Informe Sobre as Diretivas do XX Congresso do PCUS para o VI Plano Quinquenal de Desenvolvimento da Economia Nacional da URSS (1956-1960)

N. A. Bulgânin

Fevereiro de 1956


Primeira Edição:
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 73 - Mar-Jun de 1956
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo
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Camaradas!

O Comitê Central do Partido submete à consideração do XX Congresso do PCUS o projeto de Diretivas para o VI Plano Quinquenal de desenvolvimento da economia nacional da União Soviética (1956-1960).

Antes de passar à exposição das tarefas do sexto quinquênio, convém que nos detenhamos no balanço do cumprimento do V Plano Quinquenal e, em ligação com isto, em alguns problemas de principio de nossa política econômica.

No informe do Comitê Central do PCUS, o camarada N. S. Kruschiov apresentou um brilhante quadro do caminho percorrido por nosso país desde o XIX Congresso do Partido. Este período abarca a maior parte do último quinquênio.

Além de conter uma profunda análise da situação internacional e interna da União Soviética e da atividade de nosso Partido, o informe coloca de maneira justa e oportuna, analisando-os com profundidade e sob todos os seus aspectos, importantíssimos problemas da teoria marxista-leninista: o da coexistência pacífica dos sistemas mundiais socialista e capitalista, o da possibilidade de impedir as guerras na época atual e o das formas de transição ao socialismo nos diferentes países.

O grande Lênin legou-nos uma inestimável herança ideológica, indicou os caminhos e métodos a seguir para criar um novo regime social. Mas exigiu sempre de seus discípulos que não fossem depositários passivos da herança ideológica do Partido, e sim a desenvolvessem e enriquecessem através da análise das novas condições do desenvolvimento social, dos novos feitos da História, da síntese científica das experiências das massas populares que constroem o comunismo.

Para dar uma base científica à política, Lênin considerava indispensável fazer-se uma apreciação exata e objetiva da correlação das classes e das peculiaridades concretas de cada momento histórico. Nas suas famosas «Cartas sobre a tática», escritas em abril de 1917, Vladimir Ilitch, criticando os dogmáticos que se aterravam às velhas teses e fórmulas teóricas e olhavam para trás e não para a frente, dizia:

«... É preciso compenetrar-se da verdade indiscutível de que um marxista deve ter em conta a vida real, os fatos exatos da realidade, e não continuar aferrando-se à teoria de ontem, que, como toda teoria, limita-se no melhor dos casos a sugerir o essencial, o geral e só aproximadamente abarca a complexidade da vida.» (Obras, t. 24, pág. 26.)

A grande força da teoria marxista-leninista consistiu e consiste em que marcha sempre em uníssono com a vida e dá resposta clara às novas questões apresentadas pelo desenvolvimento da sociedade.

Para Lênin e os leninistas, a teoria marxista nunca foi um dogma, mas um guia para a ação.

Visto à luz dessa norma leninista, o informe do Comitê Central constitui um exemplo de audaz elaboração dos problemas atuais do marxismo-leninismo, que têm nas condições de hoje grande significado teórico e prático tanto para nosso Partido como para os Partidos Comunistas e Operários irmãos.

O informe do Comitê Central traça um vasto programa para o futuro trabalho de nosso Partido, programa impregnado de profunda e inquebrantável fé no triunfo da grande causa por que lutamos: a causa do comunismo. E o fato de os debates sobre o informe do Comitê Central terem transcorrido num ambiente de completa unanimidade e de caloroso apoio à linha política e ao trabalho prático do Comitê Central é a prova do acerto dessa linha, da fecundidade desse trabalho, da unidade monolítica e da poderosa força de nosso Partido. (Tempestuosos aplausos.)

O fecundo trabalho do Comitê Central nos últimos anos deve-se a que aplicou invariavelmente o princípio leninista da direção coletiva em nosso Partido.

Depois de condenar resolutamente o culto à personalidade, contrário e alheio ao espírito do marxismo-leninismo, o Comitê Central do Partido e seu Presídium aplicaram sempre o princípio da direção coletiva, para resolver todos os problemas, quer se trate da política internacional, da situação interna de nosso país ou da vida interna do Partido. Todas as decisões de importância foram tomadas na base de uma troca de opiniões multilateral e crítica.

A observância, no futuro, dos princípios leninistas de direção coletiva e das normas de vida do Partido preservará a este de erros sérios e nos assegurará novos êxitos na edificação do comunismo.

A força de nosso Partido emana de sua indissolúvel ligação com as amplas massas populares. Os soviéticos sabem que o Partido sempre colocou e continua colocando acima de tudo a preocupação com o bem do povo, com a prosperidade de nossa grande Pátria. Esta a razão de que o povo soviético tenha ilimitada confiança no seu amado Partido e o siga sem vacilar pelo caminho da vitoriosa edificação do comunismo.

Para o Partido Comunista da União Soviética esta ilimitada confiança e este apoio das amplas massas populares são o melhor sinal de aprovação ao seu trabalho. Todavia, a confiança do povo impõe grandes obrigações ao Partido. Temos por tarefa não nos deixarmos embriagar pelos êxitos, não cairmos na auto-satisfação e na placidez, trabalhar ainda melhor e manter um contacto mais íntimo com o povo.

Graças ao abnegado esforço do heróico povo soviético e ao gigantesco trabalho de organização realizado por nosso Partido, grandes êxitos foram obtidos no desenvolvimento de todos os ramos da economia nacional. As Diretivas do XIX Congresso do Partido para o V Plano quinquenal foram cumpridas com felicidade e superadas em numerosos e importantes ramos.

Seria injusto dizer que alcançamos esta grande vitória de maneira fácil e simples, sem esforços, sem luta para vencer as dificuldades. O Partido encontrou grandes deficiências em diversos setores da economia: na indústria e, principalmente, na agricultura. O Partido informou o povo, audaz e francamente, dessas deficiências e pôs em movimento a poderosa força da iniciativa criadora das massas populares para corrigi-las o quanto antes e para descobrir e pôr em ação as enormes reservas internas de que dispõem todos os ramos da economia socialista.

Apoiando-se no ativo trabalho de nossa gloriosa classe operária, dos engenheiros e técnicos, o Partido imprimiu, durante o quinto quinquênio, um novo e poderoso impulso à indústria socialista. As tarefas do quinto quinquênio relativas ao aumento da produção industrial foram levadas a cabo com antecipação: em quatro anos e meio. Da mesma forma que nos quinquênios precedentes, o fomento da economia nacional durante o último quinquênio realizou-se na base do desenvolvimento preferencial da indústria pesada, cuja produção cresceu em proporções superiores às fixadas no V Plano Quinquenal. Este foi também ultrapassado no referente à produção de bens de consumo.

No quinquênio findo, a agricultura desenvolveu-se em ritmo mais lento do que o previsto nas Diretivas do XIX Congresso do Partido e as tarefas para ela fixadas pelo Plano quinquenal não foram totalmente cumpridas.

Em 1955, graças à aplicação das medidas tomadas pelos Plenos do C.C. do PCUS, a produção agrícola progrediu. E atualmente podemos dizer com plena segurança que criamos as condições necessárias para que também neste ramo - da economia nacional verifique-se um ascenso vertical

Foram ultrapassadas as tarefas fixadas pelo V Plano quinquenal para o movimento de cargas nos transportes ferroviário, marítimo e rodoviário.

Foi também cumprido o Plano quinquenal no tocante às inversões básicas na economia nacional. O volume dessas inversões veio crescendo consideravelmente de ano para ano, fato que assegurou as bases para ampliar-se a produção social e elevar o bem-estar do povo.

Foram superadas as tarefas do Plano quinquenal relativamente ao aumento da renda nacional, do salário real dos operários e funcionários e das rendas dos colcosianos, tendo sido igualmente superado o plano de comércio a varejo. No ano passado, o comércio varejista superou o nível de 1940 em mais de duas vezes. Os preços no varejo foram reduzidos durante o quinquênio de 26%, isto é, mais do que estabeleciam as Diretivas do XIX Congresso do Partido.

Durante o último quinquênio tomou grande vulto a construção de casas de moradia. Somente com os fundos para esse fim destinados no plano estatal foram construídas casas com uma superfície total de 105 milhões de metros quadrados. Além disso, foram edificadas casas em grande quantidade, com fundos das empresas e outros recursos não centralizados. Também a população urbana construiu muitas casas com seus próprios meios e com a ajuda de empréstimos do Estado. Os colcosianos e os intelectuais que trabalham no campo edificaram em cinco anos mais de dois milhões de residências. O fundo de habitação do país cresceu de forma notável, mas ainda continua muito agudo o problema da moradia.

O quinquênio passado distinguiu-se por avanços consideráveis no terreno da cultura. Foram cumpridas no fundamental as Diretivas do XIX Congresso do Partido no que concerne ao ensino secundário geral nas capitais das repúblicas e nas principais cidades do país. Os centros de ensino superior prepararam grande número de especialistas.

Novos e relevantes êxitos obteve a ciência soviética, cujo papel no fomento da economia nacional e da cultura adquiriu ainda maior importância. Cresceu o prestígio internacional da nossa ciência, desenvolveram-se e fortaleceram-se as relações dos cientistas soviéticos com os de outros países.

No quinto quinquênio foram levantados numerosos hospitais, casas de repouso, sanatórios e estabelecimentos para a infância. O índice de natalidade nesse período foi alto e diminuiu sistematicamente a mortalidade: em comparação com 1940, baixou de mais da metade.

No domínio do comércio exterior, a União Soviética prosseguiu no quinquênio passado a política de ampliação dos laços econômicos com todos os países, na base da conveniência mútua. No ano que passou, o volume do comércio exterior de nosso país foi quase o dobro do nível de 1950. Ampliaram-se e fortaleceram-se nossas relações comerciais dom as democracias populares. Em 1955, nosso comércio com estes países alcançou a soma de 19 bilhões e meio de rublos, contra 10 bilhões e 600 milhões em 1950.

O comércio com alguns países capitalistas prosseguiu em condições desfavoráveis. Os Estados Unidos da América e, sob pressão sua, alguns países da Europa Ocidental puseram em prática medidas discriminatórias tendentes a limitar e inclusive suspender o comércio com a União Soviética. Apesar disso, numerosos países capitalistas interessados em vender-nos suas mercadorias e comprar as nossas continuaram a comerciar conosco e o comércio com estes países longe de diminuir, aumentou notavelmente.

Tendo cumprido com êxito o V Plano quinquenal, nosso país deu um importante passo no caminho da transição gradual do socialismo ao comunismo. Cresceram consideravelmente o poderio econômico e a capacidade defensiva do Estado soviético e fortaleceu-se sua situação internacional.

Durante o quinto quinquênio, a União Soviética conseguiu êxitos importantes não só no domínio da economia e da cultura, mas também na sua política exterior de paz, na luta por atenuar a tensão internacional, pela paz no mundo inteiro.

Neste período tornou-se ainda mais unido e mais sólido o grande campo do socialismo. Os países que empreendem o caminho da edificação socialista, desenvolvem suas economias, em conformidade com planos estatais. O grande povo chinês está realizando com entusiasmo e poderoso impulso seu primeiro Plano quinquenal. Cumprem e superam seus planos a longo termo as democracias populares européias: Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária, Romênia, Hungria, Albânia e, também, a República Democrática Alemã. Obtiveram êxitos consideráveis no fomento da sua economia a República Popular da Mongólia, a República Democrática Popular da Coréia e a República Democrática do Vietnam.

Os povos da Iugoslávia avançam com êxito pelo caminho da construção do socialismo.

O balanço do cumprimento do V Plano quinquenal desperta nos cidadãos soviéticos, nos nossos fiéis amigos, os trabalhadores dos países do campo socialista e em toda a humanidade progressista um sentimento de enorme satisfação. Este sucesso se deve a um grande e intenso esforço do laborioso povo soviético, inspirado e dirigido pelo Partido Comunista, à cuja frente acha-se seu Comitê Central leninista. (Prolongados aplausos,)

I - As Principais Tarefas do VI Plano Quinquenal

Vladimir Ilitch Lênin legou-nos sua conhecida recomendação de que não se pode trabalhar sem um plano estabelecido para um longo prazo e que ofereça perspectivas de êxitos importantes. A elaboração e o cumprimento de nossos planos quinquenais significam a realização prática dessas palavras de Lênin.

O caráter realista dos nossos planos foi confirmado pela vida. Depois de cada quinquênio, a União Soviética tem alcançado um grau mais elevado do seu desenvolvimento econômico, tem se enriquecido e reforçado e seu prestígio internacional tem-se elevado cada vez mais. As vantagens da economia planificada socialista permitem-nos fixar objetivos cada vez mais vastos para o fomento da economia e da cultura.

A União Soviética entra no sexto quinquênio munida de uma poderosa produção socialista desenvolvida sob todos os aspectos, de grandes recursos materiais e, o que é particularmente importante, de numerosos e qualificados especialistas, tanto na cidade como no campo.

No nosso país, que dispõe hoje de uma indústria pesada de primeira ordem, existem todas as condições para incrementar-se rapidamente não só a produção de meios de produção, como também a de artigos de consumo popular; aumentar em considerável medida a riqueza social, e com isso, obter novos progressos na construção da sociedade comunista.

As principais tarefas do VI Plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional da URSS consistem em assegurar, na base do desenvolvimento preferencial da indústria pesada, do progresso técnico ininterrupto e do incremento da produtividade do trabalho, um novo e poderoso surto de todos os ramos da economia nacional, obter um ascenso vertical da produção agropecuária e conseguir, partindo daí, uma elevação considerável do bem-estar material e do nível. cultural do povo soviético.

O projeto de Diretivas para o VI Plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional foi elaborado em bases científicas, tendo em conta as exigências das leis econômicas objetivas inerentes ao modo socialista de produção.

Tal como anteriormente, o papel diretor no desenvolvimento da economia socialista pertencerá à indústria e, em primeiro lugar, à indústria pesada, à produção de meios de produção. Sem um desenvolvimento preferencial da indústria pesada é impossível assegurar a reprodução ampliada em todos os ramos da economia nacional, o progresso técnico ininterrupto, a marcha ascendente das forças produtivas, o crescimento continuo da produtividade do trabalho; é impossível assegurar a nosso país uma capacidade defensiva a toda prova e elevar o bem-estar do povo. Assim o ensina a Economia Política marxista-leninista; assim o confirma toda a experiência histórica do desenvolvimento de nosso Estado Socialista.

Aplicando de maneira firme e invariável a linha geral leninista de desenvolvimento preferencial da indústria pesada, obtivemos uma vitória de importância histórica mundial: convertemos nosso país, anteriormente atrasado, agrário, numa potência industrial de primeira classe, dotada de uma grande agricultura altamente mecanizada, construímos a sociedade socialista e, passo a passo, avançamos com segurança para o comunismo. (Aplausos.)

O traço distintivo de nossa época reside num progresso técnico impetuoso, sem precedentes, em todos os ramos da produção. Se o século XIX foi sobretudo o século do vapor, o século XX, século da eletricidade, vai convertendo-se sob os nossos olhos no século da energia atômica, que encerra possibilidades ilimitadas de fomento das forças produtivas.

Nós, comunistas, devemos pôr a maior descoberta do século XX, a energia atômica, totalmente a serviço da causa que constitui o objetivo programático final de nosso Partido: a edificação do comunismo. (Aplausos) Nosso país marcha à frente dos demais Estados no tocante à utilização pacífica da energia atômica. Devemos consolidar esta posição de vanguarda também no futuro.

Como sabeis, o problema de acelerar o progresso técnico e aumentar a produtividade do trabalho na indústria foi levantado em toda a sua profundidade no Pleno do Comitê Central de julho do ano passado. As resoluções do Pleno do Comitê Central encontraram também expressão no projeto de Diretivas para o sexto quinquênio, no qual se coloca a tarefa de assegurar um rápido progresso técnico de todos os ramos da economia nacional e, nessa base, conseguir a elevação ao máximo da produtividade do trabalho.

Uma das principais tarefas do sexto quinquênio consiste em conseguir um surto vertical da agricultura.

Para satisfazer por completo a crescente necessidade de comestíveis para a população e de matérias-primas para as indústrias leve e da alimentação, devemos desenvolver a agricultura com rapidez bastante maior do que no quinto quinquênio. Devemos aumentar verticalmente a produção de cereais, culturas industriais, batatas, hortaliças e artigos da pecuária.

O contínuo e poderoso crescimento da indústria, da agricultura, do transporte, do comércio e de toda a economia nacional, o rápido progresso da técnica e o aumento da produtividade do trabalho são as condições principais que nos permitirão realizar com êxito, no novo quinquênio, o objetivo fundamental da produção socialista: elevar constantemente o bem-estar material e o nível cultural do povo.

A realização do novo Plano quinquenal será uma etapa importante na solução da tarefa econômica fundamental da URSS: alcançar e superar na produção per capita, num curtíssimo prazo histórico e seguindo o caminho da emulação econômica pacífica, os países capitalistas mais desenvolvidos.

As raízes deste problema residem no profundo atraso histórico de todo o regime social e econômico da Rússia capitalista-latifundiária de antes da revolução, relativamente aos países avançados daquele tempo.

No artigo «A catástrofe que nos ameaça e como combatê-la», V. I. Lênin punha em destaque com toda a energia, já antes da Revolução de Outubro, a necessidade de alcançar e superar no aspecto econômico os países mais desenvolvidos. Depois da revolução socialista, foi esta tarefa expressa em diversas indicações de Lênin acerca do desenvolvimento da indústria pesada como condição indispensável para o ascenso de todas as forças produtivas do país e para a transformação de nossa Pátria num Estado economicamente forte.

Como resultado do cumprimento dos dois primeiros planos quinquenais, a União Soviética transformou-se numa potência industrial avançada e, já à época, passou a ocupar o segundo lugar no mundo pelo volume global da produção industrial. Com isso criaram-se as condições que permitiram ao XVIII Congresso do Partido propor, em março de 1939, a tarefa de alcançar e superar no aspecto econômico, vale dizer, na produção industrial per capita, os países capitalistas mais desenvolvidos.

A agressão da Alemanha hitlerista à União Soviética e a dura guerra que nos foi imposta causaram um enorme prejuízo à economia nacional de nosso país. interrompendo por um prazo de dez ou onze anos o cumprimento dessa tarefa econômica fundamental da URSS.

Hoje, quando já restauramos e, mesmo, deixamos muito para trás o nível econômico de pré-guerra, nosso povo prosseguirá cumprindo a tarefa econômica fundamental da URSS em condições distintas das que existiam antes da segunda guerra mundial. A situação é agora outra, mais favorável para nós. A base material e técnica da União Soviética cresceu muito. Basta dizer que no ano passado a produção industrial de nosso país superou em mais de três vezes e meia o nível de 1939, ano em que foi colocada em termos práticos a tarefa econômica fundamental. Fortalecendo de ano para ano seu poderio econômico, a União Soviética deixou muito para trás os países capitalistas mais desenvolvidos da Europa no que toca às proporções absolutas da produção.

Ao propor a tarefa de alcançar e superar, no aspecto econômico, os países capitalistas mais desenvolvidos, nosso Partido tem em conta, naturalmente, que a economia desses países também não se manteve parada no após-guerra. A produção industrial dos Estados Unidos é hoje aproximadamente o dobro da de antas da guerra. Aumentou também a produção de outros países capitalistas. Sabemos que este aumento obedeceu a fatores temporários, transitórios; que se trata de um aumento unilateral e extremamente instável, que afeta principalmente os ramos da produção de uma forma ou de outra ligados à militarização da economia, e que tal aumento, longe de sanar, agrava as principais contradições inerentes ao modo capitalista de produção. Tudo isso é indiscutível. Devemos, contudo, ter claramente em vista que, para resolver a tarefa econômica fundamental da URSS, necessitamos hoje aumentar a produção em proporções consideravelmente maiores do que as que nos propúnhamos antes da guerra.

