A Cência da Logica

Georg Wilhelm Friedrich Hegel


Livro Dois: A doutrina da essência
Segunda seção: A aparência (ou seja: O fenômeno)
Capítulo 1— A Existência Concreta


Como o princípio do fundamento se expressa [razão suficiente]: Tudo o que existe tem um fundamento, ou seja, é algo posto, algo mediado, assim também deveria construir um princípio da existência e deve ser expresso assim: Tudo o que é, existe. A verdade do ser não consiste em ser um primeiro imediato, mas em ser a essência surgida na imediação.

Mas se também fosse dito: o que existe tem um fundamento e está condicionado, então devemos também dizer: não tem fundamento e está incondicionado. Com efeito, a existência é a imediação que surgiu da superação da mediação relacionada por meio do fundamento e da condição, e esta imediação, em seu surgir, supera justamente este surgir.

Uma vez que se podem mencionar aqui as provas da existência de Deus, antes de tudo devemos lembrar-nos que, além do ser imediato, primeiro e, secundariamente, além da existência, isto é, do ser que surge da essência, ainda existe outro ser, que surge do conceito, isso é objetividade.— O demonstrar é, em geral, conhecimento mediado.

As diferentes espécies do ser precisam ou contêm seu próprio tipo de mediação; assim também a natureza da demonstração é diferente, com respeito a cada espécie. A prova ontológica quer levar o conceito como ponto de partida; põe como base a soma de todas as realidades, e então também subsume a existência sob a realidade.

Ela é, portanto, a mediação que é silogismo, e que aqui ainda não tem que ser considerada. Já foi considerado antes o que Kant apontou contra isso, e foi observado que Kant, entende por existência a existência determinada, através do qual entra no contexto algo da experiência total, isto é, na determinação de um ser-outro e no relacionamento com outro. Assim, algo, pelo fato de existir, é mediado por outro, e a existência em geral é o lado da sua mediação. Agora, não há mediação no que Kant chamou o conceito, isto é, em algo, quando considerado sozinho e simplesmente relacionado consigo mesmo, ou seja, na representação como tal, na identidade abstrata consigo mesmo a oposição está suprimida. O prova ontológica teria agora que provar que o conceito absoluto, isto é, o conceito de Deus, chega à existência determinada, a mediação, ou seja, deve demonstrar como a essência simples é mediada pela mediação. Isso é realizado através da supracitada subsistência da existência sob o seu universal, isto é, realidade, que é aceita como um meio termo entre Deus em seu conceito, por um lado, e a existência, do outro lado.— Como já foi dito, essa mediação não é falada aqui, porquanto tem a forma do silogismo. Mas como isso está realmente constituída de verdade aquela mediação da essência com a existência, isso está contido na exposição efetuada até aqui. A natureza da demonstração em si deve ser considerada na doutrina do conhecimento. Aqui há que mencionar o que se refere à natureza da mediação em geral.

As provas da existência de Deus alegam um fundamento para esta existência. Este não tem que ser um fundamento objetivo da existência de Deus: pois este existe em si e por si. Assim é puramente um fundamento para o conhecimento. Com isso se apresenta ao mesmo tempo como aquilo que desaparece no objeto, que no início aparece como fundado por ele. Agora o fundamento, que geralmente é derivada da contingência do mundo, contém o retorno do mesmo à essência absoluta; de fato o que é contingente é o carente de fundamento em si e o que é superado em si. Portanto, assim, a essência absoluta surge, na realidade, do carente; o fundamento supera-se, e assim a aparência da relação, que foi atribuído a Deus, isto é, ser um fundado em outro. Esta mediação, portanto, é verdadeira. No entanto, essa reflexão probatória não conhece esta natureza da sua mediação; por um lado ela é considerada algo puramente subjetivo, e assim separa sua mediação do próprio Deus; mas por outro lado, e por isso, não reconhece o movimento de mediação, que está na própria essência, nem ela sabe como esse movimento está nela. Seu verdadeiro relacionamento é que ela é as duas coisas em uma, isto é, é a mediação como tal, mas ao mesmo tempo é certamente uma mediação subjetiva, externa, isto é, a própria mediação externa, que é superada de novo para ela mesma. No entanto, nessa exposição, a existência preserva a relação errônea, de aparecer apenas como algo mediado ou posto.

