História do Socialismo e das Lutas Sociais
Quarta Parte: As Lutas Sociais na Época Contemporânea

Max Beer


Capítulo XI - A Guerra Mundial e a Revolução


1. A Segunda Internacional e a guerra

capa

As contradições cada vez mais graves do regime capitalista acabaram provocando um incêndio mundial tão grande, tão violento e tão terrível que a mais fértil das imaginações não poderia dele fazer qualquer uma ideia aproximada.

Em Julho de 1842, Henrique Heine previa o seguinte para a geração que viria depois dele: “Tempos sombrios se aproximam. E o profeta que quiser escrever um novo Apocalipse terá de inventar novos monstros tão horríveis que, a seu lado, os animais simbólicos de S. João serão meigas pombas ou lindos querubins”.

Durante mais de quatro anos, terrível tempestade desabou sobre a terra. A luta entre a Entente (Inglaterra-França-Rússia) e a Dúplice (Alemanha-Áustria) iniciada em Agosto de 1914, transformou-se rapidamente numa guerra mundial, que arrastou, uma por uma, na sua órbita, todas as potências do mundo. E, nesta loucura geral, neste desmoronamento de uma civilização inteira, as massas populares encontraram-se repentinamente sem guias e sem capacidade para se orientarem, para fazer ouvir sua voz, porque a Segunda Internacional, em que elas haviam confiado, ruíra lamentavelmente ao primeiro embate.

Nesse momento, os povos já não se dividiam em capitalistas e proletários, em exploradores e explorados, mas em partidários da Entente e partidários da Dúplice. De um lado, os Aliados; de outro, os Impérios Centrais. Extinta a luta de classe, a luta pelas reivindicações operárias, pelo socialismo! No interior, a União Sagrada entre os adversários de véspera, enquanto os povos, até então unidos no mesmo ideal, se chacinavam mutuamente nos campos de batalha!

A linha divisória até ali estabelecida, baseada na luta de classes, foi deslocada, posta à mercê dos interesses dos imperialismos em luta. Ao receber tal choque, a Segunda Internacional desmoronou. Na verdade, ela nem sequer tentou lutar. O nacionalismo e o revisionismo que a infectavam, ligaram-na intimamente ao regime existente, atrelaram-na ao carro do capitalismo com o qual ela foi arrastada no tumulto da guerra.

Parte da Bélgica havia sido ocupada pelos exércitos alemães no mês de Agosto de 1914 e, por isso, o Bureau socialista não podia continuar em Bruxelas. Seu secretário, Huysmans, partiu para Haia e lá reorganizou o Bureau com os membros dirigentes do Partido Socialista Holandês. Entretanto, Vandervelde entrava para o governo belga. Huysmans tentou convocar uma Conferência internacional, mas sem resultado. A essa Conferência, que se reuniu em 1917, em Copenhague, só compareceram representantes dos países neutros. A Conferência dirigiu aos socialistas dos países beligerantes um apelo a favor da paz. No dia 17 de Fevereiro de 1918, os socialistas dos países “aliados” realizaram uma Conferência em Londres e exigiram a continuação da guerra. Os bolcheviques e os mencheviques dela não quiseram participar. Nos dias 12 e 13 de Abril do mesmo ano, os socialistas alemães e austríacos reuniram-se, por sua vez, na Conferência de Viena. Mas, pouco a pouco, grande número de socialistas começaram a compreender que trilhavam por um caminho errado, que traiam as suas convições, e, por isso, procuraram voltar a um ponto de vista internacionalista.

