A Revolução de Outubro e a Tática dos Comunistas Russos(N1)

J. V. Stálin

17 de dezembro de 1924


Primeira Edição: "O Caminho de Outubro". Editorial do Estado, 1925.

Fonte: J.V. Stálin – Obras – 6º vol., Editorial Vitória, 1954 – traduzida da edição italiana da Obras Completas de Stálin publicada pela Edizioni Rinascita, Roma, 1949.

Tradução: Editorial Vitória

Transcrição: Partido Comunista Revolucionário

HTML: Fernando A. S. Araújo, abril 2006.

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I – As Condições Externas e Internas da Revolução de Outubro

Três circunstâncias de ordem externa determinaram a relativa facilidade com que a revolução proletária na Rússia pôde romper as cadeias do imperialismo e derrubar, desse modo, o poder da burguesia.

Em primeiro lugar, a circunstância de que a Revolução de Outubro começou num período de luta desesperada entre os dois principais grupos imperialistas – o anglo-francês e o austro-germânico – no momento em que estes grupos, empenhados um contra o outro em luta mortal, não tinham nem tempo nem meios, para dispensar atenção séria à luta contra a Revolução de Outubro. Esta circunstância teve enorme importância para a Revolução de Outubro, pois lhe permitiu aproveitar os violentos conflitos internos do imperialismo para consolidar e organizar as suas forças.

Em segundo lugar, a circunstância de que a Revolução de Outubro começou durante a guerra imperialista, quando as massas trabalhadoras, extenuadas pela guerra e ansiosas pela paz, foram levadas, pela própria lógica das coisas, à revolução proletária, como único meio de sair da guerra. Esta circunstância teve importância imensa para a Revolução de Outubro, porque pôs nas suas mãos a poderosa arma da paz, que tornava mais fácil conjugar a revolução soviética com o fim da guerra odiosa, e lhe granjeou a simpatia tanto das massas operárias do Ocidente como dos povos oprimidos do Oriente.

Em terceiro lugar, a existência de um poderoso movimento operário na Europa e o fato de que, no Ocidente e no Oriente, amadurecia uma crise revolucionária resultante da prolongada guerra imperialista. Esta circunstância teve para a Revolução na Rússia importância inestimável, pois lhes assegurou, fora da Rússia, aliados fiéis na sua luta contra o imperialismo mundial.

Mas, além das circunstâncias de ordem externa, a Revolução de Outubro foi favorecida por toda uma série de condições internas, que lhe facilitaram o triunfo.

Entre essas condições, as principais são as seguintes:

Primeira. A Revolução de Outubro contou com o mais ativo apoio da imensa maioria da classe operária da Rússia.

Segunda. Contou com o apoio firme dos camponeses pobres e da maioria dos soldados, ansiosos pela paz e pela terra.

Terceira. Tinha à sua frente, como força dirigente, um Partido tão provado como o Partido bolchevique, forte não só pela sua experiência e por uma disciplina temperada durante anos, mas também por laços infinitos com as massas trabalhadoras.

Quarta. A Revolução de Outubro enfrentava inimigos relativamente fáceis de vencer, como a burguesia russa, mais ou menos débil, a classe dos latifundiários, totalmente desmoralizada pelos "motins" camponeses, e os partidos conciliadores (o partido dos mencheviques e o partido dos social-revolucionários) completamente falidos no transcurso da guerra.

Quinta. Dispunha dos imensos espaços do jovem Estado, sobre os quais podia manobrar livremente, retirar-se quando a situação o exigisse, tomar alento, recompor as suas forças, etc.

Sexta. A Revolução de Outubro podia contar, na sua luta com a contra-revolução, com suficientes reservas de gêneros alimentícios, de combustíveis e de matérias-primas, no interior do país.

Esse conjunto de circunstâncias externas e internas criou uma situação peculiar, que determinou a relativa facilidade da vitória da Revolução de Outubro.

Isto não significa, naturalmente, que a Revolução de Outubro não tenha tido os seus pontos fracos, nas condições externas e internas em que se desenvolveu. Que dizer, por exemplo, de um ponto débil como foi o relativo isolamento da Revolução de Outubro, a falta ao seu lado e nas suas vizinhanças de um país soviético em que pudesse apoiar-se? Não há dúvida de que uma futura revolução, por exemplo, na Alemanha, encontraria, desse ponto de vista, uma situação mais vantajosa, pois teria nas suas proximidades um país soviético tão forte como a nossa União Soviética. E já não falo de outro ponto débil da Revolução de Outubro, como seja a ausência de uma maioria proletária no país.

Mas estas circunstâncias desfavoráveis não fazem senão salientar a enorme importância da peculiaridade das condições internas e externas da Revolução de Outubro, de que falamos acima.