A atual etapa da execução da tarefa econômica fundamental da URSS oferece também a peculiaridade de que, diferentemente do período de pré-guerra, nosso país se dedica ao cumprimento daquela tarefa numa grande época histórica, em que já não se trata de um único país socialista em emulação com o mundo capitalista, mas na qual a pacífica emulação econômica desenvolve-se entre dois sistemas mundiais: o socialista e o capitalista.

Quase a metade da população da Europa e da Ásia rompeu definitivamente com o capitalismo. Mais de uma terça parte da humanidade encetou com firmeza o caminho da edificação do socialismo. Este fato reveste-se de enorme importância histórico-universal.

No desenvolvimento econômico dos países que fazem parte do sistema econômico socialista mundial existem, sem sombra de dúvida, peculiaridades determinadas pela história e pelas condições específicas de cada país. Apesar dessas diversidades, porém, os países do campo socialista têm no essencial, no fundamental, um elemento comum. Este elemento comum reside em que todos eles seguem o caminho da edificação do socialismo e do comunismo e em que em todos eles o Poder encontra-se nas mãos da classe operária, aliada com os camponeses e dirigida por um partido marxista.

As relações econômicas entre os países soberanos do campo do socialismo baseiam-se na colaboração amistosa. Os domínios desta cooperação são amplos e diversos: a mais racional utilização, para o bem comum, dos recursos econômicos e do potencial produtivo; a coordenação dos planos de fomento dos diversos ramos da economia nacional; a especialização e a cooperação da produção; o intercâmbio de conquistas técnicas e científicas e das memores experiências da produção, etc. Esta amistosa colaboração e ajuda mútua engendram o poderio econômico, em crescente ascenso do sistema socialista mundial, livre de crises, de desemprego e de outros males incuráveis do sistema capitalista.

O desligamento de uma série de países do sistema capitalista, como resultado da segunda guerra mundial, reduziu consideravelmente a esfera de domínio das relações capitalistas. Singular importância terá também o fato de que se desmorone sob os nossos olhos o sistema colonial do imperialismo, cuja derrocada inevitável foi prevista por Lênin com tanta perspicácia.

Assim, pois, na emulação econômica com o capitalismo, a União Soviética, como todo o campo do socialismo, possui enormes vantagens. A vantagem decisiva reside em que o sistema econômico socialista assegura as mais amplas possibilidades para o desenvolvimento das forças produtivas, para o florescimento do talento e da capacidade de milhões de trabalhadores, artífices de todos os bens materiais e dos valores espirituais da sociedade.

Para que estas gigantescas possibilidades, verdadeiramente ilimitadas, sejam aproveitadas ao máximo é necessário melhorar e aperfeiçoar tenazmente todo o trabalho de nossas organizações do Partido, dos Soviets e da economia na direção da indústria, do transporte e da agricultura. Vladimir llitch Lênin manifestava já o ardente desejo de que interviessem, na tribuna de nossos Congressos, maior número de engenheiros e agrônomos, de que os Congressos e reuniões fossem organismos de controle aos êxitos econômicos, nos quais pudéssemos aprender da verdade a edificar a economia. O Partido e o povo soviético tornaram realidade este desejo de Lênin.

Vede nosso Congresso, camaradas, o modo prático e concreto como se discutiu o informe do Comitê Central e a análise minuciosa que se fez, nas intervenções dos delegados, das questões práticas do trabalho da indústria e da agricultura.

Temos aí o resultado de um ingente trabalho organizativo do Partido, do seu Comitê Central, que nos últimos anos vem fazendo convergir com crescente perseverança a atenção de nossos quadros para as questões da economia da produção, para o estudo da experiência de vanguarda e a difusão dessa experiência em grande escala. Sejamos mais concretos. Este princípio leninista tem hoje, mais do que nunca, uma importância decisiva. Nisto reside agora o essencial de todo o nosso trabalho de direção da economia.

O Partido Comunista e todo o povo soviético estão firmemente persuadidos de que, na histórica emulação dos dois sistemas, triunfará o sistema socialista por ser o mais progressista. Evidentemente, porém, a vitória, não virá por si só. Para vencer, necessitamos continuar mantendo o alto ritmo de desenvolvimento de todos os ramos da economia nacional, marchar à frente dos demais países no terreno do progresso técnico e do aumento da produtividade do trabalho, melhorar infatigavelmente nosso quotidiano esforço organizativo.

O cumprimento das tarefas do VI Plano quinquenal elevará a um grau superior o poderio econômico da União Soviética e contribuirá para o desenvolvimento econômico contínuo do grande campo do socialismo, para o fortalecimento de todo o sistema econômico socialista mundial.

II - O Desenvolvimento da Economia Nacional da URSS no Sexto Quinquenio

Tarefas da indústria

O contínuo ascenso de todos os ramos da economia nacional depende, sobretudo, do rápido desenvolvimento da indústria socialista.

O projeto de Diretivas prevê um aumento global de 65% da produção industrial, no sexto quinquênio. Isto quer dizer que em 1960 — último ano do VI Plano quinquenal — a produção industrial de nosso país será o triplo da de 1950 e 5,3 vezes maior do que em 1940, ano de pré-guerra.

As mais importantes tarefas do VI Plano quinquenal no domínio da indústria consistem em impulsionar, em primeiro lugar, o desenvolvimento da siderurgia e da metalurgia não-ferrosa, bem como das indústrias petrolífera, hulheira e química, em assegurar a supremacia do ritmo da construção de centrais elétricas e o rápido incremento da indústria produtora de maquinaria, especialmente de máquinas-ferramentas, tecnicamente perfeitas, de máquinas para forjar e prensar, de dispositivos para automatização e de instrumentos da mais alta qualidade técnica.

No conjunto, a produção de meios de produção (grupo «A») aumentará aproximadamente, durante o sexto quinquênio, em 70%, o que significa um aumento anual médio de cerca de 12%. Comparada com a de 1940, a produção de meios de produção aumentará em 6,6 vezes.

O poderoso crescimento da indústria pesada e o rápido ascenso da produção agrícola permitirão acelerar-se o desenvolvimento dos ramos industriais produtores de artigos de consumo popular.

A produção de bens de consumo aumentará em aproximadamente 60%. Em 1960, a produção de bens de consumo (grupo «B») será três vezes e meia maior do que em 1940.

Com o cumprimento do VI Plano quinquenal, a União Soviética produzirá em 1960 mais aço, energia elétrica, cimento e combustível do que produzem atualmente a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha Ocidental tomadas em conjunto. No volume da produção industrial, a União Soviética aproximar-se-á consideravelmente dos Estados Unidos da América.

Nosso Partido sempre atribuiu e atribui excepcional importância à siderurgia, da qual, em última análise, depende o desenvolvimento de todos os ramos da economia nacional.

No sexto quinquênio propomo-nos a tarefa de elevar de modo considerável o nível alcançado na produção de metais ferrosos. Em 1960, nosso país produzirá aproximadamente 53 milhões de toneladas de ferro fundido, ou seja, 3,6 vezes mais do que em 1940; 68.300.000 toneladas de aço, ou seja, 3,7 vezes mais do que em 1940; 52.700.000 toneladas de laminados, ou seja, 4 vezes mais do que em 1940.

Não se trata, entretanto, apenas de aumentar a produção de metais ferrosos. No sexto quinquênio, os metalúrgicos devem elevar verticalmente a produção de aços para ligas e para ligas fracas, de aços elétricos e de outros tipos de metais de alta qualidade, o que é da maior importância para a economia nacional e a defesa. Também temos que diversificar muito a produção de metal e aumentar a dos perfis de laminados mais econômicos. Tudo isso permitirá aproveitar melhor o metal, reduzir o peso das máquinas e das construções metálicas e criar equipamento industrial mais perfeito.

No quinto quinquênio, os metalúrgicos trabalharam muito para produzir mais metal com o equipamento existente. Obtiveram bons resultados, mas não devemos esquecer que a siderurgia ainda dispõe de maiores possibilidades.

Somente através de um melhor aproveitamento do potencial existente, da modernização do equipamento antiquado e do aperfeiçoamento da tecnologia da produção, devem os metalúrgicos dar ao país, no sexto quinquênio, mais de uma terça parte do aumento previsto para a produção de ferro fundido e cerca da metade do aumento da produção de aço.

Grande atenção será dada, no sexto quinquênio, ao desenvolvimento da metalurgia não-ferrosa.

As novas centrais e redes elétricas, as linhas telegráficas e telefônicas e os acumuladores, a eletrificação das estradas de ferro e outras necessidades da economia nacional exigem grande quantidade de cobre, chumbo e alumínio. O aumento da produção de níquel, volfrâmio, molibdênio, nióbio e outros metais não-ferrosos e raros é necessário para que se continue incrementando a produção de ligas de aço e da de ligas têrmo-resistentes, empregadas na fabricação de turbinas a vapor de alta pressão, de turbinas a gás e outras máquinas.

Segundo prevê o projeto de Diretivas, deve desenvolver-se em ritmo acelerado no novo quinquênio a produção de metais não-ferrosos e raros. Durante o sexto quinquênio o aumento médio anual da produção de metais não-ferrosos deve superar grandemente o aumento da produção dos quinquênios anteriores.

Para aumentar a produção de metais não-ferrosos e raros, é necessário fomentar a mineração, melhorar o aproveitamento completo das matérias-primas e extrair mais metal dos minérios.

Tarefa importante dos trabalhadores da metalurgia não-ferrosa é a de aumentar a obtenção de metais não-ferrosos e a de metais raros de grande pureza, necessários para impulsionar a eletrônica, a radiotécnica e a produção de ligas têrmo-resistentea.

Indústria do combustível

Dentro do consumo global de combustível de nosso país, a hulha representava, em 1955, 65%; o petróleo, 22,5% e o gás natural, 2,5%. Como vedes, é pequena, dentro do consumo de combustível, a proporção do petróleo e, especialmente, do gás. E, no entanto, são o gás e o petróleo os tipos mais baratos e eficazes de combustível. O custo de extração do gás natural, por exemplo, é oito vezes menor que o da extração da hulha. Além disso, o petróleo e o gás são valiosas matérias-primas para a obtenção de muitos produtos químicos.

Voltar-nos-emos, assim, para a aceleração ao máximo do desenvolvimento das indústrias do petróleo e do gás.O projeto de Diretivas prevê para 1960 um aumento de 52% da extração de carvão, relativamente a 1955; a de petróleo será aumentada em 91%, e a de gás, quase em quatro vezes.

No presente, dispõe a União Soviética de uma poderosa indústria carbonífera. tecnicamente bem equipada.

No quinto quinquênio, contudo, a extração da hulha esteve em atraso relativamente às necessidades da economia nacional, do que resultavam dificuldades no abastecimento de combustível às empresas e ao transporte. Este desnível entre a procura da hulha e sua extração fez-se sentir de modo especial na parte européia da URSS.

Para 1960, projeta-se extrair 593 milhões de toneladas de carvão, ou seja, uma vez e meia mais do que em 1955. É uma tarefa muito séria. Seu cumprimento não só nos permitirá cobrir as necessidades de carvão da economia nacional, como também aumentar as reservas do Estado.

Com o objetivo de reduzir sensivelmente o transporte a longa distância da hulha, das zonas orientais para a parte européia do país, prevê-se um maior desenvolvimento da indústria carbonífera do Donbass. A bacia do Donetz continuará desempenhando papel muito importante no fornecimento de combustível ao país. Em 1960, a extração da hulha no Donbass deverá ser de 212 milhões de toneladas, ou seja, 77 milhões mais do que em 1955. Mas como o carvão do Donetz custa caro e sua extração é mais difícil e custosa, além de desenvolver a extração da hulha no Donbass será preciso ampliar e fortalecer a base energética da Ucrânia à custa de outras fontes.

Por este motivo, coloca-se o problema de aproveitar ao máximo, na Ucrânia, as jazidas de Alexandria (próximo a Kirovogrado), Lvov Volinia e outras zonas carboníferas da margem direita do Dnieper e das regiões ocidentais.

Devemos também aproveitar ao máximo os recursos hidrelétricos e de gás natural que existem na Ucrânia.

Além das centrais hidráulicas do Dnieper e de Kakovka, já em funcionamento, serão concluídas no sexto quinquênio as de Krementchug e Dnieprodzerjinsk e terão início as obras da central de Kanev. Prevê-se também aumentar notavelmente a extração de gás natural na Ucrânia Ocidental.

O Governo encarregou a Comissão do Plano do Estado de voltar a estudar o problema da utilização dos recursos hidráulicos da Ucrânia. Talvez se tenha de tomar medidas complementares a esse respeito.

O desenvolvimento da energia hidráulica e da extração de gás na Ucrânia tem grande importância econômica, pois aumenta os recursos de energia e combustível do país e permite substituir-se uma grande quantidade de carvão do Donbass, de custo elevado, por combustíveis mais baratos.

Durante o sexto quinquênio, serão inauguradas na parte leste do país muitas empresas industriais e usinas elétricas e se levará a cabo a construção de novas linhas ferroviárias. Devido a isso, aumentará notavelmente a procura de carvão para a produção de coque e de energia.

Nas zonas orientais há abundantíssimas reservas de carvão desse tipo, bem como possibilidades de abrir minas com menores inversões básicas e obter hulha mais barata do que na parte européia da URSS Além disso, muitas jazidas carboníferas podem ser exploradas ao ar livre. Coloca-se a tarefa de aumentar consideravelmente a extração da hulha nas bacias do Kuznetsk, Karagandá e demais bacias do leste do país.

Em 1960 devem extrair-se 135 milhões de toneladas de petróleo, ou seja, quase quatro vezes e meia mais do que em 1940.

Durante os últimos quinquênios foram criadas as condições necessárias para o rápido desenvolvimento da indústria petrolífera. Foram descobertas e postas em exploração grandes jazidas petrolíferas, graças ao que as reservas industriais do petróleo foram quadruplicadas no após-guerra. Foi criada uma poderosa indústria de maquinaria petrolífera, capaz de fornecer um equipamento moderno à indústria do petróleo.

Começam a ser exploradas com êxito riquíssimas jazidas de petróleo nos Urais e, em particular, no baixo e médio Volga. Em 1960, devem ser extraídos nessas zonas 75% de todo o petróleo obtido no país.

É-nos vantajoso desenvolver em ritmo rápido a indústria petrolífera no baixo e médio Volga e nos Urais. O custo da extração nessas regiões é três ou quatro vezes inferior ao das velhas zonas petrolíferas.

Nossa tendência a impulsionar rapidamente a extração do petróleo nas zonas orientais do país não significa, contudo, que se deva diminuir a atenção concedida às velhas bases de Baku e Grozni, que dão ao país melhores qualidades de petróleo.

No sexto quinquênio devemos preocupar-nos seriamente com desenvolver em grande escala a indústria da refinação do petróleo. Este ramo deve ser desenvolvido por meio da construção de grandes refinarias, de três a cinco vezes mais potentes que as construídas até agora. Isto permitirá baratear consideravelmente os custos e acelerar os trabalhos de construção.

Em ligação com a tarefa de intensificar a extração do petróleo, precisamos desenvolver amplamente o transporte do óleo e de seus derivados por meio de oleodutos. Durante o sexto quinquênio projeta-se construir mais de 14.500 quilômetros de oleodutos de primeira classe. O peso específico da condução por oleodutos, dentro do volume geral do transporte do petróleo e seus derivados, aumentará em mais de duas vezes e meia durante o quinquênio.

A indústria do gás receberá um grande impulso no sexto quinquênio. A obtenção de gás durante o quinquênio ascenderá a 40 bilhões de metros cúbicos. Serão entregues à exploração novas jazidas: a de Stávropol, a de Shebenraka (próximo a Kárkov) e a de Stepnoe (próximo a Saratov), e será preparada para exploração a jazida de Beriózovo, no Baixo Obi. Deverão ser instalados gasodutos de primeira classe com uma longitude total de cerca de 9.000 quilômetros.

Eletrificação

O Comitê Central do Partido põe em prática sem desfalecimentos as indicações de V. I. Lênin sobre a eletrificação do país.

Em 1955, todas as centrais elétricas da União Soviética produziram 170 bilhões de quilowatts-hora, três vezes e meia mais do que em 1940. Todavia, foi com grande esforço que se satisfizeram às necessidades de energia elétrica.

Para o sexto quinquênio coloca-se a tarefa de assegurar em ritmo acelerado o aumento da potência das centrais elétricas visando a dar plena satisfação às crescentes exigências de energia da economia nacional e criar uma reserva de potencial elétrico. Enquanto a produção global da indústria é elevada durante o quinquênio em 65%, a produção de energia elétrica deve aumentar em 88% e a potência das centrais elétricas em 2,2 vezes.

Nosso país é rico em recursos hidroenergéticos. As centrais hidrelétricas são vantajosas porque não exigem combustível e a energia que produzem sai mais barata.

Durante o sexto quinquênio será dada grande atenção à construção de centrais hidrelétricas, cuja potência aumentará em 2,7 vezes.

Na parte européia da URSS prosseguirão os trabalhos de aproveitamento dos recursos energéticos do Volga e do Kama. Além da conclusão das centrais hidrelétricas de Kuibishev, Gorki, Stalingrado, Mólotov e Votkinsk, serão encetadas as obras das usinas hidrelétricas de Saratov e Tcheboksari, no Volga, e as da Central do Kama Inferior.

Na Sibéria empreender-se-ão em grande escala os trabalhos para a construção das grandiosas centrais hidrelétricas de Bratsk, no Angará, e de Krasnoiarsk, no Ienissei. Cada uma dessas centrais terá uma potência de 3.200.000 quilowatts e produzirá anualmente tanta energia como as de Kuibishev e Stalingrado jUiitas. Tem-se o propósito de aproveitar a energia elétrica barata das centrais siberianas para montar 'indústrias que consomem grande quantidade de eletricidade.

No que se refere à edificação de centrais termoelétricas, coloca-se a tarefa de construir usinas poderosas, com turbinas de 100, 150 e 200 mil quilowatts, de vapor de alta pressão e alta temperatura. Estas poderosas centrais elétricas são economicamente mais vantajosas que as de menor potência.

No sexto quinquênio deverá ser estendido um grande número de redes elétricas. Nos primeiros anos de desenvolvimento da indústria soviética de energia, a união das centrais por meio de redes elétricas — o chamado sistema circular — efetuava-se nos limites de zonas isoladas. Posteriormente, os sistemas energéticos de zona uniram-se entre si, dando origem aos sistemas energéticos interzonais.

O sexto quinquênio coloca uma tarefa importante e de interesse: criar um sistema energético único em toda a parte européia da URSS, o qual unirá, por meio de linhas de transmissão de 400.000 volts, as centrais hidráulicas de Kuibishev e Stalingrado com os sistemas energéticos do Centro, do Sul e dos Urais.

As centrais elétricas agrupadas nó sistema energético único da parte européia do país gerarão, em 1960, cerca da metade de toda a energia elétrica a ser produzida, na época, na União Soviética.