Os primeiros sintomas da cisão no campo socialista Internacional foram as Conferências de Zimmerwald e de Kienthal. Em Setembro de 1915, os socialistas revolucionários russos (Lenine, Trotski, Zinoviev, Radek), alemães (Ledebour, Hoffmann), franceses (Blanc, Brizon, Loriot), italiano (Modigliani), búlgaro (Rakovski), assim como os representantes do movimento socialista de alguns países neutros, reuniram-se em Zimmerwald, na Suíça, denunciaram energicamente o caráter imperialista da guerra mundial, a traição dos socialistas de guerra e exigiram a aplicação prática das decisões dos Congressos internacionais. Uma Conferência análoga reuniu-se em Kienthal (Suíça), no mês de Abril de 1916. Esta Conferência lançou um apelo aos trabalhadores dos países beligerantes, convidando-os a lutar para pôr termo à guerra. Os delegados ingleses não compareceram a nenhuma dessas duas Conferências porque o governo inglês lhes recusou os passaportes. Em Março de 1917, quando a Revolução Russa estalou, Huysmans, convidou a Segunda Internacional a se reunir em Conferência na cidade de Estocolmo. Mas, como os governos franceses e ingleses não quiseram fornecer passaportes aos delegados, a Conferência não se realizou.

Nesse ínterim, as correntes oposicionistas reforçavam-se cada vez mais nos países beligerantes. Na Alemanha, Carlos Liebknecht e Oto Rühle foram os primeiros que se pronunciaram contra a União Sagrada (Dezembro de 1914) e que se ergueram contra a política guerreira do Partido Social-Democrata.

Eram apoiados por Rosa Luxemburgo, Léo Jogiches e Francisco Mehring, que, em Março de 1915, fundaram a revista A Internacional e, pouco depois, a Liga Espartaco. Um ano decorrido, o Partido Social-Democrata alemão cindiu-se. Dezoito deputados da fração parlamentar, dirigidos por Haase, fundaram a Comunidade de Trabalho Socialista, que em Abril de 1917 deu origem ao Partido Socialista Independente. Este, em colaboração com a Liga Espartaco, trabalhou para mobilizar as massas contra a política de guerra do velho Partido.

Em França, formou-se também uma oposição, sob a direção de João Longuet. Durante muito tempo, essa oposição lutou contra a maioria, até que um dia a minoria tornou-se maioria no Congresso de Paris (18 de Outubro de 1918). Mas a oposição francesa era muito menos revolucionária que a do Partido Independente Alemão e, sobretudo, do que a Lisa Espartaco. Entretanto, a esquerda de Longuet, havia ainda, em franco desenvolvimento, uma fracão comunista dirigida por Loriot e Luiza Saumonneau.

Na Inglaterra, uma parte da Federação Social-Democrata constituiu um grupo independente e começou a defender pontos de vista internacionalistas, tendo, por último, aderido ao comunismo.

Nos Estados Unidos, a maioria do Partido Socialista era contrária à entrada da América na guerra. Quando a Revolução Russa irrompeu, parte dessa maioria se pronunciou a favor do comunismo e organizou um Partido independente.

2. A Revolução Russa

As operações militares na frente russa motivaram, pouco a pouco, o completo esgotamento das forças militares da Rússia. Bloqueada no Mar do Norte pela frota alemã, nos Dardanelos pela esquadra turca, a Rússia não podia receber nenhum auxílio eficaz de seus aliados e desmoronou militar e economicamente. O resultado foram greves, agitações, revoltas e, finalmente, movimentos revolucionários que terminaram, em Março de 1917, pela abdicação do czar e pela formação de um governo provisório. Grande parte do exército e os camponeses exigiam a paz imediata. Mas os Aliados, apoiados na propaganda de “guerra até o fim” dos socialistas maioritários franceses e belgas exerciam pressão sobre o governo provisório para que ele continuasse na guerra, a seu lado.

Kerenski, que dirigia o novo governo, preparou uma ofensiva na Galícia. Depois de alguns sucessos iniciais, esta ofensiva terminou com a debandada geral e com a completa desorganização do exército russo.

Nesse intervalo, os bolcheviques, que agitavam as palavras de ordem: “Terminação imediata da guerra!” — “Divisão das terras!” — “Todo o poder aos Soviets!” — haviam conquistado as organizações operárias e mobilizado as massas contra a política do governo provisório que, a 7 de Novembro de 1917, derrubavam o governo de Kerenski e conquistavam o poder.