Nem por um instante se deve esquecer essa peculiaridade. Sobretudo, é necessário tê-la em mente quando se faz a análise dos acontecimentos de 1923, na Alemanha. Deve recordá-la sobretudo Trotski, que estabelece uma analogia grosseira entre a Revolução de Outubro e a revolução na Alemanha e flagela sem piedade o Partido Comunista Alemão pelos seus erros reais e imaginários.

"Na Rússia, – diz Lênin – na situação concreta e historicamente originalíssima de 1917, foi fácil iniciar a revolução socialista, mas continuá-la e levá-la a termo será para a Rússia mais difícil do que para os países europeus. Já em começos de 1918 tive ocasião de assinalar esse fato, e a experiência dos dois anos transcorridos desde então confirmou por completo a exatidão desse modo de ver. Condições específicas como:

  1. a possibilidade de ligar a revolução soviética ao fim (graças à própria revolução) da guerra imperialista, que impunha sofrimentos indescritíveis aos operários e aos camponeses;
  2. a possibilidade de aproveitar, por certo tempo, a luta de morte entre os dois grupos de tubarões imperialistas de poderio mundial, que não podiam unir-se contra o inimigo soviético;
  3. a possibilidade de sustentar uma guerra civil relativamente longa, em parte graças à enorme extensão do país e aos escassos meios de comunicação;
  4. a existência entre os camponeses de um movimento revolucionário democrático-burguês tão profundo, que o Partido do proletariado fez suas as reivindicações revolucionárias do partido dos camponeses (o partido social-revolucionário, francamente hostil, na sua maioria, ao bolchevismo) e as realizou imediatamente, graças à conquista do Poder político pelo proletariado, tais condições específicas não existem, hoje, na Europa Ocidental, nem é muito fácil que elas ou outras semelhantes se apresentem uma vez mais. Eis por que, entre outros fatores e prescindindo de uma série de outras causas, iniciar a revolução socialista é mais difícil para a Europa Ocidental do que o foi para nós". (Vide vol. XXV, pág. 205).

Estas palavras de Lênin não devem ser esquecidas.

II – Duas particularidades da Revolução de Outubro, ou Outubro e a teoria da revolução "permanente" de Trotski

Há duas particularidades da Revolução de Outubro, que é indispensável esclarecer, sobretudo para compreender o sentido intrínseco e o alcance desta revolução.

Que particularidades são essas?

A primeira reside no fato de que a ditadura do proletariado nasceu, no nosso país, como um Poder surgido sobre a base da aliança do proletariado e das massas trabalhadoras camponesas, sendo estas últimas dirigidas pelo proletariado. A segunda reside no fato de que a ditadura do proletariado se consolidou entre nós como resultado da vitória do socialismo num só país, pouco desenvolvido, do ponto de vista capitalista, enquanto o capitalismo continua a existir nos outros países, mais desenvolvidos, do ponto de vista capitalista. Isto não significa, naturalmente, que a Revolução de Outubro não tenha tido outras particularidades. Mas, hoje, as que possuem maior importância, para nós, são precisamente essas duas particularidades, não somente porque exprimem com nitidez a essência da Revolução de Outubro, mas também porque revelam luminosamente a natureza oportunista da teoria da "revolução permanente".

Examinemos sucintamente estas particularidades.

O problema das massas trabalhadoras da pequena burguesia, urbana e rural, o problema de fazer com que essas massas passem para o lado do proletariado, é o problema mais importante da revolução proletária. A quem dará o seu apoio, na luta pelo Poder, a população trabalhadora das cidades e do campo: à burguesia ou ao proletariado? Será reserva de quem: da burguesia ou do proletariado? A sorte da revolução e a solidez da ditadura do proletariado dependem disso. As revoluções de 1848 e de 1871, na França, foram levadas à derrota, sobretudo, porque as reservas camponesas ficaram ao lado da burguesia. A Revolução de Outubro triunfou, porque soube arrebatar à burguesia as suas reservas camponesas, porque soube conquistá-las para o proletariado, e o proletariado era nesta revolução a única força capaz de dirigir as massas de milhões e milhões de trabalhadores das cidades e do campo.

Quem não tiver compreendido isso não compreenderá jamais nem o caráter da Revolução de Outubro, nem a natureza da ditadura do proletariado, nem as particularidades da política interna do nosso Poder proletário. A ditadura do proletariado não é uma simples elite governamental, "habilmente" "selecionada" pela mão solicita de um "experimentado estrategista" e que "se apóia sabiamente" nestas ou naquelas camadas da população. A ditadura do proletariado é a aliança de classe do proletariado com as massas trabalhadoras camponesas para derrubar o capital, pela vitória definitiva do socialismo, com a condição de que a força dirigente desta aliança, seja o proletariado.