No sexto quinquênio será iniciada a criação do sistema energético único da Sibéria Central, que ligará as usinas hidrelétricas do Angará e do Ienissei às térmicas e hidráulicas da bacia do Kuznetsk, Novossibirsk, Irkutsk e Krasnoiarsk.

A criação de sistemas energéticos únicos torna mais seguro o abastecimento de energia elétrica, melhora grandemente os índices econômicos de funcionamento das centrais, permite construir grandes centrais elétricas em lugar de numerosas centrais, menos econômicas, de pequena e média potência bem como eletrificar novas zonas que no presente não dispõem de energia elétrica suficiente.

Fato notável do sexto quinquênio será a construção em larga escala e o amplo aproveitamento de centrais átomo-elétricas. O projeto de Diretivas determina a construção de várias centrais átomo-elétricas, com uma potência total de dois a dois e meio milhões de quilowatts, superando-se assim quase em cerca de 50% a potência das centrais elétricas cuja construção foi prevista no conhecido plano GOELRO.

Indústria química

O papel e a importância da química dos diversos ramos da indústria e da agricultura aumentam cada vez mais. O rápido crescimento da indústria química é, de longa data, condição necessária para o progresso técnico.

O estado atual da indústria química não pode satisfazer-nos e, por esta razão, prevê-se no VI Plano quinquenal acelerar seu desenvolvimento.

Tarefa importantíssima deste ramo industrial é aumentar a produção de adubos minerais que assegurem um maior rendimento das culturas agrícolas. A produção de adubos minerais deverá atingir, em 1960, a quase 20 milhões de toneladas, quantidade que supera em seis vezes e meia o que foi produzido em 1940 e em duas vezes e pouco a produção de 1955.

Devemos organizar a produção de tóxicos mais eficazes para liquidar os parasitas e as enfermidades das plantas, bem como a produção em grande escala de preparados para combater as ervas daninhas, possibilitando-se assim uma redução considerável do trabalho de monda.

A indústria química tem como tarefa importante dar amplo desenvolvimento à produção de álcool e de borracha sintética, de dissolventes, de vernizes, de sucedâneos de alta qualidade para o sabão e de outros produtos químicos derivados do gás do petróleo e do gás natural. Atualmente, empregamos para esses fins, cereais, batatas e gorduras alimentícias. A fabricação de produtos sintéticos extraídos do gás do petróleo e do gás natural permitirá reduzir grandemente, durante o quinquênio — e mais tarde suprimir — o emprego de cereais e óleos vegetais para fins industriais.

Os trabalhadores da indústria química devem desenvolver em grande escala a produção das matérias-primas necessárias ao fabrico de artigos de amplo consumo, como seda artificial, sapatos, artigos de armarinho e bijuterias. A produção de matérias sintéticas para a fabricação de fibra artificial deve aumentar durante o quinquênio quase em seis vezes.

Precisamos diversificar e aumentar a produção de matérias sintéticas destinadas à construção de máquinas, à radiotécnica e à aviação e, bem assim, fomentar a produção de isolantes e plásticos de alta qualidade, cuja aplicação permite diminuir o peso das máquinas e artigos e economizar metais não-ferrosos.

A economia nacional ressente-se ainda de uma aguda falta de pneus para automóveis. A tarefa fixada no projeto de Diretivas — dobrar sua produção — deve ser considerada pelos trabalhadores da indústria química como tarefa mínima.

O desenvolvimento da siderurgia e da metalurgia não-ferrosa, da indústria do combustível e da indústria química exige uma poderosa base de matérias-primas. A indústria extrativa de nosso país dispõe de imensas reservas conhecidas de minérios diversos. A União Soviética ocupa o primeiro lugar no mundo no tocante às reservas conhecidas de minérios de ferro e manganês, cobre, chumbo, bauxitas, níquel, volfrâmio, sais de potássio e matérias-primas para a produção de fosfatos.

Os trabalhos de prospecção geológica, realizados em grande escala, permitiram descobrir novas e importantes jazidas de hulha, petróleo, metais ferrosos, metais não-ferrosos, metais raros e outros minerais, que servem de base para a criação de grandes empresas de nossa indústria pesada.

Devemos render a nossos geólogos o tributo que merecem. No último quinquênio trabalharam bem e obtiveram bons resultados. Na região de Kustanai, por exemplo, foram descobertas novas e valiosas jazidas de minério de ferro, de carvões para a energética e de bauxitas, encravadas numa zona excepcionalmente propícia ao seu aproveitamento industrial. Para dar idéia da importância desta descoberta, basta dizer que, segundo dados do Ministério de Geologia e Proteção do Subsolo, as reservas de minério de ferro das jazidas de Kustanai ultrapassam as reservas conhecidas que existem nos Urais, a montanha Magnitnaia inclusive.

Para aproveitar as jazidas de Kustanai, as Diretivas projetam criar ali uma indústria extrativa de minério de ferro com capacidade de produção de 10 milhões de toneladas por ano, abrir uma grande mina de bauxitas, construir uma fábrica de alumínio e organizar a extração vem grande escala de carvões para a energética.

Foram descobertas novas e importantes' jazidas de carvões para a obtenção de coque, bem como jazidas de ferro nas regiões meridionais da RSSA. de Yakutia, e também nas zonas do Transbaikal Oriental.

Têm grande importância as ricas jazidas de gás natural encontradas na parte oriental da Ucrâma. no território de Stávrouol e na zona adjacente aos Urais Setentrionais.

Uma notável descoberta dos últimos anos foram as ricas jazidas de diamantes da RSSA. de Yakutia.

É necessário continuar a busca e a prospecção de novas jazidas de petróleo, pás. carvões para a obtenção de coque, metais ferrosos, não-ferrosos e raros e de outros minérios nas diferentes zonas econômicas, sobretudo no Leste do país. Precisamos disso para estabelecer uma distribuição geográfica mais proporcional da indústria extrativa e assegurar reservas exploráveis de minérios, por um longo prazo, para as empresas em funcionamento e em construção.

Construção de maquinaria

No ano passado, no Pleno de julho do Comitê Central, os ministérios que têm a seu cargo a construção de máquinas foram objeto de uma dura crítica, totalmente justa, devido ao atraso no planejamento e fabricação de equipamento e aparelhos perfeitos do ponto de vista técnico.

A construção de maquinaria e, em primeiro lugar, a indústria de construção de máquinas-ferramentas e de ferramentas, deve desenvolver-se com mais rapidez que os demais ramos industriais. Por isto, no sexto quinquênio propomo-nos aumentar em 80% a produção da indústria de construções mecânicas e da elaboração de metais.

A indústria da construção de máquinas tem diante de si, no novo quinquênio, grandes tarefas. Necessitamos, dotar em breve prazo as fábricas produtoras de maquinaria de novas máquinas de alto rendimento. Isto se refere sobretudo às máquinas para cortar metais, para forjar e prensar, às de fundição e às linhas automáticas e semi-automáticas.

A produção de máquinas para cortar metais deve duplicar durante o quinquênio. Os melhores grupos destas máquinas devem representar, no mínimo, a metade da fabricação de máquinas-ferramentas. Dessa forma, a produção de máquinas de posição múltipla, as quais permitem elaborar simultaneamente as peças com muitos instrumentos cortantes, aumentará quase em duas vezes e meia, e a produção de linhas automáticas e semi-automáticas e de equipamento para as fábricas e oficinas automáticas deverá elevar-se em cinco vezes aproximadamente.

Impõe-se a tarefa de aumentar em duas vezes, aproximadamente, durante o quinquênio, a produção de máquinas para forjar e prensar, e em quatro vezes no mínimo a de prensas pesadas. Em substituição aos velhos tipos de martelos-pilões é necessário instalar prensas mecânicas de forja, com uma força de vários milhares de toneladas, o que permitirá empregar-se uma tecnologia moderna no preparo de estamparia de precisão e diminuir consideravelmente o trabalho empregado por peça e o consumo de metal.

Nas oficinas de produção é preciso substituir o pesado e pouco produtivo trabalho manual dos modeladores, fundidores e cortadores pelo trabalho das máquinas. Com esse objetivo, devemos aumentar em oito vezes a produção ,de equipamento de fundição moderno e construir um grande número de oficinas e fábricas de fundição especializadas, em diversas zonas do país.

O reequipamento da fundição numa nova base técnica permitirá obter pecas semi-elaboradas mais precisas, que exigirão elaboração mecânica insignificante. Isto permitirá prescindir-se de dezenas de milhares de máquinas cortadoras de metais e poupará centenas de milhares de toneladas de metal, que são na atualidade transformadas em limalha.

Tão importante como esta é outra tarefa com que se defronta a indústria de construção de maquinaria: criar equipamento mais moderno para os outros ramos da economia nacional.

Os construtores de máquinas devem munir a metalurgia de trens de laminação mecanizados e automatizados, de diversos tipos e de alto rendimento, os quais estejam à altura das melhores realizações da técnica mundial.

A mineração e a indústria carbonífera devem receber novos e potentes tipos de máquinas. No quinquênio findo foram criadas escavadeiras andantes com caçamba de 14 metros cúbicos. O rendimento dessas máquinas é de 800 metros cúbicos de terra por hora. No novo quinquênio, a indústria de fabricação de maquinaria deve proporcionar aos metalúrgicos, mineiros e construtores escavadeiras ainda mais potentes, cujo rendimento seja de mais de 1.200 metros cúbicos de terra por hora. Para dar vazão ao transporte da terra por elas escavada, serão necessários caminhões-basculantes de 40 ou 50 toneladas. A indústria automobilística tem de produzir no sexto quinquênio esses poderosos caminhões.

Os construtores de máquinas terão um difícil problema a resolver: a criação de potentíssimos equipamentos energéticos para as centrais termoelétricas. É preciso que se projetem e comecem a produzir turbinas a vapor econômicas, com uma potência de 200.000 a 300.000 quilowatts, em bloco com caldeiras de um rendimento de 900 toneladas de vapor por hora. A pressão do vapor nessas instalações deverá chegar a 300 atmosferas à temperatura de 650 graus.

No quinquênio passado, os construtores de maquinaria energética criaram para a central de Kuibishev turbinas hidráulicas de 105.000 quilowatts de potência. No sexto quinquênio devem ser construídas turbinas ainda mais potentes. Para a central hidrelétrica de Bratsk necessitaremos turbinas de mais de 200.000 quilowatts cada uma. A seguinte comparação nos dará uma idéia da sua força: cinco turbinas hidráulicas desse tipo terão a mesma potência que todas as centrais elétricas da Rússia anterior à Revolução, e a energia elétrica que produzirão será três vezes e meia superior a toda a que se obtinha na Rússia tzarista.

O projeto de Diretivas prevê para o quinquênio um aumento considerável da fabricação de turbinas a vapor, hidráulicas e a gás, bem como de geradores elétricos para as turbinas. Entre esses haverá geradores para turbinas a vapor de enorme potência: até 300.000 quilowatts, com um novo sistema de refrigeração a hidrogênio.

No planejamento e fabricação de máquinas-ferramentas, máquinas e equipamento diverso, devem os construtores dar especial atenção à diminuição do gasto de metal por unidade, através da melhoria do desenho das máquinas, o emprego de laminados econômicos e a substituição do metal por plásticos.

Não poderemos resolver a importantíssima tarefa de automatizar os processos de produção da indústria se não dispuser-mos de um número suficiente dos mais diversos e perfeitos aparelhos e artigos radiotécnicos. Por este motivo, é necessário dar rápido impulso, durante o sexto quinquênio, à construção de aparelhos de precisão e à indústria radiotécnica.

Para ampliar a capacidade de produção da indústria de construção de aparelhos de precisão serão levantadas 32 fábricas especializadas e reforçada a rede de instituições de investigação científica e de laboratórios.

A fim de melhorar a direção deste ramo da indústria, o Ministério da Construção de Maquinaria e Aparelhos foi dividido em dois: o Ministério da Construção de Aparelhos de Precisão e Meios de Automatização e o Ministério da Construção de Maquinaria.

Uma das tarefas mais importantes e urgentes da indústria de construção de aparelhos de precisão é assegurar a satisfação das necessidades da ciência e da produção, através da fabricação de um número suficiente de máquinas de calcular de rápido funcionamento, as quais representam um novo meio de automatizar as operações de cálculo e os processos de produção.

Os trabalhadores da indústria radiotécnica devem dedicar especial interesse à criação de novos aparelhos de alta qualidade construídos à base de semicondutores, capazes de substituir eficazmente, numa série de casos, as lâmpadas de rádio. Os aparelhos construídos à base de semicondutores têm um volume e um peso muito menores do que as lâmpadas de rádio e asseguram um melhor funcionamento dos aparelhos de rádio, das máquinas de calcular e de outras instalações.

Os aparelhos construídos à base de semicondutores merecem que lhes dediquemos grande atenção. O Ministério da Indústria Radiotécnica, no entanto, organiza com lentidão intolerável a produção de tais aparelhos, enquanto o Ministério da Metalurgia Não-Ferrosa produz em quantidades evidentemente insuficientes as matérias quimicamente puras necessárias àqueles fins.

Durante o último quinquênio aumentou consideravelmente a produção de materiais de construção. Não obstante, ainda não estão sendo plenamente cobertas as necessidades da economia nacional. Nota-se uma grande falta de cimento, de materiais para paredes e tetos e mesmo de vidro plano.

Para que a construção seja rápida, barata e boa, é preciso — como o sabe hoje toda a gente — garantir a ampla aplicação dos métodos industriais e aumentar em grau considerável o emprego de peças pré-fabricadas de concreto armado, para o que se necessita de muito cimento.

Em 1940, produzimos cerca de seis milhões de toneladas de cimento. Em 1955, chegamos a mais de 22 milhões de toneladas e, para 1960, aspiramos elevar a produção de cimento de 55 milhões de toneladas. Para termo de comparação, podemos dizer que os Estados Unidos da América produziram cerca de 52 milhões de toneladas de cimento em 1955.

No sexto quinquênio aumentará quase em seis vezes a produção de pré-fabricados de concreto armado e em mais do dobro a de materiais de ornamentação, fibrocimento, instalações sanitárias e outros materiais de construção.

Indústria florestal

A União Soviética é o país mais rico do mundo no que se refere a reservas de madeira. O corte é praticado em grande escala em nosso país. No ano passado, por exemplo, foram abatidos e transportados cerca de 300 milhões de metros cúbicos de madeira.

Não temos, no entanto, suficiente madeira de aproveitamento industrial, sobretudo porque não a economizamos. Não há nenhum país que desperdice tanta madeira como o nosso. Para cada milhão de rublos invertidos no trabalho de construção e de montagem, nossos construtores gastam 480 metros cúbicos de madeira, enquanto nossos amigos das democracias populares, por exemplo, gastam bastante menos.

É preciso economizar madeira, antes de mais nada através de uma mais ampla utilização do concreto e do concreto armado.

Uma das causas fundamentais dos altos e baixos que se verificam no fornecimento de madeira à economia nacional consiste em que o Ministério da Indústria Florestal, principal provedor de madeira, deixa sistematicamente de cumprir o plano. Só no quinto quinquênio, deixou este ministério de cumprir o plano em cerca de 80 milhões de metros cúbicos de madeira de aproveitamento industrial.

O Ministério da Indústria Florestal, no entanto, tem recebido e continua a receber ajuda permanente para que desenvolva sua base de produção. Nos últimos cinco anos foram invertidos na indústria florestal 12 bilhões e meio de rublos e aumentou-se de maneira notável a mecanização das principais operações florestais. Até hoje, contudo, o Ministério da Indústria Florestal mecaniza mal as operações pesadas auxiliares e, por este motivo, há nos bosques muitos operários que trabalham sem máquinas.

Está previsto para o sexto quinquênio aumentar em 42% o abate de madeira para aproveitamento industrial nas empresas dependentes do Ministério da Indústria Florestal, sobretudo nas zonas muito cobertas de bosques, e dar grande incremento, ali, à serragem.

Tarefa importantíssima da indústria florestal é passar à mecanização complexa das operações de corte e organizar o trabalho em todas as épocas do ano com operários permanentes.

À indústria florestal está estreitamente ligada a indústria de papel e madeireira.

No sexto quinquênio temos o propósito de desenvolver a construção de fábricas de celulose e de papelão e reconstruir várias empresas de celulose e papel, o que permitirá aumentar em considerável medida a produção desses artigos. A produção de papel para impressão e de papel de imprensa deverá aumentar em mais de vez e meia, e a de papelão, em 2,8 vezes.

Antes construíamos as fábricas de celulose e de papel de preferência nas zonas florestais e transportávamos a grandes distâncias uma enorme quantidade de papel e papelão, que se distribuía por todo o país. No sexto quinquênio devemos dar impulso à construção de empresas produtoras de celulose e papelão também em zonas não florestais, aproveitando a grande abundância de canaviais. Isto permitirá aumentar-se a quantidade de papel e papelão no país e reduzir o transporte desses artigos a grandes distâncias.

A indústria de papel deve intensificar grandemente a produção de papelão para embalagem, a fim de que no sexto quinquênio possa ser substituída aproximadamente a metade das embalagens de madeira por embalagens de papelão. Isto possibilitará uma economia anual de cerca de sete milhões de metros cúbicos de madeira.

Durante o sexto quinquênio, é preciso dar grande incremento à produção em todos os ramos da indústria leve e alimentação, sem exceção. Dar-se-á assim um novo e importante passo para que o comércio disponha continuamente da quantidade necessária de artigos industriais e de comestíveis. Existem todas as condições para isso.

A indústria pesada, que se desenvolve com rapidez, fornecerá as máquinas, o equipamento e os aparelhos tecnicamente perfeitos para as empresas da indústria leve já existentes e as que se vierem a construir. Por outro lado, o ascenso de todos os ramos da agricultura permitirá elevar-se verticalmente o' fornecimento de toda espécie de matérias-primas agrícolas às indústrias têxtil, do couro e de calçados, da carne e do leite, de conservas e outros ramos das indústrias leve e de alimentação.

Os trabalhadores da indústria da alimentação devem aumentar em grande escala a produção de carne e seus derivados, de manteiga, queijo, leite e laticínios, de peixe e derivados, de açúcar e artigos de confeitaria, bem como de todos os tipos de conservas. Para isso é preciso que sejam construídas muitas empresas, tanto nas cidades como nas zonas de armazenamento de matérias-primas agrícolas.

Os trabalhadores das empresas produtoras de artigos industriais de consumo popular têm diante de si tarefas importantes. Devem ampliar em mais de 50% a produção de calçados e confecções e aumentar enormemente a de tecidos de linho e, em particular, a dos melhores tipos de tecidos de lã, para cuja procura não há plena satisfação.

Temos de desenvolver em escala excepcionalmente vasta a produção de fibras artificiais e sintéticas. Durante o sexto plano quinquenal precisamos aumentar a produção de fibras artificiais em, pelo menos, cerca de três vezes, e a de fibras sintéticas em cerca de cinco vezes.

Deve ser aumentada em grandes proporções a produção de relógios, bicicletas, motocicletas, máquinas de costura e de lavar, aparelhos de rádio e outros artigos recreativos e de uso doméstico.

Ao mesmo tempo que ampliarem a produção, os trabalhadores da indústria leve devem assegurar um sensível melhoramento da qualidade dos artigos e cuidar que sejam lançados no momento oportuno. A população deve poder comprar roupas, roupa branca e calçados em conformidade com a estação.

Os trabalhadores de todos os ramos das indústrias leve e da alimentação têm a obrigação de aproveitar muito melhor o potencial industrial, de introduzir ao máximo a mais avançada tecnologia e de reduzir enormemente as perdas de matérias-primas no processo de produção.

