A Conferência e os Operários

J. V. Stálin

20 de Julho de 1908


Primeira Edição: Publicado no suplemento do “Bakinski Proletari” (“O Proletário de Baku”), n.° 5, 20 de julho de 1908.
Fonte:J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 132-142, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: Licença Creative Commons licenciado sob uma Licença Creative Commons.


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A campanha em torno da conferência foi suspensa. Romperam-se as negociações entre as partes(1). A velha mas eternamente nova conferência malogrou-se mais uma vez. O conselho dos delegados, a comissão organizadora, a elaboração das reivindicações, os informes às massas, a união cada vez mais ampla dos operários em torno de suas comissões, das comissões em torno do sindicato, dos sindicatos em torno da social-democracia: tudo isso foi interrompido e relegado ao passado. Foram também esquecidos os velhos discursos farisaicos sobre o “disciplinamento da produção” mediante a conferência, sobre a “elevação das relações” entre os operários e os patrões. O velho palhaço de Tiflís, o senhor Junkóvski, declara que o “espetáculo” terminou. O frustrado servidor do capital, o senhor Kara-Murza, aplaude-o. Cai o pano e diante de nós abre-se um quadro conhecido há muito tempo: os industriais do petróleo e os operários permanecem em suas velhas posições na expectativa de novas tempestades, de novos conflitos.

Alguma coisa somente é “incompreensível”: ainda ontem os industriais do petróleo suplicavam aos operários que comparecessem à conferência, que acabassem com a “anarquia das greves parciais”, que “se pusessem de acordo” com eles, e as autoridades, na pessoa do famigerado Junkóvski, convidavam os operários influentes a se dirigirem a elas, entabulavam negociações oficiais, procuravam convencê-los da vantagem dos contratos coletivos; e, num instante, sobrevêm uma mudança tão repentina : declara-se que a conferência é inútil, que os contratos coletivos são danosos e desejável a “anarquia das greves parciais”!

Que significa isso, como explicar essa “estranheza”, quem então, afinal, é “culpado” do malogro da conferência ?

Os culpados naturalmente são os operários, responde o senhor Junkóvski: não havíamos ainda iniciado as negociações e já estes adiantavam-se com reivindicações em forma de ultimátum sobre a questão dos sindicatos; os operários que renunciem aos sindicatos, e então teremos a conferência; em caso contrário, não temos necessidade de conferências!

De acordo, repetem em coro os industriais do petróleo, os culpados são justamente os operários: que renunciem aos sindicatos; não temos necessidade dos sindicatos!

E não têm talvez razão? Não são talvez os operários realmente culpados — repete, após os inimigos dos operários, o sindicato sem operários, a “união da produção mecânica”: de fato, por que razão não deveriam os operários renunciar aos sindicatos, não teria sido melhor mercadejar primeiro, renunciar às próprias reivindicações e em seguida falar das revindicações?

Justamente isso, faz eco ao sindicato sem operários o jornal sem leitores, o Promislóvi Viéstnik: os operários bem intencionados primeiro mercadejam e em seguida falam de ultimátum; primeiro cedem suas posições e em seguida as reconquistam; os operários de Baku não são bastante bem intencionados; demonstraram ser coisa muito diferente de bem intencionados, quase boicotadores.

Mas nós sabíamos de tudo isso, o havíamos previsto há longo tempo, observam muito profundamente os dachnaki e os social-revolucionários: eis aqui, se os operários houvessem gritado que desejavam o boicote, rompendo completamente com os sindicatos, e além do mais se se houvessem lançado simplesmente na greve sem haverem de fato preparado e agrupado aquelas certas amplas massas, teriam compreendido que sem “terra e liberdade” a conferência não podia ter lugar e que “na luta conquista aquilo que te compete”...(2).

Assim falam os “amigos” e os inimigos do proletariado de Baku.

Será talvez necessário demonstrar o caráter infundado dessas acusações lançadas contra o proletariado de Baku? Basta contrapor uns aos outros os dachnaki e os social-revolucionários, que acusam os operários de amor pela conferência; os mecânicos e os industriais do petróleo, que acusam aqueles mesmos operários de boicotar a conferência; basta, dizia eu, contrapor umas às outras essas opiniões que se excluem mutuamente para compreender-se todo o absurdo e a falsidade das acusações supraditas...

