitão Terentius Scaper, e sua raiva se volta contra o rapaz de Lucilia, que continua sem aparecer. Então o alto secretário não tem tempo para cumprimentar a sua noiva? E de que a família vai viver? Polo menos trezentos sestércios são necessários imediatamente. Lucilia terá que se dignar visitar o fabricante de couro, pedindo-lhe dinheiro emprestado. Lucilia chora. Não entende porque é que Rarus não se apresenta. O Sr. Pompilius não hesitará em dar-lhe os trezentos sestércios, mas não fará isso por nada. Seu pai fica muito bravo. Não há dúvida de que o jovem não «se decide» mais. Há que lhe pegar fogo no rabo. Importa não lhe dar a entender que se depende dele. Deve ver que há outras pessoas que apreciam Lucilia. Lucilia parte chorando procurando avistar por Rarus.

Rarus está agora de volta no palácio. Recebeu um dossiê do banqueiro espanhol que entregou a César. Agora tenta um adiantamento da Administração. Experimentou um choque profundo. Em vez de conseguir dinheiro é interrogado. Onde é que esteve? Qual foi o encargo confiado polo ditador? Recusa responder e descobre que está despedido.

Lucilia tem melhor sorte. No entanto, no escritório do industrial de coiros, a primeira cousa de que é informada é que o Sr. Pompilius está preso. Os escravos ainda excitados discutem o inacreditável evento, compreensível apenas porque o diretor ultimamente expressou a sua irritada oposição ao ditador, quando o Sr. Pompilius faz a sua entrada sorridente. «É claro», que não se podia manter ele e os outros cavaleiros da City na cadeia. Felizmente, ainda existem algumas influências na polícia. O Sr. César já não é assim tão poderoso nestes dias ... Lucilia não voltou quando Rarus finalmente chega à pousada. O veterano está sem humor, e a família não quer manifestar onde se encontra Lucilia.

Rarus não trouxe consigo os trezentos sestércios. Não se atreve a confessar que foi despedido, limitando-se a dizer em voz baixa que simplesmente não conseguiu ir à Administração. Chega a pouco Lucilia banhada em lágrimas e cai nos seus braços. Mas Terentius Scaper não vê razão para ser particularmente diplomático. Descaradamente pergunta Lucilia sobre o êxito da sua diligência. Sem olhar nos olhos de Rarus, entrega ao pai os trezentos sestércios. Rarus não tem dificuldade em saber donde vem o dinheiro: Lucilia esteve com o industrial de coiros!

O jovem arrancou o dinheiro das mãos do velho. Ele próprio o restituirá ao Sr. Pompilius de manhã. O mais tardar às oito da manhã, entregará a Lucilia na pousada o dinheiro suficiente. Depois levará o pai à presença do comandante da guarda do palácio para discutir o assunto do posto de capitão.

O veterano resmunga mas dá a sua aprovação. Ao fim e ao cabo, não poderá ser difícil ao confidente do governante do mundo ajudar a família dum velho legionário merecedor...

Na manhã seguinte, porém, a família Scaper espera em vão por Rarus.

Conduziram-no à presença de César no início da manhã. O ditador lê-lhe na biblioteca um discurso de muitos anos atrás, onde ele desenvolveu o seu programa democrático. Depois, o secretário foi para os subúrbios para sondar a opinião de vários políticos plebeus a respeito do que eles diriam sobre a reintrodução da democracia. O ditador, aliás, ordenou que a guarda do palácio fosse substituída e o seu chefe, que interrogou Rarus no dia anterior, fosse preso. Terentius Scaper começa a ficar pessimista. Não acredita mais no noivo de sua filha. Ela chorou a noite toda, gritando furiosa para ele e para a mãe, o que o fabricante de coiros exigia dela. Sua mãe tomou partido por ela. O veterano decide alistar-se como soldado numa agência de recrutamento. Depois de muita hesitação confessa a sua família que acredita que está velho demais para o alistamento. A família o ajuda de boa vontade com o rejuvenescimento. Lucilia empresta-lhe o bastão de maquiagem e o filho mais novo corrige-lhe a marcha.

Mas quando ele chega em frente à agência de recrutamento com o ar remoçado, esta está fechada. Os rapazes parados em frente falando sobre isso, comentam excitados o boato de que a guerra no Oriente foi cancelada. Desolado, o veterano de dez guerras cesarianas retorna para o seio da sua família e depara numa carta de Rarus para Lucilia onde refere que grandes acontecimentos estavam a vir. Uma lei está sendo preparada para permitir que os veteranos de César recebam arrendamentos e subsídios estatais. A família estala de alegria. A carta de Rarus, escrita de manhã, está desactualizada quando Terentius Scaper a lê. A pesquisa do secretário mostrou que os antigos políticos plebeus, perseguidos por anos por César, não confiam mais nas suas maqinações políticas. Aliás, Rarus, que sente que o siguem polo caminho, procura em vão o seu senhor no palácio e só o encontra no circo na corrida de cães no final da tarde. No caminho para o palácio, ele conta a César o facto perturbante. Depois dum longo silêncio faz de repente, ciente do imenso perigo em que o ditador se encontra, uma sugestão desesperada: César deve deixar a cidade naquela noite secretamente e tentar fugir para Brundisium, a fim para de ali, de navio alcançar Alexandria e o seu exército. Ele promete ter uma junta de bois pronta para ele. O ditador, abatido no seu assento da liteira, não responde.

Mas Rarus está decidido a preparar essa fuga. O crepúsculo cai sobre uma imensa e agitada Roma, enquanto ele negocia com o porteiro do Porticus do Sul. Um carro de bois deverá ser autorizado a passar depois da meia-noite, sem exigir o salvo-conducto. Entrega tudo o que tem de dinheiro para a guarda. Exactamente trezentos sestércios.

Às nove horas, aparece na pousada dos Scapers. Abraça Lucilia. Pede à família que o deixe sozinho com Terentius Scaper. Aproxima-se do veterano e pergunta-lhe: «O que farias por César?» «Como vai a cousa do arrendamento?», Pergunta Scaper. «Isso está fora da questão», diz Rarus.

«E o posto de capitão “ardeu”?», Pergunta Scaper. «O posto de capitão acabou», responde Rarus. «Mas tu ainda sigues sendo secretário dele?» «Sim».

«E encontras-te com ele?» «Sim».

«E não está no teu poder que faça algo por mim?»

«Ele não pode fazer mais nada por ninguém. Tudo se desmoronou. Irão assassiná-lo amanhã como se fosse um rato. Portanto, o que estás disposto a fazer por ele?», Perguntou o secretário.