Estas são camaradas, as tarefas fundamentais do sexto quinquênio, no tocante aos diversos ramos da indústria.

O progresso técnico na indústria

Nos quinquênios anteriores, a técnica da produção industrial avançou muito no nosso país. O que alcançamos, porém, está longe de ser suficiente. A técnica não pode permanecer estacionada, deve estar sempre avançando. Somente através de uma ampla utilização do novo material técnico poderemos elevar de maneira considerável e em curto prazo a produtividade do trabalho, e aumentar a produção. Adquirem, por isso, importância especial as tarefas, fixadas no projeto de Diretivas relativamente ao progresso técnico da indústria.

O Pleno de julho do Comitê Central indicou que, juntamente com a necessidade de cumprir os planos econômicos, a tarefa de elevar por todos os meios o nível técnico da produção e de lutar sem descanso pelo progresso técnico era uma das missões mais importantes que as organizações do Partido, dos Soviets e da administração econômica teriam de cumprir na esfera industrial.

Em que se expressa o progresso técnico da indústria na etapa atual?

O progresso técnico está indissoluvelmente ligado à eletrificação e expressa-se antes de mais nada, no aperfeiçoamento constante do parque de maquinaria e equipamento, na aplicação da mais moderna tecnologia, no mais completo e racional aproveitamento dos recursos de matérias-primas e de energia e, como resultado disso tudo, no aumento ininterrupto da produção de alta qualidade.

Mas os meios técnicos — a maquinaria, as máquinas-ferramentas e outros equipamentos — constituem apenas uma parte do problema. Para utilizar racionalmente esse material e assegurar um ritmo acelerado de progresso técnico é preciso preocupar-se infatigavelmente com a preparação de operários, técnicos, engenheiros e cientistas de alta qualificação, desenvolver ininterruptamente a ciência e aperfeiçoar a organização da produção.

Não poucos exemplos poderiam ser citados para demonstrar os notáveis êxitos que conseguimos no que concerne ao progresso técnico. Não é disso que devemos falar hoje, porém. No presente, é preciso concentrarmos nossos esforços na eliminação dos defeitos existentes nessa esfera e em garantir, durante o sexto quinquênio, um rápido progresso técnico em todos os ramos da economia nacional.

Começarei referindo-me a nosso parque de maquinaria e equipamento.

No primeiro e segundo quinquênios, nossas empresas eram equipadas com a maquinaria mais perfeita daquele tempo, em boa parte importada do exterior. Pouco mais de vinte anos são passados. Durante a guerra, o equipamento da indústria com maquinaria nova foi feito em proporções insignificantes. No após-guerra, novas máquinas-ferramentas e outros mecanismos vieram engrossar o parque de maquinaria, mas apesar disso, ainda há nele muitos tornos velhos, que funcionam com uma velocidade de 150 a 400 rotações por minuto, contra as 1.500 ou 2.000 rotações de nossos tornos modernos. Dispomos ainda de um número insuficiente de máquinas semi-automáticas e automáticas, cilindradoras modernas, máquinas para cortar engrenagens, esmerilhadoras e máquinas para forjar e prensar.

As instalações de fundição de nossas fábricas estão abaixo do nível moderno. As máquinas fundidoras que equipam nossas empresas de construção de maquinaria são três ou quatro vezes menos produtivas do que as modernas máquinas semi-automáticas e automáticas de fundição.

Durante o sexto quinquênio devemos renovar consideravelmente o parque de máquinas para trabalhar metais e de fundição nas empresas de construção de maquinaria as instalações tecnológicas das indústrias leve e da alimentação, o material rodante do transporte e o parque de tratores e de instrumentos agrícolas.

Ao mesmo tempo que introduzirmos e instalarmos novas máquinas, será preciso tomar medidas para modernizar o parque existente e aumentar a produtividade da maquinaria em funcionamento.

O rendimento das máquinas-ferramentas e do instrumental é grandemente aumentado quando se os dota de motores mais potentes e de dispositivos que aliviam e aceleram o trabalho. A modernização do equipamento não está sendo ainda realizada com a devida amplitude. Os ministérios e as fábricas fornecedoras de maquinaria dão pouca ajuda às fábricas que necessitam modernizar seu equipamento e, devido a isso, essas fábricas realizam frequentemente todo o trabalho de modernização com suas próprias forças, à maneira semi-artesã. Mesmo assim, porém, é considerável o efeito obtido.

Na fábrica n. 1 de rolamentos de esfera, por exemplo, foram melhoradas certas peças de tornos semi-automáticos, em serviço há mais de 20 anos, o que permitiu imprimir um regime de trabalho rápido, tendo o rendimento dos tornos aumentado em 25% e diminuindo notavelmente a produção defeituosa. A modernização da maquinaria é trabalho de suma importância nacional. As organizações do Partido e da economia têm a obrigação de prestar mais atenção a esse assunto.

Durante o sexto quinquênio será preciso realizar um grande trabalho para introduzir uma tecnologia mais perfeita.

Os seguintes exemplos mostram o quanto é importante essa tarefa.

Até hoje é empregada em diversas empresas, na fabricação de maquinaria, uma tecnologia antiquada e pouco produtiva, que consiste em fundir peças de aço e de ferro em moldes de barro, produzindo-se as peças pelo método da forja com martelos-pilões. Com semelhante tecnologia são inevitáveis enorme dispêndio de trabalho e uma grande elaboração mecânica ulterior das peças, o que origina muitos resíduos.

Enquanto isso, numa série de fábricas são já aplicados métodos mais modernos e avançados de fundição e de forja, que permitem elevar em várias vezes a produtividade do trabalho e proporcionar uma grande economia de metal. Esses novos métodos, porém, vêm sendo lentamente introduzidos na produção.

Outro exemplo. Atualmente, o aço líquido é derramado em moldes de ferro fundido. Os lingotes assim obtidos passam pelo «blooming» e, em seguida, pelos trens de laminação em perfis ou em chapas.

Enquanto isso, a fábrica «Krásnoie Sórmovo» e a usina metalúrgica «Novo-Tulski» aplicam o novo método de clarificação contínua do aço, que permite obter peças brutas para laminação, diretamente do aço líquido, sem passar pelo derramamento nas lingoteiras e a subsequente laminação no «blooming».

Se se conseguir elevar, em 1960, a doze ou quinze milhões de toneladas a obtenção de aço segundo esse método avançado, o que é plenamente realizável, poder-se-á aumentar a produção de laminados em um milhão de toneladas aproximadamente, de acordo com cálculos do Comitê Estatal da Técnica, economizando-se cerca de 2 bilhões de rublos.

O valor das instalações complementares necessárias à clarificação contínua do aço será amortizado em menos de um ano. Ter-se-á posto fim, além disso, ao duro trabalho manual dos operários das seções de clarificação, diminuir-se-á o número de trabalhadores das oficinas de fundição e reduzir-se-á o consumo de matérias refratárias.

Outro exemplo. Nas empresas siderúrgicas, a imensa maioria da folha-de-flandres é produzida segundo um método antiquado, não mecanizado, que exige cerca de 40 horas-homem para a laminação a quente, o corte e a classificação de uma tonelada, e 20 quilos de estanho para sua estanhadura a quente. Em compensação, o processo tecnológico mais perfeito da laminação a frio e de estanhadura eletrolítica da folha-de-flandres, adotado na fábrica «Zaporojstal», reduz de 25 a 40 vezes o dispêndio de trabalho e diminui de duas vezes e meia o consumo de estanho.

Durante o sexto quinquênio será necessário aplicar amplamente a eletricidade e a química nos processos tecnológicos, desenvolver os trabalhos tendentes ao maior aproveitamento das emanações radioativas na indústria, em especial para controlar a qualidade dos materiais e dirigir os processos de produção.

Os processos modernos de fabricação elevam consideravelmente o rendimento do trabalho, reduzem o custo e melhoram a qualidade da produção. É preciso aplicar com maior decisão e rapidez a tecnologia de vanguarda na indústria.

A mecanização dos trabalhos penosos e que requerem mão-de-obra numerosa ê uma das tarefas importantes para assegurar o progresso técnico.

A necessidade de aumentar ao máximo a mecanização fora já colocada anteriormente pelo Partido e o Governo. Importantes passos foram dados nesse sentido. Mas o nível de mecanização da produção continua sendo insuficiente e o peso específico do trabalho manual é grande.

Tratou-se aqui da indústria carbonífera. No após-guerra, este ramo recebeu, com efeito, grande quantidade de maquinaria nova, mas sua utilização continua ressentindo-se de grande número de defeitos, o mais sério dos quais consiste no escasso desenvolvimento da mecanização complexa. Por isso, continuam sem ser mecanizados certos processos penosos da cadeia tecnológica. É este um dos motivos de que, apesar do grande número de máquinas perfuratrizes, de extratoras combinadas, etc., de que dispõe a indústria carbonífera, continue sendo baixa a produtividade do trabalho nesse ramo e elevado o custo da produção.

Não é melhor a situação no que se refere à mecanização complexa de alguns outros ramos da indústria, do transporte e da construção.

Deve-se assinalar que a demora na aplicação da mecanização complexa é provocada, principalmente, pelo fato de que para uma série de indústrias ainda não foram criados os necessários grupos de máquinas que abarquem os processos tecnológicos fundamentais e auxiliares. Durante o sexto quinquênio, devem os construtores de máquinas empreender de maneira decidida a realização dessa importante tarefa.

O projeto de Diretivas assinala a necessidade de acelerar extraordinariamente o ritmo de mecanização dos trabalhos e de mecanizar em grande escala os processos fundamentais e auxiliares em todos os ramos da indústria. Reserva-se particular atenção à mecanização múltipla dos trabalhos de carga e descarga que ocupam atualmente excessivo número de operários.

A automatização da produção constitui a fase seguinte no desenvolvimento da técnica, a fase superior à da mecanizarão.

A essência da automatização consiste em que o processo de produção se realiza com o dispêndio mínimo de trabalho físico do operário, que se liberta assim de um trabalho penoso e cuja principal função passa a consistir em controlar a marcha das operações. Graças à automatização, um ou vários operários pode dirigir um número considerável de máquinas e mecanismos. A automatização modifica o caráter do trabalho do operário, que, cada vez mais se aproximará daquele que é executado pelo técnico ou pelo engenheiro.

A aplicação em vasta escala da automatização na indústria abre perspectivas para o aumento sem precedentes da produtividade do trabalho e contribui, nas condições do socialismo, para elevar o nível cultural e técnico dos trabalhadores. Ademais, a automatização garante a melhor qualidade da produção é a diminuição de seu preço de custo e assegura a boa marcha e a continuidade do trabalho.

Só com a ajuda da automatização é possível dirigir instalações atômicas bem como certos processos de produção na indústria química e em outras indústrias que não podem ser diretamente dirigidas pelo homem.

O exemplo da central hidrelétrica do Dnieper, com apenas 6 pessoas por turno para cuidar do funcionamento de 9 turbinas hidráulicas com uma potência global de 650.000 kw. e outros mecanismos, evidencia a utilidade da automatização. As quatro centrais hidrelétricas da cadeia do Ordjonikidzé, do sistema energético do Uzbequistão, são controladas por duas ou três pessoas situadas em um posto central.

A automatização terá igualmente grande efeito econômico nas usinas de construções mecânicas. As cadeias de fabricação automáticas modernas que possuímos permitem diminuir de 5 a 10 vezes, aproximadamente, o número de operários e em outro tanto o tempo de trabalho necessário para a elaboração das peças. A automatização deve ser aplicada em todos os ramos da indústria. Esta tarefa se coloca tanto diante da indústria pesada como das indústrias leve e de alimentação.

Na aplicação da automatização devem desempenhar papel de singular importância as máquinas calculadoras automáticas, que podem determinar e manter por si mesmas o regime mais conveniente dos processos produtivos e que estabelecem e controlam as tarefas relativas à qualidade da produção.

O desenvolvimento da automatização tem, por conseguinte, grande importância nacional. Todavia, os ministérios e departamentos não demonstram o interesse que seria de desejar por esta importante obra.

O projeto de Diretivas assinala a tarefa de aplicar em ampla escala na indústria a automatização dos processos da produção, de passar com maior rapidez da automatização de máquinas e operações isoladas à automatização de oficinas inteiras e de processos tecnológicos e à criação de empresas totalmente automatizadas, o que permitirá elevar prodigiosamente a produtividade do trabalho.

Os ministérios e o Comitê Técnico do Estado devem adotar medidas mais enérgicas para aplicar a automatização em todos os ramos da economia nacional.

Ao mesmo tempo que se renova o parque de instalações, se aperfeiçoa a tecnologia da produção e se aplica a mecanização e a automatização, temos a tarefa de elevar a qualidade das novas máquinas, instalações, materiais e outros artigos e conseguir que correspondam aos últimos avanços da ciência e da técnica; é necessário também retirar oportunamente da produção os modelos antiquados de máquinas, equipamento industrial e materiais e substituí-los por modelos novos.

É necessário que se diga que parte de nossos economistas sustenta â teoria anticientífica de que sob o socialismo não ocorre o «desgaste moral» da técnica. Os difusores desta nociva teoria, que penetrou até mesmo nas páginas da Grande Enciclopédia soviética, pretendem que o fenômeno de «desgaste moral» das máquinas só é inerente à economia capitalista, enquanto que na economia socialista «o desenvolvimento da técnica não engendra o «desgaste moral» e este último não é tomado em consideração ao amortizar-se o capital fixo». (G.E.S., t. 2, pág. 291.) (Animação na sala.)

Não é difícil ver que semelhante «teoria» serve para justificar a rotina e o conservadorismo. Seu objetivo é demonstrar que na sociedade socialista haveria vantagem de empregar um (equipamento envelhecido que não corresponde ao nível técnico superior alcançado nas empresas avançadas de nosso país. Mas quem ignora que ficar para trás na utilização da nova técnica significa dilapidar o trabalho social, frear o aumento da produtividade do trabalho?

O progresso técnico conduz à economia do trabalho social, permite produzir mais com menor dispêndio de trabalho. Mas alguns de nossos pseudo-economistas, em lugar de estudarem o problema da eficácia econômica da aplicação da técnica nova que assegura ao socialismo a vitória em sua competição com o capitalismo, elevam à categoria de lei do desenvolvimento da economia socialista o emprego de máquinas antiquadas. Não será demais lembrar a tais «economistas» as sábias palavras de Lênin:

«... o economista deve sempre olhar adiante, para o progresso da técnica, pois de outra forma ficará imediatamente atrasado, já que quem não quer olhar para frente dá as costas à história: não há nem pode haver termo médio». (Obras, t. 5, pág. 125.)

O papel da ciência no progresso técnico é de capital importância.

A necessidade de acelerar o progresso técnico exige o mais amplo desenvolvimento das investigações teóricas, novas e grandes descobertas científicas e a generalização da experiência de vanguarda da produção. Nesse terreno temos obtido considerável êxito; mas, apesar disto, novas e importantes tarefas se colocam diante da ciência.

Ao render homenagem ao papel inestimável de nossos homens de saber no florescimento econômico e cultural do país, convém indicar certas insuficiências na organização do trabalho científico.

Não é possível admitir, por exemplo, que algumas instituições de investigação e certos colaboradores trabalhem anos a fio sem o menor resultado. Uma série de institutos de investigação e certos colaboradores científicos estão insuficientemente ligados à produção. Reinam a presunção e a placidez em determinados estabelecimentos científicos. Seria útil que tais instituições fossem arejadas pelo ar fresco da crítica e da autocrítica, que nelas fosse iniciada a discussão fecunda dos problemas científicos. Só assim é possível eliminar os defeitos que impedem o desenvolvimento da ciência e, em particular, terminar com a. pretensão de alguns cientistas de exercerem o monopólio de certos ramos da ciência.

Para assegurar ritmos mais rápidos ao progresso técnico, é necessário aumentar o número dos trabalhadores científicos em ramos como a construção de maquinaria, a fabricação de aparelhos de precisão e a indústria eletrotécnica.

Precisamos melhorar a formação do pessoal científico. Chegou o momento de melhorar sensivelmente a formação do quadro de aspirantes, de ser mais exigente na atribuição de graus e títulos científicos; numa palavra, pôr ordem nesta importante esfera.

Muitas organizações científicas têm razão de propor que se ampliem as atribuições dos diretores das instituições de investigação, os quais, em virtude de uma prática errônea, não podem resolver as questões elementares de utilização racional do quadro de trabalhadores científicos e do financiamento dos trabalhos. No Pleno de julho do Comitê Central do Partido, resolvemos ampliar as atribuições dos diretores das empresas. O Conselho de Ministros deve tomar idêntica decisão a respeito dos diretores das instituições de investigação científica.

Para assegurar a colaboração de especialistas competentes e dispensar pessoas que durante anos nada fazem de útil nem de valor prático, necessitamos realizar periodicamente concursos para o preenchimento de cargos em todos os institutos de pesquisa.

A fim de impulsionar a ciência e dar maior envergadura aos trabalhos de pesquisa científica, é preciso incorporar ao trabalho científico novas forças, organizar a conquista de novas posições científicas numa frente mais ampla. Como consegui-lo?

Se nos limitarmos apenas a ampliar as instituições de investigação científica existentes ou a construir e criar outras novas, a tarefa nos consumirá muito tempo, e não podemos esperar. Por esta razão, é necessário incorporar mais amplamente as escolas superiores bem como as seções de estudos dos ministérios e os laboratórios das empresas industriais aos trabalhos de pesquisa. Poder-se-á dessa forma ampliar rapidamente as investigações científicas no país e elevar sensivelmente o nível do pessoal especializado.

Uma informação sistemática e detalhada dos trabalhos que se realizam em um dado ramo bem como nos ramos similares, é indispensável a toda atividade científica. A ciência não pode avançar sem um vasto intercâmbio de opiniões. Não obstante, em numerosos casos, o intercâmbio se torna difícil pela tendência a considerar como secreto demasiado número de trabalhos. Este estado de coisas pouco razoável conduz ao paralelismo na pesquisa e por vezes permite a colaboradores pouco conscienciosos se furtarem à crítica (Aplausos). Está claro que não proponho que se dê publicidade ao que realmente deve ser mantido em segredo.

É preciso organizar racionalmente o intercâmbio de experiências, de opiniões e de informação científica entre nossas instituições de pesquisa, ampliar os vínculos das instituições de investigação científica entre si e suas relações com suas similares do estrangeiro, bem como com os cientistas de vanguarda de outros países. É mister aumentar a aquisição de obras técnicas estrangeiras e desenvolver sua edição na URSS, melhorar os serviços de informação técnica nos ministérios, nos institutos de investigação científica e nas empresas, e organizar na devida forma o intercâmbio das experiências de vanguarda.

Nosso sistema de estabelecimentos científicos, que conta cerca de 3.000 institutos — acadêmicos, ministeriais ou departamentais, laboratórios de investigação, etc. — não foi jamais examinado em seu conjunto e, provavelmente, está longe de ser o mais racional, econômico e produtivo. O camarada Kruschiov assinalou com justa razão, no informe do Comitê Central, a concentração excessiva e injustificada de institutos de investigação científica e de estabelecimentos de ensino superior no centro do país, particularmente em Moscou. Em aditamento ao que já foi dito por ele, podemos citar os seguintes dados característicos.