Mas quem então, dessa maneira, é o verdadeiro “culpado” do malogro da conferência?

Lancemos um rápido olhar à história da conferência. Não é a primeira vez que os industriais do petróleo convidam os operários para uma conferência: é já a quarta conferência a que assistimos (1905, 1906, 1907, 1908). Os industriais do petróleo sempre foram os primeiros a invocar a conferência e, sempre, as autoridades os ajudaram a “porem-se de acordo” com os operários, a concluir com estes um contrato coletivo. Tinham o seu objetivo: queriam, mediante pequenas concessões, garantir-se contra as greves, assegurar a extração contínua do petróleo. As autoridades estavam ainda mais interessadas “no silêncio e na calma” no reino do petróleo, sem falar ainda no fato de que muitos membros do governo são importantes acionistas de companhias petrolíferas, que as taxas sobre a indústria do petróleo constituem uma das principais verbas na receita do orçamento estatal, que a gasolina de Baku alimenta a “indústria pátria”, de modo que a menor pausa na indústria petrolífera repercute na situação da produção na Rússia.

Mas isso não é tudo. Além do que já foi dito acima, a paz em Baku faz pressão sobre o governo por um outro motivo: as ações de massa do proletariado de Baku, quer se trate dos operários da indústria petrolífera, quer se trate dos marítimos ligados a esta indústria, estendem-se como um contágio ao proletariado das outras cidades. Recordemos os fatos. A primeira greve geral em Baku, na primavera de 1903, foi o sinal das célebres greves de julho, acompanhadas de demonstrações, nas cidades da Rússia meridional(3). A segunda greve geral — em dezembro de 1904(4) — foi o sinal das gloriosas ações de janeiro-fevereiro em toda a Rússia. Em 1905, readquiridas rapidamente as forças após os massacres armeno- tártaros, o proletariado de Baku lança-se novamente à batalha, contagiando com o seu entusiasmo “todo o Cáucaso”. Enfim, também após 1906, já depois que na Rússia a revolução está em descenso. Baku não “se aplaca”; até hoje esta cidade goza, de fato, de algumas liberdades e todos os anos festeja o Primeiro de Maio proletário melhor do que tudo quanto se faz em qualquer outro lugar da Rússia, suscitando nas outras cidades um nobre sentimento de inveja... Depois de tudo isso não é difícil compreender por que as autoridades tenham procurado não irritar os operários de Baku, mesmo apoiando todas as vezes os industriais do petróleo em suas tentativas de marcar reuniões com os operários, de “pôr-se de acordo” com eles, de estipular um contrato coletivo.

Porém nós, bolcheviques, respondemos todas as vezes com o boicote.

Por que?

Porque os industriais do petróleo queriam reunir-se e estipular um contrato com a massa, não diante dos olhos da massa, mas com um grupo de indivíduos, pelas costas da massa; sabem eles muitíssimo bem que só dessa maneira se pode enganar a massa, constituída de muitos milhares de operários da indústria petrolífera.

Qual deve ser o conteúdo de nossa conferência? Nossa conferência deve versar sobre as negociações entre o proletariado e a burguesia da indústria petrolífera. Se as negociações levarem a um acordo, a conferência encerra-se com um contrato válido por um determinado período de tempo e obrigatório para as duas partes. De um modo geral, não somos absolutamente contrários à conferência, já que, em certas condições e na base de reivindicações gerais, pode unir os operários num todo único. Mas a conferência pode unir os operários no caso de: 1.°) — que as massas nela tomem parte mais ativa, discutam livremente suas reivindicações, controlem seus delegados, etc.; 2.°) — que as massas, se necessário, tenham a possibilidade de apoiar suas reivindicações com a greve geral. Podem talvez os operários consultar-se ativamente, discutir as reivindicações, etc., sem uma certa liberdade de reunião junto aos poços e nas oficinas, sem que o conselho dos delegados possa reunir-se livremente, sem a orientação do sindicato? Naturalmente que não! Podem talvez ser sustentadas as próprias reivindicações de inverno, quando a navegação está parada e o transporte do petróleo cessa, quando os patrões podem por prazo mais longo que nunca resistir a uma greve geral? Mais uma vez, não! Entretanto, todas as conferências realizadas até agora foram exatamente fixadas para o inverno e propostas sob a condição de que fosse excluída a liberdade de discutir as reivindicações, excluído um livre conselho dos delegados, excluída a intervenção dos sindicatos; tomava-se cuidado no sentido de afastar da cena as massas operárias e suas organizações; tudo era confiado a “indivíduos” orientados à Chendríkov. Vós, senhores operários, dizia-se, elegei os vossos delegados e depois podeis ir embora para casa! Uma conferência sem os operários, uma conferência para enganar os operários: eis o que nos foi proposto durante três anos. Tais conferências não são dignas senão do boicote, e nós, bolcheviques, declaramos o boicote...