O velho veterano olha para ele sem acreditar. O grande César está perdido? Tão perdido que ele, Terentius Scaper, tenha que ajudá-lo? «Como poderei ajudá-lo?», pergunta com voz rouca. «Prometi-lhe um carro de bois», o secretário diz baixinho. «Deverás esperar por ele à meia-noite no Porticus do Sul.»

«Não vão me deixar passar com o carro.» «Deixarão. Paguei-lhes eu trezentos sestércios.»

«Trezentos sestércios? Os nossos?» «Sim.»

O velho crava nele os olhos por um momento quase com fúria. Por um momento os seus olhos se enchem da insegurança meditativa de meia-vida na disciplina militar e se afasta murmurando. Resmunga: «Talvez seja um negócio tão bom quanto qualquer outro. Uma vez que ele estiver fora, poderá retribuir o favor.» Voltou a assumir o que sempre definiu a sua vida: ter novamente esperança.

Mais difícil para Rarus é convencer Lucilia. Desde que ela o viu novamente em Roma, nunca esteve a sós com ela. Nem ele nem o pai lhe disseram o que o manteve afastado nos últimos dias. Agora ela descobre-o. O seu jovem noivo está com César. Ele é o único em quem pode confiar o senhor do mundo. Mas não pode ir com ela por quinze minutos até uma taverna na Travessa dos Caldeireiros? Não pode César passar quinze minutos sem ele?

Rarus a leva para a Travessa dos Caldeireiros. Mas não chegam a entrar na taverna. Rarus de repente percebe que está sendo seguido novamente. Dous indivíduos escuros espiam-no aonde quer que ele vá desde a manhã. Os namorados separam-se assim em frente à pousada. Lucilia corre junto da mãe e conta-lhe radiante o quão próximo o seu rapaz está do grande César. Entretanto, o jovem tenta em vão livrar-se dos perseguidores.

Antes da meia-noite, ficará sabendo o que significa estar perto dos poderosos. Às onze horas, Rarus está de volta ao palácio. Um regimento de negros rende guarda no palácio. Os soldados estão quase sempre embriagados.

No seu pequeno quarto atrás da biblioteca, procura febrilmente o dossiê que o banqueiro espanhol entregou a César no dia anterior. César não o leu. Este dossiê contém os nomes dos conspiradores. Encontra todos eles. Bruto, Cássio, toda a jeunesse dorée de Roma, muitos deles, a quem César considera seus amigos. Ele deve ler o dossiê imediatamente, ainda esta noite. Isso fará convencê-lo de procurar o carro de bois de Terentius Scaper.

Pega no dossiê e sai. Os corredores estão meio escuros, da outra ala vêm cantos de borrachos.

Na entrada do átrio, dous negros gigantescos estão de sentinela. Não querem deixá-lo passar. O que ele diz não o entendem.

Tenta-o numa direção diferente, o palácio é enorme. Aqui, também, há guardas negros e não alcança passar. Tenta corredores e jardins da frente, onde se pode aceder subindo polas janelas, mas tudo está trancado.

Esgotado, retornando ao seu quarto, julga reconhecer as costas de um homem ao fundo do corredor. É um dos seus perseguidores.

Temeroso, corre para o seu quarto e tranca a porta. Não acende a luz e espreita da janela para o pátio. Ali está o segundo perseguidor diante da sua janela. É inundado de suores frios.

Fica sentado no quarto escuro por um longo tempo, em alerta. Há uma batida na porta uma vez. Rarus não abre. Não vê o homem que se afasta depois de algum tempo esperando na sua porta: César. A partir da meia-noite, Terentius Scapers mantém o carro de bois na frente do Porticus do Sul. O veterano só disse à esposa e aos filhos que deve transportar uma carga que o levará longe de Roma por alguns dias. Lucilia e sua mãe deveriam ter com Rarus, que cuidaria delas.

No entanto, ninguém chega ao porticus do sul naquela noite para subir no carro de bois.

No madrugada de 15 de março, o ditador é informado de que seu secretário foi assassinada no palácio durante a noite. A lista com os nomes dos conspiradores desapareceu. César encontrará os titulares desses nomes essa manhã no Senado e cairá às punhaladas.

Um carro de bois, conduzido por um velho soldado e caseiro arruinado, rolará de volta para uma hospedaria nos subúrbios, onde espera uma pequena família a quem o grande César deve trezentos sestércios ...

★ ★ ★

CÄSAR UND SEIN LEGIONÄR

1
Cäsar
capa

Seit Anfang März wußte der Diktator, daß die Tage der Diktatur gezählt waren.

Ein Fremder, aus einer der Provinzen kommend, hätte die Hauptstadt vielleicht imposanter denn je gefunden. Die Stadt war außerordentlich gewachsen; ein buntes Gemisch von Völkern füllte die platzenden Quartiere; mächtige Regierungsbauten standen vor der Vollendung; die City brodelte von Projekten; das Geschäftsleben zeigte normale Züge; Sklaven waren billig.

Das Regime schien befestigt. Der Diktator war eben zum Diktator auf Lebenszeit ernannt worden und bereitete nunmehr das größte seiner Unternehmen vor, die Eroberung des Ostens, den lange erwarteten persischen Feldzug, einen wahren zweiten Alexanderzug-Cäsar wußte, daß er den Monat nicht überleben würde. Er stand auf dem Gipfel seiner Macht. Vor ihm lag also der Abgrund. Die große Senatssitzung am 13. März, in der der Diktator in einer Rede gegen die «drohende Haltung der persischen Regierung» Stellung nahm und Mitteilung davon machte, daß er in Alexandria, der Hauptstadt Ägyptens, ein Heer zusammengezogen hatte, enthüllte eine merkwürdig indifferente, ja kühle Haltung des Senats. Während der Rede kursierte unter den Senatoren eine ominöse Liste der Summen, welche der Diktator unter falschem Namen in spanischen Banken deponiert hatte: Der Diktator verschiebt sein Privatvermögen (110 Millionen) ins Ausland! Glaubte er nicht an seinen Krieg? Oder beabsichtigte er überhaupt nicht einen Krieg gegen Persien, sondern einen Krieg gegen Rom?

Der Senat bewilligte die Kriegskredite, einstimmig, wie gewöhnlich.