Assim, por outro lado, a existência não pode tampouco ser considerada puramente como um imediato. Considerada na determinação de uma imediação, a compreensão da existência de Deus se expressou como algo que não pode ser demonstrado, e o conhecimento dela como uma consciência imediata, isto é, como uma fé. O saber tem que chegar a este resultado, de que não sabe nada, ou seja, renunciar de novo por si ao seu movimento mediador e às determinações que aparecem nele. Isto também resultou do que foi dito acima; no entanto, devemos acrescentar que a reflexão, embora acabe se superando, não resulta, portanto, como o nada, como se agora o conhecimento positivo da essência fosse, como uma relação imediata com ela, separado desse resultado, e foi seu próprio surgimento, um ato que começara somente de si. Pelo contrário, este mesmo fim, este fundir-se da mediação, está ao mesmo tempo, o fundamento, de onde vem o imediato. A linguagem une, como já se notou antes, o significado de fundir-se e o do fundamento; se diz que a essência de Deus é o abismo para a razão finita.

É realmente assim, porque a razão finita renuncia à sua finitude e acrescenta seu movimento de mediação; mas este abismo, que é o fundamento negativo, é ao mesmo tempo, o fundamento positivo do surgimento do existente, da essência imediata em si mesma; a mediação é um momento essencial. A mediação através do fundamento se supera; mas não deixa sob si mesma o fundamento, de modo que surge algo que seja posto que tenha sua essência em outro lugar, isto é, no fundamento; mas este fundamento, como um abismo, é a mediação perdida, e vice-versa, somente a mediação perdida é ao mesmo tempo o fundamento, ela é o mesmo para si e para o imediato.

Assim, a existência aqui não tem que ser considerada como um predicado ou uma determinação da essência, de modo que uma proposição pode dizer sobre isso: a essência existe, isto é, tem existência— mas essa essência passou a existir; a existência é sua exteriorização absoluta, além da qual a essência não permaneceu. A proposição, portanto, deveria ser: a essência é a existência, não é diferente de sua existência —A essência passou a existir, porque a essência não é mais distinguida, como um fundamento, de si mesmo como do fundado, isto é, porque aquele fundamento foi superado. Mas essa negação é similarmente essencialmente sua posição, que é a continuidade absolutamente positiva consigo mesma; existência é o reflexo do fundamento em si, sua identidade consigo mesma que se constituiu em sua negação e então a mediação, que pôs como idêntica consigo, mesma, e por isso é imediação.

Agora, por causa do fato de que a existência é essencialmente mediação idêntica consigo mesmo, tem as determinações da mediação; mas ele as tem de tal maneira que ao mesmo tempo, refletem-se em si mesmos e têm subsistência essencial e imediata. Como imediatismo que é superado, existe é determinado, a existência é unidade negativa e ser-em-si; ela, por isso, se determina de imediato como algo existente e como coisa.

A. A COISA E SUAS PROPRIEDADES

A existência como algo que existe está posta na forma de unidade negativa, que ela essencialmente constitui. Mas esta unidade negativa é primeiro, apenas determinação imediata, e, portanto é o único do algo em geral. O algo existente, no entanto, é diferente de algo que é. Aquele é essencialmente um imediatismo tal, que surgiu mediante a reflexão da mediação em si. Assim o algo existente é uma coisa.

A coisa se distingue de sua existência, assim como algo pode ser distinguido de seu ser. A coisa e o existente são imediatamente um e o mesmo. Mas, pelo fato de que a existência não é a primeira imediação do ser, mas tem nela o momento da mediação, a sua determinação como coisa e a distinção de ambos não constituem a transição, mas verdadeiramente uma análise, e a existência como tal contém no momento da sua mediação essa distinção em si, que é a diferença entre a coisa em si e a existência exterior.

a) A coisa em si e a existência.

