As provocações dos últimos dias em nosso país contra o proletariado e suas organizações mostram o grau de desespero a que chegaram os inimigos da democracia em face das grandes conquistas democráticas do povo brasileiro.
Não é por acaso que empedernidos reacionários, velhos lacaios do imperialismo e desmascarados agentes do fascismo, iniciam desleal ofensiva contra o movimento operário, fundamentalmente contra os comunistas. Usando os mais sórdidos métodos de difamação, esses reacionários, apoiados em uma imprensa vendida ao capital financeiro mais reacionário, como os “Diários Associados”, forjam as piores mentiras sobre as greves que se desencadeiam no país, deturpam declarações de líderes sindicais, conspiram contra a ordem democrática no sentido de entravar a marcha da democracia em nossa terra. Tais reacionários não podem conceber a existência de um clima democrático, onde os problemas mais vitais da Nação são resolvidos em benefício do povo. Causa-lhes verdadeiro pavor a organização das massas populares e do proletariado.
Quando a classe operária está a caminho de sua unificação, com a realização de seus congressos sindicais, tendo como objetivo a Confederação Geral dos Trabalhadores, a reação se movimenta e investe contra o Movimento Unificador dos Trabalhadores, acusando-o de ilegal, clandestino e de ter ligações com partido político estrangeiro com sede em Paris, repetindo as velhas mentiras do obsoleto realejo da polícia de Filinto Müller, tendo em vista unicamente impedir a unidade dos trabalhadores.
Agora, que o Partido Comunista vem esclarecendo, organizando e educando politicamente o povo para a democracia, ao mesmo tempo que seus representantes na Assembleia Constituinte se levantam contra os atentados às liberdades públicas e em defesa das legítimas reivindicações do povo e do proletariado, o ódio dos inimigos de nossa Pátria — os que não querem o nosso progresso, que desejam o país submetido à exploração do imperialismo, que pretendem a continuação da fome, da miséria e da doença — se volta contra os comunistas, que se tornam alvo das piores provocações.
Essas provocações, ao contrário do que possa parecer a muitos, não constituem sinal de força dos elementos da reação. É um índice, repetimos, de seus desespero diante das derrotas sofridas. Cabe ao proletariado, principalmente à sua vanguarda organizada e esclarecida — Partido Comunista do Brasil — não aceitar as provocações, não dando qualquer pretexto ao inimigo de classe, a fim de que essas provocações caiam no vazio.
Assim agindo, estaremos defendendo os interesses das massas, realizando uma política independente de classe, porque não nos guiaremos pela vontade do inimigo, que, vendo o fortalecimento crescente do proletariado e de seu partido, procura precipitar os acontecimentos para levar os trabalhadores a uma luta desigual, a fim de aniquilar as suas organizações
Cumpre, hoje, aos comunistas, mais do que nunca, defender a ordem, acatando as deliberações das autoridades constituídas sem, no entanto, deixar de lutar firmemente em defesa das liberdades públicas e dos direitos do proletariado e do povo, utilizando todos os recursos legais e protestando veementemente contra qualquer recuo na marcha para democracia.
Por outro lado, é necessário estar alerta contra a orientação de aceitar as provocações do inimigo, orientação esta que constitui no momento o maior perigo para a classe operária e o seu partido. Qualquer atitude sectária, esquerdista e de superestimação de nossas forças é um sério desvio que pode causar grandes danos ao movimento operário. Compreendemos quanto é duro resistir às provocações organizadas pelo inimigo, mas é indispensável serenidade e estar senhor da linha política do Partido para que os provocadores se desmascarem perante as massas em virtude da nossa posição independente de classe, firmada de acordo com os magnos interesses do proletariado e do povo, que tem assegurado grandes vitórias na luta pela consolidação da democracia.