O Imperialismo e a Revolução
Enver Hoxha

Os Verdadeiros Revolucionários Chamam os Proletários e os Povos a Erguerem-se por um Novo Mundo, Mundo Socialista


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Conforme explicamos acima, a crise geral do capitalismo acentua-se sempre mais. Isso faz com que proletariado, as classes e povos oprimidos não suportem a exploração, exijam a mudança de sua vida, a derrubada do sistema burguês, a supressão do neocolonialismo, do imperialismo. Mas tais desejos só podem se realizados por meio da revolução. Não se pode alcançar vitória alguma sem enfrentar e golpear os inimigos de classe, internos e externos.

Os verdadeiros partidos marxista-leninistas da classe operária, enquanto dirigentes da revolução, tornam conscientes o proletariado, as massas trabalhadoras, os povos e preparam-nos política, ideológica e militarmente para esses confrontos. Os partidos marxista-leninistas, todos os revolucionários, mesmo que sejam pouco numerosos, integram-se ao povo, organizam as massas sistemática, cuidadosa e pacientemente, convencem-nas de sua grande força, de que elas estão em condições de derrubar o capital, de tomar o poder em suas mãos e emprega-lo no interesse do proletariado e do povo. Tais partidos não julgam que, por serem pequenos não poderiam fazer frente à coalizão dos partidos da burguesia e à opinião publica formada por eles. A tarefa dos revolucionários é demonstrar às amplas massas do povo que essa opinião, criada pela burguesia, é equivocada, deve ser rechaça e que é preciso formar a verdadeira opinião revolucionária, que representa uma grande força transformadora.

Os partidos marxista-leninistas têm em conta que, para cumprir com êxito sua missão, devem ter antes de mais nada uma estratégia e uma tática revolucionárias, uma correta linha política que corresponda aos interesses e aspirações das amplas massas populares, à solução revolucionária dos problemas e tarefas da luta pela destruição do sistema burguês e do domínio imperialista estrangeiro.

O marxismo-leninismo é a única ciência que permite ao partido revolucionário da classe operária elaborar uma justa linha política, definir claramente seu objetivo e tarefas estratégicas, aplicar táticas e métodos revolucionários para realizá-los.

Iluminado pelo marxismo-leninismo e em consonância com as condições econômico-sociais e políticas concretas de seu país, assim como com as circunstâncias internacionais, o partido marxista-leninista sabe orientar-se e permanecer à frente das massas a qualquer momento e em qualquer etapa da revolução, seja ela democrática, nacional-libertadora ou socialista. Uma estratégia revolucionária e uma linha política correta, baseadas no marxismo-leninismo, na prática revolucionária do proletariado mundial e das lutas de classe em seu país, possibilitam definir claramente o objetivo estratégico da etapa dada, determinar quais são os principais inimigos internos e externos contra os quais deve concentrar-se o golpe principal, quais são os aliados internos e externos do proletariado, etc.

Os partidos marxista-leninistas têm como objetivo derrubar o sistema capitalista e fazer triunfar o socialismo, mas quando tarefas de caráter democrático e antiimperialista colocam-se diante da revolução em se países eles visam desenvolve-la ininterruptamente elevá-la à revolução socialista, fazê-la passar o quanto antes à solução das tarefas socialistas.

Tanto o objetivo estratégico dos partidos marxista-leninistas como as vias para alcançá-lo são totalmente diferentes dos defendidos pelos falsos partidos comunistas e operários. Os primeiros não podem conceber a consecução desses objetivos, senão pela destruição das relações capitalistas de produção e pela demolição a partir dos alicerces do velho aparelho estatal, de toda a superestrutura burguesa. Atêm-se aos ensinamentos de Lênin, que diz:

"A essência da revolução consiste em que o proletariado destrói o 'aparelho administrativo' e todo o aparelho estatal, substituindo-o por outro novo, formado pelos operários armados " (V. I. Lênin, Obras ed. albanesa vol. XXV, pg. 577).

Os últimos pregam a manutenção do velho aparelho estatal embora em palavras declarem-se favoráveis ao socialismo. Segundo eles pode-se instaurar o socialismo com reformas, pela via parlamentar inclusive empregando a velha máquina estatal.

Uma série de partidos ditos comunistas mostram-se atualmente ainda mais zelosos do que os partidos declaradamente burgueses na defesa do sistema capitalista existente. O partido revisionista de Carrilio-Ibarruri, por exemplo, defende sem um pingo sequer de compostura o regime monárquico de Juan Carlos, enquanto alguns partidos burgueses espanhóis exigem sua substituição por um regime republicano. O partido revisionista de Berlinguer também posa de ardoroso defensor das leis repressivas do Estado capitalista italiano dirigidas contra as liberdades democráticas, quando diversos partidos burgueses não o fazem abertamente. Por sua vez, os revisionistas chineses orientam os partidos que seguem a linha chinesa nos países capitalistas a combater juntamente com os círculos mais militaristas pelo fortalecimento dos exércitos e do aparelho burguês de violência, supostamente para defender a pátria, mas na verdade para esmagar a revolução, caso esta se deflagre.

Em seus intentos de minar o movimento revolucionário e libertador, para eternizar o capitalismo e a dominação imperialista, a burguesia e seus adeptos, em particular os revisionistas contemporâneos, procuram de todas as formas desorientarem e dividir as forças revolucionárias apagando a diferença entre os amigos e os inimigos da revolução. A prédica dos revisionistas chineses é típica. Eles apresentam como aliados do proletariado e dos povos oprimidos a grande burguesia monopolista, os regimes reacionários e fascistas, a OTAN, o Mercado Comum Europeu e até o imperialismo norte-americano.

No que lhes diz respeito, os partidos marxista-leninistas consideram indispensável à elaboração de uma estratégia genuinamente revolucionária estabelecer urna nítida fronteira entre as forças motrizes e os inimigos da revolução, assim como definir claramente qual o principal inimigo interno e externo contra o qual, como dizia Stálin, deve-se dirigir o golpe principal, sem subestimar ou esquecer a luta contra os demais inimigos.

