Tolstói como pensador social

Rosa Luxemburgo

9 de setembro de 1908


Primeira Edição: Leipziger Volkszeitung, nº 209, de 9 de setembro de 1908. Publicado em Rosa Luxemburgo, Gesammelte Werke 2, Berlim, Dietz, 1981, p.246-53.

Fonte: Fundação Rosa Luxemburgo - https://frl.rosalux.org.br/tolstoi-como-pensador-social1/

Tradução: Mário Luiz Frungillo

HTML: Fernando Araújo.


Leipzig, 9 de setembro

No mais genial romancista da atualidade vivia desde o começo, ao lado do artista infatigável, um pensador social infatigável. As questões fundamentais da vida humana, as relações das pessoas entre si, as condições sociais, ocuparam desde sempre, em profundidade, a essência mais íntima de Tolstói, e toda sua longa vida e criação foram ao mesmo tempo uma meditação incansável sobre “a verdade” na vida humana.

A mesma busca incessante pela verdade costuma ser atribuída também a um contemporâneo famoso de Tolstói, Ibsen. Contudo, enquanto no drama ibseniano a grande luta de ideias da atualidade encontra sua expressão no pretensioso teatro de marionetes quase sempre incompreensível de figuras grotescas e raquíticas, o que leva o artista Ibsen a sucumbir lamentavelmente aos esforços insuficientes do pensador Ibsen, o trabalho de Tolstói como pensador não causa dano algum ao seu gênio artístico.

Em cada um de seus romances esse trabalho fica ao encargo de alguma personagem qualquer que desempenha, em meio ao tumulto de figuras transbordantes de vida, o papel meio canhestro, um pouco ridículo, de um raisonner sonhador e buscador da verdade, como Pierre Bezukhov em Guerra e paz, Liêvin em Anna Kariênina e o príncipe Nekhliúdov em Ressurreição.

Essas personagens, que sempre revestem de palavras as ideias, dúvidas e problemas do próprio Tolstói, são, em geral, do ponto de vista artístico, as de construção mais fraca, espectral, são antes observadores que participantes ativos da vida. Mas a força configuradora de Tolstói é tão poderosa que nem ele mesmo é capaz de estragar a própria obra, por mais que a maltrate com a despreocupação de um criador abençoado por Deus. E quando, com o tempo, o pensador Tolstói triunfou sobre o artista, isso não aconteceu porque o gênio de Tolstói se esgotara, e sim porque a profunda gravidade do pensador lhe impôs silêncio. Se na última década Tolstói escreveu, em lugar de magníficos romances, tratados ou pequenos tratados quase sempre artisticamente desoladores sobre religião, arte, moral, casamento, educação, questões trabalhistas, isso se deu por que, com suas meditações e pensamentos, ele chegou a resultados que fizeram sua própria criação artística lhe parecer um brinquedo frívolo.

Que resultados são esses, por quais ideias se bateu e se bate ainda agora, até o último alento, o escritor ancião? Em síntese, a orientação das ideias de Tolstói é sabidamente uma recusa das relações vigentes, combinada à luta social sob todas as suas formas em prol de um “verdadeiro cristianismo”. Já à primeira vista essa orientação intelectual nos parece reacionária. Mas, graças ao anátema público da excomunhão que a igreja ortodoxa estatal russa lhe impingiu, Tolstói está de antemão resguardado contra qualquer suspeita de que o cristianismo pregado por ele tenha alguma coisa em comum com a fé eclesiástica oficial em vigor. É fato que uma oposição contra o que está em vigor também pode reverberar cores reacionárias quando se reveste de formas místicas. Mas um misticismo cristão que abomina qualquer luta e qualquer forma de emprego da violência, e prega a doutrina da “não represália” num ambiente social e político como o da Rússia absolutista, parece duplamente suspeito. Com efeito, a influência da doutrina tolstoiana sobre a jovem intelligentsia russa – uma influência que, de resto, jamais teve longo alcance, e se difundiu apenas em pequenos círculos – no final dos anos de 1880 e início dos de 1890, ou seja, no período de suspensão da luta revolucionária – se manifestou sob a forma da disseminação de uma corrente ético-individualista indolente que poderia ter-se tornado um perigo imediato para o movimento revolucionário, caso não tivesse permanecido, tanto no espaço quanto no tempo, um mero episódio. Por fim, confrontado diretamente com o drama histórico da revolução russa, Tolstói se volta com frequência contra a revolução, como de fato o fez ao combater com ênfase e aspereza em seus escritos o socialismo, em especial a doutrina marxista, considerada por ele um uma cegueira e um descaminho monstruosos.

