Cartas

Francisco Martins Rodrigues


Cartas a JM


Carta 1
30/12/1985

Caro Camarada Z.:

Deu-nos muita satisfação a tua carta, por reencontrarmos um camarada de quem nada sabíamos e por saber que a revista te agradou. Não somos muitos mas temos um grupo constituído há cerca de um ano, com núcleos na região de Lisboa e no Porto. Somos a Organização Comunista "Política Operária", cuja tarefa principal é a edição da revista, mas também intervimos na acção sindical, fazemos debates, editamos manifestos, etc. 0 nosso objectivo, como já viste, é preparar as condições para se poder organizar um partido que seja comunista e não meio-comunista, como é o PC(R). Vai ser um trabalho longo e difícil mas estamos convencidos de que esta fase de propaganda que agora começámos dará os seus frutos. Agrupamos, além de um conjunto de camaradas que saiu do PC(R) em fins de 84, alguns outros que entretanto tinham ficado desorganizados.

Correspondendo ao teu pedido, enviamos hoje mesmo, 30, uma encomenda com: PO nº 1 e 2, Anti-Dimitrov, Manifesto da OCPO, e 3 cartas enviadas ao CC do PC(R) pelos camaradas José Borralho, Ana Barradas e Paulo Meneses, pouco antes de se demitirem. Por estes documentos já ficarás com uma informação mais completa a nosso respeito. Julgo que já deves saber que o principal animador da campanha para nos expulsar do PC(R) foi o Frederico Carvalho (Fred) que há meses acabou por aderir ao PCP revisa.

E tu, como vais? Manda-nos notícias tuas e diz o que pensas de tudo isto. Poderás colocar aí algumas revistas entre camaradas portugueses ou suíços? Vamos escrever ao grupo "Pour le Communisme" a propor troca de publicações. Temos uma assinante aí na Suíça: Elisabeth Étienne (…). Parece que tem uma livraria. Sabes quem é?

Quanto ao pagamento das publicações que enviamos, tu verás a melhor forma de o fazer. Vai a factura junto. Sugerimos que envies em notas dentro de uma carta, é o mais simples.

Aceita um grande abraço meu e dos restantes camaradas Quando pensas vir a Portugal?

Carta 2
8/5/1986

Caro Z.:

Recebemos o pagamento (1.990$00 = 30 francos) das publicações que te enviámos, e agradecemos. Falta-nos agora saber o que pensas daquilo que leste e estranhamos não ter recebido carta tua.

Como poderás verificar quando receberes a PO nº 4 - que sai nesta semana - tomámos a liberdade de publicar extratos da tua carta de 16 de Dezembro.

Gostaríamos de ter colaboração tua, quer no que diz respeito a contactos aí, quer em artigos, notícias, envio de publicações que aches interessantes, etc. Tu dirás aquilo que achas que podes fazer. Para já, sugerimos-te como hipótese uma entrevista aos m-l suíços em que se refiram questões como:

- situação do movimento operário, emigrantes, corrente m-l e caminho para o partido.

"Pour le Communisme" - escrevemos a propor troca de publicações, ainda não tivemos resposta. Achámos os documentos deles, que nos enviaste, um pouco confusos quanto à questão do partido. A distinção entre partido-frente e partido-partido, ultrapassa-nos, parece-nos uma fuga à tarefa. Também se detecta uma fraca ligação à classe operária, o que nos faz supor que se trata de um grupo de intelectuais. No entanto, é de todo o interesse para nós manter contactos, e gostaríamos de saber o que eles pensam da PO, particularmente das questões levantadas quanto ao movimento comnista internacional.

Tradução do Anti-Dimitrov - achamos a ideia interessante, mas neste momento não vemos quem a possa fazer, mesmo em Paris.(1)

Um dos nossos camaradas, o ZB, está temporariamente aí na Suíça, a trabalhar, perto de Genève. Saiu daqui há dias e ainda não temos o endereço dele, mas assim que possível informamos-te, para vocês se poderem encontrar. Se tiveres algum nº de telefone onde possas ser contactado, é conveniente mandá -lo, para o indicarmos ao B. Ele tem o teu endereço.

 Já tens notícias da Elisabeth Étienne ? Ficamos à espera de notícias tuas, entretanto, recebe um abraço do Francisco Martins.