Mais de um terço de todos os institutos dependentes dos ministérios e departamentos e dois terços dos estabelecimentos das instituições científicas da Academia de Ciências da URSS estão situados em Moscou, Leningrado ou nas regiões dessas cidades. Mais de 60% de todos os colaboradores dos institutos independentes dos ministérios e dos departamentos e 85% dos colaboradores da Academia de Ciências estão concentrados nesses estabelecimentos.

Dois terços dos institutos científicos do Ministério de Metais Não Ferrosos da URSS têm sua sede em Moscou ou Leningrado. A situação é a mesma, por exemplo, nos Ministérios das Indústrias Química, Florestal, Papeleira e Madeireira.

Em Leningrado, por exemplo, encontra-se o Instituto de Investigação Científica de Materiais Refratários do Ministério da Siderurgia da URSS Em Moscou e seus arredores se encontram o Instituto de Investigação Científica da Caça, que depende da União Central das Cooperativas, o Instituto de Investigação Científica da Criação de Cavalos, subordinado ao Ministério da Agricultura da URSS, o Laboratório Central de Investigação Científica da criação de animais de pele valiosa e renas malhadas, subordinado ao Ministério de sovcoses da URSS (animação na sala, risos), e muitas outras instituições semelhantes, que não têm bases de produção nas zonas de Moscou e Leningrado. É possível dizer o mesmo de vários outros estabelecimentos de ensino superior.

Os ministérios, a Comissão do Plano do Estado, o Comitê Estatal da Técnica e a Academia de Ciências da URSS, devem examinar e resolver os problemas relacionados com a melhoria da organização de trabalho de pesquisa científica, tanto nas instituições dependentes da Academia de Ciências da URSS como nos centros de ensino superior e nos institutos de investigações científicas dos ministérios industriais e, em particular, propor medidas com vistas à melhor distribuição dos institutos de pesquisa científica e dos centros de ensino superior, com o objetivo de aproximá-los de suas bases de produção.

Existem em nosso país as mais favoráveis condições para o desenvolvimento da ciência. Dispomos de grande número de trabalhadores científicos altamente qualificados, animados do firme desejo de contribuir efetivamente para o desenvolvimento da economia nacional, de participar ativamente na edificação da sociedade comunista. Basta-nos apenas organizar convenientemente esta grande força e prestar ajuda diária a nosso pessoal científico.

A execução do amplo programa de progresso técnico na industria, previsto no projeto de Diretivas, muito dependerá do grau que atinjam a especialização e cooperação na indústria.

A técnica moderna de alto rendimento só pode ser aproveitada em toda a plenitude na produção em série, quando se fabricam artigos homogêneos em massa pelo sistema de cadeia. Tal é precisamente o objetivo da especialização e da cooperação.

Durante os quinquênios anteriores, a especialização alcançou certo progresso em nossa indústria. Mas as insuficiências são ainda consideráveis. No Pleno do Comitê Central de julho do ano passado estes defeitos foram amplamente criticados e foram tomadas importantes medidas para difundir a especialização e a cooperação na indústria.

Depois do Pleno, o Comitê Central do PCUS e o Conselho de Ministros da URSS aplicaram uma série de medidas práticas com o objetivo de assegurar uma especialização mais precisa dos Ministérios e concentrar em cada um a fabricação de um mesmo tipo de artigos. Isto se aplica à fabricação dos motores Diesel, dos aparelhos de precisão e outros artigos. Mas tudo isto é ainda insuficiente.

Os dirigentes de vários Ministérios bem como muitos diretores de empresas temem a especialização e a cooperação ampla, uma vez que isto significa certa renúncia às formas tradicionais de organização da indústria.

Há também outros dirigentes que,.aparentemente, desejam adiar a solução do problema até que se construam novas fábricas especializadas, a fim de não alterar a ordem existente nas usinas em funcionamento.

Não podemos permitir o prosseguimento desta situação. Cumpre introduzir resolutamente uma ampla especialização e a cooperação na indústria, estabelecer de modo racional os vínculos de produção entre as empresas e observar rigidamente a disciplina estatal no cumprimento do plano de fornecimentos recíprocos.

O projeto de Diretivas prevê importantes medidas para especializar a produção. Pretende-se, em primeiro lugar, pôr em ordem a indústria das construções mecânicas. Até agora, a produção de máquinas do mesmo tipo estava disseminada por diversos ministérios e departamentos.

Importantes tipos de máquinas são fabricados em muitos Ministérios e Departamentos que nada têm de comum com elas. O Ministério da Agricultura, por exemplo, produz cerca de 10% das máquinas para cortar metais que se fabricam no país e 24% das máquinas de forja e prensa. As máquinas-ferramentas que se produzem nas empresas deste Ministério são frequentemente de modelos obsoletos e seu custo de produção é elevado, porque a produção é feita em pequenas séries e por métodos antiquados.

Muitas empresas produzem elas próprias grande quantidade de peças de fundição e forja, serralheria, de ferramentas comuns e de outros artigos correntes que eleva muito o custo da produção enquanto a qualidade muito deixa a desejar. Isto se deve à inexistência de fábricas especializadas de fundição e de forja e prensa, em virtude do desenvolvimento insuficiente das indústrias de artigos de serralheria e de produção especializada de eletrodos, de cantoneiras e estampas.

Alguns dirigentes de empresa consideram que o objetivo da especialização consiste unicamente em reduzir a diversidade dos artigos que produz. Isto não é exato. Com o desenvolvimento da técnica, o número dos tipos de artigos produzidos cresce muito mais depressa que o das novas empresas. A tarefa consiste em que cada fábrica produza artigos tecnològicamente homogêneos, em aplicar ao máximo a unificação de peças e órgãos e em organizar a produção maciça em usinas especializadas.

V. I. Lênin assinalou o papel progressista da produção especializada. Escrevia ele:

«Para elevar a produtividade do trabalho humano aplicado, por exemplo, à confecção de qualquer parcela de produto total, é necessário que a produção dessa parcela seja especializada, torne-se uma produção à parte, uma produção maciça e que, portanto, permita (e suscite) o emprego de máquinas, etc.» (Obras, t. I. pág. 84).

O projeto de Diretivas estipula que em distintas zonas do país se instalem fábricas e oficinas especializadas de fundição, de peças de forja e de estampas, de ferramentas standard, de sobressalentes, de peças de madeira, de plásticos e outros artigos. Também estipula a montagem de usinas especializadas na produção de linhas automáticas e de meios de mecanização.

Deve-se proceder a uma distribuição racional dos ramos industriais por ministério e também a concentração das empresas especializadas dependentes dos respectivos ministérios, em primeiro lugar, as fábricas de máquinas para cortar metais, de forjar e as de turbinas.

O Comitê Central do Partido considera necessário que se elabore um plano de perspectiva de especialização e cooperação da indústria por zonas econômicas do país e grandes centros industriais. Na confecção deste plano devem participar ativamente as organizações do Partido, dos Soviets e da economia das Repúblicas Federadas, dos territórios e das regiões.

O programa de novo ascenso de nossa indústria requer que se efetue um grande trabalho para determinar e aproveitar ao máximo as reservas internas em todas as empresas.

Em alguns ramos da indústria, o potencial das empresas está longe de ser utilizado de modo cabal. Muitas empresas alcançam com extrema lentidão o nível de produção projetado, aproveitam mal as máquinas e permitem uma longa inatividade das mesmas.

Os Ministérios industriais e os dirigentes das empresas não tomam as medidas oportunas para assegurar o funcionamento rítmico das mesmas, evitar a perda de horas de trabalho e melhor organizar o trabalho dos operários de profissões auxiliares. Estes defeitos devem ser eliminados com toda a energia.

A introdução de novas técnicas na indústria, a eliminação dos defeitos, a melhor organização do trabalho e a ampla difusão da experiência das empresas de vanguarda e dos inovadores da produção abrem novas possibilidades para aumentar durante o atual quinquênio a produção industrial nas empresas em funcionamento.

De acordo com os cálculos da Comissão do Plano de Estado da URSS, em 1960, com a melhor organização da produção e do aproveitamento do potencial existente, será possível obter pelo menos, mais de 7 milhões de toneladas de ferro fundido, 11 milhões de toneladas de aço, 70 milhões de toneladas de carvão, cerca de 100 mil tratores, mais de 10 milhões de toneladas de cimento, 42 milhões de calçados de couro e muitos outros artigos importantes para a economia nacional.

Para fabricar esta quantidade de mercadoria em empresas novas, seria necessário construir mais de 10 altos fornos e 35 fornos Martin, abrir 200 minas de carvão, construir 2 usinas de tratores, 17 fábricas de cimento e 8 de calçados, o que exigiria uma despesa de bilhões de rublos.

Camaradas:

Os trabalhadores de nosso país estão diretamente interessados no contínuo progresso da técnica, por ser este o meio seguro para a melhoria das condições de trabalho e para a elevação de sua produtividade em benefício, de toda a sociedade.

O progresso técnico não depende apenas dos homens de ciência, dos engenheiros e dos técnicos, dos colaboradores dos estabelecimentos de pesquisa científica e dos centros de estudo. Não, esta tarefa afeta a todos: aos organismos do Partido, dos Soviets e da economia, aos homens de ciência, ao pessoal técnico, aos operários inovadores, aos racionalizadores e aos inventores. A todos cabe impulsionar o progresso técnico.

O Comitê Central do Partido e o Conselho de Ministros da URSS consideram que devemos mobilizar todas as nossas forças para execução desta tarefa.

O sistema socialista da economia e as realizações modernas da ciência abriram diante de nós possibilidades ilimitadas para o desenvolvimento da técnica. Todos os cidadãos soviéticos, guiados por nosso grande Partido, têm o dever de utilizar a fundo estas possibilidades e se fazerem pioneiros no progresso técnico. Podemos e devemos fazê-lo. (Aplausos prolongados).

Tarefas da agricultura

Uma das principais tarefas do sexto quinquênio é elevar verticalmente a produção agrícola.

O camarada N. S. Kruschiov, no informe do Comitê Central, assinalou todos os aspectos da situação na agricultura e expôs minuciosamente as tarefas que nosso Partido enfrenta neste terreno.

Foram minuciosamente expostas no informe as medidas tomadas pelo Comitê Central do Partido a fim de corrigir os erros e falhas cometidas na direção dos colcoses, EMT e sovcoses, para criar as condições necessárias a um ascenso decisivo da agricultura socialista. O programa de aumento vertical da economia agropecuária, elaborado pelo Partido, realiza-se sem desfalecimento.

Durante o sexto quinquênio, a produção global da agricultura deve aumentar cerca de 70%, isto é, num ritmo consideravelmente maior que no quinto quinquênio. Para os ramos agrícolas mais importantes foram traçadas as seguintes tarefas:

Em 1960, a produção global de cereais deverá alcançar 11 bilhões de puds. A superfície semeada de trigo deverá elevar-se em 1960 a 28 milhões de hectares, no mínimo, e será organizada em grande escala a cultura de sementes* híbridas de milho, o que permitirá elevar consideravelmente o rendimento desta cultura.

A obtenção de 11 bilhões de puds de cereais permitirá cobrir as crescentes necessidades da população, aumentar as reservas do Estado, criar as reservas necessárias nos colcoses, aumentar a exportação de cereais para os países amigos e dedicar a quantidade suficiente de cereais à alimentação do gado.

Foi elaborado um vasto programa para a produção das plantas industriais, tais como o algodão, o linho e a beterraba açucareira. A produção de linho deve ser aumentada em mais de um terço e a de algodão em mais da metade.

Devemos dedicar especial atenção ao aumento das colheitas de beterraba açucareira. É necessário aumentar considerávelmente seu rendimento e estender a superfície dos campos de beterraba nas principais zonas de produção, bem como em outras regiões que reúnem condições apropriadas.

O Comitê Central do Partido e o Governo tomaram recentemente importante decisão destinada a impulsionar a produção de batatas e hortaliças. Em virtude desta decisão, os preços de entrega de batatas se elevam a quase o triplo, em média, e os de compra dos excedentes em 1,7 vezes. Os preços de entrega e os de compra dos excedentes de hortaliças foram elevados, em média, em 70%. Na decisão especificam-se outras medidas que permitem aos colcoses e sovcoses desenvolver o cultivo das hortaliças e batatas em condições vantajosas.

Para melhorar o abastecimento de batatas, hortaliças e leite à população das cidades, pretende-se ampliar as zonas produtoras de leite, hortaliças e batatas, bem como criar outras novas em torno dos grandes centros urbanos e industriais.

No domínio da criação de gado prevê-se o aumento vertical de sua produção para satisfazer as necessidades da população em carne, leite outros artigos pecuários.

A produção de carne será duplicada, principalmente, por meio do fomento da criação de gado suíno. Nos colcoses e sovcoses deve organizar-se em grande escala a criação e a engorda de porcos. Simultaneamente, devemos aproveitar amplamente todas as possibilidades existentes para incrementar a produção de carne de boi e de carneiro.

A produção de leite deve aumentar quase duas vezes, graças, sobretudo, à elevação do rendimento por vaca e ao aumento do número de reses.

A experiência dos colcoses das regiões de Voronezh, Ternópol, Cheliábinsk, Kursk e outras, que em dois anos conseguiram aumento de 600 a 900 quilos no rendimento de leite por vaca, põe em relevo as grandes possibilidades de que dispõem os colcoses de nosso país para elevar rapidamente a produção leiteira, se nos dedicarmos seriamente à tarefa.

A produção de lã deve aumentar em mais de 80%, mediante o desenvolvimento da criação de ovelhas merinas e semimerinas nas velhas zonas de criação da RSFSR e Ucrânia, e também nas zonas da Sibéria Oriental, Ásia Central e Transcaucásia.

A produção de forragens é a premissa fundamental para desenvolver com rapidez o gado. A tarefa consiste em assegurar ao gado e às aves a quantidade necessária de alimentos e a facilitar a distribuição de forragem para o gado de propriedade individual. Tem grande importância criar nos colcoses e sovcoses reservas forrageiras para casos de emergência.

Como sabemos, o milho constitui elemento decisivo para criar uma base forrageira estável. O aumento considerável de sua produção permitirá abastecer melhor a pecuária de alimentos concentrados, ensilados e verdes. Nas zonas em que as ervas perenes e anuais dão boas colheitas, necessitamos impulsionar o cultivo das mesmas.

O projeto de Diretivas estipula notável incremento da produção agrícola nos sovcoses. Em 1960, os sovcoses devem entregar ao Estado 915 milhões de puds de cereais, milhão e meio de toneladas de carne, 6.800.000 toneladas de leite e cerca de 80.000 toneladas de lã.

Todos os sovcoses devem utilizar a terra de maneira mais racional, reduzir radicalmente os gastos materiais e de trabalho na produção e converter-se em empresas altamente rentáveis.

Durante o sexto quinquênio, a agricultura será equipada em escala crescente com máquinas diversas dos tipos mais modernos.

Em cinco anos projeta-se enviar ao campo cerca de 1.650.000 tratores (em unidades convencionais de 15 HP), entre os quais 680.000 tratores para os trabalhos de monda, 560.000 segadoras-debulhadoras, 250.000 máquinas combinadas para a colheita do milho e forragens para ensilagem e muitas outras máquinas agrícolas.

Merece especial atenção o problema de apetrechar a agricultura com maquinaria para efetuar em grande escala a colheita diferenciada dos cereais, que é um meio sumamente importante de evitar a perda de grão durante a colheita.

O projeto de Diretivas estipula a remessa à agricultura, durante o quinquênio, de 180.000 segadoras de tração mecânica e 400.000 segadoras-debulhadoras mas, provavelmente, esta quantidade de máquinas é insuficiente.

Há dias, o Governo examinou este assunto e recomendou à Comissão do Plano do Estado, à Comissão Econômica Estatal e aos Ministérios da Agricultura, dos sovcoses e da Construção de Tratores e Maquinaria Agrícola que realizem novo e minucioso estudo do problema e estabeleçam com mais exatidão as máquinas que a agricultura necessita para a colheita diferenciada dos cereais.

Trata-se de tarefa muito importante, cuja solução significará um progresso considerável. É preciso fazer tudo para resolvê-la.

O fornecimento de maquinaria em considerável escala e variedade representará ajuda muito grande de nossa indústria à agricultura. Como se sabe, foi em 1929 que começamos a dotar de tratores a agricultura em escala relativamente grande. Durante o primeiro, segundo, terceiro e quarto quinquênios ela recebeu 1.375.000 tratores. Agora, só no sexto quinquênio, o Estado projeta enviar 275.000 tratores mais que nos quatro primeiros quinquênios juntos.

Nossa indústria começou a fornecer segadoras-debulhadoras à agricultura em 1931, e durante todo este tempo, até 1955 inclusive, fez-lhe entrega de 505.000. Agora, só no sexto quinquênio, serão entregues 55.000 segadoras a mais que nos 25 anos anteriores. (Aplausos.)

Mas não se trata apenas da quantidade. Na produção agrícola serão empregados tratores Diesel, os mais econômicos, tratores com rodas pneumáticas, segadoras de último modelo, instrumentos de tração acionados diretamente pelo tratorista e grande número de máquinas modernas para o preparo de forragens, para a mecanização dos trabalhos mais cansativos na pecuária, etc.

Tudo isso elevará o nível técnico da agricultura a um grau superior e permitirá melhorar todos os métodos da produção agropecuária.

Ao falar do aperfeiçoamento da técnica agrícola, não podemos esquecer assunto tão importante como o emprego da energia elétrica para mecanizarmos trabalhos, especialmente os da pecuária. Devemos reconhecer que na eletrificação do campo, existe ainda muito que fazer.

Boa parte de culpa cabe ao Ministério da Agricultura, que não tem insistido bastante com estes problemas. Mais ainda, foram frequentemente empregadas em outros fins, as somas destinadas à eletrificação da agricultura.

A eletrificação da agricultura será feita incluindo os colcoses e sovcoses nas redes das centrais elétricas estatais e também mediante a construção de centrais locais das quais participem os colcoses.

O projeto de Diretivas estipula duplicar durante o quinquênio o número de colcoses eletrificados e terminar a eletrificação dos sovcoses e estações de máquinas e tratores. Para tanto, a indústria deve ampliar a fabricação de máquinas agrícolas econômicas e seguras, movidas à eletricidade.

Importante tarefa da agricultura no sexto quinquênio consiste na elevação do rendimento das culturas. A solução deste problema depende muito do emprego de adubos minerais, cuja remessa ao campo deve ser duplicada, no mínimo, durante o quinquênio. Será necessário organizar a extração em grande escala da turfa e da cal para empregá-las como fertilizantes.

As tarefas traçadas para a agricultura exigem que continue melhorando o trabalho das estações de máquinas e tratores, que o papel destas na produção colcosiana assuma maior importância, que se fortaleçam os colcoses no aspecto orgânico e econômico e se eleve a produtividade do trabalho dos colcosianos.

O Comitê Central do Partido e o Governo puseram em prática diversas medidas para melhorar o trabalho das estações de máquinas e tratores e acentuar seu papel na produção colcosiana.

Em virtude de uma decisão que vem de ser tomada pelo Comitê Central do Partido e pelo Conselho de Ministros da URSS, as EMT assumem inteira responsabilidade pela estocagem de produtos agrícolas nos colcoses.

A adoção gradual do sistema de autofinanciamento para as estações de máquinas e tratores tem uma grande importância para a melhoria de seu trabalho. Este sistema elevará a responsabilidade dos trabalhadores das EMT em relação ao trabalho que efetuam nos colcoses e o interesse econômico das EMT pelos resultados da produção colcosiana.