Im Palais der Kleopatra, dem Zentrum aller Intrigen, den Osten betreffend, sind führende Militärs versammelt. Die ägyptische Königin ist die eigentliche Inspiratorin des persischen Krieges. Brutus und Cassius sowie andere junge Offiziere gratulieren ihr zum Triumph der Kriegspolitik mi Senat. Ihr Einfall, die ominöse Liste kursieren zu lassen, wird gebührend bewundert und belacht. Der Diktator wird sich wundern, wenn er versuchen wird, die bewilligten Kredite in der City aufzunehmen...

Tatsächlich hat Cäsar, dem die Kälte des Senats bei aller Willfährigkeit nicht entgangen ist, Gelegenheit, auch bei der City eine höchst irritierende Haltung festzustellen. In der Handelskammer führt er die Finanzleute vor eine riesige Landkarte, aufgehängt an der Wand, und erläutert ihnen seine Feldzugspläne für Persien und Indien. Die Herren nicken, beginnen aber dann von Gallien zu sprechen, das seit Jahren erobert ist, in dem aber schon wieder blutige Aufstände ausgebrochen sind. Die «Neue Ordnung» funktioniert nicht. Ein Vorschlag kommt: Könnte man den neuen Krieg nicht lieber erst im Herbst beginnen? Cäsar antwortet nicht, geht brüsk hinaus. Die Herren erheben die Hände zum römischen Gruß. Jemand murmelt: «Keine Nerven mehr, der Mann.» Wollen sie plötzlich keinen Krieg mehr?

Anfragen ergeben eine verblüffende Tatsache: Die Rüstungsbetriebe bereiten fieberhaft den Krieg vor; ihre Aktien gehen sprunghaft in die Höhe; auch die Sklavenpreise ziehen an... Was bedeutet das? Sie wollen den Krieg des Diktators und verweigern ihm das Geld dafür?

Gegen Abend weiß Cäsar, was es bedeutet: Sie wollen den Krieg, aber nicht mit ihm.

Er gibt den Befehl, fünf Bankiers zu verhaften, jedoch ist er tief erschüttert, einem Nervenzusammenbruch nahe, zum Erstaunen seines Adjutanten, der ihn inmitten blutiger Schlachten vollständig ruhig gesehen hat. Er beruhigt sich etwas, als Brutus kommt, den er sehr liebt. Immerhin fühlt er sich nicht stark genug, ein Dossier einzusehen, das ihm sein Gewährsmann in der City geschickt hat. Es enthält Namen von Verschworenen, darunter den des Brutus.

Sie bereiten einen Anschlag auf sein Leben vor. Die Furcht, in dem dicken Dossier («Es ist so sehr dick, schrecklich dick») auch vertraute Namen zu finden, hält den Diktator ab, es zu öffnen. Brutus benötigt ein Glas Wasser, als Cäsar es endlich ungeöffnet seinem Sekretär zurückgibt - zu späterer Lektüre.

Größte Bestürzung bricht im Palais der Kleopatra aus, als Brutus bleich und verstört berichtet, daß ein Dossier über das Komplott existiert. Jeden Augenblick kann Cäsar es lesen. Kleopatra beruhigt mit Mühe die Anwesenden, an ihre Soldatenehre appellierend, und gibt selber den Befehl zu packen.

Bei Cäsar ist inzwischen der Polizeiädil zum Vortrag erschienen. Er ist der dritte in diesem Jahr, das erst zwei Monate lang ist, die zwei Vorgänger sind als in Komplotte verwickelt abgesetzt worden. Der Ädil garantiert die persönliche Sicherheit des Diktators - trotz der Aufregung, die in der City über die Verhaftung der Bankiers entstanden ist, für die sich übrigens einflußreiche Kreise verwenden ... Der persische Krieg, von dessen baldiger Einleitung der

Ädil überzeugt zu sein scheint, wird seiner Ansicht nach die Opposition zum Verstummen bringen. Während er die umfangreichen Schutzmaßnahmen auseinandersetzt, die er für nötig hält, sieht Cäsar durch ihn hindurch wie in einer Vision, wie er sterben wird; denn er wird sterben.

Er wird sich zum Porticus des Pompejus tragen lassen, dort aussteigen, Bittsteller abfertigen, in den Tempel gehen, den oder jenen der Senatoren mit einem Blick suchen und begrüßen, sich auf einen Stuhl setzen. Einige Zeremonien werden abgewickelt werden, er sieht sie vor sich. Dann werden die Verschworenen - in Cäsars Vision haben sie keine Gesichter, nur weiße Flecken, wo die Gesichter sitzen müßten - auf ihn zutreten, unter einem Vorwand. Jemand wird ihm was zu lesen geben, er wird danach greifen, sie werden über ihn herfallen, er wird sterben.

Nein, es wird für ihn keinen Krieg im Osten mehr geben. Das größte aller seiner Unternehmen wird nicht mehr stattfinden: Es hat darin bestanden, lebend auf ein Schiff zu kommen, das ihn zu seinen Truppen nach Alexandria führen könnte, zu dem einzigen Ort, wo er vielleicht sicher wäre. Wenn die Wachen spät abends einige Herren in die Gemächer des Diktators gehen sehen, denken sie immer noch, es seien Generäle und Feldinspektoren, die den persischen Krieg besprechen wollen. Aber es sind nur Ärzte, der Diktator braucht ein Schlafmittel. Der nächste Tag, es ist der 14. März, verläuft wirr und peinvoll. Bei dem morgendlichen Ritt in der Reitschule hat Cäsar einen großen Einfall. Senat und City sind gegen ihn, was weiter? Er wird sich an das Volk wenden!

War er nicht einmal der große Volkstribun, die weise Hoffnung der Demokratie? Da gab es doch ein riesiges Programm, mit dem er den Senat zu Tode erschreckte, Aufteilung der Landgüter, Siedlungen für die Armen.

Die Diktatur? Keine Diktatur mehr! Der große Cäsar wird abdanken, sich ins Privatleben zurückziehen, zum Beispiel nach Spanien...

Ein müder Mann hat das Pferd bestiegen, sich willenlos mi Kreis der Reitschule herumtragen lassen, dann hat sich seine Haltung (bei bestimmten Gedanken - an das Volk) gestrafft, er hat die Zügel angezogen, das Pferd herangenommen, es in Schweiß geritten; ein erfrischter neuer Mann verläßt die Reitschule. Nicht viele von denen, die das große Spiel spielen, fühlen heute morgen so zuversichtlich wie Cäsar... Die Verschworenen erwarten die Verhaftung, Brutus stellt Wachen in seinen Gärten aus, an verschiedenen Punkten stehen Pferde bereit. In manchen Häusern werden Papyri verbrannt. In ihrem Palais am Tiber bereitet sich Kleopatra auf den Tag des Todes vor. Cäsar muß das Dossier jetzt längst gelesen haben. Sie macht sorgfältig Toilette, läßt ihre Sklaven frei, verteilt Präsente. Die Schergen müssen bald kommen. Die Opposition hat gestern zugeschlagen. Heut muß der Gegenschlag des Regimes erfolgen.

