O triunfo de Bernstein: notas sobre os ensaios escritos em honra ao setuagésimo aniversário de Karl Kautsky

György Lukács

1924


Primeira Edição: Die Internationale, VII, Nº 22 (1924)

Fonte: TraduAgindo - https://traduagindo.wordpress.com/2020/05/18/gyorgy-lukaccs-sobre-a-aproximacao-entre-bernstein-e-kautsky/ - Versão em inglês no site The Charnel House - https://thecharnelhouse.org/2014/12/30/lukacs-on-the-rapprochement-between-bernstein-and-kautsky-after-world-war-i-democracy-reformism-and-the-dialectic/

Tradução: Andrey Santiago

HTML: Fernando Araújo.

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A questão principal, entretanto – como eu já lhe disse – é fazer algo como isso, não falar sobre isso.
– Ignauz Auer, Carta à Bernstein

O homem que fez sem falar nada sobre, o homem que não pregava, mas realmente praticava a revisão do marxismo, a transformação da dialética revolucionária em um evolucionismo pacífico, ninguém menos que Karl Kautsky. Foi então, em seguida, apenas lógico e adequado que todos os reformistas do mundo se juntassem e celebrassem seu setuagésimo aniversário. A reportagem de Vorwarts sobre a celebração em Londres foi igualmente igual em sua – correta – ênfase no real clímax da cerimônia.(1) “Foi apenas quando o velho Eduard Bernstein finalmente se levantou de seu lugar para a direita de Kautsky, o homem que assim como Kautsky, preservou fielmente e administrou a enorme herança intelectual de Marx e Engels durante sua vida inteira, foi somente a partir desse momento que a celebração adquiriu um significado peculiar, profundo… As palavras que Bernstein proclamou eram de amizade. Adler uma vez citou, em um contexto diferente, que dizer o que divide as pessoas é insignificante perante a amplitude de fatores que as une. Para Kautsky e Bernstein, esse ditado tomou um novo e especial significado. Quando Bernstein terminou de falar e os dois veteranos, já figuras lendárias nos olhos da terceira geração – se abraçaram por alguns segundos, foi impossível não se sentir profundamente emocionado. Realmente, quem iria desejar o contrário?”

O próprio Kautsky não disputa tal harmonia com Bernstein. Sobre sua atitude em relação a Primeira Guerra ele escreve: “Eu era muito próximo de Bernstein naquele período. Foi nessa guerra que nós nos redescobrimos. Ambos mantemos nossa individualidade teórica, mas em nossa prática éramos quase invariavelmente um com o outro. E desde então continuamos assim.” (Self-Portraits, pg. 26). Essas palavras indicam o espírito em que o jubilo de Kautsky tomou lugar. Enquanto as disputas sobre a “ortodoxia” marxista que ocuparam o primeiro período de Kautsky e culminaram no debate de Bernstein estavam desaparecendo no passado como um episódio insignificante, essas disputas que ele travou após a primeira revolução russa – inicialmente com Rosa Luxemburgo, Pannekoek, e outros, futuramente com Lenin e Trotsky – estão se desenvolvendo em preocupações centrais de seu trabalho de vida.

Deste modo não é coincidência que a apreciação de Kautsky deve ser baseada primariamente em seus últimos grandes trabalhos, “A Revolução Proletária e Seu Programa”, um livro no qual todas as suas tendências reformistas se manifestam claramente sob o nome de uma nova “teoria da revolução”. Karl Kautsky é celebrado por todos os reformistas como o grande teórico da revolução. E corretamente. Por suas sabotagens a revolução, seus medos da revolução, seus esforços frenéticos para prevenir a revolução – tudo isso é encontrado na mais clara expressão teórica de todo o trabalho de Karl Kautsky.