Em nossa época, nas condições do imperialismo, a grande burguesia local é o principal inimigo interno da revolução não só nos países capitalistas desenvolvidos, mas também nos países oprimidos e dependentes. Ela permanece à frente do sistema capitalista e luta por todos os meios, com a violência, a opressão e também com a demagogia, o engodo, para salvaguardar seu domínio e seus privilégios, sufocar e extinguir qualquer movimento dos trabalhadores que ameace por pouco que seja seu poder e seus interesses de classe. Enquanto que o principal inimigo externo da revolução e dos povos, nas condições atuais, é o imperialismo mundial, sobretudo as superpotências imperialistas. Aconselhar e conclamar o proletariado e os povos oprimidos a apoiar-se numa superpotência para combater a outra ou a entrar em aliança com as potências imperialistas em nome de uma pretensa defesa da liberdade e da independência nacional, como pregam os revisionistas chineses, não passa de traição à causa da revolução.

Os revisionistas atacam em especial o papel hegemônico da classe operária na revolução, que constitui uma das questões fundamentais da estratégia revolucionária.

"O principal na doutrina de Marx - afirmou Lênin - é o esclarecimento do papel histórico mundial do proletariado enquanto criador da sociedade socialista." (V. I. Lênin, Obras, ed. albanesa, vol. XVIII, pg. 61).

Lênin qualificava a negação da idéia da hegemonia do proletariado no movimento revolucionário de aspecto mais vulgar do reformismo.

Entre os revisionistas contemporâneos, uma ala procura provar que a classe operária estaria se desproletarizando e transformando-se em "co-administradora" das empresas, não havendo mais lugar, portanto para a revolução proletária, não havendo necessidade de um sistema social distinto do existente. Outros pretendem que agora não só os operários, mas todos os trabalhadores da produção e da cultura, todos os assalariados seriam proletários e que não só a classe operária, mas também outras classes e camadas da sociedade estão interessadas no socialismo. Portanto, concluem eles, o papel hegemônico da classe operária no atual movimento revolucionário perdeu o sentido. Em palavras, os revisionistas soviéticos não negam o papel dirigente da classe operária, mas na prática liquidaram-no, já que privaram esta classe de toda possibilidade de direção. Eliminaram-no também teoricamente, ao defender a nefasta teoria do partido e do Estado "de todo o povo". Os revisionistas chineses, como pragmáticos que são, colocam à frente da "revolução", conforme o caso, ora o campesinato, ora o exército, ora os estudantes, etc.

O Partido do Trabalho da Albânia defende decididamente a tese marxista-leninista de que a classe operária constitui a força decisiva do desenvolvimento da sociedade, a força dirigente da transformação revolucionária do mundo, da construção da sociedade socialista e comunista.

A classe operária continua a ser a principal força produtiva da sociedade, a classe mais avançada e a mais interessada de todas na libertação nacional e social, no socialismo, a portadora das melhores tradições de organização e de luta revolucionárias. Ela possui a única teoria científica de transformação revolucionária da sociedade e seu combativo partido marxista-leninista que a dirige rumo a esta meta. A história encarregou-a objetivamente da missão de dirigir toda a luta pela passagem do capitalismo ao comunismo.

A hegemonia do proletariado na revolução é decisiva para solucionar em seu favor e em favor das massas populares a questão fundamental da revolução, a questão do poder político.

O novo poder pode atravessar diversas fases e tomar diversos nomes, de acordo com as condições concretas em que se desenvolva a revolução e com as diversas etapas que ela possa atravessar, mas não pode haver desenvolvimento da revolução rumo ao triunfo do socialismo sem a instauração da ditadura do proletariado. É o que nos ensina o marxismo-leninismo, é o que nos ensina a experiência de todas as revoluções socialistas vitoriosas. Portanto, quaisquer que sejam as circunstâncias em que se desenvolva a revolução, o partido marxista-leninista não renuncia jamais ao objetivo de instaurar a ditadura do proletariado.

Os revisionistas de diversos matizes e correntes, todos, sem exceção, negam de uma forma ou de outra a necessidade do estabelecimento da ditadura do proletariado porque são contra a revolução, porque são pela defesa e perpetuação da ordem capitalista.

O proletariado e seu partido marxista-leninista vão para a luta juntamente com seus aliados. Esta também é uma das questões mais importantes da estratégia revolucionária.

O campesinato pobre é o aliado natural e íntimo do proletariado, pois liga-se a ele pelo objetivo estratégico não só imediato mas também mediato e definitivo. As camadas pobres dos trabalhadores urbanos são aliados do mesmo tipo. O proletariado juntamente com o campesinato pobre e com os demais trabalhadores oprimidos e explorados constituem as principais forças motrizes da revolução.

Também pode e deve ser aliada a pequena burguesia urbana, que se encontra permanentemente nas garras do grande capital e sob ameaça de total expropriação.

O proletariado esforça-se e luta para que se aliem a ele outras camadas da população, como a parcela progressista da intelectualidade, explorada pelo capital interno e externo. O peso da intelectualidade cresceu nos paises capitalistas e revisionistas. Mas apesar das transformações ocorridas em sua posição, no caráter e no papel de seu trabalho, ela não é nem jamais poderá ser uma classe à parte, não se fundiu nem poderá fundir-se com a classe operária, ao contrário do que pretendem diversos revisionistas. Portanto, conforme mostrou Lênin e a história comprovou, a intelectualidade não pode ser uma força social e política independente. Seu papel e seu lugar na sociedade são determinados por sua situação econômico-social e por suas convicções ideológicas e políticas. Por mais que essa situação e essas convicções se modifiquem, a intelectualidade não pode jamais assumir o papel dirigente da classe operária na revolução. É dever do proletariado ganhar sua parcela progressista, convencê-la da inevitabilidade da derrocada do sistema capitalista e da vitória do socialismo, torná-la sua aliada na revolução.