1 – A coisa em si é o existente como o imediato essencial que se apresenta por meio da mediação superada. Por isso, a mediação é também essencial para a coisa em si; mas tal diferença é a primeira ou imediata existência se parte em determinações indiferentes.Um dos lados, isto é, a mediação da coisa, é a sua imediação não refletida, e, portanto, o seu ser em geral, o que, sendo ao mesmo tempo determinado como mediação é um exIstir outro respeito a si mesmo, uma existência múltipla e extrínseca em si.

No entanto, não é apenas uma existência, mas está relacionada à mediação superada e imediação essencial; portanto, é a existência como inesssencial, como ser-posto.— (Se a coisa é distinta de sua existência, então é possível, a coisa da representação, ou a coisa do pensamento, que, como tal, não tem que existir ao mesmo tempo. A determinação da possibilidade e da oposição da coisa em face de sua existência é apresentada, no entanto, mais tarde).— Mas a coisa em si e seu ser mediado estão contidos na existência, e ambos são eles própria existência. A coisa em si existe e é a existência essencial da coisa, enquanto o ser mediado é por outro lado sua existência inessencial.

A coisa em si, sendo o simples ser-refletido em si da existência, não é o fundamento do existir inessencial; é a unidade imóvel, indeterminada, precisamente porque tem a determinação de ser a mediação superada e, portanto, de ser somente a base do ser mencionado. Portanto, também a reflexão, por ser a existência que é mediada por outro, cai fora da coisa em si. Isso não deve ter qualquer multiplicidade determinada em si mesma e, portanto, só a atinge se for levada à reflexão extrínseca; mas permanece indiferente diante dela. (A coisa em si só tem uma cor se for trazida diante do olho, tem um cheiro apenas na frente do nariz, etc.). Suas diversidades são aspectos captados por outras, são relações determinadas, do que esta outra ou são determinações da coisa em si.

2 — Agora, este outro é o reflexo, que quando determinado como extrínseco, primeiro, é extrínseco a si mesmo e é a multiplicidade determinada. Depois é extrínseco ao essencial existente, e referese a ele como seu pressuposto absoluto.Sem, no entanto, esses dois momentos de reflexão extrínseca, isto é, sua própria multiplicidade e sua relação com a coisa em si, diferente dela, é uma e a mesma coisa. De fato a existência é extrínseca apenas se for considerada como referente à identidade essencial, como a outro. A multiplicidade, portanto, não tem sua própria subsistência independente além da coisa em si, mas é apenas como uma aparência em face de ela, em sua referência necessária para ela, e é como o reflexo que é refratado nela. Portanto diversidade está presente como a relação do outro com a coisa em si. Mas este outro não é nada que subsiste por si só, mas existe apenas como uma relação com a coisa em si; mas ao mesmo tempo, existe somente como recusa desta; e é assim instável contragolpe dela em si.

Ora, esta reflexão inessencial não diz respeito à coisa em si, uma vez que esta é a Identidade essencial da existência, mas ela derrama-se fora dela, em si mesma. Destrói-se, e assim se torna uma identidade essencial, ou coisa em si. —Isso pode ser considerado também da seguinte maneira: a existência inessencial tem, na coisa em si, seu reflexo em si; sobretudo se refere a ela como a seu outro; mas como outro, face o que existe em si é apenas a superação de si e o converte-se em ser-em-si. A coisa em si, portanto, é idêntica à existência externa.

Isso é evidenciado dessa maneira na coisa em si. A coisa em si é a existência essencial, que se refere a si mesmo; é a identidade consigo mesma só porque contém em si a negatividade da reflexão; o que parecia existência extrínseca para ela, é, portanto, um momento em si. Portanto, é também uma coisa em si que se rejeita ela mesma, e que, portanto, se refere a si como outra. Portanto, existe agora várias coisas em si, que estão entre elas na relação da reflexão extrínseca. Esta existência inessencial é tanto um relacionamento entre eles quanto os outros; mas também é essencial para si mesmos— isto é, a existência inessencial, quando ela colapsa em si mesma, é uma coisa em si, mas outra diferente da primeira; na verdade, o primeiro é essencialidade imediato, enquanto este é o que surge da existência não essencial. No entanto, esta coisa em si, é apenas outro em geral; de fato, como uma coisa idêntica consigo mesma, não tem mais determinação face o primeiro; é o reflexo da existência inessencial em si, como o primeiro. A determinação das diferentes coisas em si, em sua relação recíproca, portanto, cai na reflexão extrínseca.

