Cartas de Francisco Martins Rodrigues


Cartas a AV


Carta 1
8/04/1986

Camarada,

Recebemos a tua carta de 5 de Março, da qual tomámos a liberdade de retirar alguns extractos que publicaremos na nossa PO  nº 4 a sair nesta semana.

Esperemos que tenhas recebido com agrado a PO nº 1 e 2 e o “Anti-Dimitrov”, que temos muito gosto em te oferecer.

Foi pena que, no encontro que um nosso camarada teve contigo, não se tivessem abordado as questões levantadas na tua carta. Quanto aos "desabafos" da tua carta, pensamos que são interrogações justas e realistas. Também nós procuramos dar respostas a todos esses problemas, e é sempre com prazer que verificamos que os temas que abordamos na revista encontram eco em alguns leitores. Embora a situação seja preocupante, o nosso objectivo é procurar um caminho revolucionário que nos aponte saídas para furarmos as tais "campanhas de cerco e aniquilamento" .

Gostaríamos de manter contacto contigo, por carta ou pessoal, sempre que possível. Entretanto, sugerimos-te que colabores com a PO, enviando-nos ou pequenos artigos sobre qualquer tema político que te interesse, ou notícias, opiniões, entrevistas que possas recolher aí relativamente ao movimento operário - sobre empresas, acção sindical ou qualquer outro assunto que esteja adequado à nossa revista.

Esperemos que quando tiveres emprego, possas fazer uma assinatura da revista, que passarás a receber em casa.

Aguardando notícias tuas, enviamos-te as nossas saudações,

Carta 2
22/09/1988

Caro Amigo:

Em resposta ao teu pedido de 19 do corrente, enviamos-te nesta data os 4 exemplares que pediste da PO. Poderás fazer o pagamento por meio de vale postal dirigido ao nosso Apartado.

Ainda bem que vês interesse nos assuntos que discutimos na revista. A partir do próximo número (Outubro) introduzimos várias alterações que esperamos que a tornem mais interessante e acessível. Também reduzimos substancialmente o preço. Diz-nos o que te parece.

Com as nossas melhores saudações

Carta 3
02/05/1989

Por lapso da nossa parte, a tua assinatura foi registada mas falhou o envio do nº 18.

Mando-te agora juntamente com o nº 19, com as nossas desculpas. Mando também alguns papéis da FER para te dar uma ideia, fizemos um comício de apresentação na Voz do Operário e participámos com faixas próprias no 1º de Maio.

Por enquanto a Frente ainda está muito limitada às forças dos 3 grupos constituintes. Se tiveres oportunidade de distribuir propaganda em Coimbra ou Viseu será uma boa ajuda a divulgar a existência desta frente. Diz que quantidade de manifestos da FER te podemos enviar (vai sair um manifesto pela a lista de candidatos, em grande tiragem). Sempre que puderes manda-nos informações. Um abraço

PS - Mando junto um abaixo-assinado de apoio à FER. Se puderes recolhe assinaturas.

Carta 4
14/06/1989

Caro Camarada:

Deves estar confuso com as notícias sobre a nossa desistência da FER. Pela PO 20, que receberás dentro de dias, ficarás informado do que aconteceu. Estávamos há semanas à beira da ruptura e tentámos evitá-la por todos os meios mas os elementos da LST são desleais e não respeitaram os acordos que tínhamos assinado cm Março. Estavam a dar um tom moderado e pouco sério à campanha e a impedir-nos de expor uma posição radical, conforme fora acordado. Queriam servir-se do nosso apoio para lançar o seu novo "partido" trotskista e apresentar as suas ideias. Pensamos que errámos ao ter entrado nesta frente sem garantias suficientes. Sabemos que esta crise causa descrédito à esquerda mas não esteve na nossa mão evitar. Continuaremos o nosso trabalho em defesa das posições revolucionárias comunistas.

Esperando contar sempre com o teu apoio, aceita um abraço

Carta 5
0
1/08/1989

Caro Camarada:

Com algum atraso, devido a férias, respondo à tua carta de 6/7. Gosto sempre de receber notícias e comentários teus e alguns, como tens visto, têm sido publicados.

Quanto ao MRI - Movimento Revolucionário Internacionalista, recebemos a sua revista em inglês e enviamos-lhes a P.O. em troca. São uma corrente maoísta, cu,jos principais partidos são o P. Com. Revol. dos EUA e o PC do Peru (Sendero Luminoso). Também temos várias publicações do PC do Peru, e uma longa declaração do seu dirigente, o Presidente Gonzalo.

O mal desta corrente ê recusar-se a analisar as causas da derrota da revolução chinesa e não fazer um balanço ao que o maoísmo teve de positivo e de negativo. Julgo que podem conseguir algum êxito em países onde haja guerrilha camponesa (caso do Peru) mas não têm respostas para o movimento operário internacional. O futuro do comunismo não passa por ali. Caso estejas interessado, poderei ceder-te algum texto para leitura. Estamos a estudar novos temas para Outubro.