Não se trata, por conseguinte, nesse caso, de subestimar "um pouquinho" ou de sobreestimar "um pouquinho" as possibilidades revolucionárias do movimento camponês, como agora gostam de se exprimir certos defensores diplomáticos da "revolução permanente". Trata-se da natureza do novo Estado proletário, surgido da revolução de Outubro. Trata-se do caráter do Poder proletário, das bases da própria ditadura do proletariado.

"A ditadura do proletariado – disse Lênin – é a forma particular da aliança de classe entre o proletariado, vanguarda dos trabalhadores, e as numerosas camadas não proletárias de trabalhadores (pequena burguesia, pequenos proprietários, intelectuais, etc.), ou a maioria delas, aliança dirigida contra o capital, aliança que tem por fim a derrubada completa do capital, o total esmagamento da resistência da burguesia e das suas tentativas de restauração, aliança que tem por fim a instauração e a consolidação definitivas do socialismo". (Vide vol. XXIV, pág. 311).

E, mais adiante:

"A ditadura do proletariado, se se traduz esta expressão latina, científica, histórico-filosófica, em linguagem mais simples, quer dizer o seguinte: só uma classe determinada, precisamente, os operários das cidades e, em geral, os operários das fábricas, os operários industriais, está em condições de dirigir a massa dos trabalhadores e dos explorados na luta para abater o jugo do capital, de dirigi-los no próprio curso dessa derrubada, na luta para manter e consolidar a vitória, na criação de um novo regime social, de um regime socialista, em toda a luta pela supressão completa das classes". (Vide vol. XXIV, pág.)

Essa é a teoria da ditadura do proletariado, como foi formulada por Lênin.

Uma das particularidades da Revolução de Outubro consiste no fato de que esta revolução é uma aplicação clássica da teoria leninista da ditadura do proletariado.

Alguns camaradas acreditam que essa teoria é uma teoria exclusivamente "russa", que só diz respeito à realidade russa. É falso. É inteiramente falso. Falando das massas trabalhadoras das classes não proletárias, guiadas pelo proletariado, Lênin se refere não somente aos camponeses russos, mas também aos trabalhadores das regiões periféricas da União Soviética, que ainda recentemente eram colônias da Rússia. Lênin não se cansava de repetir que, sem uma aliança com essas massas de outras nacionalidades, o proletariado da Rússia não poderia vencer. Nos seus artigos sobre a questão nacional e nos discursos pronunciados nos Congressos da Internacional Comunista, Lênin repetiu mais de uma vez que o triunfo da revolução mundial é impossível sem a aliança revolucionária, sem o bloco revolucionário do proletariado dos países avançados com os povos oprimidos das colônias escravizadas. Mas que são as colônias senão estas mesmas massas trabalhadoras oprimidas e, sobretudo, as massas trabalhadoras camponesas? Quem não sabe que o problema da libertação das colônias é, em essência, o problema da libertação das massas trabalhadoras das classes não proletárias do jugo e da exploração do capital financeiro?

Mas daí se conclui que a teoria leninista da ditadura do proletariado não é uma teoria exclusivamente "russa", porém uma teoria obrigatória para todos os países. O bolchevismo não é um fenômeno exclusivamente russo. "O bolchevismo – disse Lênin – é um modelo de tática válido para todos". (Vide vol. XXIII, pág. 386).

Tais são os traços que caracterizam a primeira particularidade da Revolução de Outubro.

Que se pode dizer da teoria da "revolução permanente" de Trotski, do ponto de vista desta particularidade da Revolução de Outubro?

Não vamos estender-nos sobre a posição de Trotski em 1905, quando se esqueceu, "simplesmente", dos camponeses como força revolucionária, ao lançar a palavra de ordem: "sem o tzar, por um governo operário", isto é, a palavra de ordem de uma revolução sem os camponeses. Até mesmo Radek, este defensor diplomático da "revolução permanente", é hoje obrigado a reconhecer que a "revolução permanente", em 1905, significava um "salto no vazio", fora da realidade. Hoje, segundo parece, todos reconhecem que não vale a pena perder tempo com este "salto no vazio".

Não nos estenderemos tampouco sobre a posição de Trotski no período da guerra, por exemplo, em 1915, quando no seu artigo "A luta pelo Poder", considerando que "vivemos na época do imperialismo", que o imperialismo "não contrapõe a nação burguesa ao velho regime, mas o proletariado à nação burguesa", chegava a conclusão de que o papel revolucionário dos camponeses devia diminuir e de que a palavra de ordem do confisco da terra já não tinha a importância de antes. É sabido que Lênin, analisando esse artigo de Trotski, acusava-o de "negar" o "papel dos camponeses", dizendo que "Trotski, de fato ajuda os politiqueiros operários liberais da Rússia, para os quais "negação" do papel dos camponeses quer dizer a recusa de sublevar os camponeses para a revolução! "(Vide vol. XVIII, pág. 318).

