Conversa com a delegação do Partido Socialista de Portugal

Kim Il Sung

4 de novembro de 1977


Fonte para a tradução: Charla con la delegación del Partido Socialista de Portugal, Ediciones en Lenguas Extranjeras, março de 2023 (juche 112).

Tradutor: João Victor Bastos Batalha.

HTML: Lucas Schweppenstette.

Direitos de reprodução: Licença Creative Commons BY-SA 4.0.


Dou-lhes calorosas boas-vindas ao nosso país.

Agradeço a visita que dedicam ao nosso país e a mim. Creio que com ela proporcionam uma grande contribuição ao fortalecimento da amizade e da solidariedade entre os dois partidos e povos. A consideramos de grande relevância.

Informaram-me a respeito de seus comentários feitos durante uma conversa com um secretário do Comitê Central do nosso Partido, os quais me geraram uma grande satisfação.

É excelente saber que o secretário geral de seu Partido trabalha duro e com boa saúde. Embora ainda não o tenha conhecido, estou completamente ciente de que mantém uma linha independente, a qual nos alegra. Espero que em seu retorno transmita-lhe que valorizo profundamente a política independente de seu Partido e a apoio ativamente.

À vista do fato de que seu Partido mantém uma linha independente, acredito que suas políticas devem ser positivas. Considero que o povo de seu país seguirá o caminho da independência, apoiados em sua política partidária.

É extremamente importante que o Partido de cada país defenda sua independência. Deve afirmar a soberania de sua nação, de seu país e seu próprio direito de autodeterminação. Para isso, deve passar por muitas dificuldades e cumprir com muitas tarefas. Tropeçará em diferentes obstáculos em seu percurso, mas a vitória sempre pertencerá àqueles que avançam pela via independente.

Para os seres humanos, a independência é sinônimo de vida. Têm direito a ela desde o nascimento. Não desejam viver subordinados a ninguém. Penso que a política de seu Partido de preservar a independência encontra respaldo em seu povo, especialmente naqueles que não desejam ser vítimas da subjugação. Apenas uma ínfima minoria de reacionários e forças hegemônicas almejam isso. Aqueles que os seguem o fazem porque encontram-se enganados. No entanto, quando obtiverem consciência, seu desejo de segui-los terá um fim. Nossa experiência assim o demonstra.

Imediatamente após a libertação de meu país, havia um considerável número de pessoas que idolatravam as grandes potências. Em razão de nosso país localizar-se entre países maiores, muitas pessoas no passado costumavam agir com servilismo. Por isso, educamos continuamente o povo para que mantivessem sua independência e travamos uma batalha incansável contra o servilismo às potências. Como resultado, sua consciência sobre a independência encontra-se em um nível elevado.

Logo após a libertação, algumas pessoas da Coréia do Sul acusaram a nós, os comunistas, de sermos “lacaios” de outros países. Porém, com o passar do tempo, aqueles que tinham um conceito equivocado sobre nós passaram a compreender que a política de nosso Partido era genuinamente independente. Por consequência, entre os jovens, estudantes e intelectuais sul-coreanos cresceu o número de nossos apoiadores e, gradativamente, se conscientizam.

Somos opositores tanto do imperialismo quanto do hegemonismo.

Pode ser que exista certa diferença entre o método dos imperialistas de se apoderarem de outros países e o dos hegemonistas no processo de dominação de outras nações, mas sua essência é a mesma: violar a independência de outros países. Pressionam, por meio de diversos métodos, os países e partidos que atuam de modo independente. Nós também temos muito a fazer para superar tal pressão.

A fim de superar a pressão dos imperialistas e dos hegemonistas, as nações e os partidos que defendem a independência devem unir-se. O Partido de cada país deve intensificar a educação destinada a defender firmemente o espírito de independência. Se todos os países e partidos unirem-se e perpetuarem a independência, os imperialistas e os hegemonistas se encontrarão impotentes, se construirá um mundo livre da exploração e da opressão dos primeiros e da dominação dos segundos, e a humanidade poderá preservar a paz que tanto almeja.

Agradeço por me dizer que notou em sua visita ao nosso país o profundo e ardoroso sentimento de amizade do povo coreano em relação ao povo português. Você tem falado bastante a respeito do fato de que avançamos muito em um curtíssimo período de tempo, mesmo sobre os escombros da guerra, e que de volta ao seu país divulgará amplamente o que viu e experenciou aqui. Me alegra que vocês retornarão à casa com uma impressão favorável do meu país. Me sinto grato pelo generoso elogio ao meu povo e a mim.

Espero que no futuro sigamos com os esforços conjuntos na promoção da amizade e da solidariedade entre os dois partidos e povos. Nos alegra que tenhamos estabelecido boas relações com um partido que preserva sua independência e queremos nos esforçar para continuar as desenvolvendo.

Seria ótimo que, de agora em diante, nossos dois partidos e países façam visitas com mais frequência e que promovam trocas econômicas e intercâmbios culturais. Assim mostraremos aos imperialistas e hegemonistas a unidade dos partidos e nações que mantém a independência.

Você disse que o secretário geral de seu Partido expressou seu desejo de visitar a Coréia. Caso venha, receberá calorosas boas-vindas. Adoraria conversar com ele amigavelmente e debater como todos os países e partidos devem manter o princípio da independência.

Anseio que em seu retorno transmita meus cumprimentos ao secretário geral de seu Partido e ao presidente de seu país.