Ao alcançarmos a liberdade e ao retomarmos o posto de combate, saudamos antes de mais o nosso Partido e o Povo Português, afirmando a nossa determinação de os servir como até hoje na luta pela instauração em Portugal de um regime de liberdade e legalidade.
Saudamos todos os portugueses honrados, qualquer que seja a sua ideologia ou crença religiosa; saudamos todas as forças e correntes anti-salazaristas, salientando a importância e a urgência da Unidade, como condição fundamental para a solução do problema político português.
Sem o decisivo auxílio do Partido Comunista Português e da sua Direcção — à qual manifestamos toda a nossa confiança —, sem a coragem, o espírito de sacrifício e o apoio de numerosos comunistas e portugueses sem partido que nos ajudaram, não teria sido possível levar a cabo a nossa libertação.
Não queremos deixar de manifestar o reconhecimento pelas provas de simpatia e solidariedade activas que, enquanto encarcerados, nos foram prestadas, assim como aos restantes presos anti-fascistas, pelo nosso povo e pelo movimento operário e democrático internacional, que tanto contribuíram para a defesa das nossas vidas.
Muitos dedicados filhos do povo português continuam nas prisões fascistas, sofrendo torturas e longos anos de prisão. A acção dos patriotas portugueses apoiada pelos trabalhadores e democratas do mundo conseguirá libertá-los também.
3 de Janeiro de 1960
a) Álvaro Cunhal
Jaime Serra
Joaquim Gomes
Francisco Miguel
Guilherme da Costa Carvalho
Pedro Soares
Carlos Costa
Francisco Martins Rodrigues
Rogério de Carvalho
José Carlos