Os operários não compreenderam logo tudo isso e, portanto, em 1905 participaram da primeira conferência. Mas foram compelidos e retirar-se dela, fazendo-a malograr-se.

Os operários também erraram em 1906, comparecendo à segunda conferência. Mas foram de novo obrigados a abandoná-la, fazendo-a malograr-se mais uma vez.

Tudo isso mostrava que a própria vida condenava e corrigia os erros dos operários, impelindo-os para o caminho do boicote das conferências à Chendríkov, cheias de intrigas, de enganos.

Os mencheviques, os quais convidavam os operários a conferências desse feitio, colaboravam inconscientemente com os industriais do petróleo no sentido de enganar os operários...

Mas em 1907 as coisas tomaram outro rumo. A experiência de duas conferências por um lado e, por outro, a intensificada agitação bolchevique, haviam produzido os seus frutos: à proposta das autoridades e dos industriais do petróleo no sentido de comparecerem à conferência (já a terceira!), os operários responderam com uma recusa terminante.

Desde esses momento abre-se um novo período para o movimento operário de Baku...

Mas isso quer dizer talvez que os operários tinham medo da conferência? Naturalmente que não! Como podiam ter medo de efetuar negociações com os industriais do petróleo, eles que haviam vivido greves grandiosas?

Quer dizer talvez que os operários desejavam fugir ao contrato coletivo? Naturalmente que não! Como podiam temer um contrato coletivo, eles que haviam vivido o “contrato de dezembro”?

Em novembro de 1907, boicotando a conferência, os operários demonstravam estar suficientemente maduros para não permitir mais a seus inimigos envolvê-los com suas conferências repletas de intrigas, à Chendríkov.

E eis que, quando as autoridades e os industriais do petróleo, avistando o espectro do boicote, perguntaram-nos sob que condições, afinal de contas, poderíamos comparecer à conferência, respondemos: com a única condição de que as massas operárias e seus sindicatos participem do modo mais amplo de todas. as fases da conferência. Somente quando for dada aos operários a possibilidade:

  1. — de discutir livremente suas reivindicações;
  2. — de reunir livremente o futuro conselho dos delegados;
  3. — de servir-se livremente da assistência de seus sindicatos;
  4. — de escolher livremente o momento do início da conferência, só então os operários comparecerão à conferência.

Além disso, como condição essencial estabeleceram o reconhecimento dos sindicatos. Esses pontos foram chamados garantias. É aqui que pela primeira vez foi lançada a célebre fórmula : conferência com garantias ou nenhuma conferência!

Renunciamos com isso à tática do boicote das antigas conferências à Chendríkov, sem operários? Também não, em absoluto! O boicote daquelas conferências teve aprovação plena; proclamamos somente a necessidade de uma nova conferência, uma conferência com garantias, e somente uma conferência desse gênero.

Será talvez necessário demonstrar que essa tática é justa, que só com uma conferência semelhante teríamos podido transformar a conferência, de instrumento para enganar os operários, em instrumento para uni-los em torno dos sindicatos, de maneira a formar um exército único de muitos milhares de homens e capaz de apoiar suas reivindicações?

Até mesmo os mencheviques, o sindicato dos mecânicos, o Promislóvi Viéstnik, mesmo estes não puderam colocar-se contra essa posição, e proclamaram depois de nós que o ponto sobre os sindicatos tinha o caráter de ultimátum. Estamos de posse de documentos comprobatórios de que os mencheviques não só não consentiam na convocação da conferência, como nem também na eleição dos delegados sem que fosse primeiro reconhecido o ponto relativo aos sindicatos, sem que fosse entregue aos sindicatos a autorização por escrito. Tudo isso aconteceu antes das negociações da comissão organizadora, antes que fosse constituído o conselho dos delegados, antes que estes últimos fossem eleitos. Naturalmente estes podem agora declarar que “o caráter de ultimátum deveria aparecer somente no final das negociações”, que “desde o princípio eles haviam lutado contra a forma de ultimátum das reivindicações” (vide Promislóvi Viéstnik, n.° 21), mas essas não são outra coisa senão as costumeiras e já conhecidas “cabriolas” dos oportunistas sem caráter do campo dos mencheviques, que demonstram uma vez mais a coerência de nossa tática!

