Um socopé para Nicolás Guillén

António Tomás de Medeiros


Fonte: Antonio Miranda - http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/s_tome_princepe/tomas_medeiros.html

HTML: Fernando Araújo.


Conheces tu
Nicolás Guillén
a ilha do nome santo?

Não? Tu não a conheces?
A ilha dos cafezais floridos
e dos cacaueiros balançando
como mamas de uma mulher virgem?

Bembon, Nicolás Guillén
Nicolás Guillén, bembom.

Tu não conheces a ilha mestiça,
dos filhos sem pais
que as negras da ilha passeiam na rua?

Tu não conheces a ilha-riqueza
onde a miséria caminha
nos passos da gente?

Bembon, Nicolás Guillén
Nicolás Guillén, bembom.

Oh! vem ver a minha ilha,
vem ver cá de cima,
da nossa Sierra Maestra.
Vem ver com a vontade toda,
na cova da mão cheia.

Aqui não há ianques, Nicolás Guillén,
nem os ritmos sangrentos dos teus canaviais.

Aqui ninguém fala de yes,
nem fuma charuto ou
tabaco estrangeiro.

(Qu'importa, Nicolás Guillén,
Nicolás Guillén, qu'importa?)

Conoces tu
La islã del Golfo?

Bembom, bembom,
Nicolás, bembom.


Inclusão: 09/01/2022