Precisamente aí está o triunfo de Bernstein. As isoladas “diferenças de opinião” foram em qualquer caso esquecidas. A real questão crucial naquele momento era sobre se, no período que levava a disputa decisiva pelo poder entre a burguesia e o proletariado, a social-democracia iria se tornar a líder da classe revolucionária, ou iria se ajeitar para auxiliar a burguesia a sobreviver a este período, a crise mais severa em sua história. Bernstein expressou sua preferência pelo último caminho de um modo prematuro, extremamente franco e taticamente confuso. Caso seus argumentos tivessem sido realmente discutidos e suas consequências apropriadamente e profundamente analisadas, os Social-Democratas teriam inevitavelmente rachado. Isso deixaria a burguesia encarando um partido, que mesmo numericamente enfraquecido, teria tomado uma linha revolucionária clara e determinada. Foi a missão histórica de Karl Kautsky naquela situação que impediu a clarificação de tais problemas, que preveniu o desenvolvimento de qualquer tensão, e que buscou preservar a qualquer preço a unidade do SPD (e com isso a unidade da Segunda Internacional). Ele cumpriu a sua missão fielmente. Em vez de conclamar abertamente a liquidação da teoria revolucionária do Marxismo, como Bernstein fez, Kautsky argumentou por um “desenvolvimento”, uma “concretização” da teoria marxista da Revolução. Essa nova perspectiva, enquanto aparentemente rejeitava o reformismo de Bernstein, de fato promovia o subsidio teórico para precisamente o que era central na concepção de história de Bernstein, nomeadamente, a noção de uma progressão evolucionária pacífica para o socialismo.

L. Boudin resumiu a vocação de Kautksy claramente: “Não até que a fumaça da batalha [a alusão é ao debate com Bernstein] tenha sido espalhada e a batalha tenha sido praticamente vencida pelo grande sucessor de Marx – Karl Kautsky – se escreve uma série de obras-primas que pela primeira vez explicam a teoria marxista enquanto uma concepção evolucionária até a vinda da revolução social” (Die Gesellschaft, pg 44). Z. Ronais coloca em termos semelhantes: “Na disputa de Kautsky com o reformismo, onde o teórico provou ser melhor na Realpolitik do que os míopes, apenas práticos, políticos do cotidiano, a história decidiu a favor de Kautsky” (Der Kampf, pg. 423). Em “A Revolução Proletária e Seu Programa”, onde seus admiradores tem consequentemente e corretamente colocado como sua maior conquista, Kautsky expressa a equivoca e ambígua teoria com sua maior claridade possível. Ele afirma que não tem a intenção de liquidar a revolução. Justamente o contrário, de fato: ele busca alcançar a sua essência, a essência da revolução proletária, de modo lúcido, e proteger a revolução proletária de qualquer possibilidade de ser confundida com a revolução burguesa. Mas é precisamente essa “pura” revolução proletária que, na exposição de Kautsky, adquire uma forma em que objetivamente é tal essencialmente equivalente a noção de progressão pacífica para o socialismo de Bernstein.

Dado que essa revolução toma lugar dentro da democracia. E o significado de democracia é precisamente “aquilo que traz a grandeza ao poder [do proletariado] claramente à luz, evitando a necessidade de um confronto de forças armadas” (A Revolução Proletária e seu Programa, pg. 82). A vantagem desse tipo de revolução sob a variação burguesa é precisamente o contra-golpe, a contra-revolução que não se seguiria (ibid, pg. 96) – provido, claramente, que o principio de “avançar a revolução adiante” (ibid, pgs. 85-94) as quais Rosa Luxemburgo erroneamente tomou da revolução burguesa não sejam aplicadas. Sob tais circunstâncias, claramente, falar que a democracia é a “ditadura da burguesia” é utilizar “um dos slogans mais ridículos já produzidos na era moderna” (ibid. pg. 112). E assim por diante.