Até mesmo os social-revolucionários e os dachnaki, que haviam lançado o anátema contra “ tudo quanto se refere às conferências”, até mesmo estes “inclinaram a cabeça” diante da nossa tática, tomando a decisão de participar dos trabalhos preparatórios da conferência!

Os operários compreenderam que nossa posição era justa e por uma maioria esmagadora votaram a seu favor. Dentre 35.000 operários consultados, só 8.000 votaram nos social-revolucionários e dachnaki (boicote absoluto), 8.000 nos mencheviques (conferência sem condições), 19.000 em nossa tática, a tática da conferência com garantias.

Os operários repeliram assim a tática dos mencheviques, a tática da conferência sem operários, sem garantias. Não aceitaram nem sequer a tática dos dachnaki e dos social-revolucionários, tática do boicote nas nuvens e da greve geral não organizada. Os operários pronunciaram-se pela conferência com garantias, pela utilização sistemática de todas as fases da conferência com o objetivo de organizar a greve geral.

Eis onde está o segredo do malogro da conferência!

Os industriais do petróleo pronunciaram-se unanimemente pela conferência sem garantias, aprovando assim a tática dos mencheviques. Nós declaramos que essa é a melhor demonstração de que a posição dos mencheviques era errada.

Mas uma vez que os operários tinham repelido a conferência sem garantias, os industriais do petróleo inverteram sua tática... e torpedearam a conferência, boicotaram-na. Mostraram assim estarem solidários com a tática dos dachnaki e dos social-revolucionários. Declaramos que essa é a melhor demonstração de que a tática dos dachnaki e dos social-revolucionários não era adequada ao objetivo.

Resultou que a tática do proletariado de Baku era a única justa.

Por isso todas as forças da burguesia da indústria petrolífera atacam-na. Essa burguesia, ao passo que aprova plenamente a conferência menchevique sem garantias e, no pior dos casos, aferra-se ela própria ao boicote dos dachnaki e dos social-revolucionários, não quer de maneira alguma conciliar-se com o proletariado de Baku, que exige a conferência com garantias!

E é compreensível. Imaginai este quadro: os pontos conhecidos — as garantias — são aceitos; levanta-se a mais ampla discussão sobre as exigências operárias; o conselho dos delegados cria raízes cada vez mais sólidas nas massas; no curso da elaboração das reivindicações as massas se concentram em torno de seu conselho e, por intermédio deste, em torno dos sindicatos; uma massa de 50.000 homens, organizada num único exército, apresenta aos industriais do petróleo as suas reivindicações; os industriais são obrigados a render-se sem combate, ou então a ajustar contas com uma greve geral seriamente organizada e desencadeada no momento mais desfavorável para eles. Bem, talvez que isso seja vantajoso para a burguesia da indústria petrolífera? Depois disso, como não poderiam ladrar e miar os animalejos burgueses do Nieftianóie Diélo e do Baku(5)? Abaixo, pois, a própria conferência uma vez que não pode ser realizada sem aquelas malditas garantias — gritam os industriais do petróleo e torpedeiam a conferência.

Eis por que as autoridades e os industriais do petróleo sabotam a conferência.

A história da conferência demonstra-o.

E o Promislóvi Viéstnik, esquecendo-se de tudo isso, repete o velho refrão sobre a “falta de tacto dos dirigentes”, repisando e remastigando de modo pouco inteligente os artigos de fundo do Baku e do Nieftianóie Diélo! Até mesmo o jornal georgiano dos mencheviques de Tiflís julgou dever “levantar a sua voz”, fazendo coro com os cadetes de Baku! Míseros ajudantes de carrascos!

Qual deve ser então a nossa tática, dada a nova situação?