Nos países da África, América Latina, Ásia, etc., de reduzido desenvolvimento econômico-social e mais dependentes do capital estrangeiro, onde as tarefas democráticas e antiimperialistas da revolução têm particular importância, o campesinato médio e a parte da burguesia não ligada ao capital estrangeiro e que aspira a um desenvolvimento independente de seu país também podem ser aliados do proletariado.

A ligação dessa parcela da burguesia com a revolução democrática e antiimperialista depende da estratégia e da tática corretas do proletariado, das manobras ágeis e hábeis do partido revolucionário da classe operária. O proletariado com seu partido pode assim persuadir não só a pequena burguesia, mas inclusive essa parte da burguesia a colocar-se sob sua direção e levantar a cabeça para eliminar o domínio estrangeiro e a feroz grande burguesia capitalista, instrumento do imperialismo, que oprime e explora, que desmoraliza e abastarda os puros sentimentos e a cultura secular do povo.

Para ganhar como aliados as demais classes e camadas interessadas na realização do objetivo estratégico de uma determinada etapa da revolução, o proletariado precisa, como em todas as questões, enfrentar-se com a grande burguesia e com os demais reacionários.

Prevendo sua derrota, a burguesia reacionária e os latifundiários fazem mil e um esforços e manobram para atrair para seu campo a pequena burguesia, o campesinato e a intelectualidade progressista, para impedi-los de se tornarem aliados do proletariado. Procuram enganar inclusive a classe operária, para que a revolução não se deflagre e, no caso de eclodir, não vá até o fim, marque passo ou retroceda.

Por sua vez, o proletariado e seu partido marxista-leninista trabalham e têm todas as condições para unir em torno de si seus aliados contra os inimigos comuns, como a grande burguesia, os latifundiários, os imperialistas e social-imperialistas, bem como para impedir que camadas do campesinato e da pequena burguesia se tornem reservas do grande capital ou da ditadura fascista, como ocorreu no tempo de Hitler na Alemanha, de Mussolini na Itália e de Franco durante a Guerra da Espanha.

O partido marxista-leninista adota uma atitude cuidadosa e flexível em especial no que respeita aos possíveis aliados vacilantes ou temporários, inclusive diferentes camadas da média burguesia, que estão atados por inúmeros fios e diversos interesses, tradições e preconceitos ao mundo do capital e ao imperialismo. Sem se demoverem por um momento sequer das posições de princípios, o proletariado e sua vanguarda, o partido marxista-leninista, têm interesse em atrair tais forças para o campo da revolução ou da luta de libertação, apesar de suas oscilações e instabilidade, ou pelo menos em neutralizá-las, para que não se tornem reservas do inimigo.

As leis da revolução atuam em toda parte, inclusive nos países onde os revisionistas estão no poder. Qual é a posição da nova burguesia que se desenvolve nos países revisionistas da Europa? Ela aspira libertar-se da múltipla e feroz opressão da burguesia soviética, do social-imperialismo soviético, mas os interesses básicos dessas duas partes são comuns. A burguesia de tais países não consegue viver divorciada da burguesia soviética. Mesmo que se distanciasse dessa grande e selvagem burguesia social-imperialista, não há dúvida de que se colocaria rapidamente sob o domínio da burguesia dos Estados capitalistas desenvolvidos da Europa Ocidental e do imperialismo norte-americano.

Mas também nos países revisionistas, que vêm se integrando econômica, política e militarmente no grande Estado soviético social-imperialista, existem, além do proletariado, outras camadas da população descontentes com a exploração promovida pela nova burguesia e com o domínio do social-imperialismo soviético. Por esse motivo elas odeiam tanto sua própria burguesia dominante como o hegemonismo e o neocolonialismo russos. O proletariado desses países precisa despertar e tomar-se consciente da necessidade histórica de voltar a descer ao campo de batalha, lançar-se à luta para derrubar e desbaratar os traidores, para fazer mais uma vez a revolução proletária, para restaurar a ditadura do proletariado. Ele deve criar seus novos partidos marxista-leninistas e unir em torno de si todas as massas populares.

Atendo-se consequentemente ao princípio de que o fator decisivo na vitória da revolução é interno, é a luta revolucionária do próprio proletariado e do povo de cada país, enquanto o fator externo é auxiliar e secundário, os partidos marxista-leninistas não negam nem subestimam em absoluto os aliados externos da revolução. Mantêm uma atitude ao mesmo tempo de princípios e elástica tanto para com os aliados internos como também em relação aos aliados externos.

Em concordância com os ensinamentos de Lênin e Stálin e em harmonia com as condições atuais, eles consideram que os aliados externos naturais e mais seguros do movimento revolucionário em cada país são o proletariado e seu movimento revolucionário nos demais países, o movimento revolucionário antiimperialista dos povos oprimidos do mundo e os países verdadeiramente socialistas.

Em casos particulares podem se criar circunstâncias em que um país socialista ou um povo em luta contra a agressão imperialista ou social-imperialista encontre-se numa frente comum inclusive com diferentes países do mundo capitalista que combatem o mesmo inimigo, tal como ocorreu no período da II Guerra Mundial.

Nesses casos, tem importância de primeira ordem considerar sempre os interesses da revolução, não esquecê-los, obscurecê-los ou sacrificá-los em função da frente unida ou da aliança com esses aliados temporários, não transformar essa frente ou essa aliança num objetivo em si. Importa, sobretudo, não permitir a interferência de tais aliados visando sabotar a revolução e arrebatar a vitória. A experiência do Partido Comunista da Albânia no que diz respeito à atitude para com os aliados norte-americanos e ingleses nos anos da Luta Antifascista de Libertação Nacional é significativa. Essa atitude foi a salvação dos destinos da causa da revolução na Albânia.

A estratégia revolucionária é inseparável das táticas revolucionárias que os partidos marxista-leninistas empregam para realizar o objetivo e as tarefas da revolução. Como parte da estratégia e estando a seu serviço, as táticas podem mudar de acordo com os fluxos e refluxos da revolução, com as circunstâncias e condições concretas, mas sempre dentro do quadro da estratégia revolucionária e dos princípios marxista-leninistas.