Um abraço

Carta 6
10/10/1989

Caro Camarada:

Seguiu numa encomenda separada:

Estes 10 exemplares destinam-se ao seguinte, caso estejas de acordo: ires colocar em duas livrarias ou bancas de jornais aí (5 cada). Como tivemos que desistir da distribuição comercial porque não estava a dar resultado, lembrei-me de te fazer este pedido, dado o interesse e apoio que tens dado à revista. Mando juntas guias de remessa com indicação do desconto que fazemos (25%, o vendedor ganha 25$00 por cada revista).

Caso não possas fazer isto, agradeço que devolvas os exemplares quando devolveres o folheto de Gonzalo e a revista americana (são exemplares únicos de nossa biblioteca). Fico aguardando as tuas notícias e a opinião sobre a PO. São bons os recortes ou comentários como tens feito. Saudações

Carta 7
20/02/1990

Caro Camarada:

Tenho recebido as tuas cartas (a última foi a de 7/2 cem o cheque) mas não tenho respondido por demasiados afazeres. Peço que me desculpes, registámos a renovação da tua assinatura por 9 números e os 100$00 excedentes como apoio à revista.

Sempre que possas, manda as tuas informações e recortes, pois como tens visto têm sido aproveitados. Fizemos no dia 20/1 um debate alargado sobre as evoluções do revisionismo e estamos a tentar avançar mais ideias sobre o tema. Diz o que te pareceram os artigos da PO nº 23. Decidimos também editar um livro a curto prazo (?) em torno da crise do PCP, que vem confirmar o que os marxistas-leninistas diziam sobre a convergência entre o revisionismo e a social-democracia.

Recebemos a devolução dos materiais que te tínhamos enviado. Aceita as nossas saudações

Carta 8
03/05/1990

Caro Camarada:

Agradecemos as tuas palavras de apoio que são para nós um estímulo a continuar a difícil tarefa de manter a "P.O.” em publicação regular.

Quanto ao teu pedido de materiais dos grupos e partidos pró-albaneses, estamos muito mal abastecidos. Vamos enviar-te uma série de números do "Vanguardia Obrera”, que é o único que recebemos com regularidade. Como publicam sempre extractos dos partidos irmãos deles (Albânia, Brasil, Equador, Colômbia, França, Dinamarca, etc.) permite teres uma ideia do que se diz por essas bandas. Para já, temos observado, também pelo “Bandeira Vermelha", que são muito discretos quanto à derrocada do Leste, dando a ideia de que se sentem confusos. Há também sinais de uma aproximação tímida aos revisionistas "duros", como Fidel. Enfim, tu farás e tua análise. Pedimos que depois devolvas como da outra vez, visto que são exemplares únicos de arquivo. Um abraço e desejos de bom trabalho

Carta 9
31/05/1991

Caro Camarada:

Houve bastantes respostas ao inquérito sobre a UDP, algumas extensas, de modo que depois de encher duas páginas da P.O. tivemos que guardar algumas para o próximo número. Ê o caso da tua, que foi das últimas a chegar. Espero que compreendas.

A próxima P.O. sairá depois das férias, em fins de Setembro, antes das eleições, portanto. O inquérito continuará a ter cabimento.

Hecebemos as tuas cartas de 5 e 25 de Março e publicámos algumas das tuas informações.

Por favor continua a mandar notas e comentários.

Neste momento estamos a colaborar com algumas pessoas no lançamento duma campanha de desmistificação dos Descobrimentos e anti-racista, vai sair um texto no 10 de Junho e vai-se fazer uma exposição de rua, depois mando-te cópias.

Um abraço

Carta 10
26/08/1991

Caro Camarada:

Julgo que terás recebido a nossa carta de 31 de Maio. O teu depoimento sobre a UDP na CDU sairá na próxima PO; se por acaso lhe pretendesses introduzir quaisquer actualizações ainda ia a tempo, mas já está pronto para a impressão. Só falta (e é este o motivo desta carta) uma fotografia tua. Como identificação do teu nome pensamos pôr “foi activista de grupos marxistas-leninistas", uma vez que nunca aderiste à UDP.

Está bem assim? Também gostaríamos de ter alguma correspondência tua para publicar sobre questões laborais ou de política local, etc. Pode ser?

Temos previsto um encontro para debate político para sábado dia 21 Setembro. Poderemos contar com a tua presença? Depois enviamos notas para discussão mas para já gostaríamos de saber se te é possível vir a Lisboa, assim como a fotografia logo que possível. Um abraço.

Carta 11
06/11/1991

Caro Camarada:

Com as informações que mandaste nas tuas duas últimas cartas compus uma correspondência a sair no próximo número sobre o fecho das fábricas têxteis. Vamos ter um dossiê razoável sobre a crise têxtil: entrevista com um operário de lanifícios da Covilhã, entrevista com operárias que ocupam uma fábrica em São Mamede de Infesta, comentário sobre as negociações entre os sindicatos e os industriais no Vale do Ave.