Beim Lever des Diktators zeigt es sich, wie der Gegenschlag aussehen wird.

In Gegenwart mehrerer Senatoren spricht Cäsar von seinem neuen Plan. Er wird Wahlen ausschreiben, abdanken. Seine Parole: gegen den Krieg! Der römische Bürger wird italischen Boden erobern, nicht persischen. Denn wie lebt der römische Bürger, der Beherrscher der Welt? Cäsar beschreibt es. Steinerne Gesichter nehmen die fürchtbare Beschreibung der Not des gemeinen römischen Bürgers entgegen. Der Diktator hat die Maske fallenlassen; er will den Mob aufwiegeln. Eine halbe Stunde später wird es die ganze City wissen. Die Feindschaften zwischen City und Senat, zwischen den Bankiers und den Offizieren werden verschwinden, alle werden sich in einem einig sein: Weg mit Cäsar!

Cäsar weiß, daß er mit seiner Rede einen Fehler begangen hat, bevor sie zu Ende ist. Er hätte natürlich nicht zu offen sein dürfen. Er wechselt abrupt das Thema und versucht es mit seinem altbewährten Charme. Seine Freunde werden nichts zu fürchten haben. Ihre Landgüter sind sicher. Man wird den Pächtern helfen, zu Land zu kommen, aber das wird der Staat machen, aus Staatsmitteln. Man wird einen schönen Sommer bekommen, sie werden seine Gäste in Bajä sein.

Wenn sie sich für die Einladung bedankt haben und gegangen sind, ordnet Cäsar die Entlassung und Verhaftung des Polizeiädilen an, der die verhafteten Bankiers schon am gestrigen Abend wieder freigelassen hat. Dann schickt er seinen Sekretär aus, die Stimmung in den demokratischen Kreisen zu sondieren. Jetzt kommt alles auf die Haltung des Volkes an.

Die demokratischen Kreise, das sind die Politiker der längst aufgelösten Handwerkerklubs, die in der großen Zeit der Republik die Hauptrolle bei den Wahlen gespielt haben. Cäsars Diktatur hat diesen Apparat, einst mächtig, zerbrochen und aus einem Teil der Klubmitglieder eine Zivilgarde gebildet, die sogenannten Straßenklubs. Auch sie sind aufgelöst worden. Aber jetzt sucht der Sekretär Titus Rarus die plebejischen Politiker auf, um ihre Stimmung zu sondieren.

Er spricht mit einem früheren Obmann der Tünchergilde, dann mit einem früheren Wahleinpeitscher, der Kneipenwirt ist. Die beiden Männer zeigen sich ungeheuer vorsichtig, abgeneigt, über Politik zu reden. Sie verweisen auf den alten Carpo, den früheren Führer der Bauarbeiter, einen Mann, der am meisten Einfluß haben muß, da er im Gefängnis sitzt. Inzwischen hat Cäsar großen Besuch bekommen: Kleopatra. Die Königin hat die Spannung nicht mehr ausgehalten. Sie muß wissen, wie es um sie steht. Sie ist aufgemacht für den Tod, alle Künste Ägyptens sind aufgeboten worden, ihre Schönheit, berühmt in drei Kontinenten, zu mobilisieren. Der Diktator scheint Zeit zu haben. Er ist zu ihr, wie immer in den letzten Jahren, von ausgesuchter Höflichkeit, bereit, jederzeit einen Rat zu geben, hin und wieder andeutend, daß er auf der Stelle wieder ihr Liebhaber sein könnte, falls sie das wünschen sollte, unerreichter Kenner weiblicher Schönheit, der er ist. Aber kein Wort von Politik. Sie setzen sich ins Atrium und füttern die Goldfische, sprechen vom Wetter. Er lädt sie für den Sommer nach Bajä... Sie ist nicht beruhigt. Er scheint noch nicht mit den Vorbereitungen zum Losschlagen fertig zu sein, das ist wahrscheinlich alles. Sie geht mit starrem Gesicht weg. Cäsar geleitet sie bis zu ihrer Sänfte, dann begibt er sich in die Büros, wo die Juristen und Sekretäre fieberhaft an dem Entwurf des neuen Wahlgesetzes arbeiten. Der Entwurf muß geheim bleiben: Niemand hat die Erlaubnis, den Palast zu verlassen. Diese Verfassung wird die freieste sein, die Rome erlebt hat. Freilich kommt jetzt alles auf das Volk an..

Da Rarus merkwürdig lange ausbleibt - was kann es da schon zu verhandeln geben, diese Plebejer müssen doch mit beiden Händen zufassen, wenn der Diktator ihnen diese einmalige Chance gibt -, beschließt Cäsar, zum Hunderennen zu gehen. Er fühlt das Bedürfnis, selber mit dem Volk Kontakt zu suchen, und das Volk ist beim Hunderennen zu finden. — Die Arena ist noch nicht ganz gefüllt. Cäsar begibt sich nicht in die große Loge, er nimmt weiter oben, unter der Menge, Platz. Er braucht kaum zu befürchten, daß er erkannt wird, die Leute haben ihn immer nur von weitem gesehen. Cäsar sieht einige Zeit zu, dann setzt auch er auf einen bestimmten Hund. Neben ihm hat sich ein Mann niedergesetzt, dem gibt er seine Gründe an, warum er gerade auf diesen Hund gesetzt hat. Der Mann nickt. Eine Reihe weiter vorn entsteht ein kleiner Streit. Einige Leute scheinen auf falschen Plätzen zu sitzen, Neuangekommene vertreiben sie davon. Cäsar versucht, mit seinen Nachbarn ins Gespräch zu kommen, sogar über Politik. Sie antworten einsilbig, und dann erkennt er, daß sie wissen, wer er ist: Er sitzt unter seinen Geheimpolizisten.

Ärgerlich steht er auf und geht weg. Der Hund, auf den er gesetzt hat, hat übrigens gewonnen...

Vor der Arena begegnet er seinem Sekretär, der ihn sucht. Er hat keine guten Nachrichten. Niemand will verhandeln. Überall herrscht Furcht oder Haß. Meistens das letztere. Der Mann, dem man vertraut, ist Carpo, der Bauarbeiter. Cäsar hört finster zu. Er steigt in seine Sänfte und läßt sich ins Mamertinische Gefängnis tragen. Er wird Carpo sprechen.