Os industriais do petróleo torpedearam a conferência. Fazem provocações no sentido da greve geral. Significa isso talvez que devamos responder com uma greve geral imediata? Naturalmente que não! Sem falar no fato de que os industriais puderam armazenar enormes reservas de petróleo, que há muito tempo preparam-se para resistir à greve geral, não devemos esquecer que nós mesmos estamos agora despreparados para uma luta tão séria. Devemos por ora renunciar decididamente à greve geral econômica.

Deve reconhecer-se como forma oportuna de retirada, adequada ao momento, somente a greve nas empresas isoladas. Os mencheviques, que negam a oportunidade dessas greves quase que por motivos de “princípio” (vide o folheto de L. A. Rin(6)), enganam-se profundamente. A experiência das greves de primavera mostra que, com uma intervenção ativa dos sindicatos e da nossa organização, a greve nas firmas isoladas pode ser um dos meios mais seguros para o agrupamento do proletariado. Tanto mais fortemente devemos pois aferrar-nos a esses meio: não devemos esquecer que a nossa organização desenvolver-se-á somente na medida em que intervier ativamente em tudo quanto se refira à luta do proletariado.

Essa é a nossa tarefa tática mais imediata.

As autoridades, após haverem torpedeado a conferência, querem destruir definitivamente a chamada “liberdade de Baku”. Significa talvez isso que devemos refugiar-nos na completa ilegalidade, deixando o campo livre às forças reacionárias? Naturalmente que não! Por mais que se encolerize a reação, por mais que destrua os nossos sindicatos e as nossas organizações, não poderá ela destruir as comissões de poço e de oficina sem provocar “anarquia e conflitos” nas oficinas e nos poços. O nosso dever é reforçar essas comissões, inculcando-lhes 0 espírito do socialismo e unindo-as por empresas. E para fazer isso é necessário, por sua vez, que nossas células de oficina e de poço estejam à testa dessas comissões, as quais também se unirão por seu turno, através de seus representantes, com as outras empresas, em escala interdistrital.

Essas são as nossas tarefas orgânicas mais imediatas.

Executando todas essas tarefas mais imediatas e reforçando assim os sindicatos e a nossa organização, poderemos fundir num todo único a massa de muitos milhares de operários da indústria petrolífera para as batalhas que nesse setor serão travadas contra o capital.

Assinado: Koba


Notas de fim de tomo:

(1) A reunião da comissão organizadora para a convocação da conferência com os industriais do petróleo realizou-se a 13 de maio de 1908; dela participaram 14 industriais e 15 operários. No mesmo dia foi publicada nos jornais a notícia de que na comissão organizadora não seriam admitidos os representantes dos sindicatos. A delegação operária presente à reunião recusou-se a iniciar os trabalhos sem êles. O presidente da comissão, Junkovski (membro do conselho junto ao governador do Cáucaso), pretextando aquela recusa, declarou encerrada a reunião da comissão organizadora. (retornar ao texto)

(2) Palavra de ordem do Partido Social-Revolucionário. (retornar ao texto)

(3) A greve geral começou em Baku a 1.° de julho de 1903, em Tiflís a 14 de julho, em Batum a 17. A greve abrangeu toda a Transcaucásia e estendeu-se à Rússia meridional (Odessa, Kíev, Iekaterinoslav e outras cidades). (retornar ao texto)

(4) A greve geral de Baku começou a 13 de dezembro de 1904 com a abstenção, do trabalho, dos operários das firmas Rothschild, Nobel, Mirzóiev nos distritos petrolíferos de Balakliani e Bibi-Eibat, estendendo-se de 14 a 18 de dezembro à maioria das empresas da cidade. A greve desenvolveu-se sob a direção direta de Stálin. Nos manifestos publicados pelo comitê de Baku nos primeiros dias da greve foram lançadas palavras de ordem políticas e formuladas reivindicações econômicas: jornada de trabalho de oito horas, aumento dos salários, abolição das multas, etc. (retornar ao texto)

(5) Baku, jornal burguês que se publicou, com breves intervalos, de 1902 a 1918. O jornal representava sobretudo os interesses da burguesia industrial e comercial armênia. (retornar ao texto)

(6) O folheto de L. A. Rin (L. Lárin), Sobre a conferência com os industriais do petróleo, foi publicado pelo sindicato dos operários da indústria mecânica (mencheviques), em 1906. (retornar ao texto)

Transcrição
pcr
Inclusão 19/10/2019