Se tiveres mais alguma coisa interessante com vistas ao próximo número podes enviar até dia 22-23 o mais tardar. A AB e outros camaradas da P.O. estiveram aí na 6ª feira a debater com alguns estudantes as hipóteses de formarem um núcleo do MAR em Coimbra, seguiram logo para o Porto e não chegaram a contactar-te. É possível que no fim deste mês vão aí de novo e se for fim- de-semana e estiveres em casa poderiam encontrar-se, não? Há algumas perspectivas de alargamento do MAR e bom preciso é, porque a questão do racismo vai ficar quente. Um abraço

Carta 12
11/12/1991

Caro Camarada:

Deves receber por estes dias a PO 32. Traz o teu nome na ficha técnica como colaborador. Só por distracção não te falei no assunto quando nos vimos no Rossio, na manifestação sobre Timor, pelo que peço me desculpes. Julgo que não tens objecção porque na realidade já há bastante tempo és colaborador da revista, Esperamos que continues e intensifiques o envio de notícias, comentários ou recortes, para nos ajudar a tornar a revista mais variada e interessante. Recebemos a tua corta com diversos recortes.

MAR - O lançamento do livro da Ana foi um êxito, com muita gente presente e debate sobre o colonialismo. Veremos o que diz a imprensa, a Ana foi entrevistada pelo Público e TSF, mas não sei se não haverá boicote. No próximo sábado dia 14 há um debate do MAR no Grémio Operário de Coimbra. O JH, activista do MAR em Coimbra, ficou de te contactar. Será importante ires lá. Alguns de nós iremos aqui de Lisboa.

Por agora é tudo. Um abraço

Carta 13
11/02/1992

Caro Camarada:

Já tenho várias cartas tuas a que não respondi, espero que me desculpes. Agora com a PO pronta (sai amanhã) estou a pôr a correspondência em dia. As tuas últimas notícias laborais não vieram a tempo de meter na revista. Manda sempre que possas. Sobre a questão dos professores, talvez pudesses mandar um comentário mais desenvolvido para o próximo número, que fecha na terceira semana de Março. Tu agora estás por dentro da questão. E quanto a entrevistas, não nos sugeres ninguém para o próximo número?

(…)

A Ana foi entrevistada pela televisão no dia 4/2, não sei se viste e esteve numa sessão no Porto, no mesmo dia, para apresentação do livro, apareceu bastante gente e foi entrevistada por três rádios locais. De Espanha, já pediram 20 exemplares do livro e para o Brasil também seguiu. Agora anda-se a combinar uma reunião no Norte do país a que se espera que venham galegos, para impulsionar a propaganda contra os 500 anos.

Então e o que me dizes do ''sucesso” do Cavaco? Julgo que as condições de vida vão apertar para muita gente e talvez o ambiente mude um bocado, bem precisamos.

(…)

Manda sempre notícias. Um abraço

Carta 14
15/04/1992

Caro Camarada:

Espero que já tenhas recebido a P.O. 34 e que te tenha agradado. Publicámos como artigo o texto que mandaste sobre os professores porque nos pareceu interessante e veio a propósito dos últimos acontecimentos na área do ensino. Ajeitei-o um pouco mas penso que náo alterei nada do que escreveste. Diz o que te pareceu.

Vais ser delegado ao congresso da Fenprof do próximo mês? Seria interessante se fizesses um artigo para a próxima P.O. sobre as decisões do congresso, luta de tendências, etc., assim como as reacções dos professores às promessas do governo. Desde que chegasse à nossa mão até 20 de Maio, ainda vinha a tempo. O mesmo quanto à situação na União dos Sindicatos de Coimbra, de que falas na última carta. Tens algumas sugestões para o sumário do próximo número?

As nossas actividades vão reduzidas, como deves calcular. Participámos na manifestação da CGTP de 21 de Março, com uma faixa em defesa dos trabalhadores imigrantes africanos. A manifestação foi a mais fraca que eu até hoje vi, o Rossio estava quase vazio. As pessoas estão descontentes com os agravamentos dos preços mas não esperam nada dos sindicatos nem dos partidos.

Mando junto uns postais de propaganda do MAR, pagas quando vieres cá ou tiveres alguma coisa para enviar, é 100$00 a colecção. O livro da Ana está esgotado, está a ser feita 2ª- edição, até agora rendeu uns 220 contos para o MAR. Tem-se discutido a possibilidade de comemorar o primeiro aniversário do MAR com um encontro-acampamento em 6/7 de Junho, em Guimarães, na quinta do TF. Será oportunidade para conviver e debater ideias. Pensa-se convidar uns galegos que pertencem a uma comissão de propaganda contra o V Centenário. Será que te interessaria (e à tua companheira)? Podiam levar o miúdo, numa boa. Diz depois alguma coisa. Quanto ao grupo "Contra-a-Corrente" do Porto, a Ana e outros camaradas do MAR já estiveram numa iniciativa deles e propuseram colaboração. Também lhes enviamos o boletim do MAR. Veremos se surgem condições para fazer alguma coisa em conjunto.