Agora, esta reflexão extrínseca já é uma referência das próprias coisas em si entre elas; sua mediação recíproca como outras. As coisas em si, desta forma, são os extremos de um silogismo, cujo termo médio é a sua existência extrínseca; isto é, a existência, pela qual eles são outros entre eles, e diferentes. Essa diferença entre eles é só no relacionamento deles; eles dizem adeus, por assim dizer, apenas da sua superfície, algumas determinações em sua relação, face às quais permanecem indiferentes, como refletidas em si mesmas absolutamente.— Esse relacionamento agora constitui a totalidade da existência. A coisa em si está relacionada a uma reflexão que é extrínseca a ela, na qual tem múltiplas determinações; isso constitui a sua rejeição de si mesmo em alguma outra coisa em si. Esta rejeição é seu contra-ataque em si, uma vez que cada coisa em si é uma a outra, apenas por uma questão de refletir do outro; não está sendo colocado em si, mas no outro, é determinado apenas pela determinação do outro. Este, então, é a mesma está determinada apenas pela determinação da primeira. Mas as duas coisas em si mesmos, por não terem diversidade em si mesmos, mas cada um apenas no outro, eles não são diferentes; a coisa em si, na medida em que tem que se referir ao outro extremo como a outra coisa em si, refere-se a algo que não é diferente disso, e a reflexão extrínseca, que teria que constituindo a relação mediadora entre os extremos é uma referência à própria coisa só ela, isto é, é essencialmente a sua reflexão sobre si mesma; portanto, é determinação existente em si mesma, ou seja, a determinação da própria coisa. Portanto, não tem tal determinação em um relacionamento, que é extrínseco, com alguma outra coisa em si, e em um relacionamento dessa outra coisa em si com ela; a determinação não é apenas a sua superfície, mas a sua mediação essencial consigo mesma, como entre si. As duas coisas em si, que têm que constituir os extremos da relação, pois não devem ter qualquer determinação recíproca, na verdade coincidem. Há apenas uma única coisa em si, que na reflexão extrínseca refere-se a si mesma; e seu próprio relacionamento consigo mesmo como outro é o que constitui sua determinação.

Esta determinação da coisa em si é a propriedade da coisa.

b) A propriedade.

A qualidade é a determinação imediata de algo, o negativo em si, por cujo meio o ser é algo. A propriedade da coisa é a negatividade da reflexão, pela cujo meio a existência em geral é um existente e, como uma simples identidade consigo, é uma coisa em si. No entanto, a negatividade da reflexão, isto é, a mediação superada, é essencialmente ela mesma mediação e relacionamento, não em relação a outro em geral, como a qualidade considerada como não refletida determinação, mas relação consigo mesmo, como com outro, isso é mediação, que ao mesmo tempo é imediatamente identidade consigo. A coisa abstrata em si é ela mesma referir-se a si mesma que retorna de si mesma do outro; por isso é determinado em si mesmo. Mas sua determinação é uma constituição que, como tal, ela é uma destinação, e como referência a outro na transpassa em um ser-outro, e é subtraído da mutação.

Uma coisa tem propriedades; estas são, em primeiro lugar, suas determinadas relações com outro; a propriedade é apresentada apenas como uma maneira de se comportar reciprocamente; por consequência é a reflexão extrínseca e o lado de ser-posto da coisa. Mas em segundo lugar, a coisa neste ser está colocado em si; é conservada na relação com outro; em qualquer caso, é apenas uma superfície, com a qual a existência é entregue à medida que se torna o devir do ser e a mutação; a propriedade não está perdida sobre isso. Uma coisa tem a propriedade de produzir, em outro, este ou aquele efeito, e de exteriorizar-se de maneira característica em sua relação. Mostrar esta propriedade apenas sob a condição de uma correspondente constituição da outra coisa, mas, essa propriedade é, ao mesmo tempo, peculiar, e representa sua base, idêntica consigo. Portanto, essa qualidade refletida é chamada propriedade. Nisto a coisa transfere a uma exterioridade, mas a propriedade conserva-se nela.