Carta 3
24/5/1986

Camarada:

Respondemos à tua carta de 3/3 que recebemos com muito atraso porque tinha ido para a Rua de São Tomé, donde já saímos há uns meses. Mudámo-nos para uma casa maior, mas onde trabalha exclusivamente a nossa empresa gráfica. Deves por isso dirigir toda a correspondência a (…).

Também nós lamentamos muito o atraso em estabelecermos um contacto mais estreito. Quando o ZB esteve aí a trabalhar no Verão, mandámos um telegrama para a tua antiga morada a propor um encontro, mas veio devolvido com a indicação de "desconhecido”. O B chegou a procurar-te lá mas não conseguiu nenhuma informação a teu respeito. De modo que ficámos à espera que desses notícias. Actualmente, o B já regressou e a possibilidade de contacto entre nós será precisamente nas tuas férias, se te deslocares a Portugal. Seria muito importante conseguir discutir um bocado.

Tínhamos inicialmente a nossa 3ª Assembleia anual marcada para 27/28 de Junho, mas devido ao período eleitoral que se aproxima e que vai exigir de nós algum esforço, resolvemos adiá-la para Outubro. Não será por isso viável a tua participação na assembleia (supomos que vens em Agosto?) mas isso não impedirá de fazermos umas reuniões de debate, conheceres uns tantos camaradas e aperceberes-te melhor da situação por cá, do que é a OCPO e do que andamos a fazer. As condições de trabalho para uma força comunista revolucionária são neste momento péssimas em Portugal, devido ao ambiente de desmoralização que atravessa o movimento operário e a debandada reformista geral, que também já mina as fileiras do PC(R) e UDP. Cá vamos resistindo e tentando abrir espaço, baseados no debate teórico da PO e nalguma actividade sindical. O que é importante é não darmos o flanco a tendências de capitulação e aguentarmos o tempo que for preciso até a onda virar. Penso que temos um núcleo capaz de aguentar e furar.

Tudo isto teremos que discutir calmamente para tu saberes até onde deve ir a tua ligação à OCPO e o que poderás fazer em apoio deste projecto. É claro que o ideal seria tu fixares-te aqui em Portugal mas possivelmente não terás segurança de emprego. Assuntos para discutir, diz-nos rapidamente quando pensas chegar aqui e como nos poderemos encontrar. Um sítio aonde te poderás dirigir é à empresa, na Rua Frof. Sousa da Câmara, 166, Lis- boa (às Amoreiras-Campolide). Se houver desencontro, deverás ligar para … (empresa) ou para minha casa,. ... Quanto aos materiais que pedes, fizemos seguir uma encomenda que já deves ter recebido, com factura junta. O valor do teu cheque foi de 5.520$00. Da "Tribuna Comunista" só enviámos o nº 9, com as resoluções da 2ª Assembleia; como os outros tratam de questões internas, não achámos bom enviá-los pelo correio. Poderas lê-los aqui, assim como obteres toda a informação sobre a nossa vida. Quanto ao jornal "Tribuna Operária", não registámos a assinatura que pedes porque tem por enquanto uma saída irregular. Está agora para sair um nº que te enviaremos.

Enviamos junto um manifesto que distribuímos aqui e a que alguns jornais se referiram, propondo uma coligação eleitoral de esquerda. Não tivemos força para aglutinar os pequenos grupos de esquerda nesta coligação, como seria de prever. Os revisas, assim que souberam das negociações, trataram de ganhar um dos grupos (trotskista) oferecendo-lhe lugar nas suas listas; os outros dispersaram-se, por sectarismo de grupo e rivalidades, mas fundamentalmente por recearem aparecer a disputar publicamente espaço à esquerda do PCP. Enfim, estamos muito crus em todos os sentidos e somos ainda muito poucos para dar batalha a sério ao reformismo. Mas estamos na brecha.

No plano internacional, temos contacto com alguns partidos e grupos comunistas que romperam ou estão a romper com a corrente albanesa, cada vez mais amorfa. Contudo, também nessa frente as perspectivas são de uma luta prolongada, com poucas vitórias e curto prazo.

É tudo por agora. Ficamos a espera de notícias tuas, e sobretudo que nos apareças por aí um dia destes para discutirmos um bom bocado. Um grande abraço

PS - Se passares em Paris, poderias contactar o MV (conheces?). Mora na (…) Paris.

Carta 4
13/9/1988

Caro Z.:

Aqui vão com atraso as indicações que combinámos, as cartas de apresentação e as fotocópias de algumas cartas recebidas para ficares mais dentro do assunto.