"A tarefa da direção tática - diz Stálin - é dominar todas as formas de luta e de organização do proletariado e garantir seu correto aproveitamento, para conseguir o máximo de resultados numa correlação de forças dada, o que é uma necessidade imperativa para preparar o êxito estratégico." (J. V. Stalin, Obras, ed. albanesa, vol. VI, pg. 164).

Ao adotar táticas e formas de luta ágeis para levar adiante a causa da revolução, os autênticos partidos marxista-leninistas atêm-se sempre com fidelidade aos princípios revolucionários. Rejeitam e combatem qualquer propensão ao abandono dos princípios em função das táticas, são os mais resolutos adversários de qualquer política sem princípios, de conjuntura e pragmática, característica de toda a atividade dos revisionistas de todas as correntes.

A revolução é sempre obra das massas, dirigidas pela vanguarda revolucionária. Portanto, o partido marxista-leninista não pode deixar de dedicar grande atenção à organização revolucionária das massas sob formas apropriadas, partindo das condições e circunstâncias concretas, das tradições existentes em cada país, etc. Sem laços organizados do partido com as massas nem se pode falar em levantá-las, prepará-las e mobilizá-las na luta revolucionária.

Precisamente por isso o partido marxista-leninista da grande importância à criação de organizações de massas dirigidas por ele. Seguramente este não é um problema de fácil solução, sobretudo hoje que existem tantos tipos de organizações sindicais, cooperativistas, culturais, científicas, juvenis, femininas, etc., em todos os países capitalistas e revisionistas. A maioria dessas organizações encontra-se sob a direção e influência da burguesia dos revisionistas e da Igreja.

Porém, como nos ensina Lênin, os comunistas devem penetrar e trabalhar em toda parte onde estejam as massas. Portanto, também não podem deixar de trabalhar nas diferentes organizações de massas dirigidas ou influenciadas pela burguesia, pela social-democracia, pelos revisionistas e assim por diante, Os marxista-leninistas trabalham nelas para minar a influência e a direção dos partidos burgueses e reformistas, para difundir entre as massas a influência do partido revolucionário da classe operária, para desmascarar o caráter mistificador dos programas e das atividades dos chefes dessas organizações para dar ação das massas caráter político, anticapitalista, antiimperialista, anti-revisionista. Por meio do trabalho revolucionário desenvolvido entre as massas, pode-se formar frações revolucionárias dentro dessas organizações, pode-se inclusive criar condições para tomar em mãos a própria direção dessas organizações e orienta-las pelo caminho correto.

Mas em qualquer caso o partido marxista-leninista jamais se esquece da meta de erguer organizações revolucionárias de massas sob sua direção.

Os sindicatos ou trade-unions são as mais importantes organizações de massas. Nos países capitalistas e revisionistas, essas organizações hoje em dia servem geralmente à burguesia, ao revisionismo, para manter subjugados o proletariado e todas as massas trabalhadoras. Em seu tempo Engels já dizia que as trade-unions na Inglaterra haviam se transformado de organizações que aterrorizavam a burguesia em organizações a serviço do capital. As organizações sindicais amarraram o trabalhador com mil e um fios, com mil e um elos de uma cadeia escravizante, de forma que o operário isolado seja esmagado mais facilmente quando se revolta. Os dirigentes oportunistas dos sindicatos trabalham para que as revoltas dos operários de uma ou mais empresas que se lançam em greves e manifestações permaneçam sob controle e assumam um caráter apenas econômico. A aristocracia operária desenvolve um vasto labor de manipulação nesse sentido. Desempenha um importante papel corrosivo, repressivo, ludibriador e transformou-se de há muito em bombeiro da revolução nos países capitalistas.

Os principais partidos burgueses e revisionistas possuem agora seus sindicatos em todos os países capitalistas. Esses sindicatos atuam hoje em unidade e estabeleceram uma estreita colaboração para conter o movimento revolucionário do proletariado, para desorientar política e moralmente a classe operária.

Na França e na Itália, por exemplo, os sindicatos dos partidos revisionistas são grandes e poderosos. Mas o que fazem eles? Procuram manter o proletariado subjugado, adormecê-lo e, quando ele se revolta e se enfurece, enveredá-lo pela via das conversações com o patronato e tapar-lhe a boca com alguma pequeníssima migalha dos superlucros capitalistas. E o que é dado volta a ser tomado através da alta dos preços.

Portanto, para o proletariado libertar-se do capitalismo em cada pais precisa necessariamente escapar ao jugo dos sindicatos dominados pela burguesia e pelos oportunistas bem como de toda sorte de organizações ou partidos social-democratas e revisionistas. Todos esses organismos apóiam o patronato de diferentes formas e procuram criar a ilusão de serem "uma grande força" "um freio", de que "podem se impor aos grandes capitalistas" supostamente em favor do proletariado. Isso não passa de uma grande mentira o proletariado deve destroçar tais organismos. Mas como destroçá-los? Destroçá-los combatendo a direção desses sindicatos erguendo-se contra suas traiçoeiras ligações com a burguesia, rompendo a "tranqüilidade" a "paz social" que eles buscam instituir, uma "paz" que se disfarça com pseudo-revoltas periódicas dos sindicatos contra o patronato.

Também se pode atuar visando destroçar esses sindicatos penetrando neles, para combatê-los e corroê-los por dentro, para contestar suas decisões e ações injustas. Essa atividade deve compreender nas fábricas grupos de operários tão grandes e poderosos quanto for possível. É preciso objetivar em cada caso a conquista de uma férrea unidade do proletariado na luta não só contra o patronato, mas também contra seus agentes, os pelegos sindicais. O enérgico desmascaramento de todos os elementos traidores à frente dos sindicatos, do das direções sindicais e dos sindicatos reformistas em geral liberta os operários de muitas ilusões que eles ainda alimentam quanto a essa liderança e a esses sindicatos.