Por agora é tudo. Um abraço e fico à espera de notícias.

Carta 15
21/05/1992

Caro Camarada:

Não sei se recebeste a minha carta de 15 de Abril. Como estamos a fechar a P.O., preciso de saber com alguma urgência se vais mandar alguma colaboração, particularmente sobre o congresso dos professores. Foste delegado ao congresso? Deve haver coisas para contar. Peço que envies rapidamente o que tiveres, ou que mandes dizer que não há nada da tua parte desta vez, para distribuirmos os materiais.

Fizemos uma boa confraternização no 1º de Maio, na esplanada onde já estiveste uma vez. O MAR cá continua. Deves estar a receber por estes dias o boletim nº 4. Houve um debate na Universidade Lusíada em que a Ana se pegou com o Prof. Borges de Macedo, foi interessante. Vamos amanhã a uma sessão em Alcácer do Sal. O plano do acampamento em Guimarães de que te falava é que teve que ser adiado, porque o local não estará disponível no 10 de Junho.

Sem outro assunto por agora, fico à espera de notícias tuas. Um abraço.

Carta 16
07/06/1992

Caro Camarada:

Aproveitámos uma série de informações da tua carta para a P.O. n° 40, que sai dentro de uma semana. Estive no Porto no 25 de Abril, a convite da "Inquietação", para um debate e lá restabeleci contacto com o grupo "Contra-a-Corrente" e recebi o último boletim deles, de que te mando cópia, visto teres mostrado interesse. O debate correu bem, com interesse, embora as ideias dominantes me pareçam altamente derrotistas. Falo disso num artigo que escrevi para a P.O. A festa na Associação de Moradores de Vilar foi animada e notei sobretudo a grande participação de jovens. Mando-te também folhas duma revista francesa sobre questões de ensino, que poderá ter alguma coisa interessante para as tuas actividades sindicais.

A partir de agora, fazemos a pausa de férias habitual e voltaremos com uma nova série em Outubro. Contamos como sempre com a tua colaboração e críticas. Um outro pedido que vamos mandar pelo correio a todos os assinantes e amigos: poderás tu indicar-nos dois ou três nomes e moradas de pessoas possivelmente interessadas em assinar a P.O. para nós lhes escrevermos a fazer proposta?

Se pensares vir a Lisboa, avisa para nos encontrarmos e trocar ideias. Um abraço.

Carta 17
23/08/1992

Como está tudo a correr desde o nosso encontro na Bica? Foi um encontro frustrante e eu senti-me responsável por te ter dado falsas perspectivas, mas também fui iludido pela ideia que o MM deu, dum encontro muito amplo e com debate. Afinal, foi tudo mal organizado e o debate nenhum, o que é reflexo das desgraças em que se arrasta a esquerda.

Nós cá estamos a tomar balanço para mais um ano de revista, que desejaríamos fosse mais acutilante, se possível, e mais conhecida do público. Fazemos uma reunião de redacção no domingo 12 de Setembro, à tarde, e se por acaso te calhasse vires a Lisboa ficas desde já convidado. De qualquer modo, quero-te pedir que envies notícias e comentários actualizados sobre a região para o próximo número, até 25 de Setembro, o mais tardar. Se estiveres com pachorra para uma Carta das Beiras, melhor; se não, mesmo informações dispersas sobre a situação nas fábricas, crise da agricultura, lutas na CGTP, etc. Vou ver se ainda se aproveitam algumas das notícias que mandaste na última carta e que chegou já depois da P.O. estar feita, mas a maioria deve estar desactualizada.

Por agora é tudo. Um abraço e desejos de bom trabalho.

Carta 18
08/12/1993

Caro Camarada:

Espero que tudo corra bem no teu novo "desterro". Supomos que vais frequentemente a casa e por isso é para aí que continuamos a escrever. Da tua longa carta, extraímos um artigo sobre o Baixo Alentejo. Tomámos em conta as outras considerações que fazes. Nomeadamente, a sugestão quanto a uma candidatura revolucionária ao Parlamento Europeu, embora não tenhamos contactos internacionais que nos permitam pensar numa candidatura conjunta, propomos (na carta-resposta ao MM) a cooperação das forças de esquerda do nosso país para uma candidatura, repetindo a experiência que há anos resultou tão mal com a FER, mas que poderia agora resultar se houvesse mais gente interessada. Temos as nossas dúvidas mas a proposta fica lançada, assim como as outras que verás na carta (a P.O. deve estar a sair da tipografia por estes dias).

A discussão de 7 de Novembro foi interessante e participada, pelo que teve que continuar na semana seguinte. Debateu-se basicamente o artigo sobre o cavaquismo e os seus apoios sociais. Sai na P.O. 42 como o artigo principal. O tema está longe de esgotado e planeamos continuar a discutir outros aspectos da luta de classes nacional, com vista mais artigos em futuros números da revista.