É melhor passarmos aos trabalhos mais recentes de Trotski sobre este problema, aos trabalhos do período em que a ditadura do proletariado já tinha conseguido consolidar-se e no qual Trotski tinha a possibilidade de verificar, na prática, a sua teoria da "revolução permanente" e de corrigir os seus erros. Tomemos o Prefácio de Trotski ao livro 1905, escrito em 1922. Eis o que diz Trotski, nesse Prefácio, sobre a "revolução permanente":

"Precisamente no período compreendido entre 9 de janeiro e a greve de outubro de 1905, se desenvolveram na mente do autor as concepções sobre o caráter do desenvolvimento revolucionário da Rússia que receberam o nome de teoria da "revolução permanente". Esta denominação abstrusa exprimia a idéia de que a revolução russa, diante da qual se levantam de imediato objetivos burguesas, não poderá, entretanto, limitar-se a eles.

A revolução não poderá cumprir as suas tarefas burguesas imediatas senão colocando no Poder o proletariado. E este último, ao tomar o Poder nas suas mãos, não poderá ficar nos limites burgueses da revolução. Ao contrário, e precisamente para assegurar a sua vitória, a vanguarda, proletária deverá, desde os primeiros dias do seu domínio, golpear profundamente não somente a propriedade feudal, mas também a burguesia. Este modo de proceder a levará a choques hostis não somente com todos os grupos da burguesia que a apoiaram nos primeiros momentos da sua luta revolucionária, mas também com as grandes massas camponesas, com a ajuda das quais chegou ao Poder. As contradições, na situação do governo operário de um país atrasado, em que a maioria esmagadora da população se compõe de camponeses, só poderão ser solucionadas em escala internacional, na arena da revolução mundial do proletariado".

Assim fala Trotski da sua "revolução permanente".

Basta comparar essa passagem com os trechos citados das obras de Lênin sobre a ditadura do proletariado, para compreender o abismo que separa a teoria leninista sobre a ditadura do proletariado da teoria da "revolução permanente" de Trotski.

Lênin fala da aliança do proletariado com as camadas de camponeses trabalhadores como sendo a base da ditadura do proletariado. Trotski, ao contrário, fala de "choques hostis" "da vanguarda proletária" com as "grandes massas camponesas".

Lênin fala da direção, pelo proletariado, das massas trabalhadoras e exploradas. Trotski, ao contrário, fala das "contradições", na situação do governo operário de um país atrasado, em que a maioria esmagadora da população se compõe de camponeses".

Segundo Lênin, a revolução recruta as suas forças sobretudo entre os operários e os camponeses da própria Rússia. Trotski, ao contrário, diz que as forças necessárias podem ser reunidas "na arena da revolução mundial do proletariado".

Mas, que fazer se a revolução mundial chegar com atraso? Restará à nossa revolução algum raio de esperança? Trotski não nos deixa nenhum raio de esperança, porque "as contradições, na situação do governo operário.., poderão encontrar a sua solução... na arena da revolução mundial do proletariado". Segundo esse plano, não restará à nossa revolução senão uma perspectiva: vegetar nas próprias contradições e apodrecer em vida, à espera da revolução mundial.

Que é, segundo Lênin, a ditadura do proletariado?

A ditadura do proletariado é um Poder que se apóia na aliança do proletariado com as massas trabalhadoras camponesas para a "derrubada completa do capital", para "a instauração e a consolidação definitiva do socialismo".

Que é, segundo Trotski, a ditadura do proletariado?

A ditadura do proletariado é um Poder que chega a "choques hostis" com "as grandes massas camponesas" e procura a solução das "contradições" somente "na arena da revolução mundial do proletariado".

Que é que distingue esta "teoria da revolução permanente" da conhecida teoria menchevique que nega a idéia da ditadura do proletariado?

Nada, em essência.

Não há dúvida: a "revolução permanente" não é uma simples subestimação das possibilidades revolucionárias do movimento camponês. A "revolução permanente" é uma subestimação tal do movimento camponês, que leva à negação da teoria leninista da ditadura do proletariado.

A "revolução permanente" de Trotski é uma variedade do menchevismo.

Assim se apresenta a primeira particularidade da Revolução de Outubro.

Quais são os traços que caracterizam a segunda particularidade da Revolução de Outubro?

