Uma Nova Fase

J. V. Stálin

15 de Abril de 1912


Primeira Edição: “Zviezdá” (“A Estrela”), jornal de Petersburgo, n.° 30. 15 de abril de 1912.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 216-217, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: Licença Creative Commons licenciado sob uma Licença Creative Commons.


capa

Após as ações econômicas dos operários, as suas ações políticas.

Após as greves pelos salários, os protestos, os comícios, as greves políticas por motivo do banho de sangue do Lena.

Em Petersburgo e em Moscou, em Riga e em Kíev, em Sarátov e em Iekaterinoslav, em Odessa e em Khárkov, em Baku e em Nicoláiev, por toda a parte, em todos os rincões da Rússia, os operários levantam a cabeça em defesa dos seus companheiros do Lena, ferozmente golpeados.

“Estamos vivos, rubro o nosso sangue — referve dentro de nossos peitos varonis!”...

O movimento operário, em seu crescente ascenso, passa à terceira etapa. E isso após a orgia da contra-revolução.

Ainda há dois anos atrás os operários tentavam somente resistir aos ataques cada vez mais frequentes dos patrões gananciosos. Greves defensivas e, aqui e ali, também ofensivas: eis como se manifestava o ascenso do movimento. Era a primeira etapa. Começou pelo distrito de Moscou.

Há um ano e meio os operários passavam às greves ofensivas. Lançavam-se novas reivindicações econômicas, lutava-se para retornar às posições de 1905-1906, de que os operários foram expulsos durante a orgia da contra- revolução. Era a segunda etapa. Começaram-na as regiões periféricas ocidentais.

Hoje é a vez da terceira etapa, o período do movimento político.

De uma etapa à outra!

E era preciso aguardá-lo. A ascensão nos ramos fundamentais da indústria e o aumento dos lucros capitalistas, paralelamente à queda do salário real; o desenvolvimento das organizações políticas e profissionais da burguesia, paralelamente à destruição das organizações operárias; a alta dos preços dos gêneros de primeira necessidade e o aumento da receita dos grandes latifundiários, paralelamente à penúria que golpeou 30 milhões de camponeses a tal ponto que os pais e as mães, compelidos pela necessidade, foram obrigados a vender os seus filhos e filhas: tudo isso não podia deixar de ter como consequência uma ascensão nas fileiras da classe operária,

A fuzilaria do Lena foi somente um sinal.

Evidentemente, “sobre o Chipka nem tudo está calmo” (1). Sentem-no também os representantes do poder, que se preparam apressadamente para “pacificar” o país. Isso repercute, ao que parece, igualmente sobre os assuntos da nossa política externa...

E continuam a chegar notícias de greves de protesto.

Não há dúvida de que as forças subterrâneas do movimento de libertação puseram-se em movimento...

Saudamo-vos, primeiras andorinhas!

Assinado: K. S.


Notas de fim de tomo:

(1) “No Chipka tudo está calmo”, fórmula que se repetia de contínuo nos comunicados do estado-maior tzarista no tempo da guerra russo-turca (1877-1878), mesmo quando em torno do passo do Chipka as tropas tzaristas sofriam perdas em acesos combates. (retornar ao texto)

Transcrição
pcr
Inclusão 25/10/2019