Aqui, de novo apenas um convite que recebemos, a Ana Barradas e eu, para intervirmos numa semana de debates sobre o centenário de Mao, realizada pela Biblioteca-Museu da Resistência, organismo dependente da Câmara de Lisboa. Outros participantes (em dias diferentes!) são o Arnaldo Matos, Pacheco Pereira e Pedro Baptista (ex-OCMLP). Pelo menos, estão convidados. Decidimos aceitar, embora o público seja restrito, para valorizar o Mao revolucionário e fazer fogo contra a bronca ironia com que os tipos do PS e PC falam da revolução chinesa, como se fosse uma anedota. Mando-te um convite.

Em relação à preparação do próximo número, ficamos à espera do que nos possas enviar, relativo ao Alentejo, ao movimento dos professores ou a outros temas. Tu decidirás. Convém-nos receber até 20 de Janeiro, o mais tardar. Abraços e desejos de bom começo de ano.

Carta 20
08/02/1994

Caro Camarada:

A P.O. 43 está na tipografia e aproveito para pôr a correspondência em dia. Metemos a teu artigo sobre a situação sindical dos professores mas teve que ser resumido. Também incluímos na correspondência uma passagem da tua carta sobre o Alentejo. As colaborações, felizmente, têm aumentado e temos que fazer cortes para caber tudo. Se quiseres mandar-nos algo para o nº 44, aponta para 15 de Março como limite, certo?

Houve recentemente umas oportunidades de intervenção pública. Falei na série de palestras do Museu República e Resistência (Dezembro) sobre o maoísmo em Portugal. Estava bastante gente, interessada, e as perguntas e respostas prolongaram-se por um bom bocado. No dia seguinte, falou a Ana sobre a revolução chinesa e a mulher, também com bastante interesse. Noutros dias falou o Arnaldo, o Pacheco Pereira (PSD) e o Pedro Baptista (hoje plataformista). Há dias estive noutro debate no Porto, organizado pela Amnistia Internacional, sobre a Democracia, com o Mário Brochado Coelho e uma professora Helena Vilaça. Houve bastante controvérsia e estive entretido a deitar abaixo as bacoradas “pós-modemistas” do rapaz da Amnistia e a falar para espectadores embasbacados sobre a luta de classes e a ditadura da burguesia. Muito estimulante. Quanto ao debate na RTP1 sobre Mao, como creio que já te disse, recusei participar e acho que fiz bem porque só faltava mandarem-me pôr de gatas para ter direito à palavra. Os nossos amigos Louçã, Arnaldo e Baptista é que não se importaram e lá estiveram a palestrar. Falo nisso na P.O., tu verás.

20º aniversário do 25 de Abril - Todos os estados-maiores partidários afiam o dente para capitalizar aquilo que lhes convém da data. Entre nós, temos andado a debater a possibilidade da edição de um livro (que inaugurará as edições Dinossauro), que coleccione depoimentos, artigos e materiais diversos, no sentido de mostrar à nova geração que os 19 meses da “bagunça” foram os mais criadores da nossa história moderna e de contrastar as iniciativas avançadas desse período com a pasmaceira derrotada em que hoje vivemos. Será que podes dar a tua colaboração a esta ideia, com materiais originais ou outros já anteriormente editados e que tivesse interesse dar a conhecer? Será que nos podes indicar pistas, nomes a contactar, dar sugestões de trabalho, etc.? Podes enviar dados para a cronologia e a bibliografia? O problema aqui vai ser a escassez do tempo para coligir os materiais e pôr o livro na rua até ao 25 de Abril. Responde rapidamente, por favor, para sabermos se podemos contar com algo da tua parte.(1)

Também recebemos a notícia da dissolução do MLP dos EUA. Não nos surpreendeu muito porque um dos elementos que cá esteve de visita no ano passado já nos tinha dado a entender que poderiam seguir esse caminho. Poucos dias depois, veio um outro documento do núcleo de Chicago fazendo várias críticas à dissolução e afirmando-se decidido a continuar a actividade e a editar uma revista de debate. Agora, acabamos de receber essa revista. Suponho que te irão mandar para ti também mas se por acaso não receberes poderemos tirar fotocópias. Vamos estudá-la e possivelmente fazer um comentário na próxima P.O.

Por agora é tudo. Um abraço.

Carta 21
30/11/1994

Caro Camarada:

:Foi bom ter notícias tuas, após um intervalo tão grande. Espero que esteja tudo a correr bem. Aproveitámos a notícia sobre a fábrica Empele, que sai nas Breves no nº 47 da P.O., deve estar impresso para a semana. Agora que estás colocado numa zona mais industrial, tenho esperança que nos mandes para a próxima P.O. algumas notícias de questões laborais, recortes da imprensa local, etc. Ao que sei, existe em Sines uma certa actividade cultural em tomo da Biblioteca e algumas pessoas interessantes, reunidas em volta do Al Berto no centro cultural Emmerico Nunes, mesmo ao pé do forte. Conta-nos o que descobrires. Soubemos pelos jornais que tem estado a haver uma greve importante aí. Esperamos receber relato e comentários teus a respeito, de preferência com fotos.

