Trabalham Bem...

J. V. Stálin

17 de Abril de 1912


Primeira Edição: “Zviezdá” (“A Estrela”), de Petersburgo, n.° 31. 17 de abril de 1912.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 225-227, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: Licença Creative Commons licenciado sob uma Licença Creative Commons.


capa

Após a fuzilaria do Lena, greves e protestos em toda a Rússia...

Após as “explicações” à Duma do ministro Makárov, demonstrações na capital.

O governo queria apertar a Rússia no torniquete dos “decretos” sanguinários.

Mas a Rússia revelou-se mais forte que o governo e decidiu seguir o seu próprio caminho...

Lancemos mais um olhar sobre a história dos acontecimentos do Lena.

Nas minas do Lena desenrolava-se a greve de 6.000 operários: uma greve calma, organizada. Naturalmente que o mentiroso Riétch pode falar de uma “sublevação espontânea” no Lena (vide o n.° 103). Mas nós não julgamos conforme a versão mentirosa do Riétch, mas conforme a “versão” da testemunha ocular Tultchinski. E o senhor Tultchinski afirma que naquele dia os operários comportavam-se de modo exemplar, que “não seguravam nas mãos nem pedras nem bastões”. E depois, as condições infernais de trabalho nas minas, as reivindicações mínimas dos operários, sua renúncia voluntária à exigência das oito horas, sua disposição a fazer concessões ulteriores: está todo aqui o quadro já conhecido da greve pacífica do Lena.

Apesar disso, o governo julgou necessário disparar contra os operários, contra operários pacíficos, inermes, com a tabaqueira na mão e nos bolsos o pedido de libertação dos companheiros presos...

Trechtchenko não foi denunciado à autoridade judiciária. Não é talvez claro que ele agiu de acordo com uma ordem vinda de cima?

Decidiu-se denunciar os operários e não Trechtchenko. Não é talvez claro que alguém tinha necessidade do sangue do proletariado?

No dia da fuzilaria desejou-se matar dois coelhos de uma só cajadada. Em primeiro lugar, para satisfazer aos apetites insaciáveis dos canibais do Lena. Em segundo lugar, para atemorizar os operários das outras cidades e localidades: carregai sem murmurar o jugo do capital, do contrário tratar-vos-emos como tratamos os operários do Lena.

Resultado: não atingiram nem um nem outro objetivo.

Os canibais do Lena não ficaram satisfeitos, uma vez que nas minas a greve continua.

E os operários das outras cidades não só não se atemorizaram, como, pelo contrário, desencadeiam uma greve após outra em sinal de protesto contra a fuzilaria.

Há mais. A capital da Rússia, Petersburgo, respondeu à “explicação” de Makárov com uma demonstração de milhares de estudantes e operários.

A parte mais sensível da sociedade russa, a juventude estudantil, estendeu a mão à parte mais revolucionária do povo russo, o proletariado, e, levantando a bandeira vermelha, proclamou: sim, “assim foi”, mas assim não deve mais ser!

Da greve econômica pacífica do Lena às greves políticas em toda a Rússia; das greves políticas em toda a Rússia à demonstração de muitos milhares de estudantes e de operários no próprio centro do país: eis o que obtiveram as autoridades com a luta contra os operários.

Sim, “trabalha” bem a “toupeira” do movimento de libertação, o clarividente governo russo!

Mais dois ou três “gestos” desse feitio, e se poderá dizer sem medo de errar que das frases reboantes do ministro Makárov não ficará senão uma piedosa recordação.

Trabalhai, senhores, trabalhai!

Assinado: K. Sólin.


Transcrição
pcr
Inclusão 25/10/2019