Camaradas:

Para resolver com sucesso a tarefa de conseguir um vigoroso ascenso da agricultura necessitamos aproveitar amplamente e em todos os seus aspectos a experiência dos colcoses, EMT e sovcoses de vanguarda. Estes nos mostram como se pode assegurar um vigoroso desenvolvimento da agricultura.

As amplas massas de colcosianos, os trabalhadores das EMT e dos sovcoses, bem como os especialistas do campo, acolheram a tarefa apresentada pelo Partido — desenvolver poderosamente a agricultura — como algo do mais profundo interesse e buscam as possibilidades de executar com antecedência as tarefas do novo Plano quinquenal.

A este respeito, merece todo o nosso apoio a valiosa iniciativa dos colcosianos e de outros trabalhadores agrícolas da região de Vorónezh, os quais, depois de calcular seus recursos e possibilidades, assumiram o compromisso de duplicar a produção de carne em um ano e a de leite em ano e meio.

Esta patriótica iniciativa recebe por toda parte caloroso apoio. Os camaradas Kiritchenko, Patólichev, Brejniev, Kapitónov, Súslov, Ignátiev e outros delegados asseguraram ao Congresso que a Ucrânia, a Bielorússia, o Kazaquistão, a República Autônoma de Bashkiria, o território de Krasnodar, a região de Moscou e outras poderão cumprir o VI Plano Quinquenal, na parte relativa à agricultura, antes do prazo estipulado no projeto de Diretivas.

Nosso povo acolherá com profunda satisfação estas declarações, feitas da alta tribuna do XX Congresso do Partido. Não nos resta senão desejar a todas as repúblicas, territórios e regiões que cumpram com êxito os compromissos assumidos. (Aplausos).

É indiscutível que os trabalhadores da agricultura, por meio da emulação socialista, dirigidos e ajudados ativamente pelas organizações do Partido e dos Soviets, cumprirão e superarão as tarefas fixadas pelo VI Plano Quinquenal.

As tarefas nos transportes e nas comunicações

O poderoso ascenso da economia nacional no sexto quinquênio implicará em aumento considerável do transporte de cargas.

As estradas de ferro continuarão a desempenhar o principal papel no transporte de mercadorias. Só o crescimento da circulação de cargas por estradas de ferro ascenderá a mais de 400 bilhões de toneladas-quilômetro, o que equivale aproximadamente ao movimento de cargas de todas as nossas linhas férreas em 1940.

Para alcançar tão grande volume do movimento de cargas é necessário aumentar sensivelmente a capacidade de transporte das ferrovias. Para isso, uma importantíssima tarefa no domínio do transporte ferroviário é continuar elevando seu nível técnico.

Para assegurar o progresso técnico nos transportes ferroviários, é preciso., antes de tudo, passar à tração elétrica e tração diesel, introduzir amplamente a automatização e unia direção centralizada do tráfego, aperfeiçoar o estado das vias férreas.

De acordo cora o plano geral de eletrificação das estradas de ferro adotado pelo Comitê Central do Partido, cuja execução é escalonada em 15 anos, pretende-se eletrificar as linhas mais sobrecarregadas, as linhas de montanha, as linhas com maior movimento de passageiros, bem como as linhas suburbanas dos grandes centros industriais.

A primeira parte deste programa de reequipamento técnico das estradas de ferro será realizada durante o sexto Plano Quinquenal.

8.100 quilômetros de linhas eletrificadas serão entregues ao tráfego, ou seja, 3,6 vezes mais que durante o quinto quinquênio. Será terminada a eletrificação da importantíssima linha Moscou-Kuibichev-Tcheliabinsk-Omsk-Novossibirsk-Irkutsk. Será também eletrificada a linha Moscou-Khárkov-Bacia do Donetz, além de outras.

Prevê-se a introdução das locomotivas Diesel em vasta escala. A extensão das linhas de tração Diesel passará dos atuais 7.000 km para 25.000 km.

O reaparelhamento técnico da tração deve permitir efetuar em 1960, com locomotivas elétricas e Diesel, 40 a 45% de toda a circulação de cargas, em vez de 14%, como em 1955.

Para o transporte ferroviário tem grande importância o aperfeiçoamento das estradas. No projeto de Diretivas prevê-se a colocação de 65.000 km de novos trilhos, dos quais 58.000 km de trilhos pesados na atual rede ferroviária, bem como o amplo emprego de dormentes de concreto armado. Isto significará que quase metade das grandes linhas do país serão dotadas de trilhos novos, mais pesados, o que permitirá aumentar notavelmente sua capacidade de tráfego, diminuir o pessoal empregado no serviço e na reparação das vias e reduzir enormemente o custo de exploração.

Em cinco anos, as estradas de ferro receberão no mínimo 2.000 locomotivas elétricas, 2.250 locomotivas diesel de duas seções para linhas de primeira ordem, 255.000 vagões de carga e 18.600 carros de passageiros.

O projeto de Diretivas prevê nova extensão da rede ferroviária. Propomo-nos construir e pôr em funcionamento 6.500 km de linhas, ou seja, aproximadamente, o dobro do que foi feito no quinquênio anterior. Devem ser postas em serviço as seguintes importantes linhas.

Será construída uma linha de Alma-Atá à fronteira, para ligar o país com as zonas ocidentais da China por um caminho novo, mais curto. Será a terceira linha férrea a unir nosso país à República Popular Chinesa.

Paralelamente à construção de novas linhas férreas, serão duplicados cerca de 6.600 km de vias, ou seja 407c acima do quinto quinquênio.

O transporte marítimo deve aumentar em mais do dobro.

Os navios soviéticos deverão assegurar o transporte de quantidades sempre maiores de mercadorias importadas e exportadas, em virtude do desenvolvimento das trocas com a República Popular Chinesa, com os países de democracia popular, com a Índia, a União Birmanesa e com outros Estados. O tráfego entre as bacias do Mar Negro, do Extremo-Oriente e de nossas outras bacias vai aumentar consideravelmente, bem como o volume dos transportes pela via marítima do norte.

As realizações de nossos cientistas no domínio da energia atômica fornecerão aos marinheiros e exploradores polares novos meios para dominar a rigorosa natureza do Ártico. Durante o sexto quinquênio será construído poderoso quebra-gelos de propulsão atômica, o que dará a possibilidade de prolongar a temporada de navegação no Ártico e de assegurar o movimento dos barcos nas duras condições glaciais.

A frota marítima será dotada de grande número de navios modernos. Durante o quinquênio deverão ser entregues navios mercantes num total de 1.600.000 toneladas, isto é, 1,8 vezes mais que no quinto quinquênio. Serão construídos grandes navios petroleiros, de transporte de madeira, navios a motor diesel, etc. Para isso, devemos dedicar maior atenção ao desenvolvimento das construções navais em nosso país.

No projeto de Diretivas prevê-se melhorar o equipamento técnico dos portos marítimos e o aumento de sua capacidade.

O tráfego fluvial deve aumentar em 80% em cinco anos. Os trabalhadores da frota fluvial devem incrementar consideravelmente o transporte de cereais, madeira, petróleo, carvão e outras cargas análogas. Importante tarefa cabe aos marinheiros: organizar a navegação nas profundas artérias fluviais criadas no Volga, no Kama, no Dniéper e em outros rios pela construção de centrais hidrelétricas.

O Ministério da Frota Fluvial tem o dever de liquidar no sexto quinquênio o atraso do equipamento dos portos e estações de embarque fluviais e assegurar o desenvolvimento dos mesmos, em primeiro lugar no Volga, no Kama, e nos rios siberianos.

Deverão ser fornecidos ao Ministério da Frota Fluvial modernos navios mercantes, rebocadores e navios de passageiros com uma potência total de 900.000 HP e alvarengas com uma capacidade de carga de mais de dois milhões de toneladas. Tendo-se em conta que em nosso país existem 500.000 quilômetros de artérias fluviais navegáveis e aptas para a flutuação de madeira, o transporte por via fluvial deve adquirir grande amplitude e ser o mais barato.

Prevê-se o fomento do transporte rodoviário. A circulação de cargas no mesmo deverá aumentar durante o quinquênio duas vezes, aproximadamente, e o tráfego de passageiros, mais de três vezes.

Em 1960, a indústria automobilística deverá proporcionar 650.000 caminhões, carros de passeio, e auto-ônibus. Aumentará várias vezes a fabricação de reboques de caminhão e de tratores. Prevê-se que os automóveis, ônibus e motores de tipos obsoletos serão substituídos por modelos novos com capacidade mais elevada.

Prevê-se ampliar no sexto quinquênio a construção e reconstrução de estradas de revestimento especial. Devem ser construídas mais estradas de concreto armado e cimento, por serem mais sólidas e mais duráveis que as estradas de asfalto.

Nos transportes aéreos, a tarefa é duplicar a circulação de cargas e aumentar 3,8 vezes, aproximadamente, o transporte de passageiros e dotar as linhas aéreas de aviões rápidos e modernos com numerosos lugares para os viajantes.

No domínio das comunicações o projeto de Diretivas estipula considerável desenvolvimento e reequipamento dos meios de comunicação na base da técnica moderna. Assim, em cinco anos, deverá ser estendida em nada menos de 10.000 quilômetros a rede de teletipos que permitirá efetuar simultaneamente e na mesma direção até 1.200 ligações telefônicas, e retransmitir a grandes distâncias as emissões de televisão.

Durante o sexto quinquênio, a capacidade das centrais telefônicas automáticas dobrará, praticamente, em relação ao quinto quinquênio. A extensão da rede de correios, bem como o desenvolvimento da rede telefônica e radiofônica no campo, são igualmente previstas.

Tarefas na construção das obras básicas

Para que se tenha uma idéia da magnitude que alcançarão no sexto quinquênio as obras básicas citarei, a título de comparação, os seguintes dados sobre as inversões de fundos básicos na economia nacional durante os quinquênios anteriores (na base dos preços de 1.º de julho de 1955).

Primeiro quinquênio: 58 bilhões de rublos; segundo quinquênio: 132,5 bilhões, terceiro quinquênio (em três anos e meio): 131 bilhões; quarto quinquênio: 311 bilhões; quinto quinquênio: 594 bilhões.

No sexto quinquênio o volume das inversões de fundos básicos na economia nacional alcançará 990 milhões de rublos. (Aplausos.)

Como se verifica dos dados mencionados, o volume das inversões de fundos básicos durante o sexto quinquênio será maior que no quarto e quinto quinquênios juntos.

Dos 990 bilhões de rublos a que ascendam as inversões de fundos básicos na economia nacional, mais de 600 bilhões se destinam à indústria, o que representa 70% mais que no quinto quinquênio. A parte fundamental destas inversões básicas destina-se à construção de centrais elétricas, empresas da indústria de produtos químicos, da siderurgia e da metalurgia não-ferrosa, das indústrias petrolífera, carbonífera, de materiais de construção e florestal. Nestes ramos projeta-se inverter mais de 400 bilhões de rublos.

O volume das inversões de fundos básicos nos ramos da indústria leve e de alimentação durante o sexto quinquênio será 75% maior que no quinquênio anterior. Para o desenvolvimento do transporte e das comunicações, as inversões são superiores em 70%.

Prevê-se que as inversões de fundos básicos do Estado na agricultura alcançarão mais de 190 bilhões de rublos, quase o dobro que durante o quinto quinquênio. Ademais, os próprios colcoses inverterão cerca de 100 bilhões de rublos.

Experimentarão considerável aumento as inversões de fundos básicos para a construção de moradias, estabelecimentos de serviços públicos, escolas, hospitais, institutos de puericultura e salões de cinema. Tem-se o propósito de destinar para as obras deste tipo mais de 200 bilhões de rublos, contra 120 bilhões gastos no quinto quinquênio.

Aumentarão os gastos para a aquisição de equipamentos modernos de maior rendimento. Enquanto que as inversões de fundos básicos crescerão, em geral, 67%, os gastos em aquisição de maquinaria e equipamentos aumentarão 80%.

Nos últimos anos foi criada uma poderosa base material e técnica na indústria da construção e foram supridas de maquinaria moderna as organizações da construção. Foram enviados à construção operários, engenheiros e técnicos qualificados. As organizações especializadas da construção executam atualmente mais de 80% do volume dos trabalhos de construção.

Durante o sexto quinquênio deve ser executado vasto programa de utilização de novos potenciais da produção. No que concerne às centrais elétricas, por exemplo, deve começar a funcionar novo potencial em proporções consideravelmente maiores que durante o conjunto de todos os quinquênios precedentes.

Na indústria carbonífera, prevê-se a exploração de minas e jazidas a céu aberto, com uma produção total de 240 milhões de toneladas, ou seja consideravelmente mais que durante o quarto e o quinto quinquênios reunidos.

As tarefas de utilização de novo potencial são muito grandes. A este respeito e preciso que se diga que, no quinquênio passado, muitos ministérios e organizações da construção não observaram os prazos estabelecidos para a utilização de novo potencial. É preciso que isto acabe. O plano de utilização do potencial de produção deve ser lei para cada ministério, direção geral ou empresa, e deve ser cumprido pontual e totalmente. Para isso, e necessário utilizar com maior eficácia os enormes recursos materiais e meios financeiros destinados às obras básicas.

Durante o quinto quinquênio, os trabalhadores da construção não executaram a tarefa que lhes competia no que diz respeito à redução do custo das obras. Muitas organizações da construção admitem de ano para ano perdas e gastos improdutivos.

No sexto plano quinquenal assinala-se a tarefa de reduzir o custo nos trabalhos de construção e de montagem em 7%, no mínimo, mediante a melhor organização das obras, o aumento da produtividade e a redução das despesas gerais, o que permitirá uma economia de cerca de 30 bilhões de rublos.

Nossos construtores estiveram, recentemente, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Itália, na Suécia e em outros países, onde viram muitas coisas novas e interessantes. Nossos especialistas da construção têm o dever de utilizar o que há de melhor na experiência das organizações estrangeiras nesta indústria.

O C.C. do PCUS e o conselho de ministros da URSS dedicam grande atenção aos problemas da construção e adotaram diversas decisões que abrem caminho a um vasto programa de medidas para melhorar estes trabalhos.

O Comitê Central do Partido e o Governo tomaram importantes medidas em matéria de organização. Foram criados 5 novos ministérios: O Ministério da Construção de Centrais Elétricas, o Ministério da Construção de Empresas da Indústria Petrolífera, o Ministério da Construção da Indústria Carbonífera, o Ministério da Construção de Material para os Transportes e o Ministério de Construções Urbanas e Rurais. Foram transformados em Ministérios da URSS e das Repúblicas os Ministérios da Construção e o da Construção de Empresas das Indústrias Metalúrgicas e Químicas.

Em Moscou, Leningrado e Kiev efetuou-se a unificação das organizações da construção, criando-se poderosas organizações territoriais: as direções gerais da construção de Moscou, Leningrado e Kiev. A unificação permitiu reduzir muito o pessoal de direção e administração, e intensificar o emprego dos métodos industriais de construção. As organizações da construção de Moscou, Leningrado e Kiev, que antes, a cada ano, não cumpriam seus planos, depois da unificação cumprem-nos bem. A tarefa de elevar a produtividade do trabalho em 1955 foi ultrapassada, e num ano o custo das obras de construção e montagem nessas três organizações diminuiu 70 milhões de rublos em relação às previsões.

A unificação das organizações da construção de Rostov-sobre-o-Don, Komsomolsk-sobre-o-Amur, e outras cidades deu resultados positivos.

Apesar das indiscutíveis vantagens da unificação das organizações da construção, essa tarefa se efetua com lentidão. Ainda existe um grande número de pequenas organizações da construção de diferentes ministérios e departamentos que atuam paralelamente e não são rentáveis. Por exemplo, em Sverdlovsk há 74 organizações de construção e montagem e em Novosibirsk, 84.

Por que se realiza com tanta lentidão a unificação das organizações da construção, apesar de sua evidente conveniência?

Para tal, constitui um sério obstáculo essa atitude errônea que se traduz na política de paróquia seguida nessa questão por muitos ministérios e departamentos, ao colocar o problema de maneira utilitarista, como proprietários particulares. Eu diria que tampouco o Comitê da Construção manifesta a necessária tenacidade para resolver o problema da unificação das organizações dessa indústria.

Deve-se fustigar duramente essas tendências retrógradas e os burocratas que impedem a realização dessa obra de importância nacional.

Nas construções básicas são tarefas importantíssimas as de reduzir em grande medida os prazos da construção e impedir a dispersão de recursos entre numerosas obras, lutar resolutamente contra os excessos. Nos projetos e na construção, continuar industrializando a construção com o emprego em vasta escala de pré-fabricados de concreto armado e aplicar ao máximo a mecanização complexa.

Deve-se aumentar o potencial das organizações da construção, sobretudo nas zonas orientais, criar empresas locais encarregadas de produzir materiais de construção e elementos pré-fabricados, lutar com a maior energia para continuar unificando as organizações da construção, melhorar a qualidade da direção desse ramo e fortalecer a disciplina estatal.

Os construtores devem melhorar a qualidade da edificação, em particular a de moradias e de edifícios destinados a fins culturais e a serviços públicos, reduzir o custo das obras e assegurar um funcionamento rentável das organizações e empresas da construção, utilizar plenamente a maquinaria de que se dispõe e pôr ordem no abastecimento das obras com material e maquinaria. Devem-se elevar o papel e a responsabilidade das organizações de projetos, de investigação científica e da construção pela aplicação nesse ramo dos avanços da ciência e da técnica.

Camaradas!

Expus as tarefas fundamentais do VI Plano quinquenal no que se refere à indústria, à agricultura, ao transporte, às comunicações e às obras básicas.

O cumprimento dessas grandiosas tarefas, sem precedentes por suas proporções, fará avançar em grande medida o desenvolvimento de toda a economia nacional, aumentará nossas reservas materiais, alimentícias e financeiras, e robustecerá mais ainda o poderio econômico de nossa grande Pátria.

III - Pelo Ascenso Constante da Produtividade do Trabalho e pela Melhoria da Direção Econômica da Produção

O rumo tomado pelo Partido para acelerar o progresso técnico deve manifestar-se por uma elevação sensível da produtividade do trabalho. Somente sobre essa base se pode assegurar o desenvolvimento constante e rápido da produção socialista.

Os trabalhadores de nosso país estão profundamente interessados em elevar a produtividade como base segura da elevação do salário real dos operários e empregados, do aumento das rendas dos colcosianos e do incremento do bem-estar material de todo o povo.

No após-guerra, a produtividade do trabalho dos nossos operários se elevou na indústria em quase 2,3 vezes e na construção e no transporte ferroviário no dobro. Não obstante, durante o quinto quinquênio, não foram cumpridas plenamente as Diretivas do XIX Congresso do Partido no que se refere ao aumento da produtividade do trabalho. Na indústria, a produtividade do trabalho aumentou 44%, em lugar de 50% previstos pelo plano, e na construção 45%, em vez de 55%. Essa tarefa tampouco se cumpriu integralmente na agricultura.

No sexto quinquênio devemos resolver o problema de elevar com maior rapidez a produtividade do trabalho.

O projeto de Diretivas assinala que, durante o quinquênio, a produtividade do trabalho deverá elevar-se na indústria em não menos de 50% e na construção em não menos de 52%. Prevêem-se também grandes tarefas no incremento da produtividade do trabalho na agricultura e no transporte.

O crescimento da produtividade do trabalho no sexto quinquênio será assegurado, no fundamental, pela adoção de amplas medidas para introduzir maquinaria moderna na indústria, na agricultura, no transporte, na construção e outros ramos da economia nacional e pelo aumento, nessa base, do equipamento técnico do trabalho. Basta dizer que a quantidade de energia elétrica por operário industrial aumentará durante o quinquênio mais de 60%.