Se vieres a Lisboa, não deixes de nos contactar, para irmos beber um copo. As nossas actividades continuam, bastante restritas mas sempre com o mesmo ânimo. Agora, que vem aí um ano político agitado, de guerra anticavaquista, vamos poder unir-nos todos com o Dr. Cunhal, o Dr. Soares, o Dr. Guterres, o dr. Sampaio, o major Tomé, e todos juntos pôr a oposição democrática no Poder. Atenção, estou a brincar!

Um abraço para ti e cumprimentos para a tua companheira.

Carta 22
28/02/1995

Caro Camarada:

Recebi a tua carta e recolhi os dados sobre Sines para uma correspondência a sair no próximo número. Como só fechamos a redacção a 20 de Março, se entretanto tiveres mais informações ainda podes mandar.

Escrevo-te pelo seguinte: soubemos que está aí na tua escola de Sines um professor chamado JR, que nos dizem estar interessado em ler a P.O. Podes abordá-lo e ver se o tornas assinante? Envio junto ficha e envelope de resposta paga, para ajudar a convencê-lo... Além disso, não sei se estás a fazer alguma actividade conjunta com ele. Conta.

Espero que tenhas recebido o n° 48 e que tenha agradado. O lançamento do livro "Coração Forte", sobre a guerra colonial, foi na Casa de Moçambique em Lisboa e correu muito bem, com bastante gente, moçambicanos e portugueses. Esteve lá a embaixadora de Moçambique e vendemos logo umas dúzias de livros. Segue-se agora a História da Comuna de Paris, cujo lnaçamento será no Io de Maio, espero. E se tu cá viesses nessa data?

Um abraço

Carta 23
09/05/1995

Caro Camarada:

Estamos neste momento a preparar o n° 50, que completa os dez anos de publicação, pelo que pretendemos seja um número especial, com mais páginas e maior variedade de temas. Dado o interesse com que nos tens acompanhado, fazemos-te um pedido: poderás contribuir para este número, com as tuas habituais notas mas também com críticas, sugestões, proposta de temas a tratar, etc.? Junto uma circular sobre o assunto. Atenção! Para poder ser incluídos, os elementos que nos envies deverão estar na redacção até 25 do corrente, o mais tardar.

A apresentação da “História da Comuna” foi um acontecimento social de esquerda. A imprensa, rádio e televisão não quiseram saber dos nossos convites mas apareceram amigos em barda e estivemos umas horas a comer e a beber e a debater os altos problemas da revolução. E claro que a manifestação do Io de Maio ajudou. Lá fomos, com uma faixa que dizia “Com PS ou PSD quem se lixa é você” - ideia óbvia e elementar mas que surpreendeu o público ao longo da Almirante Reis, só habituado ao paleio seminarista dos pcs e que aderiu frequentemente com aplausos e acompanhando-nos no entoar do estribilho. Fiquei rouco mas valeu a pena.

Quando nos vemos? Aceita um abraço

Carta 24
12/09/1995

Caro Camarada:

As notícias laborais da tua carta já estão aproveitadas para a próxima P.O. Se entretanto tiveres mais alguma coisa, sobretudo relativa à campanha eleitoral por esses lados, manda. É bom que venhas para Rio Maior, porque permitirá contactarmos. E temos já uma proposta a fazer-te: no dia 22 de Outubro vamos realizar em Lisboa uma sessão comemorativa do 10º aniversário da revista. Constará de um encontro-convívio, com a actuação de algum artista, e uma outra parte, menos concorrida, para as pessoas interessadas em debater a situação e perspectivas do comunismo, trabalho feito pela revista, ctc. Sobre este assunto será distribuído previamente um curto texto. Vamos enviar-to, assim que esteja pronto (em começos de Outubro), com o convite para compareceres, indicação do local e hora, etc. Que dizes? Reserva já o dia, de acordo?

Quanto às eleições, como já calculas, a nossa posição é a mesma de sempre: abstenção, como única maneira de nos demarcarmos da palhaçada a que se resume esta pretensa “escolha democrática dos representantes do povo”. Um abraço.

Carta 25
31/01/1996

Caro Camarada:

A tua carta veio mesmo a horas para ser incluída no noticiário da P.O., que vais receber dentro de dias.

A nossa vida continua como de costume. O LGo foi afastado do colectivo por termos descoberto que há bastante tempo vinha gastando em proveito próprio dinheiros obtidos na nossa actividade gráfica (ele era o gerente). Fizemos algumas reuniões e já o obrigámos a repor a maior parte do dinheiro. Um caso lamentável, que seria bom que não existisse entre nós, mas o que se lhe há-de fazer? Agora estamos a preparar mais algumas edições Dinossauro.

A tua vida continua na mesma? Manda notícias. Aceita um abraço.