Em algumas semanas, fizeram uma Revolução política e agrária que quase todos, na Europa, supuseram de curta duração. Seu primeiro ato foi propor ao governo alemão paz imediata sem nenhuma anexação nem indenização. E o governo alemão, para ganhar tempo, fingiu aceitar. Mas procurou, por meio de uma série de ardis diplomáticos, e, afinal, pela invasão armada, impôr à Rússia uma paz nas mais humilhantes das condições. Forçado pelas circunstancias, o governo soviético foi obrigado a assinar o tratado de Brest-Litovsk (1º de Março de 1918), Mas as greves dos operários alemães, que irromperam nos últimos dias de Janeiro como protesto às violências praticadas contra a Rússia, exerceram decisiva influência na sorte da Alemanha. Lenine e Trotski saíram aparentemente vencidos das negociações de Brest-Litovsk. Mas, durante essas negociações, o grande Estado-Maior e o governo da Alemanha, na realidade, preparavam a sua própria derrota, que iria obrigá-los, alguns dias mais tarde, a assinar, por sua vez, o Tratado de Versalhes, reconhecendo a vitória completa dos Aliados e o desmoronamento dos Impérios Centrais.

Do espantoso caos que era a Rússia em princípios de 1918, Lenine, Trotski, e seus colaboradores criaram a República dos Soviets, que os Kuhlmann, os Hoffmann e os Czernine acreditavam ver rapidamente desaparecer.

Mas ela esmagou, uma por uma, todas as revoltas e intervenções provocadas e financiadas pela Entente: as dos tchecoslovacos, de Kornilov, de Yudenitch, de Koltchak, de Denikine, da Polônia, de Wrangel, etc...

A Rússia dos Soviets erigiu para o proletariado internacional uma sólida fortaleza e criou um Exército Vermelho. E, como vanguarda, colocou-se a serviço do movimento revolucionário da Europa central e ocidental. Apoiou todos os movimentos revolucionários de emancipação da Europa e da Ásia. Suprimiu, na Rússia, todos os vestígios do regime feudal e do poder burguês. Estabeleceu uma Constituição que entregou todo o poder político e econômico ao proletariado. Distribuiu a terra entre os camponeses e nacionalizou a grande indústria. Numa palavra: ingressou no caminho do socialismo. A passividade do proletariado internacional obrigou-a, no entanto, a recorrer aos métodos do socialismo de Estado e a entrar em negociações com os capitais estrangeiros.(1)

A fim de preparar o proletariado para a Revolução, tarefa de que a Segunda Internacional se mostrou incapaz de realizar, os bolcheviques fundaram, em Março de 1919, a Terceira Internacional, que se propõe conduzir o proletariado pelo caminho da luta implacavel, ao mesmo tempo pela defesa de seus interesses quotidianos e pela sua libertação definitiva do jugo da burguesia.

3. A Revolução Alemã de 1918-19

Em Agosto de 1918, depois de haver combatido durante quatro anos contra um mundo de inimigos, a Alemanha, exangue e debilitada, sucumbiu diante da superioridade esmagadora de duas forças convergentes: o capital internacional e a Revolução Russa. O governo alemão conseguira realizar uma obra-prima: cercar-se de inimigos por todos os lados. Em Setembro de 1918, as derradeiras forças da Alemanha se esgotavam.

O grande quartel-general exigiu o início imediato das negociações para a conclusão de um armistício. O conde Hertling, o último chanceler da Alemanha do antigo regime, retirou-se. O príncipe Max, de Baden, apoiado pelos social-democratas Scheidmann e Bauer, assumiu o poder. O país encontrava-se em plena fermentação. A Revolução, afinal, rebentou no dia 30 de Outubro de 1918, primeiro em Kiel, depois em Stuttgart e em Munique e, por último, a 9 de Novembro, em Berlim. A marinha e o exército sublevaram-se. O príncipe Max de Baden entregou o poder a Frederico Ebert, homem de confiança do Partido Social-Democrata. O imperador abdicou e refugiou-se na Holanda. Scheidmann proclamou a República alemã. Uma por uma, todas as dinastias ruíram. A Revolução triunfou pacificamente na Alemanha, do mesmo modo que vencera, dias antes, na Áustria.

