A Mulher Albanesa, Uma Grande Força da Revolução


VI. A União das Mulheres da Albânia foi fundada no fogo da guerra


A Guerra de Libertação Nacional do povo albanês, liderada pelo Partido Comunista da Albânia (PKSH), foi uma grande revolução popular, uma luta genuína que teria sido vitoriosa se as amplas massas populares, incluindo as mulheres, que compõem metade da população, tivessem sido mobilizadas. Compreendendo essa necessidade, o partido comunista formulou uma estratégia específica de engajamento com as mulheres como parte integral de sua abordagem geral.

Durante a Guerra de Libertação Nacional, o partido não poderia implementar sua estratégia de trabalho com as mulheres sem organizá-las e unificá-las. Foi assim que surgiu a Frente Antifascista de Libertação Nacional (LANÇ), uma organização exclusivamente feminina, destinada a treinar e instruir as mulheres para lutarem pela libertação do país e por sua própria emancipação.

Desde sua fundação, o partido sempre reconheceu a importância de unir as mulheres em uma organização antifascista, especialmente em meio à luta armada contra os invasores fascistas. Documentos do partido, incluindo diretrizes do Comitê Central e resoluções da 1ª Conferência do PKSH, destacaram essa necessidade e estabeleceram a tarefa de organizar as mulheres através da Frente Antifascista.

Para coordenar a atividade dos conselhos antifascistas de mulheres até a eleição de um órgão central da Frente Antifascista Feminina, uma comissão inicial foi criada em segredo em Tirana, em abril de 1943. O Partido designou Nexhmije Xhuglini (Hoxha) para liderar essa comissão, que imediatamente iniciou a implementação de medidas para estabelecer conselhos de mulheres em todas as regiões. O objetivo era claro: organizar o apoio à Guerra de Libertação Nacional, fortalecer o movimento antifascista das mulheres e promover seu engajamento político em todas as esferas. Era fundamental que a união das mulheres antifascistas fosse sentida em todos os lugares, tanto na cidade quanto no campo.

As orientações do partido receberam um apoio entusiástico das massas, que, mesmo sob as condições adversas do terror fascista, realizaram conferências para eleger seus conselhos. Em muitas áreas, as mulheres tiveram que enfrentar não apenas as dificuldades impostas pelo terror fascista, mas também a oposição de organizações colaboracionistas, como os “Balli Kombëtar”.

Os invasores prenderam e exilaram centenas de mulheres, porém não conseguiram enfraquecê-las. Mesmo sob prisão ou nos campos de concentração, elas continuaram firmes na luta contra o inimigo, fortalecendo ainda mais sua união.

Em outubro de 1943, juntamente com as eleições para os conselhos locais, foram realizadas eleições para os conselhos municipais. Um marco importante para a formação da Frente Antifascista Feminina foi a 2ª Conferência de Libertação Nacional, realizada em setembro de 1943. Uma delegação de mulheres participou dessa conferência e apresentou a solicitação para reconhecer a Organização das Mulheres e sua adesão ao programa da Frente de Libertação Nacional, que foi aceita.

A partir desse momento, as mulheres albanesas passaram a ter sua própria organização, chamada de União das Mulheres Antifascistas da Albânia (BGASH). Durante a guerra, a BGASH intensificou suas atividades, mobilizando cada vez mais mulheres para a luta de libertação. A revista “Mulher Albanesa”, ao iniciar sua circulação, tornou-se uma poderosa ferramenta para mobilizar e organizar as mulheres.

Graças ao trabalho incansável de sua organização, as mulheres nos Conselhos Locais, tanto urbanos quanto rurais, elevaram seu nível político e consciência revolucionária. Elas desempenharam um papel ativo no levante popular contra os invasores fascistas, liderando as massas com coragem diante das dificuldades e sacrifícios.

Vários exemplos de heroísmo se destacam, como o de Duze Bajrami, que, apesar de perder seus dois filhos na luta pela Libertação, continuou a incentivar a atividade dos Conselhos de Mulheres. Outras mulheres, como Sarete Gabaj, de Vlorë, também deram suas vidas pela libertação da pátria, enfrentando corajosamente a crueldade dos nazistas.

Os Conselhos Regionais foram eleitos em reuniões com a participação de delegados das zonas libertadas ou ainda sob ocupação fascista. Essa atividade política e organizacional culminou no 1º Congresso de Mulheres, realizado em novembro de 1944, na cidade de Berat, recentemente libertada pelas brigadas partisans. No congresso, foram avaliadas as conquistas alcançadas, definidas as metas futuras e eleitos os órgãos centrais da BGASH. A organização, agora chamada União das Mulheres da Albânia (BGSH), desempenha um papel fundamental na vida política, econômica e social do país. Sob a direção do partido, ela segue fielmente o caminho rumo ao socialismo, reunindo e formando milhares de mulheres em sua luta pela construção da sociedade socialista na Albânia.