Estudando o imperialismo, especialmente no período da guerra, Lênin estabeleceu a lei do desenvolvimento econômico e político desigual, aos saltos, dos países capitalistas. Segundo esta lei, o desenvolvimento das empresas, dos trustes, dos ramos da indústria e dos diferentes países não se processa de modo igual, segundo uma ordem estabelecida, de modo que um truste, um ramo da indústria ou um país ocupem sempre o primeiro posto e os outros trustes ou países venham à retaguarda, de acordo com uma ordem determinada, mas se processa aos saltos, com interrupções no desenvolvimento de uns países e saltos para a frente no desenvolvimento de outros. Ademais, a aspiração "de todo legítima" dos países que ficam à retaguarda de conservar as suas velhas posições, e a não menos "legítima" aspiração dos países que deram passos à frente de apoderar-se de novas posições tornam uma necessidade inelutável os conflitos armados entre os países imperialistas. Assim ocorreu, por exemplo, com a Alemanha, que há meio século era, em comparação com a França e a Inglaterra, um país atrasado. O mesmo se pode dizer do Japão, em comparação com a Rússia. É sabido, porém, que já em começos do século XX a Alemanha e o Japão tinham dado tais passos à frente, que a primeira conseguiria ultrapassar a França e começava a suplantar a Inglaterra no mercado mundial, enquanto o segundo estava deixando a Rússia para trás. Dessas contradições, como é sabido, surgiu a recente guerra imperialista.

Esta lei parte do fato de que:

  1. "O capitalismo se transformou em sistema mundial de opressão colonial e de estrangulamento financeiro da esmagadora maioria da população do mundo por obra de um punhado de países "avançados"". (Vide o prefácio à edição francesa do "Imperialismo...", de Lênin, vol. XIX, pág. 74).
  2. "A repartição do "botim" se efetua entre duas ou três potências rapaces, e armadas até os dentes, que dominam o mundo (Estados Unidos, Inglaterra, Japão) e que arrastam à sua guerra, pela repartição do seu botim, o mundo inteiro".
  3. O desenvolvimento dos antagonismos no seio do sistema mundial da opressão financeira e a inevitabilidade dos conflitos armados fazem com que a frente mundial do imperialismo se torne facilmente vulnerável para a revolução e seja provável a ruptura desta frente por parte de certos países.
  4. Esta ruptura pode verificar-se com maior probabilidade naqueles pontos e naqueles países onde a cadeia da frente imperialista for mais débil, isto é, onde o imperialismo esteja menos fortalecido e a revolução possa desenvolver-se mais facilmente.
  5. Por isso, a vitória do socialismo num só país – mesmo que este país seja menos desenvolvido, do ponto de vista capitalista, e o capitalismo continue a manter-se noutros países, mais desenvolvidos do ponto de vista capitalista – é perfeitamente possível e provável.

Tais são, em síntese, os princípios da teoria leninista da revolução proletária.

A segunda particularidade da Revolução de Outubro consiste no fato de que esta revolução é um modelo de aplicação prática da teoria leninista da revolução proletária.

Quem não tiver compreendido essa particularidade da Revolução de Outubro não compreenderá jamais nem a natureza internacional desta revolução, nem a sua gigantesca força internacional, nem as particularidades da sua política exterior.

"A desigualdade do desenvolvimento econômico e político – disse Lênin – é uma lei absoluta do capitalismo. Dai se deduz que é possível a vitória do socialismo, de início, em alguns países capitalistas ou mesmo num só país capitalista, tomado isoladamente. O proletariado vitorioso desse país, depois de expropriar os capitalistas e de organizar no seu país a produção socialista, se confrontaria com o resto do mundo capitalista, atraindo para o seu lado as classes oprimidas dos outros países, estimulando-as à luta contra os capitalistas, intervindo, caso necessário, também com a força armada contra as classes exploradoras e os seus Estados". Com efeito, "a livre união das nações no socialismo é impossível sem uma luta tenaz, mais ou menos prolongada, das repúblicas socialistas contra os Estados atrasados". (Vide vol. XVIII, págs. 232-233).

Os oportunistas de todos os países afirmam que a revolução proletária – posto que ela, segundo a sua teoria, deve, em geral, começar em qualquer lugar – só pode ter início nos países industrialmente desenvolvidos e que, quanto mais desenvolvidos forem estes países, do ponto de vista industrial, maiores são as possibilidades da vitória do socialismo. Por conseguinte, a possibilidade da vitória do socialismo num só país, em particular se pouco desenvolvido do ponto de vista capitalista, é por eles excluída como coisa absolutamente inverossímil. Já durante a guerra Lênin, partindo da lei do desenvolvimento desigual dos Estados imperialistas, opunha aos oportunistas a sua teoria da revolução proletária, que admite a vitória do socialismo num só país, mesmo que este país seja menos desenvolvido do ponto de vista capitalista.

É sabido que a Revolução de Outubro confirmou por completo a justeza da teoria leninista da revolução proletária.

Que podemos dizer da "revolução permanente" de Trotski, do ponto de vista da teoria leninista sobre a vitória da revolução proletária num só país?

Tomemos o folheto de Trotski: "A nossa revolução" (1906).

Diz Trotski:

"Sem o apoio estatal direto do proletariado europeu, a classe operária da Rússia não poderá manter-se no Poder, nem transformar o seu domínio provisório numa ditadura socialista duradoura. Não se pode duvidar disso por um instante sequer".

Que diz esta citação?