Esta vitória da Revolução fora certamente o resultado da derrota militar. Tratava-se, agora, de tirar deste acontecimento todo o partido possível. Foi ai que se manifestaram as lacunas da educação socialista de antes da guerra. Desde o começo da Revolução, surgiram por toda a parte conselhos de operários e de soldados, do mesmo modo que na Rússia. Mas não havia nenhuma unidade no país nem a menor consciência do fim a atingir.

Os dirigentes do Partido Social-Democrata que, aliás, não tinham desejado a Revolução e que se haveriam contentado com um governo parlamentar, consideravam a República democrática como a mais elevada finalidade que era possível atingir. Por isso, reclamaram as eleições para a convocação de uma Assembleia Nacional.

A socialização dos meios de produção, a implantação do socialismo não fazia, de maneira alguma, parte de suas cogitações. Os membros do Grupo Espartaco, chefiados por Rosa Luxemburgo, lançaram a palavra de ordem de ditadura proletária e se opuseram energicamente à política dos socialistas maioritários. Os dirigentes do Partido Independente hesitavam entre a democracia e a ditadura do proletariado e, afinal manifestaram-se a favor de uma prorrogação das eleições. Eles, aliás, no começo (de 9 de Novembro a 29 de Dezembro de 1918), trabalharam em colaboração com os socialistas maioritários. Cada um dos dois Partidos socialistas indicara três delegados como seus representantes no governo (Ebert, Landberg e Scheidmann, pelos maioritários; Barth, Dittmann e Haase, pelos minoritários). O governo intitulou-se Conselho dos Representantes do Povo. Mas a ausência de unidade no campo socialista acabou sendo aproveitada pelo velho Partido que, por meio de palavras de ordem democráticas, conseguiu conquistar uma multidão de operários e de pequenos burgueses. Ao mesmo tempo, grande número de burgueses agruparam-se em torno da social-democracia, na qual viam, com bastante razão, um baluarte contra a Revolução socialista, tanto mais quanto o governo, depois de saírem os três representantes do Partido independente, fora completado por dois socialistas de direita, Noske e Wissel, e empreendera a luta contra os elementos revolucionários, apoiando-se no antigo corpo de oficiais da monarquia.

Os três mais notáveis dirigentes socialistas da Revolução — Rosa Luxemburgo, Carlos Liebknecht e Kurt Eisner — foram ignobilmente assassinados, em companhia de milhares dos melhores lutadores socialistas. Assistiu-se, na Alemanha, durante o inverno e a primavera de 1918-19, à repetição da tragédia francesa de 1793 e de 1848, na qual os reformadores moderados moveram campanha de extermínio contra os elementos mais enérgicos e assim prepararam o caminho para a reação. O governo provisório marcou as eleições para o dia 19 de Janeiro de 1919. Os maioritários nela obtiveram ll.500.000 votos e os minoritários 2.300.000. Os aderentes da Liga Espartaco não haviam participado das eleições. O número de mandatos obtidos pelos Partidos socialistas representava apenas 43% do total de deputados: 185, em 421. De acordo com as regras parlamentares, os socialistas, estando em minoria, não podiam fazer parte do governo. De outra parte, por uma questão de princípio, não podiam também ingressar num governo de coalisão com Partidos burgueses. Deveriam, pois, logicamente, renunciar a qualquer participação no governo. Mas, naquele momento, nenhum Partido burguês seria capaz de assumir a responsabilidade do poder, porque a vaga revolucionaria era ainda muito forte. Foi quando o Partido Social-Democrata, que dividia o país, não em exploradores e explorados, mas em partidários e adversários da democracia, formou o governo com os católicos e os democratas, e suportou sobre suas costas o peso de graves responsabilidades, sem, entretanto, poder realizar a socialização que as massas reclamavam e que lhes havia sido solenemente prometida. Os social-democratas estavam no governo. Mas, na realidade, reinavam os militares, os burocratas e os capitalistas. O único resultado da vitória foi a aprovação, no dia 11 de Agosto de 1919, da Constituição democrática, chamada de Weimar. Esta política dos social-democratas, ao lado da pressão contínua que a Entente, apoiada nas cláusulas do tratado de Versalhes, exercia sobre a Alemanha, tornaram impossível a reconstrução em bases socialistas.