Ao penetrar nos sindicatos existentes, os marxista-leninistas nunca caem em posições trade-unionistas, reformistas, anarco-sindicalistas, revisionistas, características das direções dessas entidades. Nunca se tornam sócios dos revisionistas e outros partidos oportunistas e burgueses na direção dos sindicatos. Seu fito é desmascarar o caráter burguês e o papel reacionário que os sindicatos atuais possuem em geral nos países capitalistas e revisionistas, minar essas organizações e abrir caminho para a criação de sindicatos verdadeiramente proletários.

A organização das massas juvenis tem particular importância para os partidos marxista-leninistas. A juventude sempre teve um grande papel nos movimentos revolucionários. Inclina-se por natureza a favor do novo, contra o velho, mostra-se disposta a combater pelo triunfo de tudo que é progressista, revolucionário. Mas não tem condições de encontrar sozinha o caminho correto. Somente o partido da classe operária pode indicar-lhe esta via. Quando as inesgotáveis energias revolucionárias da juventude se unem às energias da classe operária e das demais massas trabalhadoras pela supressão da opressão e da exploração, pela libertação nacional e social, não há força capaz de conter o triunfo da revolução.

Porém atualmente a maior parte da juventude dos paises capitalistas e revisionistas despende suas energias em caminhos equivocados, é ludibriada pela burguesia e o revisionismo, frequentemente passa ao aventureirismo e ao anarquismo ou cai na utopia e no desespero, por ser confundida e aturdida, encarando com pessimismo a perspectiva de atendimento de suas exigências políticas, materiais e espirituais.

Os marxista-leninistas sempre dedicam grande atenção à juventude, procuram esclarecê-la e persuadi-la de que só poderá realizar suas aspirações e desejos na via indicada pelo marxismo-leninismo e sob a direção da classe operária e de seu partido. Trabalham para afastar a juventude da influência da burguesia e dos revisionistas dos movimentos "esquerdistas", trotskistas, anarquistas, e mobiliza-la em organizações revolucionárias, atraí-la para o caminho da revolução.

O verdadeiro partido marxista-leninista e os comunistas revolucionários participam ativamente nas greves e manifestações operárias e lutam para convertê-las em greves e ações políticas, de forma a tornar impossível a vida do capitalismo, do patronato, dos cartéis, monopólios e chefes sindicais. No processo dessa grande atividade, o proletariado confrontar-se-á mais freqüente e abertamente com as forças armadas do sistema burguês, mas através dos confrontamentos aprenderá a combater melhor. No decurso da luta ele encontra também as formas viáveis, justas e adequadas de organização e de luta revolucionária. "Aprende-se a nadar nadando" diz o ditado popular. Sem combater em greves, em manifestações sem mobilizar-se em ações contra o capitalismo em geral, não se pode organizar e intensificar a luta pela vitória definitiva, não se pode derrubar o sistema burguês.

A revolução não se prepara com falatório, como fazem os diferentes revisionistas, nem com teorizações sobre os "três mundos" como fazem os revisionistas chineses. Não pode triunfar pela via pacífica. Lênin também referiu-se a tal possibilidade em casos especiais, mas sempre colocou o acento principal na violência revolucionária, pois a burguesia jamais entrega voluntariamente o poder. A história do movimento comunista e operário internacional, do desenvolvimento das revoluções e das vitórias da classe operária numa série de países antes socialistas e em nosso país socialista mostra que até hoje as revoluções só triunfaram através da insurreição armada.

A insurreição revolucionária armada nada tem em comum com os puschs militares. A primeira objetiva a derrubada política radical, a destruição da velha ordem desde os alicerces. Os últimos não levam nem podem levar à derrubada do sistema de opressão e exploração ou à liquidação do domínio imperialista. A insurreição armada baseia-se no apoio das amplas massas populares, enquanto o putsch é expressão de desconfiança nas massas, de ruptura com elas. As tendências putschistas na política e na atividade de um partido que se considera o partido da classe operária são um desvio do marxismo-leninismo.

De acordo com as condições concretas de um país e com a situação geral, a insurreição armada pode ser uma explosão repentina ou um processo revolucionário mais longo, porém não ilimitado e sem perspectiva, como prega a "teoria da guerra popular prolongada" de Mao Tse Tung. Quando Se confronta os ensinamentos de Marx, de Engels, de Lênin e de Stálin sobre a insurreição revolucionária armada com a teoria de Mao sobre a "guerra popular", fica claro o caráter antimarxista, antileninista, anticientífico dessa teoria. Os ensinamentos marxista-leninistas sobre a insurreição armada se baseiam na estreita ligação entre a luta nas cidades e no campo sob a direção da classe operária e de seu partido revolucionário.

A teoria maoísta, sendo contra o papel dirigente do proletariado na revolução, considera o campo como única base da insurreição armada e negligencia a luta armada das massas trabalhadoras nas cidades. Preconiza que o campo deve cercar as cidades, consideradas fortalezas da burguesia contra-revolucionária. Expressa-se nela a desconfiança na classe operária, a negação de seu papel hegemônico.

Atendo-se sem vacilações aos ensinamentos do marxismo-leninismo sobre a revolução violenta enquanto lei geral, o partido revolucionário da classe operária é um firme adversário do aventureirismo e jamais brinca com a insurreição armada. Desenvolve incessantemente a luta e a atividade revolucionárias sob diversas formas, em todas as condições e circunstâncias para preparar a si e às massas para as batalhas decisivas da revolução, para a derrubada do domínio da burguesia por meio da violência revolucionária Mas só quando a situação revolucionária está completamente madura ele coloca a insurreição armada diretamente na ordem do dia e adota todas as providências políticas, ideológicas, organizativas e militares para conduzi-la à vitória.

A propaganda é um poderoso meio nas mãos do partido marxista-leninista para preparar as massas para a revolução, um meio que deve ser ardoroso, claro e convincente A propaganda revolucionária não tem valor se ficar apenas em palavras. Somente uma propaganda incisiva, bem vinculada aos problemas da vida, aos problemas gerais e às questões locais, que suscite e encoraje a iniciativa das amplas massas, pode educar política e ideologicamente o proletariado e as demais massas trabalhadoras, lançá-las à ação, prepará-las para a revolução.