Não é a nossa intenção de no momento escrever uma crítica à noção de teoria da revolução de Kautsky, a tese coroada é da notória noção do governo de coalização como sendo a forma transitória entre o capitalismo e o socialismo. Estamos apenas preocupados em demonstrar o método no qual Kautsky “transcendeu” as tendências fundamentais de Bernstein – a luta contra a dialética no domínio teórico e contra o “blanquismo” na prática do movimento operário. De um modo ele parecia refuta-los, mas de outro modo ele tornou seu conteúdo objetivo um elemento permanente da teoria e prática do SPD. Bernstein foi ingênuo o bastante para imaginar que seria possível tornar um partido de operários continental em um aliado da burguesia, que seria possível persuadir a classe trabalhadora continental de que a era de uma democracia pacífica teria chegado. Onde Kaustky pontua sob Bernstein é em seu aparente reconhecimento dos momentos revolucionários na situação mundial, embora, claro, ele coloca uma construção teórica sob esse reconhecimento que – não intencionalmente – leva as mesmas consequências práticas da perspectiva de Bernstein. Por exemplo, Kautsky vê claramente que os meios democráticos são úteis apenas dentro da democracia, e que a luta pela democracia tem que ser feita por outros meios (opo. Cit., pg. 82). Porém, de um lado, ele não concretiza o que esses “outros” meios seriam, de outro lado, ele está preocupado apenas com harmonizar o proletariado exclusivamente com a noção de uma revolução “proletária” pacífica, de modo prático ele alcança os mesmos resultados que teria se decidisse aplicar os meios democráticos exclusivamente e em todas as situações. Com a diferença, entretanto, que ele tem sucedido em desviar os trabalhadores, que mesmo institivamente revolucionários, ainda não refletem claramente, o real problema: a disputa de poder entre a burguesia e o proletariado. E é esta estratégia diversionista: essa tentativa deliberada de prevenir uma clara e correta separação entre revolucionários e reformistas no partido dos operários, ou – quando uma divisão já se tornou inevitável – a criação de uma falsa divisão. É isto que constitui o histórico da missão de Karl Kautsky como o líder teórico dos Centristas na Segunda Internacional. O sérvio, [Zivko] Topalovich, explica em um carismático ensaio a necessidade desse tipo de distração para o reformismo. Ele concorda com Kautsky que em países ocidentais “somente uma forma modificada hegemonia de classe, não uma ditadura, é possível’ (Der Kampf, pg. 419). Mas

na Europa Oriental, em contaste com a Ocidental, o poder do capitalismo tem aumentado, enquanto o poder e a situação de classe do proletariado se mantem a mesma, sem mudanças. Por isso que o proletariado no Oriente não tem a capacidade de alcançar a nova construtiva empreitada ao poder do proletariado rejuvenescido da Europa Ocidental. Essa cegueira a necessidade de tal desenvolvimento e seus vários estágios leva os proletários ao anarquismo como uma salvação do socialismo revolucionário. (ibid.)

Ele continua até emitir um suspiro de nostalgia por “Vienna”, para a tardia e lamentada Segunda Internacional Duas e Meia (UPSAI)(2). “Aqueles camaradas ocidentais que talvez tenha achado essas considerações pequenas deveria ter em mente que devemos batalhar, não apenas com nossa imatura burguesia, mas e com especialmente a nossa imatura classe trabalhadora, que é mais suscetível que sua contraparte Ocidental a essas formas de demagogia que apela aos instintos mais básicos” (ibid., pg. 421).

