Que esperávamos da Conferência?

J. V. Stálin

6 de maio de 1917


Primeira publicação:Soldátskaia Pravda” (“A Pravda do Soldado”), n.° 16. 6 de maio de 1917. Editorial. Assinado: K. Stálin.
Fonte: J. V. Stálin, Obras. Editorial Vitória, Rio de Janeiro, 1953, págs. 69-71.
Tradução: Editorial Vitória, da edição italiana G. V. Stálin - "Opere Complete", vol. 3 - Edizione Rinascita, Roma, 1951.
HTML: Fernando Araújo.
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Nosso Partido é a união dos social-democratas de toda a Rússia, de Petrogrado ao Cáucaso, de Riga à Sibéria.

Essa união foi criada para auxiliar os trabalhadores a travar uma luta vitoriosa contra os ricos, os industriais e os latifundiários, por um destino melhor, pelo socialismo.

Mas a luta só pode ser vitoriosa com a condição de que nosso Partido seja unido e coeso, que possua uma única alma e uma única vontade, que siga a mesma linha, por toda a parte, em todos os recantos da Rússia.

Mas, como conseguir a unidade e a coesão do Partido?

Existe um único caminho, e é precisamente: reunir em um mesmo lugar os delegados eleitos pelos operários conscientes de toda a Rússia, examinar juntos as questões fundamentais de nossa revolução, elaborar uma opinião comum, e depois, retornando às próprias sedes, aproximar-se do povo, conduzi-lo pelo único caminho em direção à meta comum.

Essa reunião chama-se exatamente conferência.

Eis por que nós todos aguardávamos com impaciência a convocação da Conferência de toda a Rússia do Partido Operário Social-Democrata da Rússia.

Antes da revolução nosso Partido vivia na clandestinidade, era um partido proibido, seus membros eram presos e condenados aos trabalhos forçados. Era por isso organizado segundo as exigências da atividade clandestina, era um partido “secreto”.

Agora a situação mudou, a revolução deu a liberdade, a atividade clandestina desapareceu e o Partido teve de tornar-se legal, teve de organizar-se de nova maneira.

Temos por diante a questão da guerra e da paz. A guerra provoca e provocará ainda milhões de vítimas. A guerra arruína milhões de famílias; trouxe para as cidades a fome e a exaustão; privou o campo das mercadorias mais necessárias. A guerra serve só aos ricos que, com as encomendas do governo, enchem seus cofres. A guerra serve só aos governos que saqueiam os outros povos. E faz-se a guerra justamente para efetuar essa rapina. E eis a questão que se formula: que posição tomar com relação à guerra, fazê-la cessar ou prosseguir nela, continuar a segurar a corda no pescoço ou cortá-la de vez?

A conferência devia responder a essa pergunta.

Há mais. A fome ameaça a Rússia, seja na retaguarda seja na frente. Mas a fome será três vezes mais feroz se não se proceder imediatamente ao cultivo de todas as terras “livres”. E no entretanto os latifundiários deixam sem cultivo a terra, não mandam fazer as semeaduras e o governo provisório impede os camponeses de tomar as terras dos latifundiários e de cultivá-las... Como agir em relação ao governo provisório, que apoia por todos os meios os latifundiários? Como agir em relação aos próprios latifundiários: deve-se deixar-lhes a terra ou deve-se transferir a sua propriedade para o povo?

A todas essas perguntas a Conferência devia fornecer respostas claras e precisas.

De fato, somente essas respostas tornam o Partido unido e coeso.

Somente um Partido coeso pode conduzir o povo à vitória.

Se as suas respostas foram claras e precisas, que o julguem os próprios companheiros, estudando as resoluções da Conferência publicadas em apêndice ao n.° 13 do nosso jornal.(1)


Notas de fim de tomo:

(1) No suplemento ao n.° 13 da Soldátskaia Pravda (A Pravda do Soldado) foram publicadas as resoluções da VII Conferência de Abril de Toda a Rússia do P.O.S.D.R. (b). (retornar ao texto)

Inclusão: 18/02/2024