Tolstói, por certo, não era e não é um social-democrata, e não tem a menor compreensão para a social-democracia, para o moderno movimento dos trabalhadores. Mas é um procedimento desesperado se aproximar de um fenômeno espiritual da grandeza e da singularidade de Tolstói com a rígida e indigente medida escolar e se pretender julgá-lo por ela. A atitude hostil ao socialismo como um movimento e um sistema doutrinário pode, em determinadas circunstâncias, decorrer não da fraqueza, e sim da força de um intelecto, e é este precisamente o caso de Tolstói.

Por um lado, tendo crescido ainda na velha Rússia servil de Nicolau I, numa época em que no império tsarista não havia nem um moderno movimento de trabalhadores, nem também o indispensável pressuposto social e econômico para tal –  um desenvolvimento capitalista vigoroso –, ele foi testemunha, no auge de sua maturidade, do fracasso, em primeiro lugar dos frágeis princípios de um movimento liberal, e em seguida também do movimento revolucionário que tomou a forma terrorista da Naródnaia vólia(1) para só na idade de um quase septuagenário vivenciar os primeiros passos vigorosos do proletariado industrial e, por fim, como um ancião de idade avançadíssima, a revolução. Não é, portanto, de admirar que para Tolstói o moderno proletariado russo, com sua vida e anseios espirituais, não exista, que para ele o camponês, em especial o camponês russo, outrora profundamente piedoso e sofredor passivo e que conhece apenas um único anelo – possuir mais terras – represente de uma vez por todas o povo por excelência.

Por outro lado, contudo, Tolstói, que coparticipou de todas as fases críticas e do torturante processo de desenvolvimento do pensamento público russo, é um daqueles espíritos geniais, autônomos, que muito mais dificilmente se adequam a formas estranhas de pensamento, a sistemas doutrinários prontos, do que as inteligências medianas. Um, por assim dizer, autodidata nato – não no que se refere à educação formal e ao conhecimento, mas ao pensamento –, ele tem de chegar a qualquer ideia percorrendo um caminho próprio. E se para outras pessoas os caminhos são quase sempre incompreensíveis e os resultados bizarros, através deles o individualista ousado alcança, contudo, uma visão de amplitude avassaladora.

Como em todos os espíritos dessa espécie, a força de Tolstói e o peso-pesado de suas reflexões não reside na propaganda positiva, e sim na crítica da conjuntura. E aqui ele alcança uma versatilidade, profundidade e ousadia que lembram os velhos clássicos do socialismo utópico, Saint-Simon, Fourier e Owen. Não há uma única instituição sagrada da ordem social vigente que ele não tenha dissecado impiedosamente, revelando sua falsidade, perversidade e malignidade. Igreja e Estado, guerra e militarismo, casamento e educação, riqueza e ócio, degradação física e espiritual dos trabalhadores, exploração e opressão das massas populares, as relações entre os sexos, arte e ciência em sua configuração atual – tudo ele submete a uma crítica implacável, devastadora, mas sempre do ponto de vista do interesse comum e do progresso cultural das grandes massas. Se lemos, por exemplo, as frases iniciais de sua “Questão trabalhista”, pensamos ter nas mãos um escrito popular de agitação socialista:

“No mundo inteiro existe mais de um bilhão, milhares de milhões de trabalhadores. Todos os grãos, todas as mercadorias do mundo inteiro, tudo aquilo de que a humanidade vive e que constitui sua riqueza é produto do povo trabalhador. Mas não é o povo trabalhador que desfruta de tudo o que produz, e sim o governo e os ricos. O povo laborioso, contudo, vive na eterna indigência, ignorância, escravidão e desprezo por parte de todos aqueles aos quais ele veste e alimenta, para os quais cultiva e aos quais serve. A terra lhe foi tomada e é propriedade daqueles que não trabalham, de modo que o trabalhador tem de fazer tudo o que os proprietários da terra exigem dele a fim de poder viver da terra e do solo. Mas se o trabalhador deixa a terra e vai para a oficina, ele se torna escravo dos ricos, tendo de realizar ao longo de toda a sua vida, durante 10, 12, 14 e ainda mais horas por dia, um trabalho estranho, monótono e muitas vezes nocivo à vida. Se ele logra, porém, se arranjar na terra ou no trabalho estranho de modo a viver em eterna necessidade, ainda assim não o deixam em paz, e cobram-lhe impostos, o incorporam ao serviço militar por três, cinco anos e o obrigam a pagar impostos especiais para a manutenção da guerra. E se ele quiser aproveitar o solo sem pagar dividendos, começar uma luta ou impedir aqueles que querem trabalhar de lhe tomarem o lugar, enviam contra ele o exército que o fere, mata e obriga, por meio da violência, a trabalhar e pagar como sempre… E assim vive a maioria das pessoas, não apenas na Rússia, mas também na França, Alemanha, Inglaterra, China, Índia, África, em toda parte”.(2)

Sua crítica do militarismo, do patriotismo, do casamento, dificilmente será superada em agudeza pela crítica socialista e se move na mesma direção dela. O quanto é original e profunda a análise de Tolstói o demonstra, por exemplo, a comparação de sua opinião sobre o significado e o valor moral do trabalho com a de Zola. Enquanto este, dentro de um espírito genuinamente pequeno-burguês, coloca o trabalho em si sobre o pedestal, o que levou alguns proeminentes social-democratas, franceses ou não, a farejarem nele um socialista da mais pura cepa, Tolstói observa com tranquilidade, acertando na mosca em poucas palavras:

“O senhor Zola diz que o trabalho torna as pessoas boas; eu sempre observei o contrário: o trabalho como tal, o orgulho das formigas pelo seu trabalho, torna cruéis não apenas as formigas, mas também os homens… Contudo, se a operosidade não é declaradamente nenhum vício, ela também não pode ser de modo algum uma virtude. O trabalho pode tão pouco ser uma virtude quanto o ato de se alimentar. O trabalho é uma necessidade que, quando não é satisfeita, põe fim a um sofrimento, não a uma virtude. A elevação do trabalho a uma virtude é tão perversa quanto a elevação do ato de se alimentar a uma dignidade. O trabalho só poderia ganhar o significado que se atribui a ele em nossa sociedade como reação ao ócio, que foi elevado a distintivo da nobreza, e que ainda se tem por distintivo da dignidade nas classes ricas e pouco cultas… O trabalho não apenas não é nenhuma virtude, mas é, em nossa sociedade equivocadamente ordenada, em grande parte um meio exterminador da capacidade de sentimento moral.”

A isso duas palavras de O capital constituem a contraparte concisa: “A vida do proletariado começa onde termina o seu trabalho.” Na aproximação acima dos dois juízos sobre o trabalho se mostre precisamente a relação de Zola com Tolstói, tanto no pensamento quanto na criação artística: a de um artesão honesto e talentoso com um gênio criador.

Tolstói critica toda a conjuntura, explica que tudo é digno de perecer, e prega: a abolição da exploração, a obrigatoriedade geral para o trabalho, a igualdade econômica, a abolição da coerção na organização do Estado e na relação entre os sexos, a igualdade absoluta entre as pessoas, os sexos, as nações, a confraternização dos povos. Mas que caminho deve nos levar a essa revolução radical da organização social? O retorno da humanidade ao princípio único e singelo do cristianismo: ama a teu próximo como a ti mesmo. Como se pode ver, nisso Tolstói é um puro idealista. Mediante o renascimento moral dos seres humanos ele quer virar pelo avesso suas relações sociais, e quer alcançar o renascimento através de meras prédicas e exemplos. Tolstói não se cansa de repisar a necessidade e a utilidade dessa “ressurreição” moral, com uma obstinação, uma certa precariedade dos meios e uma arte de convencimento ingênua-astuciosa que lembram vivamente as eternas elocuções de Fourier sobre o egoísmo dos seres humanos, cujo interesse em seus planos sociais ele procura despertar nas mais diversas formas.

