Cartas

Francisco Martins Rodrigues


Cartas a VCS


Carta 1
20/5/1994

Caro Amigo:

Agradeço a sua carta e a assinatura. Como já foi distribuída a P.O. n° 44, envio-lha junto, ficando a assinatura válida até ao n° 48 inclusive. Quanto à crítica que faz pela minha não comparência no programa da SIC, eu dar-lhe-ia razão se à partida tivesse alguma esperança de poder expor seriamente opiniões durante o debate. Mas sei que, na maioria das "mesas redondas" que se fazem actualmente na televisão, não é dada nenhuma oportunidade de debater ideias. O "moderador" interrompe quando muito bem entende, salta dum assunto para outro, faz perguntas imbecis, etc. Aquilo a que assistimos todos os dias na televisão é mais a combates de boxe ou touradas do que a verdadeiros debates. E é natural que assim seja, porque a única coisa que interessa às empresas é fugir aos problemas políticos de fundo e sobretudo fazer escândalo para aumentar a audiência e venderem mais publicidade. Foi o que se viu há dias com o inspector da P1DE convidado a ir à SIC em vésperas do 25 de Abril.

Admito que uma pessoa com muito calo, sangue frio e reflexos muito rápidos possa, mesmo assim, só com pequenas intervenções e apartes, transmitir a mensagem aos espectadores, mas sei que, infelizmente, não tenho essas qualidades, de maneira que só me resta aguardar a hipótese de me convidarem algum dia para um debate com o mínimo de decência (?).

Tenciono publicar a sua carta no próximo número da revista, se não vir inconveniente, e espero que a revista lhe interesse. Aceite as minhas saudações

Carta 2
16/01/1995

Caro Amigo:

Inteiramente de acordo consigo quanto ao significado da luta dos vidreiros da Marinha Grande. Estamos a procurar dar-lhe o devido destaque na próxima P.O., assim como à luta dos mineiros do Pejão. Em conjunto, dão indícios de que alguma coisa pode estar a mudar no ambiente social, de modo a tirar a classe operária do gueto em que foi lançada pela ofensiva burguesa.

Em resposta à sua pergunta, informamos que a sua assinatura termina no próximo n° da revista ( (48), pelo que lhe enviamos junto um boletim de renovação. Agradecendo os votos de longa vida que faz à nossa revista, enviamos as nossas saudações.

Carta 3
31/03/1996

Caro Amigo:

Muito agradeço o cuidado que teve em informar-me do falecimento do nosso querido amigo Pedro Silva. Ainda pude deslocar-me à igreja para apresentar pêsames à família. Infelizmente, não encontrei alguns dos seus amigos de há vários anos que o acompanharam nas actividades sindicais e políticas e que, por desconhecimento da notícia, não lhe puderam prestar a sua homenagem.

A sua carta, assim como a nota dele, saem no próximo n° da revista, muito em breve, espero. Tomei boa nota da renovação da sua assinatura e agradeço, em nome do colectivo, o apoio que nos enviou.

Esperando continuar a merecer o seu interesse, aceite as minhas saudações.

Carta 4
15/10/1998

Caro Amigo:

Receberá dentro de dias a PO. Como verá, tomámos a liberdade de publicar apenas uma parte do seu artigo. Deveu-se isto ao facto de já termos um artigo sobre o assunto da regionalização, da responsabilidade da redacção, e de o espaço não chegar para tudo. Apesar de tudo, creio que conservámos o essencial da sua opinião sobre o assunto, que coincide aliás com a nossa: vamos apelar à abstenção. O desenrolar da campanha e dos argumentos apresentados por uma parte e outra só nos confirma na ideia de que esta “batalha” fictícia é completamente estranha aos interesses dos trabalhadores e do povo em geral. E é uma boa maneira de fazer passar desper­cebido o novo pacote laboral, que não interessa ao Governo nem à oposição de direita que seja discutido.

Aceite as nossas saudações


Inclusão 17/11/2018