Na elevação da produtividade do trabalho deve desempenhar papel importante a regulamentação das normas de trabalho e de salários.

Pode-se por acaso considerar normal que as atuais normas de produção, inclusive existindo grandes defeitos na organização do trabalho e consideráveis perdas no aproveitamento da jornada, sejam cumpridas em 180-200% e até em mais por muitas fábricas de construção de maquinaria, enquanto que a tarefa referente à elevação da produtividade do trabalho não é cumprida com frequência? Por exemplo, na fábrica de máquinas-ferramentas de Khárkov as normas de produção foram cumpridas em 1955 em 190%, em média, enquanto o plano de elevação da produtividade do trabalho se realizou somente em 86%.

Como é natural, semelhante superação das normas não tem nada em comum com as realizações dos inovadores e trabalhadores de vanguarda da produção, para os quais uma importante superação das normas é acompanhada obrigatoriamente do correspondente crescimento da produtividade do trabalho.

A aplicação de normas reduzidas e, como consequência disso, sua superação considerável, criam nas empresas a aparência de que tudo anda bem e fazem que decresça a atenção dos operários, contramestres e engenheiros pela elevação verdadeira e autêntica da produtividade do trabalho. Em essência, as normas de produção não são estabelecidas hoje em dia partindo do nível alcançado na técnica e na organização do trabalho, mas na tendência a adaptá-las a um determinado nível dos salários.

Não se pode considerar normal que o salário base só represente 40 a 60% da remuneração dos operários; em algumas empresas essa percentagem é ainda mais baixa. Deve-se regular com urgência o sistema de normas de salários na indústria e eliminar todos os obstáculos que dificultam a aplicação em massa de normas de produção tecnicamente fundamentadas.

Ao mesmo tempo, deve-se eliminar a diversidade na remuneração dos trabalhadores das mesmas profissões em diferentes ramos e, com frequência, na mesma localidade.

O sistema de salários deve criar nos trabalhadores um interesse material na alta produtividade, na elevação de sua qualificação, e deve ser organizado de tal modo que cada um receba um salário em consonância com a quantidade e a qualidade do seu trabalho.

Devem-se melhorar também consideravelmente os atuais sistemas de prêmios e remuneração do trabalho dos engenheiros e técnicos e dos dirigentes da economia, a fim de que, como assinalou N. S. Kruschiov no informe do C.C., uma parte do salário destas categorias de trabalhadores dependa estritamente dos índices fundamentais de trabalho da oficina, empresa ou ramo da indústria respectivos.

Portanto, camaradas, enfrentamos uma urgente e importantíssima tarefa: regular as normas de trabalho e dos salários dos operários, empregados, engenheiros e técnicos.

Os dirigentes dos ministérios e departamentos e o Comitê do Estado que se ocupa das questões do trabalho e dos salários devem empreender com energia o cumprimento dos acordos adotados sobre esse particular pelo Pleno de julho do C.C.

Para realizar o programa traçado de desenvolvimento da economia nacional tem grande importância o cumprimento das tarefas assinaladas no que concerne à redução do custo da produção e dos gastos de circulação.

No projeto de Diretivas prevê-se que o custo da produção na indústria e no transporte ferroviário, assim como os gastos de circulação no comércio do Estado e das cooperativas diminuirão durante o quinquênio não menos de 17%. A economia proporcionada durante o quinquênio pela redução dos gastos de produção e de circulação em todos os ramos da economia nacional deve ser de cerca de 500 bilhões de rublos. Essa soma equivale a mais da metade dos gastos que deve efetuar o Estado em obras básicas durante o sexto quinquênio. Por isso, o cumprimento das tarefas relativas à redução do custo da produção e dos gastos de circulação é uma importantíssima tarefa econômica.

Para aproveitar as possibilidades de reduzir o custo da produção e transformá-las em autênticas fontes de aumento das acumulações, as organizações do Partido e da economia devem concentrar sua atenção principal em melhorar toda a atividade econômica das empresas e em que estas observem um regime de economia e fortaleçam o princípio do autofinanciamento, devem ser intransigentes com as manifestações de burocratismo e de má administração, com o gasto supérfluo do trabalho e das reservas materiais, devem melhorar o aproveitamento da maquinaria, as matérias-primas, os materiais, os combustíveis e a energia elétrica, e fazer que se usem em maior escala os sucedâneos de metais, couro, fibra natural e matérias-primas alimentícias.

O que o nosso Partido exige em primeiro lugar de todos os dirigentes é que, em seu trabalho, tomem sempre como base os interesses da sociedade socialista, se esforcem por conseguir um rigoroso cumprimento dos planos do Estado e contribuam com seu trabalho para aumentar a produção e o bem-estar de nosso povo.

IV - Elevação do Nível Material e Cultural do Povo

Camaradas!

A lei suprema da atividade de nosso Partido é a incansável solicitude pelo bem-estar do povo. Os grandiosos planos de edificação econômica e cultural que se levam a cabo em nosso país tendem a incrementar constantemente o bem-estar do povo soviético, a elevar sem cessar o nível cultural de todos os cidadãos e a satisfazer mais completamente suas necessidades materiais e culturais.

Esse nobre objetivo se ergue também diante de nós no sexto quinquênio. Uma das tarefas principais do novo Plano quinquenal consiste em continuar elevando o nível de vida do povo, ampliar a construção de moradias e incrementar a cultura, a instrução e a saúde pública.

A renda nacional constitui, como se sabe, o índice que melhor sintetiza o desenvolvimento econômico de um país e é a fonte de crescimento da riqueza social. No socialismo, toda a renda nacional pertence verdadeiramente ao povo. Durante o sexto quinquênio, a renda nacional na União Soviética aumentará 60%, aproximadamente.

À base do crescimento da renda nacional, aumentarão também as rendas individuais da população. O salário real dos operários e empregados se elevará durante o sexto quinquênio em 30%, aproximadamente. As rendas totais dos colcosianos, em bens e em espécie, aumentarão não menos de 40%, sobretudo gradas às rendas a título de «trudodien», provenientes da fazenda coletiva colcosiana.

Durante os últimos anos, o povo soviético, dirigido pelo Partido Comunista, fortaleceu incomensuravelmente com seu abnegado trabalho o poderio econômico do país e multiplicou sua riqueza social. Isto como sabeis, permitiu ao Comitê Central do Partido submeter à aprovação do Congresso medidas de excepcional importância para continuar elevando o nível de vida dos trabalhadores e melhorar as condições do trabalho. Essas medidas são:

Todas essas propostas do Comitê Central foram acolhidas com calorosa aprovação por nosso povo e não há dúvida de que o XX Congresso as incluirá por unanimidade nas Diretivas do VI Plano quinquenal como um novo e brilhante testemunho da invariável preocupação do Partido e do Governo em melhorar as condições de vida do povo soviético. (Aplausos.)

O Comitê Central do Partido e o Governo soviético estão firmemente convencidos de que os trabalhadores de nosso país responderão a essa preocupação com um novo ascenso da atividade no trabalho e dedicarão todas as suas forças a cumprir e superar as tarefas do VI Plano quinquenal. (Aplausos.)

Camaradas!

O aumento das rendas dos operários, colcosianos e intelectuais deve ser acompanhado da ampliação do comércio, do aumento da quantidade de mercadorias vendidas à população através da rede comercial do Estado e das cooperativas.

O volume global do comércio a varejo deve crescer 50% durante o quinquênio. Não obstante, a tarefa não consiste somente em ampliar a circulação das mercadorias, mas também em melhorar sua qualidade.

Precisamente por isso, no projeto de Diretivas se prevê um ritmo mais elevado do aumento da venda de produtos e artigos como manteiga, carne, leite, queijo, açúcar, tecidos de lã e de linho, calcados e móveis. Incrementar-se-á a venda de artigos como receptores de rádio, televisões, geladeiras, aspiradores de pó, máquinas de lavar e automóveis.

As organizações comerciais devem estudar melhor as necessidades da população e assegurar a acertada distribuição e o oportuno envio das mercadorias para a rede comercial. Deve-se organizar o funcionamento das entidades comerciais de tal modo que nas localidades de nosso país haja a necessária variedade de mercadorias.

No sexto quinquênio, prevê-se um rápido desenvolvimento da alimentação pública, a ampliação da rede de restaurantes e refeitórios. Tem-se o propósito de organizar o serviço de forma que os estabelecimentos de alimentação pública não só sirvam aos cidadãos quê trabalham, mas também a suas famílias, o que deve aliviar o trabalho das mulheres. Será ampliada a rede de refeitórios e cantinas nas escolas.

No sexto quinquênio apresentam-se tarefas de singular envergadura na construção de moradias.

É sabido que o Estado edificou muitas moradias antes e depois da guerra. Não obstante, como disse antes, a escassez de moradias continua sendo aguda e o melhoramento das condições de habitação do povo é objeto da particular atenção do Partido e do Governo.

Pensa-se construir no sexto quinquênio, somente à custa dos recursos do Estado previstos pelo plano, moradias com uma superfície habitável total de 205 milhões de metros quadrados, o que representa quase o dobro do quinto quinquênio.

O Estado estimulará por todos os meios e ajudará os trabalhadores a construir casas com suas próprias economias e com créditos do Estado. No campo, deve-se ampliar a construção de moradias. Os colcoses têm o dever de ajudar mais ativamente os colcosianos a construir casas com seus próprios recursos e, em caso de necessidade, com um crédito do colcós. Projeta-se ampliar consideravelmente a venda à população e aos colcoses de materiais de construção: cimento, madeira, metal, vidro, fibrocimento, materiais para paredes e outros materiais de construção.

O grande programa de construção de moradias no país exige que se aumente em consideráveis proporções a fabricação de móveis e se melhore sua qualidade.

Na atualidade, não se satisfaz plenamente às exigências de móveis da população. A indústria de móveis cumpre mal a tarefa de satisfazer as crescentes necessidades da população, Por isso, é necessário organizar sem demora a fabricação em massa de móveis baratos, cômodos e elegantes, tendo em conta as necessidades da população, assim como ampliar a fabricação de móveis combinados.

É preciso, ademais, que, a seguir, ao projetar e construir casas de moradia, se preveja a instalação nelas de móveis embutidos, cômodos e de boa qualidade, aproveitando para isso a experiência positiva do estrangeiro.

No fomento da cultura tem extraordinária importância o ascenso contínuo da instrução pública.

Em nosso país foi estabelecido o ensino geral de sete graus. Durante o quinto quinquênio se iniciou — e no sexto quinquênio se projeta realizar no fundamental — o ensino secundário geral nas cidades e aldeias.

Essa tarefa será levada a cabo mediante o ensino das crianças e da juventude nas escolas secundárias de instrução geral e em centros de ensino secundário especializado. Ao mesmo tempo, continuar-se-á fomentando o desenvolvimento das escolas de instrução geral noturnas e por correspondência, a fim de que os trabalhadores possam elevar seu nível cultural e de instrução sem deixar o trabalho.

Durante o quinquênio, terminarão os estudos nas escolas secundárias de dez graus 6.300.000 jovens, ou seja, mais que o dobro que no quinto quinquênio.

Os organismos de instrução pública têm pela frente a importantíssima tarefa de desenvolver ao máximo o ensino politécnico nas escolas. Durante o quinto quinquênio não foram dados mais que os primeiros passos nesse sentido. Devemos reconhecer que a organização do ensino politécnico nas escolas é ainda insatisfatória. Em muitas escolas não se inculcam nos alunos o respeito e o hábito do trabalho prático. Por isso, muitos jovens, ao terminar o curso secundário, estão mal preparados para a atividade prática.

Deve-se realizar um grande trabalho para fortalecer a base material e didática das escolas de ensino geral. No sexto quinquênio se prevê a construção, por conta do Estado, de novas escolas urbanas e rurais para cerca de quatro milhões de alunos, quer dizer, o dobro do edificado durante o quinto quinquênio. Convém que os colcoses participem em maior escala na construção e equipamento de escolas rurais.

O ensino secundário geral em nosso país é uma obra em que deve participar todo o povo. Nessa grande obra, o papel principal cabe aos professores. Nas escolas de instrução geral trabalham hoje mais de 1.700.000 professores. A profissão de mestre-escola é em nosso país uma das mais honrosas. O mestre é o educador dos futuros construtores da sociedade comunista. As organizações do Partido, dos Soviets, econômicas e do Komsomol têm o dever de cercar de constante solicitude a escola e os mestres.

No VI Plano quinquenal prevêem-se grandes tarefas na preparação de especialistas para a economia nacional.

Nosso país dispõe na atualidade de mais de cinco milhões e meio de especialistas. Os especialistas são a nossa reserva de ouro. que tanto estimamos e de que tanto nos orgulhamos. Não é em vão que alguns estadistas do mundo capitalista assinalam alarmados que seus países vão a reboque do nosso na preparação de especialistas.

No sexto quinquênio aumentará consideravelmente o número de especialistas diplomados nos centros de ensino superior e de ensino secundário especializado. Pensa-se preparar quatro milhões de especialistas, vale dizer, quase tantos quanto durante os dois quinquênios precedentes.

Os centros de ensino superior proporcionarão no sexto quinquênio à indústria, ao transporte, à construção e à agricultura mais de 650.000 engenheiros e especialistas, quer dizer, o dobro do quinto quinquênio.

Presta-se grande atenção à formação de especialistas para os novos ramos da ciência e da técnica, como a automatização e a telemecânica, o rádio e o radar, assim como para o aproveitamento da energia atômica com fins pacíficos.

No novo quinquênio devem adquirir amplo desenvolvimento a instrução noturna e por correspondência nos centros de ensino superior e de ensino secundário especializado. O crescimento do número de jovens que passam à produção depois de terminado o ensino secundário de dez graus cria condições favoráveis para completar a matrícula dos centros de ensino noturnos e por correspondência com jovens que cursaram o ensino secundário e têm experiência de trabalho na produção.

As tarefas de desenvolvimento econômico e cultural exigem uma séria atividade orientada para o melhoramento da preparação dos especialistas e para armá-los com o conhecimento das últimas conquistas da ciência e da técnica soviéticas e estrangeiras. É necessário uma conjugação muito mais estreita do ensino teórico e do estudo direto da produção, de sua economia e de sua organização.

Um importante meio para elevar o nível cultural de nosso povo serão as medidas previstas no projeto de Diretivas para o desenvolvimento do cinema, da imprensa, do rádio e da televisão, bem como para melhorar o funcionamento das bibliotecas, clubes e outros estabelecimentos culturais e educativos.

Prevê-se a melhoria e desenvolvimento da edição de livros. Aumentará a publicação de livros, revistas e jornais.

Durante o sexto quinquênio devem ser resolvidos importantes problemas da saúde pública.

No projeto de Diretivas prevê-se a construção em grande escala de instituições médicas. Edificar-se-ão quase três vezes mais hospitais que no quinto quinquênio e 2,4 vezes mais instituições de puericultura. O número de lugares nos berçários e jardins de infância crescerá 45%, aproximadamente. Isso contribuirá para continuar melhorando as condições de vida e de trabalho das mulheres e criará possibilidades mais amplas para a sua participação na produção e na vida cultural, política e social do país.

Deve-se melhorar a atividade de proteção do trabalho e de prevenção de enfermidades entre os operários e empregados das empresas industriais e o trabalho com o objetivo de evitar a contaminação das águas e do ar. Deve-se melhorar o estado sanitário das cidades e dos povoados.

A ciência médica tem pela frente tarefas importantes e de responsabilidade. O povo espera dela novos descobrimentos.

Os trabalhadores da saúde pública, das instituições médicas de investigação científica e da indústria médica devem buscar mais ativamente e aplicar em maior escala novos meios de cura e profilaxia e material médico mais aperfeiçoado.

As medidas dos organismos de saúde pública para continuar desenvolvendo a assistência médica à população encontrarão sempre o apoio e a ajuda do Comitê Central do Partido e do Governo.

Para a saúde dos trabalhadores têm também grande importância a educação física e o esporte. Deve-se assegurar o desenvolvimento maciço da educação física entre vastos setores da população, mostrando especial interesse pela melhoria do trabalho de educação física e esportiva entre a juventude.

Nosso Partido adotará todas as medidas necessárias a fim de que seja cumprido o extenso programa previsto para o sexto quinquênio de elevação contínua do bem-estar material e do nível cultural do povo soviético.

V - Desenvolvimento da Economia Nacional das Repúblicas Federadas e Distribuição das Forças Produtivas

Camaradas!

O novo e poderoso ascenso da economia nacional do país está indissoluvelmente ligado a uma acertada distribuição das forças produtivas.

As Diretivas do XIX Congresso do Partido estabeleciam que se devia melhorar a distribuição geográfica da construção de novas empresas, continuar aproximando a indústria das fontes de matérias-primas e de combustível. O Pleno do C.C. celebrado em julho do ano passado ressaltou de novo a necessidade de melhorar a distribuição das forças produtivas do país.

Como resultado da vitoriosa aplicação da política de industrialização e do aproveitamento de grandes fontes de matérias-primas, combustíveis e energia, já no período de antes da guerra, criou-se nas regiões orientais uma nova base carbonífero-metalúrgica, a indústria de construção de maquinaria pesada, do alumínio e de produtos químicos; construíram-se, ademais, grandes linhas férreas. Com isso assegurou-se uma melhoria essencial da distribuição das forças produtivas. No período da Grande Guerra Patriótica, a indústria das regiões orientais, particularmente a dos Urais e da Sibéria, foi uma poderosa base de aprovisionamento do Exército Soviético, e no período do cumprimento do IV Plano Quinquenal contribuiu enormemente para a restauração da economia das regiões que sofrem danos em consequência da conflagração.

Durante o quinto quinquênio lograram-se alguns êxitos na distribuição das forças produtivas.

No novo quinquênio, o Partido aplicará também resolutamente medidas para melhorar ainda mais a distribuição das forças produtivas do país e para o desenvolvimento sob todos os aspectos das diferentes regiões econômicas. Do mesmo modo que nos quinquênios anteriores, desenvolver-se-á em maior ritmo a economia das regiões orientais, onde há colossais reservas de carvão, bauxitas, energia hidráulica, madeira, minério de ferro, metais não-ferrosos e raros, e matérias-primas para a indústria dos produtos químicos.

As enormes riquezas das regiões orientais do país devem ser postas a serviço da economia nacional em maior medida do que o foram até hoje. No sexto quinquênio, as inversões para obras básicas nas regiões orientais aumentarão mais de duas vezes e serão quase a metade das inversões de fundos básicos destinados a todo o país.

Em 1960, dever-se-á extrair nas regiões orientais mais carvão e produzir mais ferro fundido que em 1950 em toda a URSS e a produção de energia elétrica e de cimento deverá ser muito maior que a de todo o país em 1954. Durante o sexto quinquênio construir-se-ão na parte oriental do país mais de cem fábricas de maquinaria.

Apresenta-se a tarefa de assegurar na parte oriental do país o desenvolvimento da produção de cereais. No fim do quinquênio, a colheita global de cereais nos Urais, Sibéria e Kazakstão deverá duplicar em comparação com 1954, ano de elevada colheita nessas regiões.

Como sabeis pelo informe do camarada N. S. Kruschiov o Comitê Central do Partido e o Governo concedem particular importância ao desenvolvimento incessante da economia da Sibéria.