O ideal social de Tolstói, portanto, não é senão socialismo. Mas se quisermos reconhecer o núcleo social e a profundidade de suas ideias da maneira mais contundente, teremos de recorrer não apenas aos seus tratados sobre questões políticas e econômicas, como também aos seus escritos sobre a arte, que, aliás, mesmo na Rússia estão entre os menos conhecidos.(3) O raciocínio que Tolstói desenvolve aqui de forma brilhante é o seguinte: a arte não é – contra todas as opiniões escolares estéticas e filosóficas – um meio luxuoso de despertar em belas almas os sentimentos de beleza, alegria ou outros semelhantes, e sim uma forma histórica tão importante quanto a linguagem de relacionamento social das pessoas umas com as outras. Depois de obter esse parâmetro genuinamente materialista-histórico mediante um saboroso extermínio de todas as definições de arte que vão de Winckelmann e Kant a Taine, e tendo-o em mãos, Tolstói se aproxima da arte contemporânea e constata que seu parâmetro não se adequa à realidade de nenhuma área e de nenhuma obra; toda a arte vigente é – com pouquíssimas exceções – incompreensível para a grande massa da sociedade, ou seja, para o povo trabalhador. Ao invés de concluir, segundo a opinião corrente, pela rudeza espiritual da grande massa e pela necessidade de uma “elevação” para a compreensão da arte de hoje, Tolstói tira daí a consequência contrária: declara toda a arte vigente como “arte falsa”. E a pergunta sobre como pôde acontecer de termos há séculos uma arte “falsa” em vez de uma “verdadeira”, quer dizer, popular, o leva a outra visão ousada: uma arte verdadeira teria existido nos tempos remotos, quando todo o povo tinha uma visão de mundo – Tolstói a chama de “religião” – comum; desta se teriam originado obras como as epopeias de Homero ou o Evangelho. Mas desde que a sociedade se dividiu entre uma grande massa explorada e uma pequena minoria dominante, a arte só serve para expressar os sentimentos da minoria rica e ociosa; porém, como esta minoria hoje perdeu completamente qualquer visão de mundo, teríamos então a decadência e a degeneração que caracterizam a arte moderna. Para Tolstói, só se poderá chegar a uma “arte verdadeira” quando ela deixar de ser um meio de expressão das classes dominantes para voltar a ser arte popular, quer dizer, a expressão de uma visão de mundo comum da sociedade trabalhadora. E com um punho firme ele atira à maldição da “arte falsa e ruim” as grandes e pequenas obras das mais famosas estrelas da música, da pintura, da poesia e, por fim – suas próprias obras magníficas como um todo. “O belo mundo desaba, se desfaz, um semideus o despedaçou.” Desde então Tolstói só escreveu um último romance – Ressurreição –, e além dessa exceção só considerou válido escrever contos de fadas populares breves, singelos, e pequenos tratados “compreensíveis a qualquer pessoa”.

O ponto fraco de Tolstói: a compreensão de toda a sociedade de classes como um “desvio” em vez de uma necessidade histórica que liga ambas as pontas de sua perspectiva histórica – o comunismo primitivo e o futuro socialista – está à mão. Como todos os idealistas, ele também acredita na onipotência da violência e declara toda a organização social como mero produto de uma longa cadeia de atos de violência nua. Mas há uma grandeza verdadeiramente clássica na ideia sobre o futuro da arte, que Tolstói vê ao mesmo tempo na união da arte como meio de expressão com o sentimento da humanidade trabalhadora e do exercício da arte, ou seja, da carreira do artista, com a vida normal de um membro trabalhador da sociedade. As frases com que Tolstói verbera a aberração do modo de vida do artista de hoje, que não faz senão “viver para sua arte”, são de um ímpeto lapidar, e há um radicalismo verdadeiramente revolucionário no modo como ele destrói as esperanças de que uma abreviação do horário de trabalho e a elevação da cultura entre as massas criarão nelas a compreensão pela arte tal como ela se configura hoje:

“Tudo isso dizem os defensores da arte de hoje com predileção, mas eu estou convencido de que nem eles próprios acreditam no que dizem. Eles sabem muito bem que a arte, tal como a compreendem, tem como condição necessária a opressão das massas e só pode ser mantida através da manutenção dessa opressão. É indispensável que as massas de trabalhadores se esgotem no trabalho para que nossos artistas, músicos, cantores e pintores atinjam o fundamento da perfeição que lhes permite nos proporcionar prazer… Mas mesmo admitindo que essa impossibilidade é possível, e que se poderia encontrar um meio de tornar a arte, tal como a compreendemos, acessível ao povo, uma consideração se impõe, que demonstra que essa arte não poderia ser universal: trata-se do fato de que ela é de todo incompreensível para o povo. Outrora os poetas escreviam em latim, mas agora as criações artísticas de nossos poetas são tão incompreensíveis para as pessoas comuns como se fossem escritas em sânscrito.

Haverão de me responder que a culpa é da falta de cultura e desenvolvimento das pessoas comuns, e que nossa arte será compreendida quando essas pessoas tiverem desfrutado de uma educação suficiente. Mas esta é outra resposta absurda, pois podemos ver como a arte das classes superiores em todas as épocas não foi senão um simples passatempo para essas próprias classes, sem que o restante da humanidade tivesse compreendido qualquer coisa dela. As classes inferiores podem se civilizar o quanto for, a arte, que desde o início não foi feita para elas, continuará a ser-lhes inacessível… Para uma pessoa honesta e racional é um fato incontestável que a arte das classes superiores jamais poderá se tornar a arte de toda a nação.”

Quem escreveu isso é em cada polegada mais socialista e também mais materialista histórico que aqueles membros do partido que, participando da embriaguez artística que entrou em voga recentemente, querem “educar” os trabalhadores social-democratas para a compreensão dos borrões de um Slevogt ou um Hodler.

Assim Tolstói deve ser, tanto nos seus pontos fortes quanto nos fracos, na visão profunda e aguda de sua crítica, no ousado radicalismo de suas perspectivas, bem como em sua crença idealista no poder da consciência subjetiva, colocado na série dos grandes utopistas do socialismo. Não é sua culpa, senão seu azar histórico, que ele, com sua longa vida, alcance dos umbrais do século XIX, nos quais se encontravam os Saint-Simon, Fourier e Owen como precursores do proletariado moderno, até os do século XX, onde ele se contrapõe, incompreensivo, como indivíduo solitário aos jovens gigantes. Mas, de sua parte, a classe trabalhadora revolucionária madura pode hoje, apesar dele próprio, apertar com um sorriso de mútua compreensão a mão honesta do grande artista e ousado revolucionário e socialista que escreveu essas boas palavras:

“Cada um chega por seu próprio caminho à verdade, mas uma coisa eu tenho de dizer: O que eu escrevo não são apenas palavras, ao contrário, eu vivo segundo essas palavras, nelas está minha felicidade, e com elas eu morrerei.”


Notas de rodapé:

(1) A Naródnaia vólia [em russo “vontade do povo” ou “liberdade do povo”] surgira em 1879 do movimento dos populistas russos [narodniks]. Tentou alcançar seu objetivo, a derrubada da autocracia, pela tática da conspiração e do terror individual. A organização foi dizimada pelo tzarismo na década de 1880. (retornar ao texto)

(2) Cf. L. N. Tolstoi: Zur Arbeitsfrage [Sobre a questão trabalhista], Berlim, 1901, p. 5-7. (retornar ao texto)

(3) “O que é a arte?” e “Sobre a arte”, assim como outros ensaios de Tolstói, foram publicados em alemão – numa edição muito indigente – por Hugo Steinitz, Berlim. (retornar ao texto)

Inclusão: 02/12/2021