A antítese entre “leste” e “oeste” não é de modo algum uma distinção meramente geográfica (embora o próprio Kautsky tenha apresentado ela desta forma; cf. as colocações sobre seu texto em relação aos tipos da classe trabalhadora “Inglesas” e “Russas”). Até mesmo no Ocidente isso pode acontecer se o proletariado não “aprender” suficientemente a refletir apropriadamente ao ideal Kautskyano de revolução proletária ideal, onde as disputas para alcançar o poder político (na visão de Kautksy!) são medidas “pelas grandes organizações que existiram por décadas, ricas em experiências, totalmente formadas, com programas bem elaborados e líderes que são tão renomados quando são experientes” (A Revolução Proletária e Seu Programa, pg. 77). Nestes casos onde o conflito nasce sobre este assunto, Kautsky explora as mesmas antíteses tática e historicamente. Taticamente, por exemplo, no debate com Rosa Luxemburgo sobre a questão das greves de massa. Ao contrário dos nadas sutis e falantes lideres de sindicatos, ele não se opôs diretamente ao movimento das greves de massas, nem ele rejeitou as greves de massas rapidamente; ele meramente ofereceu uma “estratégia de desgaste” como uma alternativa ao que ele chamava de “estratégia de derrubada violenta” propagada por Rosa Luxemburgo (Neue Zeit, XXVIII, 2). A mais fatal consequência histórica dessa perspectiva se manifestou nos momentos decisivos da Guerra Mundial, na teoria de acordo que o imperialismo não é um estágio necessário do desenvolvimento capitalista, mas uma chance mais ou menos de um episódio do desenvolvimento como um todo. Consequentemente, essa teoria se mantem, é confundida com lutar contra o imperialismo de uma posição revolucionária (Luxemburgo-Lenin) ou apoiá-lo (Cunow-Lensch). A luta deveria ser pela paz, pelo estabelecimento das condições normais para a revolução proletária. Até mesmo hoje, dez anos depois do início da guerra, Helene Bauer- que parece não ter aprendido nada da história – ainda está pregando a mesma palavra que Kautsky. “Não é uma guerra imperialista a salvação do colapso total, mas é uma dominação monopolista do mundo pelo que Kautksy chamou de “ultra-imperialismo” internacional e Hilferding um “cartel geral”, que é latente para as eminentes tendências econômicas do capital. Mas claro que também pode ser forçada na direção da guerra por meio do poder de fatores pré-capitalistas…” (Der Kampf, pg. 389) A inevitável consequência prática dessa perspectiva é que frações do proletariado são institivamente revolucionárias o bastante para dar seu apoio a Cunow e companhia, mas não são capazes de entender a situação apropriadamente e tirar as conclusões corretas, se tornando uma anexo da democracia ocidental. Essa ênfase de unilateral na culpa Austriaca-Alemã pela guerra também serve a dois propósitos: a distração da questão central para os revolucionários (imperialismo e a guerra civil) de um lado, aliança cega a “democracia ocidental” de outro lado (cf. ensaio de Friedrich Adler na revista Der Kampf). Não, certamente não há coincidência que Bernstein e Kautsky se tornaram próximos na Guerra Mundial e que eles continuaram “prática éramos quase invariavelmente um com o outro.”

E é por isso, que em minha visão, Kautsky é historicamente importante. A grandeza de Lênin consistiu em conscientemente formar a unidade do movimento proletário de uma visão consistentemente revolucionária, removendo aqueles elementos antagonistas da revolução e buscando uma aliança como todas as forças objetivamente revolucionárias. Kautksy, por um outro lado, tem sido totalmente consistente em tentar em todos os momentos confundir teoricamente os problemas decisivos da revolução; ele nunca esteve preparado para sacrificar a unidade organizativa com os reformistas por um momento sequer, e ele esteve sempre aberto a pagar qualquer preço para manter essa unidade. Assim, até mesmo no inicio da divisão no partido Russo ele esteva acorrentado a apoiar Martov contra Lênin. A edição de jubilo de Der Kampf publicou uma carta muito típica dele sobre precisamente esta questão. Ele escreve:

Deveria todo membro do partido ser forçado a entrar em uma organização secreta? Ou, para colocar de outro modo, deveria o escopo do partido ser limitado a alcançar aquele de uma organização secreta? A Social-Democracia Alemã encarou essa mesma pergunta no tempo da Lei da Emergência; a resposta é não. Não serve a nossa causa admitir ao partido somente aqueles elementos capazes de se organizarem secretamente. Nem serve a nossa causa tomar todos aqueles que apoiam o partido em uma organização secreta. Uma organização secreta não irá crescer além de certos limites mínimos para continuar sendo viável e não detectada. Não temos motivos para expandi-lo além desses limites (em um determinado local), e eles são determinados por considerações práticas. A expansão do partido, por outro lado, não deve conhecer limites (pág. 471).