O contacto principal é o da OCML Voie prolétarienne, que publica o boletim Partisan e a revista téorica Cause du Communisme. Como só temos a boîte postale, será bom enviares-lbes a carta e assegurares um encontro, para não ires a Paris em vão. Junto com a carta para a OCML vai uma outra para um camarada P, que não conhecemos mas que está especialmente interessado na P.O. e já traduziu alguns artigos para francês. Era muito bom conseguires falar com ele, claro.

Também ligado a este grupo está o camarada P, para quem junto carta. Vive em …, que ele diz ser no sul da França e portanto não faço nenhuma ideia se te fica em caminho. Se não te interessar, destróis a carta que mando junto.

Na área portuguesa e em Paris há duas pessoas para quem junto cartas, e de quem te mando fotocópias das cartas que nos enviaram. O V parece ser pessoa muito esperta e muito culta, emigrado há muitos anos. Alinha-se numa espécie de comunismo de esquerda, com fortes reservas a Lenine, à organização em partido, etc. Ele diz que não é anarquista, mas deve ser muito parecido. Poderia ter interesse conversares com ele, e veres hipótese de apoiar a difusão da P.O. em Paris. O outro, o C, é um ex-camarada daqui que nos escreveu com muito interesse mas há dois anos não dá notícias. Nem sei se ainda mora na morada indicada. Tu verás o que podes fazer de tudo isto.

Mandarei notícias em breve sobre a Assembleia e os trabalhos preparatórios da nova P.O.

Abraços para ti e para a V. E até breve!

Carta 5
26/9/1988

Caro Z.:

Só um pequeno suplemento à carta de 13/9, que espero tenhas recebido. Faltou enviar-te uma carta de contacto para Paris. Segue junta, para tu tentares conversar e saber o que são.

A nossa assembleia realizou-se a 17, teve boa participação e discutiu apenas as questões práticas que se relacionam com o novo modelo de revista. Deve sair para a rua em 15 de Outubro. Quanto à festa do 3º aniversário da P.O., que tínhamos marcado para 22 Outubro, concluímos que tem que ser adiada para 12 Novembro. Será na Voz do Operário e o José Mário Branco já concordou em ir cantar.

Sei que telefonaste a dar conta do andamento dos trabalhos. Quando estiver livre da redacção da revista escrevo-te com mais detalhe. Abraços para ti o para a V.

Não esqueças fixar a tua quota !

Carta 6
13/10/1988

Caro Z.:

Em resposta ao teu telefonema pedindo mais indicações para os contactos em Paris, mando junto fotocópia de um artigo de Março 1987, explicando a cisão que houve na "Voie Prolétarienne". Segundo parece, os elementos que saíram eram praticistas, espontaneistas, opostos à elaboração teórica. Em minha opinião, pelo que tenho lido em alguns artigos do "Partisan”, a tendência geral deste grupo continua bastante influenciada pelo maoísmo e não sabem explicar a derrota da revolução cultural.

Falei aqui com o MV. Tanto para este contacto com a OCML Voie Prolétarienne como para os outros que vais fazer em Paris, podes apoiar-te bastante no MV, que os conhece. Em particular, ele conhece um camarada Charles Paveigne(2), deste grupo, que é quem está mais interessado em traduzir para francês artigos nossos. (É possível que seja este o camarada "Paul” para quem tens uma carta).

Quanto aos portugueses, V e C, o MV também conhece ambos e poderá pôr-te eiam contacto com eles. Atenção, o C tem uma nova morada, diferente da que te dei: (...)

 Era preciso arrancares ao C o compromisso para distribuir algumas P.O. entre a emigração de Paris. O MV também falou na possibilidade de entregar umas tantas P.O. (50, talvez) a uma empresa que faz em Paris e distribuição da "Bola”, etc., e também do "Albatroz". Vê isso com ele, era muito importante, além das livrarias em que ele já coloca ou vai começar a colocar.

Atenção ! A P.O. nº 16 sai dentro de dias. Assim que as receber envio-te um pacote com 20 exemplares para o SIT, de modo a que os recebas antes de viajares para Paris. Fica atento ao correio. Tens que mandar, no fim da tua viagem, não só o teu "relatório" mas também as tuas opiniões e as dos outros camaradas sobre a nova fórmula da revista, críticas, sugestões, e uma “Carta da Suíça”, para o próximo nº. Posso contar?

Um abraço para ti e outro para a V.

