Mais de 6.000 assassinatos, acima de 4.000 feridos, 200 condenações à morte, segundo todos os preceitos da justiça de classe — tal foi o ano de 1926! Para mais de 70.000 assassinados e martirizados em 1927!
Para 1928, o balanço não será menos pavoroso! Incluir-se-ão nele milhares dos melhores revolucionários do país, dos mais honrados, dos mais ardentes, sem levar em conta dezenas de milhares de operários e camponeses, de mulheres e crianças.
Tal é o terrível aspecto do terror na China. O sangue gela-nos nas veias diante de todos esses horrores, que devastam as cidades e os campos de nosso país.
"Na aldeia de Tal-Ye, 56 camponeses foram detidos pelas tropas de [ilegível]. Abriram-lhes os ventres, puseram-lhe algodão nas feridas abertas, molharam o algodão de querosene e puseram-lhe fogo.
Cinquenta e oito camponeses e cinco operários na aldeia de Sio-Ning, 167 camponeses em Mon-Yung, 34 camponeses e 20 operários em Tsu-Al foram queimados a fogo lento pelos militaristas e feudais do local." (Notícias colhidas pela linha camponesa da província de Hupé).
"Em três dias, executaram-se ou espancaram-se, nas ruas do Xangai, a cerca de 300 operários. As cabeças dos assassinados, espetadas em lanças, foram elevadas pela cidade ou postas em cestos e suspendidas nas portas da cidade. Lu-Boo-Ing, comandante de Xangai, recebeu do marechal Sun-Tchuan-Fang uma carta de felicitações." (Notícias colhidas pelo jornal de Hankeú. "Mun Go Tchi Bao").
"Trezentos e setenta e quatro operários, que foram detidos no teatro, em Cantão, foram condenados à morte e ali mesmo executados a tiros de metralhadoras." (Relatório do jornal "Chu-Tya-Yu-Bao", sobre os acontecimentos de Cantão de dezembro de 1927).
"Na aldeia de Tsa-Li, foram mortos 586 camponeses, entre sofrimentos atrozes, por meio de pedaços de ferro, que lhes espetaram nos corpos. As mulheres foram violentadas antes da execução e seus seios foram cortados." (Notícias colhidas pela linha camponesa da província de Hupé.)
"As tropas inglesas que aportaram na bahia de Plas incendiaram cinco aldeias pacatas, sob o pretexto de combater a pirataria. Os habitantes fugiram. O comandante em chefe inglês felicitou os chefes das tropas de desembarque." (Notícia do jornal de Cantão. Go Ming Sing Weng. sobre a expedição militar de Hong-Kong.)
Tal é o atual espetáculo das represálias que são exercidas por militaristas, imperialistas e pela burguesia chinesa bestial, contra os operários e os camponeses revolucionários. Tais são "os fatos heroicos", praticados, não só pelos chineses "retrógrados e não civilizados", mas também por imperialistas "civilizados", façanhas que estes últimos cumpriram para glória da civilização europeia e para grande proveito do capital americano e europeu.
O sangue e os sofrimentos mortais dos assassinados e dos martirizados transformam-se em metal sonante e de peso ou em notas de banco.