Essa passagem ilustra a ideia básica de Kautksy muito claramente. Suas colocações preliminares remontam ao efeito de que ele “nunca tenha sido um organizador no sentido prático” e logo “não seria competente” sobre esse assunto apenas reforça nossa visão; a saber, que Kautsky vê a questão da organização puramente de um ponto de vista técnico-mecânico.  Assim como ele concebe a revolução burguesa como “puramente elementar” e a revolução proletária como “organizada” (no sentido de uma rígida organização de grandes pessoas importantes); assim como ele nunca seriamente examina a interrelação dialética entre a espontaneidade e organização (i.e. na análise final: entre classe e partido); assim, ele também considera todo o processo histórico. Ele, o “ortodoxo” pupilo de Marx, conscientemente rejeita o próprio centro do marxismo: a íntima, conexão dialética entre todas as “esferas” e “campos” que, vistos nos termos reificados do pensamento burguês, necessariamente aparecem enquanto separados e independentes entre si. O exemplo mais típico disto é a rígida separação entre economia e política em “A Revolução Proletária e Seu Programa”. Entretanto, é precisamente ao virar de costas para a dialética (novamente, um triunfo de Bernstein!) que permite ele alcançar sua missão histórica. Que é: utilizar todo o vocabulário do método marxista e mesmo assim derivar conclusões que se amontoam objetivamente na eliminação da luta de classes e na cooperação entre a burguesia e o proletariado. Objetivamente, então, Bernstein foi vitorioso na luta entre Kautksy e ele mesmo. Mas seu triunfo só foi possível na forma da vitória para Kautksy. Somente a teoria de Kautksy poderia conseguir transformar a substância do reformismo de Bernstein em uma teoria para uma grande parte da classe trabalhadora.

A coisa mais valiosa que se pode tirar dessas peças é que elas trazem essa conexão de modo muito claro – mesmo que sem intenção – ao público. Elas permitem que todo trabalhador pensador aprecie como Lênin estava correto ao ver nos Centristas e em seu teórico, Kautksy, os mais perigosos inimigos do proletariado revolucionário, e o quão correto ele estava em lutar contra eles. Além disso, eles consistem – com poucas exceções – em mais ou menos exames diligentes de edições únicas ou artigos curtos sobre Gandhi, Freud, Spann e outros tópicos de “interesse atual”.


Notas de rodapé:

(1) Esta revisão apareceu em Die Internationale, VII / 21-22, 1924 (ed.). Os ensaios em homenagem a Kautsky apareceram da seguinte forma: Die Gesellschaft, número especial com contribuições de Max Adler, Boudin, Chernov, Bernstein, Stampfer; Der Kampf, XVII, 10-11, número especial com contribuições de Ellenbogen, Helene Bauer, Friedrich Adler, Abramovich, Bracke, Hillquit; Der lebendige Marxismus, edição do Jubileu em homenagem aos 70 anos de Karl Kautsky (Jena); Die Volkswirtschaftslehre der Gegenwart in Selbstdarstellungen [Autorretratos de teóricos econômicos do presente], vol. I, artigos de Bernstein, Diehl, Herkner, Kautsky, Liefmann, Pesch, Julius Wolf (Leipzig). (retornar ao texto)

(2) A União de Partidos Socialistas para a Ação Internacional, usualmente referida como União de Viena ou Internacional Duas e Meia, foi fundada em uma conferência realizada em Viena de 22 a 27 de fevereiro de 1921. O ímpeto que levou à sua fundação foi provêm do Partido Socialista Suíço e do Partido Trabalhista Independente Inglês. Reivindicou 10 milhões de membros e incluiu, além dos mencionados, os Partidos Socialistas Austríaco e Francês, a ala direita do Partido Socialista Independente Alemão (a esquerda se fundiu com o Partido Comunista), os mencheviques russos e um número de grupos menores, que haviam deixado a Segunda Internacional, mas relutavam em ingressar na Terceira. No entanto, após a conferência de Haia, em dezembro de 1922, a Segunda Internacional e a União de Viena concordaram com a fusão. As teses táticas do Terceiro Congresso da Terceira Internacional alegaram que a Internacional Duas e meia estava “tentando pairar entre democracia e ditadura do proletariado. De fato, está ajudando a classe capitalista em todos os países, encorajando um espírito de irresolução entre a classe trabalhadora ”(Degras, op. Cit., Pp. 209-10 e 256). (retornar ao texto)

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Inclusão: 26/05/2020