Carta 7
20/11/1988

Caro Z.:

Enquanto aguardamos notícias tuas, algumas informações:

A festa da P.O. na Voz do Operário, a 12 de Novembro, foi um êxito pois, apesar da escassez das nossas forças, reunimos 200 pessoas que não foram apenas assistir a um espectáculo (como se tornou hábito ultimamente nas coisas de esquerda) mas também a uma sessão política. Fiz uma intervenção sobre os nossos objectivos e falaram dois camaradas de duas grandes empresas onde há movimentações operárias com intervenção da nossa parte (STCP e Sorefame). Houve um lanche de confraternização, venda de publicações, poemas de Brecht e no final o José Mário Branco, que expressou publicamente a sua simpatia pela P.O. Estamos satisfeitos porque o ambiente continua difícil e receávamos pouca adesão.

Ainda não sabemos quais as tuas impressões sobre o novo figurino da P.O. (recebeste os 20 exemplares que anunciei na carta de 15/10?). Pela nossa parte, embora lhe achemos várias fraquezas a corrigir, estamos animados porque pela primeira vez conseguimos distribuir toda a tiragem (1000 exemplares) em menos de um mês. Fizemos l14 bancas de venda militante, na maioria à porta de empresas, e conseguimos alguma venda. Também aumentámos bastante a colocação em barcas comerciais e quiosques. Estamos agora a. trabalhar no nº 17 (a sair para a rua só no início de Janeiro, devido aos feriados do Natal que impedem a distribuição comercial) e, para já, vamos editar mais um suplemento gratuito dedicado sobretudo ao congresso do PCP.

Sempre fizeste a viagem a Paris? Que resultados deu? O que viste com o MV sobre o alargamento da distribuição na emigrarão? Ficamos a espera das tuas notícias. A Elizabeth veio cá à festa, acho que levou boa impressão. Propusemos encarregar-nos da composição do "Anti-Dimitrov" em francês mas ela diz que prefere fazê-la pelos seus meios. Pensas que o calsal [sic] terá alguma possibilidade de ajudar a difusão da P.O. entre os emigrantes portugueses? Será bom, quando possas, ires conversar um pouco com eles. Entre outras coisas, poderias propor-lhes que passassem a dar uma quotização regular de apoio que sairia publicada na P.O. E não te esqueças que também tens que fixar e enviar a tua quota. E como vão os ML suiços?

Prevemos a reunião de uma assembleia em Janeiro. Seguirão mais notícias brevemente. Abraços para ti e para a V

Carta 8
30/3/1989

Camarada:

Temos estranhado bastante não receber qualquer resposta tua às nossas cartas de 20/11 e de 3/1. Tenho ligado várias vezes (…) mas não consigo contactar-te. Peço que escrevas ou melhor que telefones urgentemente a dar notícias.

Como verás pelos recortes que junto, entrámos numa frente com dois grupos trotskistas para concorrer às eleições para o Parlamento Europeu. Vamos aproveitar o tempo de antena para dizer umas coisas. Temos muito interesse em falar sobre a situação dos emigrantes. Todo o material que nos possas enviar é da máxima importância. O melhor de tudo seria se pudesses meter umas férias e vires cá, mas se puderes gravar imagens ou declarações para a rádio ou televisão já ajuda.

 Vou continuar a tentar ligação pelo telefone (…). Peço que comuniques connosco. Recebeste a revista nº 18? Como vão as tuas actividades? Um abraço

Carta 9
15/5/1989

Camarada:

No seguimento da nossa conversa telefónica, peço que envies com a máxima urgência tudo o que possas conseguir em vídeo sobre a situação dos emigrantes, pequenas entrevistas, etc., para ver se ainda chega a tempo de incluir no programa que está a ser preparado para o tempo de antena na televisão. O produtor exige tudo com muita antecedência e estamos pobres de material concreto, corre-se o perigo de fazermos uma campanha na TV à base de declarações políticas, o que não prende as pessoas.

Estamos a fazer força contra a propaganda fascista que se está a tornar descarada. Queimámos um boneco na Praça da Figueira contra a visita do fascista espanhol Blas Pinar, deu na TV, rádio e imprensa. E temos marcado um almoço antifascista para dia 28 de Maio, domingo. Discursa o Varela Gomes. Queres vir? Recebeste o material da FER que enviámos há dias? Vai seguir mais. Escreve Um abraço

Carta 10
14/6/1989

Caro Z.:

Os nossos contactos continuem demasiado espaçados, não será possível escreveres ou telefonares de vez em quando? A frente eleitoral de que te falei naufragou, tivemos que nos retirar já depois de iniciada a campanha eleitoral por não conseguirmos manter em respeito os nossos "sócios" trotskistas, que se aproveitavam de ter o 1º candidato para nos dar golpes sucessivos e darem um tom moderado e frouxo, reformista, à campanha. Fui ingénuo em julgar possível, com as nossas curtas forças, neutralizar o oportunismo dos tipos. Apesar do descrédito que causam estes incidentes, tivemos que nos decidir a sair. Apelamos à abstenção num comunicado.

