Sobre os Desvios para o Nacionalismo
Do Informe sobre a atuação do Comitê Central, pronunciado perante o XVII Congresso do Partido Comunista(b) da URSS

J. V. Stálin

26 de Janeiro de 1934


Primeira Edição: Pravda, n. 23, 28 de janeiro de 1934.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1946. Tradução de Brasil Gerson. Pág: 345-346.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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Vejamos agora o problema nacional. Também no que diz respeito ao problema nacional, como a todos os outros problemas, existe, num sector do Partido, uma confusão de ideias que dá origem a determinado perigo. Falei da vitalidade das sobrevivências do capitalismo. É necessário assinalar que as sobrevivências do capitalismo na consciência dos homens são muito mais vigorosas no terreno do problema nacional que em qualquer outro. São mais vigorosas porque têm a possibilidade de dissimular-se sob a roupagem nacional. Muitos pensam que o erro de Skrípnik é caso isolado, exceção da regra. Isso não é certo. O erro de Skrípnik e de seu grupo na Ucrânia não constitui exceção. Iguais desacertos se observam em alguns camaradas de outras Repúblicas nacionais.

Que significa o desvio nacionalista, tanto quando se trata de desvio para o nacionalismo grande-russo como para o nacionalismo local? O desvio nacionalista é a adaptação da política internacionalista da classe operária à política nacionalista da burguesia. O desvio nacionalista reflete as tentativas da burguesia “nacional”, “própria”, no sentido de solapar o regime soviético e restaurar o capitalismo. Como vedes, a fonte de ambos os desvios é a mesma. É o abandono do internacionalismo leninista. Se quereis atingir de cheio ambos os desvios, cumpre dirigir os golpes, antes de tudo, contra essa fonte, contra os que se separam do internacionalismo, quer se trate do desvio nacionalista local quer do desvio nacionalista grande-russo. (Aplausos calorosos).

Discute-se a questão de qual é o perigo principal, se o desvio nacionalista grande-russo ou o desvio nacionalista local. Nas condições atuais, trata-se de uma discussão puramente formal e, portanto, de uma discussão inútil. Seria estúpido dar uma receita preparada, adaptável a todos os momentos e condições, sobre o perigo principal c o secundário. Tais receitas não existem, em geral, na natureza. O perigo principal é aquele desvio contra o qual se deixou de combater e que se permitiu crescer desse modo, até chegar a constituir um perigo para o Estado. (Aplausos prolongados.)

Ainda há bem pouco, o desvio nacionalista ucraniano não constituía, na Ucrânia, perigo principal, mas quando deixamos de combatê-lo e permitimos que crescesse até unir-se aos intervencionistas, converteu-se no perigo principal. A questão do perigo principal no problema nacional não se resolve através de vãs discussões formais, mas através da análise marxista da situação no momento dado e através do exame de todos os erros cometidos nessa questão.


Inclusão 19/11/2012