Carpo muß erst gesucht werden. Es gibt so sehr viele ehemalige plebejische Gefangene in diesen Kasematten, sie verfaulen zu Dutzenden hier. Aber nach einigem Hin und Her wird der Bauarbeiter Carpo an langen Stricken aus einem Loch herausgewunden, und nun kann der Diktator den Mann sprechen, zu dem das Volk Roms Vertrauen hat.

Sie sitzen sich gegenüber und betrachten sich. Carpo ist ein alter Mann, vielleicht ist er nicht älter als Cäsar, aber er sieht jedenfalls achtzigjährig aus. Sehr alt, sehr verfallen, aber nicht gebrochen. Cäsar entwickelt ihm ohne Umschweife seinen unerhörten Plan, die Demokratie wieder einzuführen, Wahlen auszuschreiben, sich selbst ins Privatleben zurückzuziehen usw. usw. Der alte Mann schweigt. Er sagt nicht ja, er sagt nicht nein, er schweigt. Er sieht Cäsar starr an und gibt keinen Laut von sich. Als Cäsar aufbricht, wird er wieder mit den langen Stricken in sein Loch hinuntergelassen. Der Traum von der Demokratie ist ausgeträumt. Es ist klar: Wenn einen Umsturz, dann wollen sie ihn nicht mit ihm. Sie kennen ihn zu gut.

Wenn der Diktator in sein Haus zurückkehrt, hat der Sekretär einige Mühe, den Wachen begreiflich zu machen, wer er ist. Sie sind neu. Der neue Ädil hat die römischen Wachen entfernt und eine Negerkohorte in den Palast geworfen. Die Neger sind sicherer, sie verstehen nicht Lateinisch und können also schwerer aufgehetzt, von der Stimmung in der Stadt angesteckt werden. Cäsar weiß nun, wie die Stimmung in der Stadt ist...

Die Nacht im Palast verläuft unruhig. Cäsar steht mehrere Male auf und geht durch den weitläufigen Palast. Die Neger trinken und singen. Niemand kümmert sich um ihn, niemand erkennt ihn. Er hört einem ihrer traurigen Lieder zu und geht hinaus in die Ställe, sein Lieblingspferd zu besuchen. Das Pferd erkennt ihn jedenfalls ... Das ewige Rom liegt in unruhigem Schlummer. Vor den Toren der Nachtasyle stehen noch ruinierte Handwerker an um drei Stunden Schlaf und lesen große, halbzerrissene Plakate, die Soldaten für einen Krieg im Osten warben, der nicht mehr stattfinden wird. In den Gärten der jeunesse doree sind die Wachen von gestern nacht verschwunden. Aus den Palästen dringen trunkene Stimmen. Durch ein südliches Stadttor zieht eine kleine Kavalkade: Die Königin von Ägypten verläßt tiefverschleiert die Hauptstadt... Zwei Uhr nachts erinnert sich Cäsar an etwas, steht auf und geht im Nachtgewand in den Flügel des Palastes, wo die Juristen immer noch an der neuen Verfassung arbeiten. Er schickt sie schlafen.

Gegen Morgen wird Cäsar mitgeteilt, daß sein Sekretär Rarus in der Nacht ermordet worden ist. Seine Gespräche mit plebejischen Politikern sind anscheinend ausgespitzelt worden, und aus dem Dunkeln haben mächtige Hände zugegriffen. Wessen Hände? Die Listen mit den Namen der Verschworenen, die in seinem Besitz waren, sind verschwunden.

Er ist im Palast ermordet worden. Also ist der Palast nicht mehr sicher für Anhänger des Diktators. Ist er es noch für den Diktator selber? Cäsar steht lange vor dem Feldbett, auf dem der tote Sekretär liegt, sein letzter Vertrauter, den dieses Vertrauen das Leben gekostet hat.

Aus der Kammer tretend, wird er von einem betrunkenen Wachsoldaten angerempelt, der sich nicht entschuldigt. Cäsar blickt sich mehrmals nervös um, wenn er den Gang hinuntergeht. Im Atrium, das sonderbar verwaist liegt - niemand ist zum Lever erschienen -, stößt er auf einen Boten des Antonius; der Konsul und sein Henchman lassen ihm sagen, er solle heute keineswegs in den Senat gehen. Seine persönliche Sicherheit sei dort bedroht. Cäsar läßt dem Antonius ausrichten, er werde nicht in den Senat gehen. - Er läßt sich statt dessen zum Haus der Kleopatra tragen, vorbei an der langen Reihe der allmorgendlichen Bittsteller vor seinem Palast. Vielleicht würde Kleopatra seinen Feldzug finanzieren? Dann brauchte er weder die City noch das Volk. Kleopatra ist nicht zu Hause. Das Haus ist geschlossen. Sie scheint auf lange weggegangen zu sein... Zurück in den Palast. Das Tor steht merkwürdigerweise offen. Es stellt sich heraus, daß die Wache abgezogen ist. Der Herr der Welt beugt sich aus seiner Sänfte und blickt auf sein Haus, das er nicht zu betreten wagt.

Er könnte von Antonius eine Schutzwache beordern. Aber er mißtraut jeder Schutzwache. Besser, er geht ohne Schutzwache, so braucht er jedenfalls diese nicht zu fürchten. Wohin geht er? Er gibt den Befehl. Er geht in den Senat.

Er liegt zurückgelehnt in seiner Sänfte, weder nach rechts noch nach links blickend. Er läßt sich zum Porticus des Pompejus tragen. Er steigt aus. Er fertigt Bittsteller ab. Er geht in den Tempel. Er sucht den oder jenen Senator mit dem Blick und begrüßt ihn. Er setzt sich auf seinen Stuhl. Einige Zeremonien werden abgewickelt. Dann treten die Verschworenen auf ihn zu, unter einem Vorwand. Sie haben keine weißen Flecken mehr auf den Hälsen wie in seinem Traum von vor zwei Tagen; sie haben alle Gesichter, die seiner besten Freunde. Jemand gibt ihm was zu lesen, er greift danach. Sie fallen über ihn her.

