Os Fariseus Liberais

J. V. Stálin

15 de Abril de 1912


Primeira Edição: “Zviezdá” (“A Estrela”), jornal de Petersburgo, n.° 30. 15 de abril de 1912.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 218-219, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
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O Riétch “enganou-se” mais uma vez! Ao que parece, “não esperava” do “governo” explicações “destituídas de tato” sobre o massacre do Lena. “Esperava” ele, vejam só, que o ministro Makárov tivesse chamado “para responder em tribunal” o senhor Trechtchenko. E de repente, eis a declaração de Makárov, o qual afirma que Trechtchenko tem razão, e que se continuará a atirar sobre os operários!

“Enganamo-nos”, observa com fingido pesar o liberal Riétch a esses respeito (vide Riétch, 12 de abril).

Pobres cadetes, quantas vezes “se enganam” em seus cálculos sobre o governo!

Ainda há pouco tempo, eles “pensavam” que na Rússia existisse uma Constituição e juravam em todas as línguas, perante a Europa, que o “nosso governo unificado” “é plenamente constitucional”. Isso acontecia em Londres, longe da Rússia. Mas bastou voltarem à pátria, ao país dos “arbítrios” e das “repressões”, para reconhecerem o seu “erro” e “permanecerem iludidos”.

Ainda há pouco tempo eles “acreditavam” que Stolípin conseguiria levar o país pelo caminho da “renovação” parlamentar. Mas bastou que Stolípin surgisse com o seu famoso artigo 87(1), para que os cadetes dessem novamente o sinal de partida para o refrão dos “erros” e dos “mal-entendidos”.

Será que já se passou muito tempo desde quando os cadetes estabeleciam um paralelo entre o governo russo (lembrai-vos da greve dos portuários) e o inglês, acerca de sua atitude com relação às greves? Mas bastou o drama do Lena para que os cadetes repetissem mais uma vez o seu farisaico refrão: “enganamo-nos”.

E é significativo: aumentam os “erros” e as “ilusões”, mas a tática cadete de namorar com o governo não muda!

Pobres, pobres cadetes! É evidente que eles “contam” com leitores ingênuos que acreditam na sua sinceridade.

Eles “pensam” que a população não nota as suas mesuras servis diante dos inimigos da libertação da Rússia.

Eles não sabem, ainda, que, se até agora frequentes vezes “enganaram-se” em suas opiniões sobre o governo, agora estarão “iludidos” com as massas da população, que por fim compreenderão o seu caráter contrarrevolucionário e virar-lhes-ão as costas.

Quem enganarão então os senhores cadetes?

Servilismo diante do governo, farisaísmo diante do país: por que então são chamados “partido da liberdade do povo”?

Assinado: S.


Notas de fim de tomo:

(1) O art. 87 da lei fundamental do estado atribuía ao governo a faculdade de apresentar, durante as férias da Duma, projetos de lei diretamente ao tzar a fim de que os sancionasse. Valendo-se dessa faculdade, o ministro Stolípin promulgou, sem apresentá-las à Duma, várias leis, particularmente em matéria agrária. (retornar ao texto)

Transcrição
pcr
Inclusão 25/10/2019