Grande número de proletários, decepcionados, voltaram-se para o Partido Comunista (antiga Liga Espartaco), que foi ainda mais reforçada pouco depois pela cisão do Partido Independente. Uma ala desse Partido passou para o comunismo. A outra, em 1922 voltou ao Partido Social-Democrata.

4. O movimento socialista em França e na Inglaterra, durante os primeiros anos de após-guerra

De 1917 a 1920, nos países vencedores, houve também violentas agitações internas. Na Conferência da C. G. T. francesa, em Clermont-Ferrand, no mês de Dezembro de 1917, a vitória coube aos elementos revolucionários, que, no mês de Março seguinte, realizaram outra Conferência em Saint-Etienne. Do começo do ano de 1918 em diante, a França foi agitada por uma formidável onda de greves, que adquiriram feição cada vez mais revolucionaria. Os grevistas reclamavam, entre outras coisas, a conclusão de um armistício. Queriam também que a França renunciasse a qualquer intervenção militar na Rússia.

No interior da C. G. T.., a oposição, que reclamava a volta aos princípios da Carta de Amiens e a cessação da política de colaboração de classe da maioria, realizava progressos rápidos.

No fim da guerra, o Parlamento francês, sentindo a necessidade de fazer algumas concessões às massas operarias, adotara a lei das 8 horas, satisfazendo, assim, uma antiga aspiração do movimento operário francês. Em 1920, estalou uma greve geral dirigida pela C. G. T., que reclamava, entre outras coisas, a “nacionalização industrializada” das estradas de ferro. Mas a greve fracassou e só conseguiu tornar maiores as divergências entre a maioria e a minoria, no seio das organizações sindicais. Por fim, essas divergências provocaram a cisão. Os revolucionários abandonaram a C. G. T. e fundaram a Confederação Geral do Trabalho Unitária (C. G. T. U.), que se propunha conduzir a luta sindical pelo caminho de luta de classe.

No seio do Partido Socialista, as divergências eram também cada vez mais profundas. Já vimos, que, no Congresso de Paris (18 de Outubro de 1918), a oposição, dirigida por João Longuet, conseguira conquistar a maioria. Mas os zimmerwaldianos, organizados no Comitê em Prol do Reatamento das Relações Internacionais, haviam feito surgir, em 1919, uma tendência nitidamente comunista que, sob a direção do Comitê da Terceira Internacional, se batia a favor da Internacional Comunista, pouco antes fundada em Moscou. Sob a pressão dos acontecimentos da Revolução Russa e em virtude da política hesitante da nova maioria do Partido, esta tendência conseguiu, no Congresso de Tours, no mês de Dezembro de 1920, fazer aprovar por 3.252 votos contra 1.450, a adesão à Terceira Internacional. Depois disto, a direita abandonou o Partido e este, no Congresso de Marselha (1922), passou a chamar-se Partido Comunista (Secção Francesa da Internacional Comunista).

Na Grã-Bretanha, a partir de 1917, irromperam muitas greves, algumas das quais com feição em parte revolucionária. Em todas as Conferências sindicais, a oposição apresentava sempre em primeiro lugar a palavra de ordem de controle operário da produção. Mas a principal reivindicação era a socialização das minas. Foi essa reivindicação que levou os mineiros a greve geral de 1920.

Os dirigentes temiam que o movimento fosse além das reivindicações primitivas e se transformasse em revolução social. Por isso, a última hora, procuraram evitar a luta. Não fora isso, e a greve geral dos mineiros de 1920 certamente se teria transformado numa greve geral de toda a classe, operária inglesa.

O enfraquecimento da ação econômica, a partir de 1920, reforçou a ação parlamentar. Eis porque o Labour Party conseguiu alcançar grandes triunfos nas eleições. Em 1924 obteve 192 mandatos e chegou ao governo, cabendo a seu presidente, Ramsay Mac Donald, o cargo de Primeiro ministro.


Notas de rodapé:

(1) A obra de Max Beer não vai além de 1921-22 (Nota de Marcel Ollivier.) (retornar ao texto)

Inclusão: 21/10/2021