Cäsars Legionär

Im Morgengrauen fährt ein Ochsenkarren durch die frühlingsgrüne Campagna auf Rom zu. Es ist der zweiundfünfzigjährige Pächter und cäsarische Veteran Terentius Scaper mit Familie und Hausrat. Ihre Gesichter sind sorgenvoll. Sie sind wegen Pachtschulden von ihrem kleinen Gütchen gejagt worden. Nur die achtzehnjährige Lucilia sieht der großen kalten Stadt freudiger entgegen. Ihr Verlobter lebt dort. Sich der Stadt nähernd, merken sie, daß besondere Ereignisse hier bevorstehen. Die Kontrolle an den Schlagbäumen ist verschärft, und gelegentlich werden sie von Militärpatrouillen angehalten. Gerüchte von einem bevorstehenden großen Krieg in Asien laufen um. Der alte Soldat gewahrt die ihm vertrauten Werbebuden, noch leer der frühen Stunde wegen; er lebt auf. Cäsar plant neue Siegeszüge. Terentius Scaper kommt eben zurecht. Es ist der 13. März des Jahres 44.

Gegen neun Uhr vormittags rollt der Ochsenkarren durch den Porticus des Pompejus. Eine Volksmenge erwartet hier die Ankunft Cäsars und der Senatoren zu einer Sitzung im Tempel, auf der der Senat «eine wichtige Erklärung des Diktators» entgegennehmen soll. Der Krieg wird allgemein diskutiert, jedoch versuchen zu Scapers Erstaunen Militärpatrouillen, die Leute zum Weitergehen zu veranlassen. Jede Diskussion verstummt, wenn die Soldaten erscheinen. Der Veteran ist einzig bemüht, seinen Karren durchzubringen. Halbwegs durch, steht er im Karren auf und schreit laut nach hinten «Heil Cäsar!». Verwundert konstatiert er, daß niemand seinen Ruf wahrnimmt.

Etwas irritiert bringt er seine kleine Familie in einem billigen Gasthof der Vorstadt unter und macht sich auf, seinen künftigen Schwiegersohn aufzusuchen, den Sekretär Cäsars, Titus Rarus. Er lehnt die Begleitung Lucilias ab. Er hat zunächst mit dem jungen Mann «ein Hühnchen zu rupfen».

Er stellt fest, daß es ziemlich schwierig ist, in Cäsars Palast auf dem Forum einzudringen. Die Kontrolle, besonders auf Waffen, ist recht scharf. Dicke Luft.Er stellt fest, daß es ziemlich schwierig ist, in Cäsars Palast auf dem Forum einzudringen. Die Kontrolle, besonders auf Waffen, ist recht scharf. Dicke Luft.

Drinnen erfährt er, daß der Diktator über zweihundert Sekretäre hat. Den Namen Rarus kennt niemand.

In der Tat hat Rarus seinen Chef seit drei Jahren nicht mehr im Bibliotheksflügel des Palastes begrüßt. Er ist Cäsars literarischer Sekretär und hat an seinem Werk über die Grammatik mitgearbeitet. Das Werk liegt unberührt, der Diktator hat keine Zeit mehr für derlei. Rarus ist außer sich vor Freude, als der alte Soldat hereinstampft. Was, Lucilia ist hier in Rom? Ja, sie ist hier, aber das ist kein Grund zur Freude. Die Familie ist auf die Straße geworfen worden. Hauptsächlich durch Lucilias Schuld. Sie hätte dem Pachtherrn, dem Lederfabrikanten Pompilius, gegenüber ruhig etwas entgegenkommender sein können... Um so mehr, als Rarus sich überhaupt nicht mehr sehen ließ! Der junge Mann verteidigt sich leidenschaftlich. Er hat keinen Urlaub bekommen. Er wird alles tun, der Familie zu helfen. Er wird bei der Administration Vorschuß nehmen. Er wird seine Verbindungen für Terentius Scaper ausnützen. Warum soll der Veteran nicht Hauptmann werden, schließlich steht ein großer Krieg bevor!

Trampeln und Schwerterklirren auf dem Korridor, die Tür fliegt auf: Auf der Schwelle steht Cäsar.

Der kleine Sekretär steht wie erstarrt unter dem forschenden Blick des großen Mannes. Seit drei Jahren zum erstenmal wieder Cäsar in seinem Arbeitsraum! Er ahnt nicht, daß sein Schicksal soeben auf die Schwelle getreten ist.

Cäsar ist nicht gekommen, an seiner Grammatik zu arbeiten. Die Sache ist, er ist auf der Suche nach einem Menschen, dem er vertrauen kann, also einem Menschen, der schwer zu finden ist in diesem Palast. An der Bibliothek vorübergehend, ist ihm sein literarischer Sekretär eingefallen, ein junger Mann, der mit Politik nichts zu tun hat. Vielleicht ist er also nicht bestochen... Zwei Leibwächter untersuchen Scaper nach Waffen und werfen ihn hinaus. Er geht stolz weg: Sein künftiger Schwiegersohn scheint doch nicht der letzte in diesem Palast zu sein. Der große Cäsar sucht ihn auf, das ist ein günstiges Zeichen.

Auch Rarus wird nach Waffen untersucht. Dann aber gibt der Diktator ihm einen Auftrag. Er soll, am besten auf Umwegen, zu einem gewissen spanischen Bankier gehen und ihn befragen, woher die mysteriösen Widerstände in der City gegen Cäsars Krieg im Osten kommen.

Der Veteran wartet inzwischen vor dem Palast auf den jungen Mann. Als er nicht herauskommt - in der Tat benutzt er einen Hinterausgang —, geht Scaper weg, seine Familie von der günstigen Wendung zu benachrichtigen. Unterwegs kommt er an einem Werbebüro vorbei. Nur junge Burschen melden sich zum Waffendienst. Es wird gut sein, Protektion zu haben und Hauptmann zu werden. Zum Soldaten ist er wohl schon zu alt. Er trudelt noch in einige Schänken, und wenn er in dem kleinen Gasthof in der Vorstadt ankommt, ist er ein wenig beschwipst. Er ist sehr der Hauptmann Terentius Scaper, und sein Zorn wendet sich gegen Lucilias jungen Mann, der immer noch nicht erschienen ist. Der hochgekommene Herr Sekretär hat also keine Zeit, seine Braut zu begrüßen? Und wovon soll die Familie leben? Mindestens dreihundert Sesterzien sind sofort nötig. Lucilia wird sich bequemen müssen, den Lederfabrikanten aufzusuchen, Geld bei ihm auszuborgen. Lucilia weint. Sie versteht nicht, daß Rarus nicht kommt. Herr Pompilius wird nicht zögern, ihr die dreihundert Sesterzien zu geben, aber er wird es nicht umsonst tun. Ihr Vater wird sehr böse. Es besteht kein Zweifel mehr, daß der junge Mann nicht mehr «zieht». Man muß ihm Feuer unter den Hintern machen. Man darf ihm nicht zeigen, daß man auf ihn angewiesen ist. Er soll sehen, daß es noch andere Leute gibt, die Lucilia zu schätzen wissen. Lucilia geht weinend weg, sich immerfort nach Rarus umschauend.