Carta 26
07/09/1996

Caro Camarada:

Espero que tudo corra bem por aí. A P.O. 56 está a sair mas as tuas informações laborais desta vez ficaram de fora porque houve uma concentração de textos grandes e tiveram que saltar várias colaborações. Se ainda tiverem actualidade, entram no próximo número, mas o melhor era mesmo tu mandares uma nova correspondência lá para meados de Novembro. Apesar da tua escrita hieroglífica, suponho que as tuas aulas agora são em Tomar, que não é de facto terra de muita abertura de ideias. É donde saem os empreiteiros todos deste país e isso basta.

Como verás na revista, a Dinossauro lançou mais um livro, desta vez uma novela do célebre capitão Fernandes sobre a guerra em Angola. Na próxima quinta-feira é a apresentação, na Biblioteca-Museu da Resistência, pelo Pezarat Correia, vamos a ver se não diz muitas asneiras. Da política não te digo nada, está na pior e assim continuará enquanto os desgraçados não se cansarem de amochar e não fizerem por aí algum borborinho.

Aceita um abraço

Carta 27
14/02/1997

Caro Camarada:

Como habitualmente, agora que mandámos a P.O. 58 para a tipografia (com atraso, diga-se), venho pôr a correspondência em dia. Os teus apontamentos sobre Tomar e as fábricas de Coimbra têm sido aproveitados, como deves ter visto. Contamos com a continuação da tua colaboração, porque a revista precisa de reflectir melhor o “país real”. Sempre que tenhas recortes de jornais regionais com noticias significativas ou comentários manda, alguma coisa se aproveita. Quanto aos livros que pediste, espero que tenham chegado em boa ordem e que te tenham interessado.

O Claude Bitot é uma boa cabeça e o “Inquérito” é um livro com muito interesse. Nesta última P.O. entro em polémica com ele a propósito do outro livro que ele publicou e de que já demos referências em números anteriores da revista (“O comunismo ainda não começou”). Na preocupação de retomar a Marx, o homem deita abaixo tudo o que diz respeito a Lenine, e aí parece-me que entra por maus caminhos. Veremos se ele dá resposta e se a discussão serve para esclarecer alguma coisa.

Como deves ter visto, também tem havido debate entre Ângelo Novo e Manuel Raposo acerca da guerra da Jugoslávia, e embora o tom tenha aquecido um pouco demais entre eles, acho que foi útil. Não queres meter-te ao barulho sobre os assuntos polémicos? Nem que seja com uma simples carta de leitor?

E as tuas actividades sindicais, pararam? Também nesse capítulo, se tiveres jornais ou boletins que não queiras, manda, basta que juntes uma anotações.

Carta 28
29/12/1997

Caro Camarada:

Tenho aqui várias cartas tuas para responder, espero que me desculpes. O atraso deveu-se à acumulação de trabalho por termos mudado de instalações (agora estamos na R. do (...). tel (...)), além de termos preparado dois livros novos que estão na tipografia e a PO 62, que já deves ter recebido. Como deves ter visto, metemos algum do teu material em vários sítios. E bom que nos mandes sempre notícias e impressões da região, recortes de jornais, etc.

A tourada autárquica chegou ao fim e, para minha surpresa, o PSD ficou com boas posições. Julguei que sofressem mais pela triste exibição que têm dado mas enganei-me: o eleitorado de direita, na falta de melhor opção, mantém-se-lhe fiel. Foi uma campanha vergonhosa. E a confirmação de que não há alternativas políticas em disputa mas apenas equipas de administradores a empurrar-se, a pisar-se e a insultar- se para conseguir dar nas vistas e ser escolhidos para os cargos.

Desta vez, mesmo a anémica extrema-esquerda (?) se deixou arrastar na onda do marketing, até o MRPP abandonou as suas tiradas antiburguesas, e foram castigados por isso, porque a votação baixou: perderam os votos de protesto contra o sistema e não ganharam outros em troca porque toda a gente sabe que, como governo autárquico, são inviáveis. Sei que tem havido lá dentro fortes divergências entre uma "linha negra" a aproximar-se do PS (o Arnaldo e o Garcia Pereira estariam nesta onda) e uma "linha vermelha" a reclamar mais radicalismo; vamos a ver o que dá. Quanto aos tristes do PC, apesar de fazerem o reclame da sua administração honesta, levaram uma banhada de todo o tamanho (Amadora, Vila Franca!).

O que dominou foi a polarização nacional entre PS e PSD como os dois únicos candidatos credíveis à gerência da firma Portugal, SA. Toda a conversa sobre a importância cada vez maior do “poder local” e da “regionalização” é só conversa. O que conta é o aparelho central.

E as tuas actividades sindicais? Conta o que houver de novo. Um abraço.

Carta 29
30/09/1998

Caro Camarada:

Envio por correio separado o livro "O Império a preto e branco". O outro ainda está na tipografia, assim que chegar mando um exemplar. Junto também cópia da tua ficha de sócio do Clube onde verás que ficas com um crédito de 1.220500, visto que os preços dos livros são mais baratos para os sócios; saiu errado no anúncio da PO.