A coisa se torna, através de suas propriedades, em causa, e a causa consiste em ser preservado como um efeito. No entanto, a coisa aqui é somente a coisa imóvel, que tem muitas propriedades, e ainda não determinadas como uma causa verdadeira; no começo é apenas a reflexão que está em si, não ainda a reflexão que põe ela mesma suas determinações.

A coisa em si, como foi visto, não é, portanto, essencialmente apenas uma coisa em si mesmo de modo que suas propriedades estão sendo postas propriamente de uma reflexão extrínseca, mas são suas próprias determinações, pelas quais ela se comporta de um determinado modo. Não há base indeterminada, além de sua existência extrínseca, mas está presente como fundamento em suas propriedades, ou seja, é a identidade consigo mesmo em seu ser-posto.— Mas, ao mesmo tempo, é como o fundamento condicionado em suas propriedades, isto é, em seu ser-posto, é ao mesmo tempo uma reflexão extrínseca a si; existe apenas na medida em que é refletida em si mesma e é em si mesma apenas na medida em que é extrínseco. Através de sua existência, a própria coisa entra em relações extrínsecas, e a existência consiste nessa exterioridade; é a imediação do ser, e é por isso que a coisa está sujeita à variação; mas ela também é a imediação refletida do fundamento, e, portanto, é a coisa em si em sua variação. No entanto, mencionando essa relação fundamental não deve ser entendido aqui no sentido de que a coisa em geral é determinado como o fundamento de suas propriedades. O próprio fato de ser uma coisa constitui, como tal, a determinação fundamental. A propriedade não é diferenciada do seu fundamento, nem constitui apenas o ser-posto, mas é a fundamento que tem transferido para a sua exterioridade e é por isso que é realmente refletido em si mesmo. A propriedade em si, como tal, é o fundamento, isto é, um ser existente em si mesmo, que é a base constitui a forma de sua identidade consigo mesmo. Sua determinação é o reflexo do fundamento, extrínseco a si mesma, e o todo é o fundamento que, em sua rejeição e determinação, em sua imediação extrínseca, refere-se a si mesmo. A coisa em si existe, portanto, essencialmente, e o fato de que existe, significa, inversamente, que a existência, como imediação extrínseca, é, ao mesmo tempo, ser-em-si.

NOTA 1

Já antes (primeira parte, secção 1, capítulo 2, B), quando se fala sobre o momento do existir e do ser-em-si, a coisa em si foi mencionada, e tem sido observado que a própria coisa em si como tal nada mais é do que a abstração vazia em relação a toda determinação, do que nada pode ser conhecido de qualquer forma, precisamente porque tem que ser a abstração de qualquer determinação. — Depois de se haver pressuposto desta forma, a coisa em si como o indeterminado, toda determinação cai fora dela, em uma reflexão que fica estranha, e diante da qual ela é indiferente. Para o idealismo transcendental essa reflexão extrínseca é a consciência. Porque esse sistema filosófico transfere toda a determinação das coisas, tanto no que diz respeito à forma como ao conteúdo, para a consciência, de acordo com este ponto de vista reside em mim, no sujeito, o fato de que eu não vejo as folhas da árvore como pretas, mas como verdes, ou que o sol pareça redondo e não quadrado sinta o açúcar com um sabor doce e não amargo que ouça o primeiro e segundo toque de um relógio como sucessivos, e não como simultâneo, e não determine o primeiro como causa, nem como efeito do segundo, etc.— Essa representação grosseira do idealismo subjetivo está diretamente em contradição com a consciência da liberdade, segundo a qual eu me conheço mais como o universal e o indeterminado, separo de mim essas múltiplas e necessárias determinações, e as reconheço como algo que para mim é extrínseco, e que pertence apenas às coisas. O eu, nessa consciência de sua liberdade, é para si mesmo aquela verdadeira identidade refletida em si, que deveria ser a coisa em si. Em outro lugar demonstrei que esse idealismo transcendental não se destaca da limitação do eu pelo objeto, nem em geral do mundo finito, mas apenas muda a forma do limite, que para ele permanece o objetivo para o subjetivo, e converte em determinações do eu, e em um selvagem alternar e desenvolver a partir deles, no eu como se isso fosse uma coisa; que é considerado pela consciência comum como multiplicidade e variação somente a coisas extrínsecas sobre ele.