Rarus ist in diesem Augenblick wieder zurück im Palast. Er hat von dem spanischen Bankier ein Dossier erhalten und es Cäsar abgeliefert. Jetzt versucht er, bei der Administration einen Vorschuß abzuheben. Er erlebt einen tiefen Schock. Anstatt daß er Geld bekommt, wird er verhört. Wo ist er gewesen? Was war der Auftrag des Diktators? Er weigert sich zu antworten und erfährt, daß er entlassen ist.

Lucilia ist erfolgreicher. Im Kontor der Lederfabrik wird ihr allerdings zuerst gesagt, daß Herr Pompilius verhaftet sei. Die aufgeregten Sklaven besprechen noch das unglaubliche Vorkommnis, begreiflich nur, weil der Prinzipal in der letzten Zeit häufig seine wütende Gegnerschaft zum Diktator ausgedrückt hat, als Herr Pompilius lächelnd eintritt. «Selbstverständlich» konnte man ihn und die anderen Herren der City nicht im Gefängnis halten. Zum Glück gibt es noch gewisse Einflüsse bei der Polizei. Herr Cäsar ist nicht mehr ganz so mächtig in diesen Tagen... Lucilia ist nicht zurück, als Rarus endlich im Gasthof ankommt. Der Veteran ist verstimmt, und die Familie will nicht mit der Sprache heraus, wo Lucilia ist. Rarus hat auch die dreihundert Sesterzien nicht gebracht. Er wagt nicht zu gestehen, daß er entlassen ist, und gibt kleinlaut vor, er sei lediglich nicht dazu gekommen, in die Administration zu gehen. Dann kommt eine verweinte Lucilia und stürzt ihm in die Arme. Aber Terentius Scaper sieht keinen Grund, besonderen Takt walten zu lassen. Er fragt Lucilia schamlos nach dem Erfolg ihres Bettelgangs. Ohne Rarus in die Augen zu sehen, gibt sie ihrem Vater die dreihundert Sesterzien. Rarus kann sich leicht selber sagen, woher das Geld ist: Lucilia war bei dem Lederfabrikanten!

Rasend reißt der junge Mann dem alten Mann das Geld aus der Hand. Er wird es morgen dem Herrn Pompilius zurückbringen. Spätestens acht Uhr morgen früh wird er Lucilia genug Geld in den Gasthof bringen. Und dann wird er mit ihrem Vater zu dem Kommandanten der Palastwache gehen und über die Hauptmannsstelle reden.

Der Veteran gibt grollend seine Zustimmung. Schließlich kann es dem Vertrauten des Beherrschers der Welt nicht schwerfallen, der Familie eines alten verdienten Legionärs auf die Beine zu helfen...

Am nächsten Morgen wartet die Familie Scaper jedoch vergebens auf Rarus.

Er ist in aller Frühe zu Cäsar geholt worden. Der Diktator hat mit ihm zusammen in der Bibliothek eine alte, vor vielen Jahren gehaltene Rede hervorgekramt, in der er sein demokratisches Programm entwickelt hatte. Danach ist der Sekretär in die Vorstädte gegangen, um bei verschiedenen plebejischen Politikern zu sondieren, was sie zu einer Wiedereinführung der Demokratie sagen würden. Der Diktator hat übrigens befohlen, die Palastwache zu wechseln und ihren Chef, der Rarus am Tag vorher verhört hat, zu verhaften. Terentius Scaper beginnt, schwarz zu sehen. Er glaubt nicht mehr an den Verlobten seiner Tochter. Sie hat die ganze Nacht durch geweint und in einem Ausbruch ihm und der Mutter ins Gesicht geschrien, was der Lederfabrikant von ihr verlangt hat. Ihre Mutter hat ihre Partei ergriffen. Der Veteran beschließt, sich auf einem Werbebüro als Soldat anwerben zu lassen. Nach langem Zögern gesteht er seiner Familie, daß er sich für die Musterung zu alt glaubt. Die Familie hilft ihm bereitwillig bei der Verjüngung. Lucilia leiht ihm ihren Schminkstift und der kleine Sohn überwacht seinen Gang.

Aber wenn er, so repräsentabel gemacht, vor dem Werbebüro ankommt, ist es geschlossen. Die jungen Männer davor besprechen erregt das Gerücht, der Krieg im Osten sei abgeblasen. Niedergeschmettert kehrt der Veteran aus zehn cäsarischen Kriegen in den Schoß seiner Familie zurück und findet einen Brief des Rarus an Lucilia vor, in dem steht, daß große Ereignisse bevorstünden. Eben jetzt werde ein Gesetz vorbereitet, durch welches die Veteranen Cäsars Pachthöfe und Staatszuschüsse erhalten sollen. Die Familie ist außer sich vor Freude. Der Brief des Rarus, am Morgen geschrieben, ist überholt, wenn Terentius Scaper ihn liest. Die Recherchen des Sekretärs haben ergeben, daß die früheren plebejischen Politiker, jahrelang von Cäsar verfolgt, kein Vertrauen mehr in seine politischen Schachzüge haben. Rarus, der sich übrigens verfolgt sieht, sucht seinen Herrn vergebens im Palast und trifft ihn erst am späten Nachmittag im Zirkus beim Hunderennen. Auf dem Weg in den Palast berichtet er Cäsar die bestürzende Tatsache. Nach einem langen Schweigen macht er, sich plötzlich klar über die ungeheure Gefahr, in der der Diktator schwebt, einen verzweifelten Vorschlag: Cäsar solle die Stadt noch in dieser Nacht insgeheim verlassen und versuchen, nach Brundisium zu entkommen, um von dort mit einem Schiff Alexandria und sein Heer zu erreichen. Er verspricht, ein Ochsengespann für ihn bereitzuhalten. - Der Diktator, verfallen in seinem Sänftensitz zurückgelehnt, antwortet ihm nicht.

Aber Rarus hat beschlossen, diese Flucht vorzubereiten. Die Dämmerung sinkt über das riesige, unruhige, von Gerüchten brodelnde Rom, als er am Porticus des Südens mit der Torwache verhandelt. Ein Ochsenkarren wird nach Mitternacht durchpassieren, ohne Passierschein. Er gibt dem achhabenden alles Geld, das er bei sich trägt. Es sind genau dreihundert Sesterzien.