A burguesia capitalista de todos os países, além de manejar uma grande força como o exército, a polícia, etc., possui também uma vasta experiência de luta contra e proletariado e sua atividade. Tem igualmente toda uma rede de propaganda, imprensa, rádio, televisão, cinemas, teatros, música, etc. Toda essa propaganda é tão corruptora que permite confundir, viciar e debilitar por certo tempo os esforços e o combate do proletariado pela libertação.

Nos chamados Estados de democracia burguesa, onde existe certa "liberdade democrática" não basta desenvolver uma propaganda jornalística rotineira contra o capitalismo em geral. Os jornais dos diversos partidos burgueses e revisionistas falam a torto e a direito, naturalmente não contra o sistema burguês, mas contra determinados elementos, contra os que querem abocanhar o quinhão dos outros no grande banquete onde todos têm assento e se fartam as custas do povo.

A propaganda e sobretudo a imprensa dos novos partidos marxista-leninistas têm uma enorme tarefa: desmascarar a falsidade da "democracia" burguesa, arrancar os disfarces de todas as suas manobras, da demagogia dos revisionistas e demais servidores do capital. A propaganda e a imprensa marxista-leninistas mostram a verdade tal qual ela é, mostram o caminho da libertação social e nacional através da revolução, enquanto que a propaganda e a imprensa burguesas e revisionistas mentem, tagarelam, confundem as pessoas para afastar as massas da revolução, conduzi-las a becos sem saída, mantê-las na escravidão.

Mas a propaganda por si só não basta para esclarecer as massas, convencê-las da justeza da linha política do partido da classe operária, prepará-las para a revolução. Lênin diz que para preparar a revolução:

"... é necessário a experiência política das próprias massas" (V. I. Lênin, Obras, ed. albanesa, vol. XXXI, pg. 92).

A própria propaganda torna-se eficaz e se afirma quando se desenvolve juntamente com a ação revolucionária. Sem a ação, o pensamento murcha. Essa atividade não é nem deve ser uma aventura, mas uma luta enérgica, um duro confronto com os inimigos de classe, que passa das formas mais simples às mais elevadas, que supera muitas dificuldades e aceita todos os sacrifícios que a revolução exige.

Os verdadeiros partidos marxista-leninistas encontram-se na vanguarda e não na traseira da ação revolucionária. Não se desencorajam com as possibilidades temporariamente pequenas da luta e dos esforços com que se contrapõem e devem se contrapor à grande força da reação capitalista. Ensinam seus militantes a serem ousados e a terem em vista que sua ação justa, ponderada, madura e decidida tem profunda repercussão entre as massas que os vêem atuar e os ouvem. Quando se age assim, as massas compreendem que os objetivos dessa ou daquela ação revolucionária favorecem os interesses do proletariado e dos explorados. A ousadia e a maturidade na ação têm grande importância porque dessa forma conquista-se terreno palmo a palmo e avança-se no soerguimento da onda da revolução. A ação revolucionária liga os partidos da classe operária às massas, coloca-os à frente destas, permite-lhes triunfar sobre os partidos reformistas, revisionistas.

"Cada passo do movimento real - dizia Marx - vale mais do que uma dizia de programas. " (K. Marx, F. Engels, Obras Escolhidas, vol. II, pg. 8, Tirana, 1975).


Além das forças revolucionárias dirigidas pelo partido marxista-leninista, há nos países capitalistas outras forças que combatem e enfrentam a polícia, a gendarmeria, etc. Muitas ações e golpes dessas forças têm caráter terrorista, aventureiro, anarquista, se apresentam sob todo tipo de cores e rótulos, guiam-se por diferentes ideologias. Tais ações frequentemente são organizadas com o estímulo e financiamento dos serviços secretos dos países capitalistas, que visam entre outras coisas desmoralizar os partidos marxista-leninistas, imputando-as a esses partidos. Os elementos fascistas ou agentes secretos da burguesia que frequentemente promovem e dirigem tais ações procuram se aproveitar da insatisfação, da cólera e da audácia do proletariado, dos secundaristas, universitários e da juventude em geral, para lançar os diferentes grupos o movimentos surgidos dessas massas em atos que, longe de ter qualquer coisa em comum com os verdadeiros movimentos revolucionários, criam sérios perigos para estes, dão a impressão de que o proletariado estaria se degradando, teria se convertido em lumpemproletariado.

É preciso que, dando a devida atenção a esse problema, os partidos marxista-leninistas por um lado façam com que as massas se convençam por sua própria experiência de que as ações revolucionárias têm caráter totalmente distinto das ações terroristas e anarquistas e, por outro lado, combatam visando afastar os elementos revolucionários que caíram na armadilha, das fileiras dos grupos terroristas e anarquistas, dos elementos fascistas e agentes secretos da burguesia dentro desses mesmos grupos.

Os partidos marxista-leninistas são partidos da revolução. Contrariando as teorias e práticas dos partidos revisionistas, que estão mergulhados dos pés à cabeça no legalismo burguês e no "cretinismo parlamentar", eles não reduzem sua luta ao trabalho meramente legal nem o encaram como sua principal atividade. No quadro dos esforços para dominar todas as formas de luta, dedicam especial importância à combinação do trabalho legal e ilegal, dando prioridade a este último, enquanto fator decisivo para a derrubada da burguesia e a verdadeira garantia da vitória. Educam e instruem seus quadros, militantes e simpatizantes de forma que estes saibam atuar com argúcia, agilidade e bravura tanto nas condições de legalidade como na ilegalidade. Mas mesmo quando atuam em condições de profunda clandestinidade, procurando não expor suas forças ao inimigo e salvaguardar as organizações revolucionárias dos golpes deste último, os partidos marxista-leninistas não se encerram em si mesmos, não debilitam nem rompem os vínculos com as massas, não interrompem por um momento sequer a atividade palpitante entre as massas nem deixam de empregar em prol da causa da revolução todas as possibilidades legais que as condições e circunstâncias permitem.