Justamente que a vitória do socialismo num só país, a Rússia, neste caso, é impossível "sem o apoio estatal direito do proletariado europeu", ou seja, enquanto o proletariado europeu não conquistar o Poder.

Que há de comum entre essa "teoria" e a tese de Lênin sobre a possibilidade da vitória do socialismo "num só país capitalista, tomado isoladamente"?

E claro que não há nada de comum.

Mas admitamos que este folheto de Trotski, publicado em 1906, quando era difícil definir o caráter da nossa revolução, contenha erros involuntários e não corresponda de todo às idéias de Trotski em período mais recente.

Examinemos outro folheto de Trotski, o seu "Programa de Paz", apreciado antes da Revolução de Outubro de 1917 e reeditado agora (1924) no livro "1917". Nesse folheto, Trotski critica a teoria leninista da revolução proletária, que admite a vitória do socialismo num só país, opondo-lhe a palavra de ordem dos Estados Unidos da Europa. Afirma Trotski que a vitória do socialismo num país é impossível; que a vitória do socialismo só é possível como vitória em alguns dos principais países da Europa (Inglaterra, Rússia, Alemanha), agrupados nos Estados Unidos da Europa, sendo totalmente impossível em caso contrário. Declara Trotski com toda clareza que "uma revolução vitoriosa na Rússia ou na Inglaterra é inconcebível sem a revolução na Alemanha, e vice-versa".

"A única objeção histórica mais ou menos concreta – diz Trotski – contra a palavra de ordem dos Estados Unidos foi formulada no jornal "Sotzial-Demokrat" da Suíça (órgão central dos bolcheviques naquele período, (J. St.) nestes termos: "A desigualdade do desenvolvimento econômico e político é uma lei absoluta do capitalismo". Daí deduzia o "Sotzial-Demokrat" que a vitória do socialismo num só país é possível e que, por isso, não há razão para condicionar a ditadura do proletariado num só Estado à criação dos Estados Unidos da Europa. Que o desenvolvimento capitalista dos diversos países seja desigual é uma constatação absolutamente indiscutível. Mas esta desigualdade é, ela mesma, sumamente desigual. O nível capitalista da Inglaterra, da Áustria, da Alemanha ou da França não é o mesmo. Mas, em comparação com a África ou a Ásia, todos esses países representam uma "Europa" capitalista amadurecida para a revolução social. Que nenhum país deve "aguardar" os outros na sua luta, é uma idéia elementar que é útil e necessário repetir, a fim de que a idéia de uma ação internacional paralela não seja substituída pela idéia da passiva espera internacional. Sem aguardar os demais, nós começamos e continuamos a luta no terreno nacional, plenamente certos de que a nossa iniciativa estimulará a luta nos outros países; mas, se isso não ocorrer, é absurdo pensar – assim ensinam a experiência histórica e as considerações teóricas – que, por exemplo, a Rússia revolucionária possa fazer face a uma Europa conservadora, ou que uma Alemanha socialista possa manter-se isolada no mundo capitalista".

Como vedes, estamos aqui diante da mesma teoria da vitória simultânea do socialismo nos principais países da Europa, teoria que, como regra geral, exclui a teoria leninista da revolução, a qual admite a vitória do socialismo num só país.

Certo é que, para a vitória completa do socialismo, para a garantia completa contra a restauração da antiga ordem de coisas, se tornam necessários os esforços conjuntos dos proletários de vários países. Certo é que, sem o apoio do proletariado da Europa à nossa revolução, o proletariado da Rússia não teria conseguido resistir à pressão geral, do mesmo modo que o movimento revolucionário do Ocidente, se não tivesse o apoio da revolução russa, não teria conseguido desenvolver-se com o ritmo que adquiriu depois da instauração da ditadura proletária da Rússia. É certo que precisamos de apoio. Mas, que é o apoio do proletariado da Europa Ocidental à nossa revolução? A simpatia dos operários europeus pela nossa revolução, a sua disposição de desbaratar os planos de intervenção dos imperialistas, constitui tudo isso um apoio, uma ajuda séria? Sim, sem dúvida. Sem esse apoio, sem essa ajuda, não só dos operários europeus, mas também das colônias e dos países dependentes, a ditadura proletária da Rússia se veria em situação muito difícil. Não foram suficientes, até agora, esta simpatia e esta ajuda, unidas ao poderio do nosso Exército Vermelho e à decisão dos operários e dos camponeses da Rússia de defender com o seu peito a pátria socialista? Porventura não bastou tudo isso para repelir os ataques dos imperialistas e para conquistar as condições necessárias a um sério trabalho de edificação? Sim, tudo isso foi suficiente. Esta simpatia aumenta ou diminui? Aumenta, sem dúvida. Não existem, por conseguinte, no nosso país, condições favoráveis, não somente para fazer progredir a organização da economia socialista, mas também para dar, por nossa vez, um apoio tanto aos operários da Europa Ocidental quanto aos povos oprimidos do Oriente? Sim, existem. Comprova-o de modo eloqüente a história de sete anos de ditadura proletária na Rússia.