Gegen neun erscheint er im Gasthof bei den Scapers. Er umarmt Lucilia. Er bittet die Familie, ihn mit Terentius Scaper allein zu lassen. Dann geht er auf den Veteranen zu und fragt ihn: «Was würdest du tun für Cäsar?» «Wie steht's mit einem Pachthof?» fragt Scaper. «Damit ist es aus», sagt Rarus.

«Und mit der Hauptmannsstelle ist es auch aus?» fragt Scaper. «Und mit der Hauptmannsstelle ist es auch aus», sagt Rarus. «Aber du bist noch Sekretär bei ihm?» «Ja.»

«Und triffst ihn?» «Ja.»

«Und du kannst ihn nicht dazu bringen, daß er etwas für mich tut?»

«Er kann für niemand mehr etwas tun. Alles ist zusammengebrochen. Er wird morgen erschlagen werden wie eine Ratte. Also: was willst du für ihn tun?» fragt der Sekretär.

Der alte Veteran starrt ihn ungläubig an. Der große Cäsar aus? So aus, daß er, Terentius Scaper, ihm helfen muß? «Wie soll ich ihm helfen können?» fragt er heiser. «Ich habe ihm deinen Ochsenkarren versprochen», sagt der Sekretär ruhig. «Du mußt ab Mitternacht am Porticus des Südens auf ihn warten.»

«Sie werden mich nicht durchlassen mit dem Karren.» «Sie werden. Ich habe ihnen dreihundert Sesterzien dafür bezahlt.»

«Dreihundert Sesterzien? Unsere?» «Ja.»

Der alte Mann starrt ihn einen Augenblick fast zornig an. Dann kommt in seinen Blick die maulende Unsicherheit der ein halbes Leben lang Gedrillten, und er wendet sich murmelnd ab. Er murmelt: «Vielleicht ist es ein grad so gutes Geschäft wie jedes andere. Ist er erst draußen, wird er sich revanchieren können.» Er ist in seine Lebenshaltung zurückgefallen: Er hat wieder Hoffnung.

Es ist für Rarus schwer, mit Lucilia fertig zu werden. Seit sie ihn in Rom wiedersah, ist er nie mit ihr allein gewesen. Weder er noch ihr Vater haben ihr gesagt, was ihn immerfort weghält in diesen Tagen. Nun erfährt sie es. Ihr junger Mann ist mit Cäsar zusammen. Er ist der einzige Vertraute des Beherrschers der Welt. Aber kann er nicht mit ihr eine Viertelstunde in eine Schänke in der Kupferschmiedgasse gehen? Kann nicht Cäsar für eine Viertelstunde selber durchkommen?

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Rarus nimmt sie mit in die Kupferschmiedgasse. Aber sie kommen nicht in die Schänke. Rarus merkt plötzlich, daß er wieder verfolgt wird. Zwei dunkle Individuen beschatten ihn, wohin er auch geht, seit dem Morgen. So trennen sich die Liebenden vor dem Gasthof. Lucilia geht zu ihrer Mutter zurück und erzählt ihr strahlend, wie nahe ihr junger Mann dem großen Cäsar steht. Währenddem versucht der junge Mann vergebens, die Verfolger abzuschütteln.

Vor Mitternacht wird er wissen, was es bedeutet, in die Nähe der Mächtigen zu geraten. Gegen elf Uhr ist Rarus wieder mi Palast auf dem Forum. Ein Negerregiment hat die Palastwache bezogen. Die Soldaten sind größtenteils betrunken.

In seinem kleinen Zimmer hinter der Bibliothek sucht er fieberhaft jenes Dossier durch, das ihm der spanische Bankier am Tag zuvor für Cäsar übergeben hat. Cäsar hat es nicht gelesen. In diesem Dossier stehen die Namen der Verschworenen. Er findet sie alle. Brutus, Cassius, die ganze jeunesse doree Roms, viele darunter, die Cäsar für seine Freunde hält. Er muß unbedingt das Dossier lesen, sofort, noch diese Nacht. Es wird ihn dazu bringen, Terentius Scapers Ochsenkarren aufzusuchen.

Er nimmt das Dossier an sich und macht sich auf den Weg. Die Korridore liegen halb dunkel, vom ändern Flügel herüber kommt trunkener Gesang.

Am Eingang zum Atrium stehen zwei riesige Neger auf Wache. Sie wollen ihn nicht passieren lassen. Was er sagt, verstehen sie nicht.

Er versucht es in einer anderen Richtung, der Palast ist riesig. Auch hier Negerwachen und kein Durchkommen. Er versucht Korridore und Vorgärten, in die man durch Fenster steigend gelangt, aber alles ist versperrt.

Erschöpft in sein Zimmer zurückkehrend, vermeint er den Rücken eines Mannes weiter unten im Korridor zu erkennen. Es ist einer seiner Verfolger.

Von Angst erfaßt stürzt er in sein Zimmer, blockiert die Tür. Er macht nicht Licht und schaut aus dem Fenster in den Hof. Da sitzt vor seinem Fenster der zweite Verfolger. Der kalte Schweiß bricht ihm aus.

Er sitzt lange im dunklen Raum, horchend. Einmal klopft es an der Tür. Rarus öffnet nicht. So sieht er den Mann nicht, der nach einigem Warten vor seiner Tür wieder weggeht: Cäsar. Ab Mitternacht hält Terentius Scapers Ochsenkarren vor dem Porticus des Südens. Der Veteran hat Frau und Kindern nur mitgeteilt, er habe eine Fuhre zu machen, die ein paar Tage von Rom weg führen werde. Lucilia und ihre Mutter sollten zu Rarus gehen, der für sie sorgen würde.

Jedoch kommt niemand an den Porticus des Südens in dieser Nacht, den Ochsenkarren zu besteigen.

In der Frühe des 15. März wird dem Diktator berichtet, daß sein Sekretär nachts im Palast ermordet worden ist. Die Liste mit den Namen der Verschworenen ist verschwunden. Cäsar wird die Träger dieser Namen an diesem Vormittag im Senat treffen und unter ihren Dolchstößen zusammenbrechen.

Ein Ochsenkarren, geführt von einem alten Soldaten und ruinierten Pächter, wird zu einem Gasthof in der Vorstadt zurückrollen, wo eine kleine Familie warten wird, der der große Cäsar dreihundert Sesterzien schuldet...


Inclusão 28/05/2019