Livre de qualquer ilusão quanto à tomada do poder pela via parlamentar, o partido marxista-leninista pode julgar conveniente, em ocasiões particulares e favoráveis, participar também de atividades legais como eleições municipais, parlamentares, etc., com o único objetivo de propagar sua linha entre as massas e desmascarar o sistema político burguês. Mas o partido não converte esta participação na linha geral de seu combate, como fazem os revisionistas, não faz dessas formas as principais, ou, pior ainda, as únicas formas de luta.

Ao explorar as possibilidades legais, o partido, sem poupar sacrifícios busca, encontra e emprega formas e métodos de caráter revolucionário, desde os mais simples até os mais complexos, procurando torná-los os mais populares os mais acessíveis às massas. Os marxista-leninistas não se importam se sua atuação revolucionária viola ou ameaça a constituição, as leis, regras, normas da ordem burguesa. Lutam para minar essa ordem, para preparar a revolução. Portanto, o partido marxista-leninista prepara a si mesmo e às massas para fazer frente aos contragolpes que a burguesia pode vibrar em resposta às ações revolucionárias do proletariado e das massas populares.

Nas atuais condições de desenvolvimento do movimento revolucionário e de libertação, um processo complexo e de ampla base social, em que participam muitas forças sociais e políticas, o partido revolucionário do proletariado defronta-se não raras vezes com o problema da colaboração e das frentes unidas com outros partidos e organizações políticas nesta ou naquela fase da revolução, em torno destas ou daquelas questões de interesse comum. A atitude justa, de princípios e ao mesmo tempo ágil, alheia a qualquer oportunismo ou sectarismo, tem grande importância nessa questão para atrair, preparar e mobilizar as massas na revolução e na luta libertadora. O partido marxista-leninista não é nem poderia ser contrário em princípio à colaboração ou às frentes unidas com outros partidos e forças políticas, quando os interesses da causa da revolução o exigem e a situação o impõe. Contudo, nunca as encara como uma coalizão de cúpula e um objetivo em si, mas como um meio para unir e levantar as massas na luta. É importante que em tais frentes unidas o partido proletário não perca por um só momento o ponto de referência dos interesses de classe do proletariado, o objetivo final de sua luta, não se dissolva na frente, que mantenha sua individualidade ideológica e sua independência política, organizativa e militar, combata para assegurar a direção da frente e para aplicar em seu interior uma política revolucionária.

Para que o partido marxista-leninista possa elaborar e aplicar uma estratégia e uma tática revolucionárias, uma linha política acertada, saiba orientar-se corretamente em situações difíceis, seja capaz de enfrentar os inimigos e superar os obstáculos, é indispensável desenvolver um grande e amplo trabalho de estudo e assimilação da teoria marxista-leninista.

Um dos motivos da transformação dos antigos partidos comunistas dos países capitalistas em partidos revisionistas foi precisamente terem descuidado por completo do estudo e assimilação do marxismo-leninismo. A doutrina marxista-leninista era empregada apenas como um verniz, havia se transformado em palavras vazias, em slogans, não havia penetrado profundamente na consciência dos militantes, não havia se tornado sangue de seu sangue, não havia se convertido num guia para a ação. Alguma pequena atividade de estudo do marxismo-leninismo que se fazia visava apenas transmitir ao militante umas tantas fórmulas secas, unicamente para que ele pudesse chamar-se comunista, estimasse o comunismo no plano sentimental; mas o militante nada sabia sobre como chegar a ele, pois não lhe haviam ensinado.

Os dirigentes daqueles partidos, que só tinham palavreado e nada mais, viviam num ambiente burguês e contagiavam o proletariado de seus países com idéias liberais e reformistas.

Dessa forma, a viragem dos partidos revisionistas em direção à burguesia foi uma evolução social-democrata oportunista preparada de há muito por líderes social-democratas de fato, pela aristocracia operária que dirigia aqueles partidos ditos comunistas.

Os partidos marxista-leninistas não podem deixar de levar em conta essa experiência negativa para extrair dela lições no sentido de organizar o estudo e a assimilação do marxismo-leninismo em bases sólidas, sempre vinculando o estudo com a ação revolucionária.

A unidade e colaboração entre os partidos marxista-leninistas dos diferentes países com base nos princípios do internacionalismo proletário têm especial importância nos preparativos para a revolução.

Esta unidade se fortalecerá e esta colaboração se ampliará na luta contra o imperialismo e o social-imperialismo, contra a burguesia e o revisionismo contemporâneo de toda laia, kruschoviano, titista, "eurocomunista", chinês, etc.

Como inimigos da revolução, os revisionistas combatem com todas as forças e meios o internacionalismo proletário para arrancar das mãos do proletariado mundial e do proletariado de cada país essa poderosa arma na luta contra a burguesia e o imperialismo.

Os partidos marxista-leninistas têm a tarefa de desmascarar as manobras tanto dos revisionistas titistas e "eurocomunistas", que hoje consideram o internacionalismo proletário caduco e ultrapassado, como dos revisionistas soviéticos e dos revisionistas chineses, que o deformaram e procuram empregá-lo como uma arma para seus fins hegemonistas, social-imperialistas.

O Partido Comunista da China, que não segue os princípios do internacionalismo proletário e não apóia as lutas revolucionárias e de libertação dos povos, ingressou no caminho da aproximação e da amizade com os partidos social-democratas e burgueses, inclusive os mais direitistas e mais reacionários. Ao mesmo tempo, procura criar diversos grupos sob sua dependência e direção. Ele necessita desses agrupamentos para sabotar precisamente os autênticos partidos marxista-leninistas e os elementos progressistas, que se lançam ao trabalho para despertar o povo, para erguê-lo na revolução contra as camarilhas dominantes que estão ligadas às superpotências.

Os pequenos grupos que se dizem partidos e que seguem a linha chinesa, como oportunistas que são, não fazem mais do que defender e propagandear as teorias revisionistas do grupo de Hua Guofeng e Deng Xiaoping, bem como seus atos contra-revolucionários. Esses grupos não têm nenhuma personalidade nem firmeza para lutar segundo a teoria marxista-leninista.