Seria possível negar que o trabalho já tomou no nosso país poderoso impulso? Não, não se pode negá-lo. Que pode significar, depois de tudo isso, a afirmação de Trotski de que a Rússia revolucionária não poderia fazer face a uma Europa conservadora?

Só pode significar uma coisa: em primeiro lugar, Trotski não percebe o poderio interior da nossa revolução; em segundo lugar, Trotski não compreende o valor inestimável do apoio moral que dão à nossa revolução os operários do Ocidente e os camponeses do Oriente; em terceiro lugar, Trotski não se dá conta do mal interior que corrói atualmente o imperialismo.

Arrastado pela sua crítica da teoria leninista da revolução proletária, Trotski, sem perceber, minou o terreno sob seus próprios pés, derrotou-se a si mesmo no seu folheto "Programa de Paz", aparecido em 1917 e reeditado em 1924.

Mas, quem sabe também esse folheto de Trotski envelheceu e, por alguma razão, não corresponde mais às idéias atuais do autor? Tomemos os trabalhos mais recentes de Trotski, posteriores à vitória da revolução proletária em um só país, na Rússia. Tomemos, por exemplo, o "Epílogo" de Trotski à nova edição do folheto "Programa de Paz", escrito em 1922. Eis o que ele escreve neste "Epílogo":

"A afirmação, várias vezes repetida, no "Programa de Paz", de que a revolução proletária não pode terminar vitoriosamente em âmbito nacional, parecerá, talvez, a alguns leitores desmentida pela experiência de quase cinco anos da nossa República Soviética. Mas semelhante conclusão seria infundada.

O fato de que o Estado operário resistiu contra o mundo inteiro num só país, e ademais num país atrasado, demonstra a potência gigantesca do proletariado, que em outros países, mais adiantados, mais civilizados, será capaz de realizar verdadeiros milagres. Mas, embora tenhamos resistido do ponto de vista político e militar, como Estado, não chegamos à criação de uma sociedade socialista e nem sequer nos aproximamos dela... Enquanto nos demais Estados europeus a burguesia se mantiver no Poder, seremos forçados, na luta contra o isolamento econômico, a procurar acordos com o mundo capitalista; ao mesmo tempo, podemos afirmar com certeza que esses acordos, no melhor dos casos, podem ajudar-nos a cicatrizar uma ou outra ferida econômica, a dar um ou outro passo à frente, mas um ascenso efetivo da economia socialista na Rússia não será possível senão depois da vitória(1) do proletariado nos principais países da Europa". Assim se exprime Trotski, pecando de modo evidente contra a realidade e obstinando-se a querer salvar a "revolução permanente" do naufrágio definitivo.

Resulta, por conseguinte, que, por mais que se diga e se faça, não somente "não chegamos" à criação de uma sociedade socialista, mas nem sequer nos aproximamos dela". Segundo parece, alguém depositava esperança nos "acordos com o mundo capitalista", mas também desses acordos, ao que tudo indica, nada sai, pois, por mais que se diga e se faça, "um ascenso efetivo da economia socialista" não será obtido enquanto o proletariado não tiver vencido "nos principais países da Europa".

Ora, como ainda não se alcançou a vitória no Ocidente, à revolução russa não resta senão um "dilema": ou apodrecer em vida, ou degenerar em Estado burguês.

Não é por acaso que há dois anos Trotski fala em "degeneração" do nosso Partido.

Não é por acaso que há um ano Trotski prognosticava a "ruína" do nosso país.

Como conciliar esta estranha "teoria" com a teoria de Lênin da "vitória do socialismo num só país"?

Como conciliar essa estranha "perspectiva" com a perspectiva de Lênin, segundo a qual a nova política econômica nos permitirá "lançar as bases da economia socialista"?

Como conciliar essa desesperação "permanente", por exemplo, com as seguintes palavras de Lênin?

"Hoje, o socialismo já não é um problema de futuro remoto, nem uma visão abstrata ou uma espécie de ícone. Dos ícones continuamos a ter a opinião de antes, uma opinião muito má. Introduzimos o socialismo na vida cotidiana, e é disso que nos devemos ocupar. Eis a tarefa dos nossos dias, eis a tarefa da nossa época. Permiti-me que termine manifestando a certeza de que, por mais difícil que seja esta tarefa e por mais nova que seja em relação às nossas tarefas anteriores, e por mais numerosas que sejam as dificuldades que nos traga, todos nós, juntos, não amanhã, mas em alguns anos, todos nós cumpriremos esta tarefa a qualquer custo, de modo que a Rússia da N.E.P. se torne a Rússia socialista". (Vide vol. XXVII, pág. 366).