Por aqui estamos todos felizes com a nova região que vamos ganhar. E tu não deixes que ponham capital da tua região em Aveiro, Coimbra é que é. Fui ontem assistir a uma sessão do MRPP com o Garcia Pereira, pouca gente e poucas ideias, mas a posição deles pelo "não"(2) não está mal. Se tiveres alguma colaboração para a práxima PO manda até dia 20. Um abraço

Carta 30
29/12/1998

Caro Camarada:

(…)

Por aqui fala-se na necessidade de tomar alguma iniciativa pública a propósito do 25° aniversário do 25 de Abril, como por exemplo um manifesto assinado por antigos activistas do movimento popular. Que achas? Podes dar alguma contribuição? Também já deves ter visto nos jornais o intenso namoro entre a UDP, PSR e Política XXI, com vistas a concorrer juntos às eleições e, segundo se diz, associarem-se mesmo num único partido. Vão os três realizar congressos em Janeiro. O Fernando Rosas já escreveu dois grandes artigos no “Público” defendendo a “união da esquerda” e parece ser um dos inspiradores do projecto. O que vai sair é uma salada reformista “de esquerda” que não sei se terá longa vida.

Por agora é tudo. Boas entradas em 1999. Um abraço para ti e cumprimentos à tua companheira

Carta 31
05/05/1998

Caro Camarada:

A segunda reunião correu bem e apareceram mais caras novas. Agora estão a reunir comissões para concretizar as iniciativas. A sessão será na tarde de 24, sábado. Peço que devolvas o texto que aqui te envio em versão definitiva com as assinaturas que puderes recolher até ao fim deste mês.

Como foi a reunião do Bloco da Esquerda? Fiquei surpreendido por escolherem o Miguel Portas para cabeça de lista à Europa, não me parece pessoa para ganhar muitos votos para o Bloco. Falta sobretudo um debate que seria de esperar quando três organizações de esquerda se agrupam, numa época destas e com tudo o que aconteceu. Parece-me claro que a motivação central deles é eleger um deputado por Lisboa, o que até poderá acontecer, mas não sei se com algum proveito para o avanço da esquerda. Diz-se que já está escolhido o Louçã para cabeça de lista. De qualquer maneira, o desafio vai ser duro, com o Bochechas a concorrer na Europa e o duelo PS-AD a polarizar os votos.

Se tiveres mais algumas informações ou comentários para a PO, convém mandares até dia 20 deste mês. Um abraço.

Carta 32
09/02/2002

Camarada:

As tuas últimas notícias já chegaram depois da PO estar na tipografia, por isso não as pude aproveitar. Mas eu compus com o que me tinhas enviado antes e com notícias dos jornais um artigo sobre a “Hecatombe industrial em Coimbra”, que assinei como de “Correspondente”. Deve chegar-te dentro de dias.

Traz também uma Declaração sobre as eleições justificando porque não propomos o voto em partido nenhum. As pessoas da esquerda mobilizam-se como de costume para ver se conseguem bons resultados para o Bloco. Nós dizemos-lhes que a sua boa vontade as leva a cair numa armadilha porque estão a trabalhar para aquilo que não desejam: tomar o Bloco um partido institucional, que amanhã será chamado a apoiar um governo PS, fazendo o seu discurso de esquerda mas abandonando e mesmo opondo-se à mobilização independente dos trabalhadores.

E não é só com o Bloco. Nos últimos anos, com os subsídios e apoios financeiros a toda a espécie de iniciativas, o sistema tem conseguido domesticar muita gente de esquerda que está ansiosa por fazer qualquer coisa e acaba por se agachar para não perder o direito ao subsídio. Deves conhecer aí casos destes.

Julgo que conheces a folha “Voz do Trabalho”, de que temos transcrito alguns artigos na PO. Tem custado a tomar balanço mas esperamos que se aguente e enraíze. Tem boa venda sobretudo na Margem Sul do Tejo, em algumas grandes empresas. Vou pedir que te mandem o n° 5, que está para sair, e seria bom se fizesses circular entre gente tua conhecida e também enviares para lá algumas notícias de empresas de Coimbra, ou recortes de jornais, como fazes para a PO.

Mando-te o último número que recebemos do jornal “Abrente” dos camaradas galegos, para fazeres uma ideia do estilo deles. Eles são pelo menos bastante activos. Agora nos dias 13-15 Fevereiro há lá uma Cimeira dos ministros da União Europeia sobre a “segurança” e eles promovem uma Contracimeira com debates, manifestações, etc. Vão lá intervir dois camaradas nossos.

E tudo por agora, um abraço, até breve.


Notas de rodapé:

(1) AAVV, “O Futuro Era Agora”, Edições Dinossauro, 1994. (Nota de AB) (retornar ao texto)

(2) Referendo sobre a regionalização. (Nota de AB) (retornar ao texto)

Inclusão 12/11/2018