O principal lema desses partidos, que é também o slogan básico da política chinesa, é de que na atual situação o proletariado tem como tarefa fundamental e única defender a independência nacional, que estaria ameaçada apenas pelo social-imperialismo soviético. Eles repetem quase ao pé da letra os lemas dos chefes da II Internacional, que abandonaram a causa da revolução e substituíram-na pela tese da defesa da pátria capitalista. Lênin desmascarou esse lema falso e antimarxista que não serve à defesa da verdadeira independência mas sim ao incitamento de guerras interimperialistas. Ele definiu claramente qual deve ser a atitude do verdadeiro revolucionário nos conflitos entre agrupamentos imperialistas. Afirmou:

"Quando se trata de uma guerra imperialista e reacionária, ou seja, de uma guerra entre dois grupos mundiais da burguesia reacionária imperialista, despótica e espoliadora, qualquer burguesia (mesmo a de um país pequeno) torna-se cúmplice da rapina, e eu, representante do proletariado revolucionário, tenho o dever de preparar a revolução proletária mundial, a única salvação dos horrores de uma carnificina mundial...

Isto é internacionalismo, é o dever internacionalista do operário revolucionário, do verdadeiro socialista. " (V. I. Lênin, Obras, ed. albanesa, vol. XXVIII, pgs. 324-325).

Os partidos de linha chinesa transformaram-se em apologistas do crescimento e fortalecimento dos exércitos burgueses, a pretexto de que isso seria necessário para defender a independência. Conclamam os trabalhadores a se tornarem dóceis soldados, e, juntamente com a burguesia, lançam-se contra todos os que lutam para enfraquecer esta arma principal do domínio e exploração capitalistas. Em resumo, desejam que o proletariado e as massas trabalhadoras se transformem em carne de canhão nas guerras de rapina que o imperialismo e o social-imperialismo preparam.

Ao mesmo tempo, esses apêndices chineses tornaram-se ardentes defensores das instituições estatais capitalistas burguesas, sobretudo a OTAN, o Mercado Comum Europeu, etc., que consideram como os principais fatores da "defesa da independência". A exemplo dos dirigentes chineses, eles enaltecem e abrilhantam esses pilares do domínio e expansão capitalistas. Ajudam precisamente os organismos que na realidade ameaçaram seriamente a independência e a soberania de seus países.

A aliança com a grande burguesia, a defesa do exército burguês, o apoio à OTAN, ao Mercado Comum Europeu, etc., tudo isso representa para esses pseudo-marxistas um caminho sem problemas, que além de não levar a confrontos com a burguesia assegura seus favores.

Semelhantes posições levam tais elementos grupistas sem futuro rumo à unificação com os partidos do "eurocomunismo" e da burguesia; e isso ocorrerá, pois a própria China conclama o proletariado a unir-se à burguesia. Já não existe nenhuma diferença entre esses pseudo-marxista-leninistas e Marchais.

Os marxista-leninistas devem precaver-se muita das frases empregadas pelos revisionistas contemporâneos, social-democratas e pseudo-marxista-leninistas sobre o internacionalismo proletário, a união do proletariado para defender a paz e outras asneiras do gênero. O internacionalismo proletário é verdadeiro quando as pessoas trabalham com abnegação para ajudar e desenvolver as ações revolucionárias, para criar uma verdadeira situação de luta revolucionária, em primeiro lugar em seu próprio país. Ao mesmo tempo, como diz Lênin, devem apoiar, com propaganda, com simpatia e com ajuda material essa luta, essa linha em todos os países, sem exceção. Qualquer outra coisa, como ele nos ensina não passa de mentira e manilovismo.

Portanto, devemos ter muito cuidado com tais elementos pseudo-marxistas, pseudo-revolucionários, pseudo-internacionalistas, sejam eles indivíduos particulares ou pequenos grupos de pessoas, ou mesmo partidos que se autodenominam marxista-leninistas, mas que na realidade não o são, são social-chauvinistas, centristas, pequeno burgueses. Todos esses partidos que juram ser pelo internacionalismo proletário, pela defesa da paz, das reformas, etc. servem ao capital.

Os revisionistas chineses também se referem às vezes ao internacionalismo proletário, mas a partir de posições nacionalistas e chauvinistas. Os dirigentes chineses são daqueles que batem no peito e juram por deus sua fidelidade ao internacionalismo proletário, à paz, às lutas e reivindicações do proletariado, mas na prática cruzam os braços e só fazem pronunciar frases enganosas para provocar a divisão das forças revolucionárias.

O fortalecimento do internacionalismo proletário e uma importante tarefa que se coloca para os partidos marxista-leninistas, que deve se desenvolver entre todos os partidos, sejam eles grandes ou pequenos, antigos ou jovens. Todos devem fortalecer a unidade entre si e coordenar ações políticas, ideológicas e de combate.

Eles criarão um poderoso front que se tornará cada dia mais inquebrantável, acentuando esta importante linha, que é uma das tarefas primordiais dos partidos marxista-leninistas para golpear frontalmente o capitalismo mundial, sua política escravizante, bem como suas intrigas, perfídias e alianças com o revisionismo contemporâneo soviético, titista, chinês, italiano, francês, espanhol e outros. Caso os partidos atuem em unidade e golpeiem todos juntos as forças da reação, caso desmascarem todas as intrigas que o capitalismo e o revisionismo contemporâneo tecem de diversas maneiras para sufocar a revolução, para asfixiar a luta de classes, sua vitória é certa.

Nós, marxista-leninistas, devemos combater e chamar os operários, onde quer que estejam, a pôr-se de pé contra seus inimigos seculares e a romper os grilhões, a fazer a revolução e a não se submeter aos monopólios e capitalistas, rejeitando a prédica dos revisionistas contemporâneos. É dever dos marxista-leninistas e revolucionários autênticos conclamarem os proletários e povos a levantar-se pelo mundo novo, pelo seu mundo, pelo mundo socialista.


Inclusão 03/11/2005
Última alteração 14/04/2014