Como, por exemplo, conciliar essa "permanente" falta de perspectiva de Trotski com as seguintes palavras de Lênin?

"Com efeito, todos os grandes meios de produção em poder do Estado e o Poder do Estado nas mãos do proletariado; a aliança deste proletariado com milhões e milhões de camponeses pobres e paupérrimos; a garantia da direção dos camponeses pelo proletariado, etc. não é acaso isto tudo aquilo de que se necessita para edificar a sociedade socialista completa, com a cooperação, somente com a cooperação, que antes considerávamos de alto a baixo como mercantilista e que agora, durante a N.E.P., temos ainda o direito, em certo sentido, de considerar do mesmo modo; não é acaso tudo isso aquilo de que necessitamos para levar a termo a construção de uma sociedade socialista completa? Esta não E ainda a construção da sociedade socialista, mas representa o necessário e suficiente para levar a cabo a construção". (Vide vol. XXVII, pág. 392).

É evidente que tudo isso não se concilia nem se pode conciliar. A "revolução permanente" de Trotski é a negação da teoria leninista da revolução proletária e, inversamente, a teoria leninista da revolução proletária é a negação da teoria da "revolução permanente".

A falta de confiança nas forças e na capacidade da nossa revolução, a falta de confiança nas forças e na capacidade do proletariado russo: tal é a essência da "revolução permanente".

Até agora costumava-se pôr em relevo apenas um lado da teoria da "revolução permanente": a falta de confiança nas possibilidades revolucionárias do movimento camponês. Agora, para sermos justos, precisamos juntar a esse lado um outro; a falta de confiança nas forças e na capacidade do proletariado da Rússia.

Em que difere a teoria de Trotski da teoria corrente do menchevismo, segundo a qual a vitória do socialismo num só país, e por sinal num país atrasado, é impossível sem a vitória prévia da vitória da revolução proletária "nos principais países da Europa Ocidental"?

Em nada, substancialmente.

Não há dúvida: a teoria da "revolução permanente" de Trotski é uma variedade do menchevismo.

Ultimamente, tem aparecido na nossa imprensa diplomatas apodrecidos, que se esforçam por fazer passar a teoria da "revolução permanente" como alguma coisa de compatível com o leninismo. Certamente, dizem eles, esta teoria revelou-se inútil em 1905. Mas o erro de Trotski consiste em ter-se adiantado, então, procurando aplicar à situação de 1905 o que naquele período não podia encontrar aplicação. Em seguida, porém, acrescentam em outubro de 1917, por exemplo, quando a revolução estava plenamente madura, a teoria de Trotski estava inteiramente no seu lugar. Não é difícil adivinhar que o principal desses diplomatas é Radek. Ouvi o que diz:

"A guerra abriu um abismo entre os camponeses, que aspiram a conquista da terra e da paz, e os partidos pequeno-burgueses; a guerra pôs os camponeses sob a direção da classe operária e da sua vanguarda, o Partido bolchevique. O que se tornou possível já não é a ditadura da classe operária e dos camponeses; mas a ditadura da classe operária apoiada pelos camponeses. O que Rosa Luxemburgo e Trotski defendiam, em 1905, contra Lênin (isto é, a "revolução permanente", J. St.) se transformou, com efeito, na segunda etapa do processo histórico".

Cada uma dessas palavras é uma falsidade. É falso que durante a guerra "o que se tornou possível já não é a ditadura da classe operária e dos camponeses, mas a ditadura da classe operária apoiada pelos camponeses". Na realidade, a revolução de fevereiro de 1917 foi a realização da ditadura do proletariado e dos camponeses, entrelaçada de modo original com a ditadura da burguesia.

É falso que a teoria da "revolução permanente", da qual Radek, envergonhado, não fala, tenha sido formulada em 1905 por Rosa Luxemburgo e por Trotski. Na realidade, essa teoria foi formulada por Parvus e por Trotski. Agora, dez meses depois, Radek se emenda e considera necessário censurar Parvus pela "revolução permanente". Mas a justiça exige que as censuras de Radek também alcancem Trotski, o parceiro de Parvus.

É falso que a "revolução permanente", refutada pela revolução de 1905, tenha se revelado justa "na segunda etapa do processo histórico", isto é, durante a Revolução de Outubro. Todo o curso da Revolução de Outubro, todo o seu desenvolvimento mostrou e demonstrou a inconsistência total da teoria da "revolução permanente", a sua incompatibilidade total com os princípios do leninismo.

Os discursos melífluos e a diplomacia apodrecida não conseguem fechar o abismo que separa a teoria da "revolução permanente" do leninismo.

continua >>>


Notas:

(N1) Prefácio ao livro "Caminho de Outubro" (retornar ao texto)

(1) O grifo é meu. (J. Stálin.) (retornar ao texto)

pcr
Inclusão 11/04/2006