Paris: Maio de 68

Maurice Brinton


Apresentação


capa

Este texto foi publicado originalmente em junho de 1968 como uma brochura do grupo inglês Solidarity. Ainda que não traga assinatura, o texto é com frequência atribuído a Maurice Brinton, o que também não ajuda muito na identificação das origens: Maurice Brinton seria o pseudônimo de um famoso neurocirurgião de Londres. Apesar dos mistérios, o Solidarity foi talvez o principal grupo a desenvolver uma crítica marxista libertária na Inglaterra dos anos 60 e 70.

O Solidarity surgiu no início dos anos 60 a partir de uma dissidência da trotskista Socialist Labour League(1). O Solidarity acabou se aproximando do grupo francês Socialisme ou Barbarie, outra dissidência do trotskismo. Brinton e seus companheiros foram os responsáveis pelas primeiras traduções dos textos do S ou B para o inglês e são frequentemente confundidos como sendo uma ala inglesa do grupo francês. Mas enquanto que o S ou B entrou em crise já na primeira metade dos anos 60, deixou de existir e seu principal nome, Cornelius Castoriadis, acabou desistindo da ideia de revolução, o Solidarity continuou na ativa até meados dos anos 80.

Naquele final de 1967, o Solidarity foi um dos raros grupos marxistas a perceber de imediato os rumos que tomava o movimento estudantil na França. Por isso, já estavam em uma posição privilegiada para observar o que aconteceu em maio do ano seguinte. Como estrangeiros puderam circular de maneira mas livre em meio a guerra interna de tendências que acontecia em Sorbonne. Como aqueles que já entendiam com profundidade as discussões em andamento, souberam estar nos momentos certos, nos lugares certos.

Muito já escreveu sobre o Maio de 68. Já nos meses seguintes ao acontecimento as livrarias francesas estavam cheias de livros sobre o tema. Mas raros textos, se é que algum, têm o frescor deste testemunho.

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Notas de rodapé:

(1) Organização inglesa que fez parte do Comitê Internacional da IV Internacional, na qual também estava a Organização Comunista Internacionalista (hoje Corrente Comunista Internacionalista) do dirigente trotskysta francês Pierre Lambert. Hoje, no Brasil, a IV Internacional é representada pela corrente O Trabalho do PT. (retornar ao texto)

Inclusão: 20/06/2020