Destacadas personalidades da Rússia falaram em tempos já remotos das inesgotáveis riquezas e do grande futuro da Sibéria. Lomonossov assinalava que a:

«Sibéria aumentará o poderio da Rússia».

Radistchev disse:

«Quão rica é a Sibéria, com os seus dons naturais! Que terra tão poderosa!... Quando a Sibéria for povoada, desempenhará um grande papel na história do mundo!»

Os sonhos de nossos grandes antepassados tornam-se realidade. Nos anos do Poder soviético, a Sibéria, antes região agrária atrasada, converteu-se em uma das importantes regiões industriais e agrárias do país.

No sexto quinquênio, essa riquíssima região continuará desenvolvendo-se sob todos os aspectos.

A política da distribuição das forças produtivas aplicada pelo Partido está orientada a desenvolver e fortalecer ao máximo a economia e a cultura das repúblicas federadas.

Criaram-se em nosso país as condições necessárias para o incessante desenvolvimento econômico, político e cultural de todas as repúblicas federadas. No Informe acerca da atividade do C.C., mencionaram-se dados que caracterizam brilhantemente o desenvolvimento da economia e a cultura destas repúblicas.

Os êxitos das repúblicas federadas nesse terreno são verdadeiramente enormes. É particularmente grato que todas as repúblicas federadas tenham já seus quadros nacionais, dominando a técnica moderna.

Nos últimos tempos, o Comitê Central do Partido e o Governo tomaram sérias medidas de organização visando a elevar o papel das repúblicas federadas na administração da economia nacional. Constituíram-se nas repúblicas federadas novos ministérios da URSS e das Repúblicas. Muitas empresas da indústria carbonífera, florestal, petrolífera, metalúrgica, da carne, do leite, leve, têxtil, da alimentação, de materiais de construção, de transporte rodoviário e de comunicações que dependiam dos ministérios da União foram transferidas para os das repúblicas federadas, ultimamente, transferiram-se da União para as repúblicas mais de 11.000 empresas industriais.

Ao aplicar todas estas medidas, o Comitê Central do Partido se baseou no princípio leninista de conjugar a direção centralizada com a elevação da autonomia e o desenvolvimento da iniciativa dos organismos locais na solução dos problemas da edificação econômica e cultural.

Em virtude de ter sido transferido grande número de fábricas e empresas dos ministérios da União para os das repúblicas, sob a direção de alguns ministérios da URSS e das repúblicas não ficou quase nenhuma empresa. Nessas condições, ficou madura, como é óbvio, a questão não só de reduzir em grandes proporções o aparelho central, mas também em geral da conveniência ou não de continuarem existindo alguns desses ministérios. (Animação na sala. Vozes: Muito bem!)

Não podemos deixar de assinalar que as medidas para eliminar a excessiva centralização na direção da economia tropeçam com a resistência de alguns dirigentes dos ministérios da URSS e de ministérios da URSS e das repúblicas, que querem dirigir tudo do centro, como se, na realidade, «de cima» vissem melhor a situação que os dirigentes das repúblicas federadas.

As medidas que atualmente aplicam o Partido e o Governo para intensificar o papel das repúblicas federadas na direção da edificação econômica e cultural correspondem plenamente aos princípios leninistas da política nacional de nosso Partido.

A idéia da criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas como uma comunidade voluntária de nações livres, iguais em direitos e soberanas, pertence inteiramente ao grande fundador de nosso Partido e do Estado soviético, Vladimir Ilitch Lênin. (Aplausos.) Foi ele que lançou a idéia, a fundamentou e a desenvolveu. Com uma particularidade: a de que, já então, em 1922, Lênin advertia contra a possibilidade de um centralismo excessivo, contra tergiversações burocráticas capazes de criar obstáculos ao vasto e múltiplo desenvolvimento da iniciativa das repúblicas federadas.

Essa indicação do grande Lênin tem para nós importância excepcional também agora.

É necessário continuar aplicando inflexivelmente a linha de fortalecer mais, e mais o papel das repúblicas federadas na direção da economia, transferindo-lhes com a maior audácia empresas dependentes dos ministérios da União.

Isso fará que a direção de nossa economia e de nossa cultura seja mais concreta e eficaz e contribuirá para continuar fortalecendo a colaboração fraternal entre as repúblicas. Ao mesmo tempo, as medidas que está aplicando o Partido para eliminar o centralismo excessivo e intensificar o papel das repúblicas federadas na direção da economia significam uma maior aproximação de nosso aparelho estatal das massas, um novo e importante passo no desenvolvimento e no robustecimento de nosso Estado socialista multinacional. (Aplausos.)

Ao organizar nas repúblicas o aparelho de direção das empresas não se pode, como é natural, copiar cegamente os ministérios da União, do que falou aqui o camarada Razzakov, Secretário do C.C. do Partido Comunista da Kirguízia.

A criação nas repúblicas de ministérios da União e das repúblicas com um insignificante número de empresas não se registra somente na Kirguízia. Na República da Tadjikia, por exemplo, se instituiu um Ministério da Indústria Leve, com um aparelho de 27 pessoas, que dirigem ao todo seis empresas (risos); o Ministério da Indústria Têxtil da República da Turkmênia dirige dez empresas. Na República da Moldávia fundou-se um Ministério da Indústria Florestal com um aparelho de 32 pessoas. Esse ministério dirige, ao todo, oito empresas, incluídas quatro fazendas florestais, duas das quais se acham encravadas em território da Federação Russa e da República Socialista Soviética da Ucrânia. (Risos.)

Os Conselhos de Ministros das repúblicas federadas e os ministérios da União devem examinar minuciosamente essa questão, acabar com todo o supérfluo e decidir se convém ou não a existência de uns ou outros ministérios nas diversas repúblicas.

Considero inteiramente justa a proposta feita pelo camarada N. S. Kruschiov em seu informe para instituir um organismo competente com representantes de todas as repúblicas: a Comissão Econômica do Soviet das Nacionalidades do Soviet Supremo da URSS, que poderia preparar acordos bem fundamentados sobre problemas concernentes aos interesses econômicos das repúblicas federadas. Isso dará a possibilidade de tomar em melhor consideração, com maior plenitude, as necessidades de cada república federada.

O projeto de Diretivas prevê um novo e poderoso desenvolvimento da economia em todas as repúblicas federadas. Ao prepará-lo, o Comitê Central do Partido partiu da idéia de que, no que se refere às repúblicas federadas, as Diretivas do Congresso para o VI Plano quinquenal deviam prever somente as tarefas fundamentais da indústria e da agricultura.

Os Comitês Centrais dos Partidos Comunistas e os Conselhos de Ministros das repúblicas federadas devem elaborar com maior detalhe, baseando-se nas Diretivas do Congresso, as medidas para impulsionar a edificação econômica e cultural no sexto quinquênio e aprovar os planos quinquenais de desenvolvimento das repúblicas federadas.

O sexto quinquênio deve marcar um novo florescimento da economia e da cultura das repúblicas federadas.

O cumprimento das tarefas apresentadas no que se refere ao desenvolvimento da economia nacional das repúblicas federadas e à melhoria da distribuição das forças produtivas do país elevará a maior nível ainda a economia de cada república, assegurará um novo reforço do poderio do multinacional Estado soviético e do fortalecimento da amizade e a fraternal colaboração dos povos da União Soviética. (Prolongados aplausos.)

★ ★ ★

Camaradas!

O vitorioso cumprimento do VI Plano quinquenal será

assegurado pelos opeianos, colcosianos, intelectuais, por seu abnegado trabalho. Ao elaborar o projeto de Diretivas, o Comitê Central do P.C.U.S. teve em conta as propostas do pessoal de milhares e milhares de empresas industriais e de colcoses. A iniciativa patriótica e a rica experiência de produção dos trabalhadores da cidade e do campo, que participaram ativa-' mente da preparação e da discussão das propostas para o Pano quinquenal, ajudaram o Comitê Central do Partido a estabelecer com maior plenitude as tarefas de desenvolvimento dos diferentes ramos da economia nacional no sexto quinquênio e a descobrir as enormes possibilidades internas de que dispõem nossa indústria e nossa agricultura socialistas.

Como sabeis, o projeto de Diretivas elaborado pelo Comitê Central apareceu em nossa imprensa um mês antes do Congresso. Durante esse mês, o projeto foi discutido animadamente e com espírito prático nos Congressos, Conferências, reuniões de ativistas e assembléias do Partido, nas reuniões do pessoal das empresas, dos colcoses, das estações de máquinas e tratores e dos sovcoses.

O Comitê Central, o Conselho de Ministros da URSS, a Comissão do Plano do Estado da URSS e as redações dos jornais receberam uma imensa quantidade de cartas de operários, colcosianos, engenheiros, técnicos, professores, médicos, estudantes, pensionistas e soldados e oficiais do Exército Soviético, nas quais se trata das mais diversas questões do sexto quinquênio.

Muitas dessas cartas referem-se a questões relativas à melhoria da organização do trabalho e à elevação dos salários das categorias de operários menos remunerados. Receberam-se muitas propostas encaminhadas no sentido de melhorar a satisfação das necessidades culturais e sociais dos trabalhadores, as pensões, a saúde pública e urbanização das cidades e povoados operários. Todas essas proposições estão impregnadas de solicitude pelo desenvolvimento constante da economia, da ciência, da cultura e da instrução pública socialistas.

Ao aprovar unanimemente o grandioso programa de poderoso desenvolvimento da economia da URSS previsto para o sexto quinquênio, os trabalhadores de nosso país revelaram durante a discussão do projeto de Diretivas novas e grandes possibilidades na economia nacional, puseram a nu e criticaram com justeza as deficiências e assinalaram os caminhos para continuar melhorando nosso trabalho.

É sabido que as Diretivas do Congresso têm como objetivo determinar unicamente as tarefas fundamentais do fomento da economia nacional da URSS no sexto quinquênio. Na base das Diretivas do Congresso será elaborado -o Plano Quinquenal de desenvolvimento da economia nacional da URSS, com um conjunto consideravelmente mais amplo de índices para cada ano do quinquênio, para cada ministério e departamento. Ao elaborar o plano do quinquênio para toda a URSS e os planos quinquenais das repúblicas federadas, devem ser consideradas as numerosas e valiosas sugestões que fizeram os trabalhadores, as organizações do Partido e o pessoal das empresas, colcoses, estações de máquinas e tratores e sovcoses.

A emulação socialista desenvolvida por todo o povo para comemorar dignamente o XX Congresso do Partido demonstrou mais uma vez quantos organizadores de talento há em nosso povo e quão grande é a importância da experiência de vanguarda.

É dever das organizações do Partido, dos Soviets, dos sindicatos e do Komsomol continuar apoiando e desenvolvendo por todos os meios a fecunda atividade das massas, desenvolvê-la ao máximo em todos os ramos da economia nacional e encabeçar entusiàsticamente a emulação socialista pelo cumprimento e superação das tarefas do sexto quinquênio. Devemos reforçar e apoiar com uma inteligente direção, uma acertada seleção dos quadros e uma comprovação sistemática do cumprimento das tarefas, quer dizer, com todo o trabalho organizador de nosso Partido e o entusiasmo e a iniciativa das massas de operários, colcosianos e intelectuais.

No cumprimento dos planos quinquenais precedentes, o Partido Comunista deu exemplos de acertada direção e de trabalho organizador. Não há a menor dúvida de que nosso Partido estará também agora à altura de suas tarefas. (Aplausos.)

O trabalho organizador deve ser orientado, antes de tudo no sentido de fortalecer a disciplina estatal, de aplicar na economia nacional as novíssimas conquistas da ciência e da

técnica, de difundir amplamente a experiência avançada e de elevar* a produtividade do trabalho.

Todos os ramos de nossa economia crescem e se aperfeiçoam de ano para ano. À produção aflui uma caudalosa torrente de nova maquinaria, cada vez mais complexa. Por isso, nas condições atuais, para ser um verdadeiro organizador, um dirigente da produção, é preciso ser um conhecedor e um bom especialista na profissão, estudar profundamente o trabalho e penetrar em todos os seus detalhes. Só com esta condição pode-se dirigir de maneira concreta, com conhecimento de causa.

Nenhum dirigente pode trabalhar de modo fecundo se não está estreitamente ligado às massas e não se apóia nelas. Deve-se prestar ouvido atento a todas as observações de caráter crítico, eliminar com rapidez os defeitos descobertos e apoiar ativamente os inovadores da produção, inventores e racionalizadores.

A unidade política e moral da sociedade soviética, a coesão monolítica de nosso povo em torno do Partido Comunista e do Governo soviético, o fortalecimento incessante da aliança da classe operária e do campesinato colcosiano e da amizade fraternal entre os povos de nosso país constituem a garantia de nossos futuros êxitos no caminho para o grande objetivo: a edificação da sociedade comunista. (Aplausos.)

As tarefas apresentadas pelo Partido para o sexto quinquênio provam a poderosa força do regime soviético, que encerra possibilidades inesgotáveis para desenvolver a produção social e elevar o bem-estar do povo.

O projeto de Diretivas para o VI Plano quinquenal exprime os anseios e a vontade de todos os cidadãos soviéticos. Em cada tarefa desse magnífico documento, vêem a solicitude infatigável do Partido e do Governo pelo bem-estar do povo; sabem que o cumprimento do sexto quinquênio constituirá um novo e importante avanço no fomento da economia socialista, na criação em nosso país da abundância de artigos de uso e consumo popular, na grande obra de construir o comunismo. (Aplausos) Camaradas !

O VI Plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional da URSS terá uma enorme importância não somente interna, mas também internacional. Cumpriu-se o que previra V. I. Lênin, o grande fundador de nosso Partido e do Estado Soviético: o País Soviético exerce uma influência maior cada dia na marcha da história universal, no destino histórico da humanidade, sobretudo por sua política econômica.

Suas realizações na edificação econômica e cultural, conquistaram para o povo soviético milhões de amigos em todos os países do mundo. Os povos vêem em nossos êxitos a expressão das aspirações de paz da União Soviética, a grande força e as vantagens do sistema socialista de economia, que abre perspectivas ilimitadas ao desenvolvimento das forças produtivas em benefício dos trabalhadores

Quanto a determinados círculos dos países capitalistas, para eles cada um de nossos planos quinquenais foi um fato desagradável, mas real, que se viram na obrigação de tomar em consideração. Não há dúvida de que nossos pianos quinquenais esfriaram não poucas cabeças quentes e diminuíram as fumaças de muitas personagens do mundo capitalista.

Cada Plano Quinquenal fortaleceu as posições do socialismo, incrementou o poderio do Estado Soviético. É natural, por isso, que nossos quinquênios tenham despertado sempre enorme interesse, e não somente entre nossos amigos, cujo número cresce cada dia, mas também entre nossos adversários.

Também o projeto de Diretivas do XX Congresso do P.C.U.S. para o VI Plano quinquenal, publicado na imprensa, suscitou animados comentários que desta vez se distinguem essencialmente dos que se faziam ao serem conhecidos nossos primeiros planos quinquenais.

Seguramente, muitos de vós recordareis as 'manifestações da imprensa burguesa, dos políticos e economistas do mundo 'capitalista com respeito aos primeiros planos quinquenais soviéticos. «Quimera», «utopia», «truque de propaganda», isso diziam de nossos planos, augurando-lhes, em coro, um fracasso inevitável. É verdade que, depois, quando esses planos se cumpriram com êxito, o tom mudou: as pilhérias e os presságios sombrios cederam lugar ao desconcerto e ao alarme. Agora, ao começar nosso sexto quinquênio, nem os mais francos detratores da União Soviética se atrevem a manifestar dúvidas quanto à realidade de nosso novo plano nem a predizer seu fracasso. Mesmo "essa gente declara que o VI Plano Quinquenal será cumprido e exprimem por isso uma grande inquietação. A imprensa burguesa e determinados círculos dos países capitalistas estão particularmente inquietos porque o VI Plano quinquenal será um grande passo adiante no cumprimento da tarefa econômica fundamental da URSS

Quanto a nossos amigos, o grande povo chinês e os trabalhadores de todas as democracias populares, acolheram com grande júbilo e unânime aprovação o projeto de Diretivas para o VI Plano quinquenal. E isso é compreensível, pois o vitorioso cumprimento do Plano Quinquenal não só fortalecerá a União Soviética, mas também todo o sistema socialista mundial e contribuirá para novas e grandes vitórias da edificação socialista em todas as democracias populares. (Prolongados aplausos.)

Assinalamos com grande satisfação que nossos amigos hindus, birmaneses e afgãs compreendem muito bem nossos pacíficos fins econômicos.

Os grandiosos planos de edificação econômica da URSS nascem da essência mesma de nosso regime econômico e social, de nossa ideologia de paz duradoura e amizade entre todos os países, entre todos os povos.

Graças à consequente política exterior de paz dos países do campo socialista, a tensão internacional que existiu durante vários anos cedeu lugar a certo alívio, surgiram perspectivas reais de consolidar a paz mundial.

Nossas propostas visando a fortalecer a paz nem sempre foram acolhidas por aqueles a quem as dirigimos. Lamentamos profundamente essa circunstância, porém estamos cheios da decisão de buscar novos e novos caminhos para organizar a colaboração internacional. Continuaremos aplicando invariável e consequentemente a política leninista de coexistência pacífica, com a firme convicção de que, só por esse caminho, se pode fortalecer em grande medida a confiança entre os Estados e consolidar a paz. (Aplausos.)

Continuaremos reforçando nossas fraternais relações e a amizade com as democracias populares e ampliando a colaboração com elas para benefício comum. Continuaremos aplicando uma política orientada para a melhoria das relações com os Estados Unidos, a Inglaterra, França e outros países, desenvolveremos e fortaleceremos uma amistosa colaboração com a República da índia, Birmânia e Afeganistão e com todos os Estados • interessados em manter e fortalecer a paz e ampliaremos as relações econômicas com todos os países, desenvolvendo ao máximo o comércio baseado no princípio da vantagem mútua. Camaradas!

As tarefas apresentadas pelo Comitê Central do Partido para o sexto quinquênio são imensas. Exigirão do Partido e de todo o povo grandes esforços e um intenso trabalho. Seria errôneo pensar que, já que as tarefas foram apresentadas e explicadas, tudo se fará por si mesmo, tudo se resolverá de maneira fácil e sem dificuldades. Na vida, as coisas não ocorrem assim. Durante o cumprimento de um plano surgem não poucas dificuldades. Mas não há a menor dúvida de que saberemos superá-las e cumprir dignamente as tarefas assinaladas pelo Partido. (Prolongados aplausos.) Dispomos para isso de toda» as condições e possibilidades.

Temos em quantidades suficientes todos os recursos naturais necessários.

Dispomos de uma poderosa base de produção, criada pelos esforços do povo soviético nos anos dos quinquênios precedentes.

Temos numerosos homens de ciência e especialistas, capazes de resolver os mais complexos problemas da ciência e da técnica.

Nosso pacífico trabalho criador se acha sob a segura vigilância de nossas valorosas Forças Armadas. (Aplausos.)

Nossa heróica classe operária, nosso glorioso campesinato colcosiano e nossa magnífica intelectualidade estão animados pela indestrutível unidade de vontade e de objetivo,-estão cheios de energia criadora e firmemente confiantes em suas forças.

O povo soviético conta com um dirigente tão sábio e provado como nosso glorioso Partido Comunista, armado com a grande e imortal doutrina do marxismo-leninismo, que nos inspira e ilumina o caminho para o futuro luminoso: o comunismo. (Prolongados aplausos. Todos os presentes se põem de pé.)


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Inclusão 13/11/2011