Conceitos Fundamentais de O Capital
Manual de Economia Política

I. Lapidus e K. V. Ostrovitianov


Livro nono: O imperialismo e a queda do capitalismo
Capítulo XXIV - Transformação da concorrência em monopólio e formação do capital financeiro - O regulador dos monopólios
120. Ligeiros dados sobre a difusão das sociedades monopolizadoras


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Os seguintes dados mostram até que ponto as sociedades monopolizadoras conseguem impor seu domínio à sociedade moderna.

Nos Estados Unidos, desde 1900, a parte dos trustes na produção nacional era de 50% na indústria têxtil, de 54% na indústria de vidros, de 60% na indústria do papel e na imprensa, de 62% na alimentação, 72% na produção de bebidas, de 77% na indústria de metais, exceção feita do ferro e do aço, de 81% na indústria química e de 84% na fabricação do ferro e do aço.(1) Até o presente ela continua a crescer.

No começo de 1908, o capital dos trustes atingia nos Estados Unidos à quantia fabulosa de 35 biliões de dólares. Os trustes estendiam a sua influência às estradas de ferro e aos principais ramos de indústria. Tinham monopolizado as principais indústrias: a do ferro e do aço (truste do aço), a do petróleo, a fundição do cobre, a construção de locomotivas e de navios, o telégrafo, us estradas de ferro, a indústria elétrica, a fabricação do fumo, a fabricação de máquinas agrícolas, a indústria do automóvel, a produção de carne, etc. etc.(2)

A Alemanha possuía, antes da guerra, mais de 500 cartéis e outras associações capitalistas. Chefiando, havia dois sindicatos: o Sindicato da Hulha Renano-Westphaliano e o Sindicato do Aço. Segundo os números citados por Rafaloviteh, o primeiro produzia, em 1919. na região de Dortmund, 85 milhões de toneladas de carvão, enquanto as empresas “selvagens” não produziam senão 4.200.000 (4,9%). Em janeiro de 1913 a produção de hulha desses sindicatos atingia 96,2% da produção total do Ruhr e 54% do Reich. O Sindicato do Aço detinha de 43 a 44% da produção total do país. O Sindicato dos Refinadores reunia 47 empresas produzindo 70% do açucar destinado ao consumo interno e 80% destinado à exportação. O truste da eletricidade representava 40% de toda a energia elétrica produzida, etc.(3)

Os monopólios haviam-se desenvolvido até num país tão atrazado como o Império russo. Segundo Goldstein. havia na Rússia mais de 100 associações monopolizadoras. Mencionemos as mais importantes: O Produgol (hulheiras), detendo 60% da produção do Donetz; a indústria do ferro contava 19 sindicatos, dos quais o mais importante era o Prodamet (88 a 93%), o Krovlia (60% das chapas de lata), o Prodvagon (14 fábricas de vagões das 16); quasi toda a indústria do petróleo estava nas mãos de 4 empresas associadas. Mencionemos ainda os sindicatos de cobre (90%), do açúcar (100%), o cartel da indústria têxtil, o truste do fumo (57 a 58%), o sindicato dos fósforos, etc.

A situação era aproximadamente a mesma em todos os grandes países capitalistas, Todos esses dados se referem à época anterior à guerra. Durante a guerra e depois da guerra as tendências monopolizadoras continuaram aumentando.

As riquezas do universo concentram-se cada vez mais nas mãos de uns poucos magnatas do capital, cujo poder é bem superior ao dos reis e dos Parlamentos.

Assim, na Alemanha, em 1925, o truste do aço detinha 538% da produção total do ferro e 62% da do aço.

Esses números acusam, comparativamente aos anteriores à guerra, um aumento considerável; em 1926, o truste da indústria química concentrava 80% da produção desta indústria: o Estado detinha 80% da produção da energia elétrica.(4)

A influência dos trustes tem crescido da mesma maneira nos Estados Unidos. A própria Inglaterra, o país da livre concorrência por excelência, entrou resolutamente no câmbio dos monopólios.


Notas de rodapé:

(1) N. BUKHARINE: A economia mundial e o imperialismo, p. 59. (retornar ao texto)

(2) A COHN: O capital financeiro. (retornar ao texto)

(3) N. BUKHARINE, obra citada. (retornar ao texto)

(4) N. BUKHARINE: Relatório do Executivo da I. C. ao XV congresso do P. C. da U. R. S. S. (1927). — Ver também PACHUKANIS, O imperialismo. (retornar ao texto)

 

Inclusão 10/06/2023