Na consideração atual, a coisa em si e a reflexão que é extrínseca no começo, são apenas um diante o outro; a reflexão ainda não foi determinada ainda como consciência, assim como a coisa em si não foi determinada como eu. Da natureza da coisa em si e a reflexão extrínseca resultaram, que este próprio extrínseco é determinado como uma coisa em si, ou vice-versa, torna-se uma determinação própria dessa primeira coisa em si. A causa essencial da insuficiência deste ponto de vista, em que essa filosofia pára, é, agora, que ela adere à coisa abstrata em si, como uma última determinação e opõe à coisa em si a reflexão ou bem a determinação e multiplicidade das propriedades, enquanto na realidade a própria coisa em si tem essencialmente em si mesmo aquela reflexão extrínseca, e está determinado a possuir determinações próprias, ou seja, propriedades, por meio das quais é mostrado que a abstração da coisa, isto é, o ser pura coisa em si, é uma determinação desprovida de verdade.

c) A ação recíproca das coisas.

A coisa em si existe essencialmente; sua imediação extrínseca e sua determinação pertencem ao seu ser-em-si ou ao seu reflexo-em-si. A coisa em si, portanto, é uma coisa que tem propriedades e, portanto, há várias coisas que distinguem entre elas não por uma referência estranha, mas por si mesmos. Essas várias coisas diferentes estão em ação recíproca essencial, através de suas propriedades; a propriedade é esta relação recíproca em si, e a coisa não é nada fora disso. A determinação recíproca, o ponto médio das próprias coisas, que, como extremos, teriam que ser indiferentes em relação a essa relação entre eles, é, em si mesma, a reflexão idêntica consigo mesma e representa a coisa em si, que esses extremos tinham que ser. A forma da coisa (Dingheit) é encontrada assim reduzida à forma indeterminada de identidade consigo mesma, que tem sua essencialidade somente em sua propriedade. Quando, portanto, se fala sobre uma coisa ou de coisas em geral, sem mencionar a propriedade certa, então a sua diferença é puramente indiferente, isto é, quantitativa. O que é considerado uma única coisa, se pode do mesmo modo ser convertida em várias coisas, ou ser considerado como várias coisas; se é uma separação ou união extrínseca. —Um livro é uma coisa e cada uma de suas páginas também é uma coisa, e a mesma coisa em todas as suas páginas, e assim por diante continuando ao infinito. A determinação, pelo qual significa uma coisa é apenas essa coisa, é encontrado apenas em suas propriedades. A coisa é distinguida por eles de outras coisas, porque a propriedade é reflexão e diferenciação negativas. A coisa só tem, portanto, em si, em sua propriedade, sua diferença em relação aos outros. A propriedade é a diferença refletida em si mesma, pelo que significa a coisa, no seu ser, isto é, na sua relação com o outro, é ao mesmo tempo indiferente ao outro e ao seu relacionamento. Se à coisa é tirada de suas propriedades, portanto, nada mais é do que o abstrato ser-em-si, esta é uma extensão essencial e uma compreensão extrínseca. O verdadeiro ser-em-si é o ser-em-si em seu ser-posto; isto é a propriedade. Com isso a forma de coisa se converteu na propriedade.

A coisa teria de comportar-se, diante da propriedade, como um extremo que estivesse em si, e a propriedade teria que constituir o ponto médio entre as coisas que estão em relação. Contudo, essa relação é o ponto as coisas se encontram como reflexão que se recusa a si, e onde se distinguem e relacionam. Esta diferença entre ela e sua relação e uma única continuidade delas. As próprias coisas caem, por isso, somente nesta continuidade, que é a propriedade e desaparecem como extremos remanescentes, que tiveram uma existência fora desta propriedade.