5oube que tens em teu poder as provas do "Anti-Dimitrov" [tradução em francês]. Podes enviar para cá a diskete da Elisabeth para eu fazer a correcção finai que for precisa?

Não te esqueças de dar notícias. Receberás em breve a PO 20. Um abraço

Carta 11
20/10/1989

Caro Camarada

Respondemos â tua carta de 19 de Agosto. Recebemos as fotocópias da tradução do Anti-Dimitrov, que precisam de facto de muitas correcções, que temos estado a fazer. Esperamos que esteja pronto muito em breve e enviaremos para a Elisabeth. Não estamos a ver muito bem as possibilidades da edição. Por isso pensamos que seria bom se pudesses contactar mais com ela, para ver como correm as coisas e para dares uma ajuda, se necessário.

Também recebemos a fotocópia que nos mandaste sobre os bolcheviques. Já conhecíamos, e pareceu-nos um livro muito importante(3), mas como não temos nenhum exemplar, este faz-nos muito jeito para continuar o estudo.

Enviámos-te recentemente a PO 21 e suplementos em francês na esperança que isso te permita fazer aí mais propaganda das nossas posições. Em breve enviaremos alguns outros suplementos em francês. Não mandámos à V, como era nosso desejo, porque perdemos a morada. Agradecemos que nos indiques qual é, para mandarmos os próximos. A nossa actividade continua bastante restrita. Temos pena de não ter mais notícias das tuas actividades sindicais (ou políticas, ou outras).  Continuam de pé os teus planos de regressares um dia? Cá te esperamos.

É tudo. Ficamos à espera de carta tua. Um abraço.

Carta 12
20/2/1991

Caro Z.:

Recebemos a tua carta e mandámos a revista para a pessoa que nos indicaste.

Como vão aí as coisas sobre o Golfo? Mando-te um boletim duma comissão em que estamos a trabalhar. Também um boletim "Denúncia" contra a repressão.

Será desta vez que mandas uma colaboração sobre a situação dos emigrantes na Suíça? Se não convier meter o teu nome, põe-se um pseudónimo. Ela que venha, sairá na PO 29. Recebeste o nº 28?

(…) Abraços de nós todos para ti, para a V e para os júniores. Até breve

Carta 13
7/10/1996

Olá, velho Zé, então mudaste-te outra vez? Passas o tempo a ver se nos despistas mas nós encontramos-te sempre! Este ano não vieste de férias à Pátria? Ou vieste e escondeste-te de nós?

 Seguiu há dias para tua casa o Contraponto nº 1 e 2 (5 exemplares de cada) (…). Aqui junto a guia de remessa. Vê se consegues assinantes, que as finanças estão apertadas. Dentro de dias, vai seguir a P.O. Traz a entrevista que o H fez com a Manuela Monteiro. Ficamos à espera de mais colaborações. Ela diz que tem coisas a contar sobre a situação da mulher na Suíça: era capaz de dar um artigo interessante. Falem-lhe.

Escrevo nesta data para o H e mando-lhe 3 exemplares do último livro da Dinossauro, é uma novela sobre a guerra colonial, podes vender por aí que nem pãezinhos aos emigrantes todos, a ver se abrem mais a cabeça.

Saúde e um abraço.


Notas de rodapé:

(1) A tradução para francês do Anti-Dimitrov acabou por ser feita por Elisabeth Étienne. Foi revista por FMR e Ana Barradas e está pronta para edição. Só falta o editor. (Nota de AB) (retornar ao texto)

(2) Charles Paveigne, autor de La Dictature du prolétariat, seule transition au communisme. Catherine Armand, 1979 - 39 pp. (Nota de AB) (retornar ao texto)

(3) Actas das reuniões do CC do Partido Bolchevique no período de Agosto de 1917 a Fevereiro de 1918, com apresentação de Giuseppe Boffa. (Nota de AB) (retornar ao texto)

Inclusão 12/05/2019