A propriedade, que teria de constituir a relação entre os extremos independentes, é por isso, o independente próprio. Ao contrário as coisas são o inessencial. São um essencial somente como reflexão que ao se distinguir refere-se a si; mas isto é a propriedade. Esta, portanto não representa o superado na coisa, ou puro momento seu; mas a coisa consiste, em verdade, somente naquela extensão inessencial, que precisamente, é unidade negativa, mas somente como o único do algo, isto é, um único imediato. Se antes a coisa foi determinada [por nós] como extensão inessencial, por quanto se converteu em tal mediante uma abstração extrínseca, que deixava de lado a propriedade, agora esta abstração se verificou precisamente mediante o transpassar da coisa-em-si à propriedade, mas com valor invertido, de modo que, enquanto aquele abstrair vislumbra ainda, como o essencial, a coisa abstrata sem sua propriedade e esta, porém se apresenta como uma determinação extrínseca, aqui a coisa como tal se determina por si em uma forma indiferente e extrínseca da propriedade. Esta assim se acha liberta agora da vinculação indeterminada e carente de força, que é o único da coisa; ela é o que constitui seu subsistir, é uma matéria que está por si. – Por ser uma simples continuidade consigo mesma, tem sobretudo nela a forma somente como diversidade; portanto existe uma multiplicidade de semelhante materiais que estão por si, e a coisa consiste nelas.

B. A CONSTITUCÃO DAS COISAS POR MEIO DE MATÉRIAS

A transição da propriedade a uma matéria, ou uma substância independente, é a transição conhecida, que a química realiza em matéria sensível, quando tenta representar as propriedades de cor, cheiro, sabor, etc., como matéria luminosa, corante, perfumado, ácido, amargo, etc., ou quando admite outros, como matéria de calor, a matéria elétrica, magnética, e está convencida de dominar, com isto as propriedades em sua verdade.

— Da mesma forma a expressão é comum, que as coisas consistem em diferentes materiais ou substâncias É preciso tomar cuidado para não chamar esses materiais ou substâncias com o nome das coisas, embora também se possa admitir que, por exemplo, um pigmento é uma coisa; mas eu não sei, se, por exemplo, também a matéria luminosa ou calorífica, ou matéria elétrica, etc., são chamadas coisas. As coisas e seus elementos são diferenciados sem esclarecer exatamente se estas também são coisas, ou partes de coisas; mas, pelo menos, eles são existente em geral.

A necessidade de mudar de propriedades para materiais, isto é, a necessidade de propriedades são realmente questões, que surgiram a partir da circunstância de que elas são o essencial, e com isso o verdadeiro independente das coisas. No entanto, ao mesmo tempo, o reflexo da propriedade em si constitui apenas um lado de toda a reflexão, ou seja, a superação da diferença e a continuidade da propriedade consigo mesma, enquanto tinha que ser uma existência para outra. A forma da coisa, como um reflexo negativo em si, e como a distinção que é rejeitada de outra, é reduzida, portanto, à condição de momento inessencial; mas, ao mesmo tempo, foi determinado assim depois. Este momento negativo antes de tudo foi conservado; na verdade, a propriedade tornou-se matéria continua consigo mesma e independente, só porque a diferença de coisas foi superado; a continuidade da propriedade no outro ser contém, portanto, o momento do negativo, e sua independência é ao mesmo tempo, como esta unidade negativa, o algo, constituído novamente, da forma da coisa; é a independência negativa contra a independência positiva do sujeito. Em segundo lugar, desta maneira a coisa, deixando sua indeterminação, alcançou a determinação completa. Como uma coisa em si é a identidade abstrata, a existência puramente negativa, isto é, é determinada como indeterminado; então é determinado por suas propriedades, pelo que significa que tem que distinguir-se dos outros. Mas como, por causa da propriedade, é bastante contínua com os outros, Essa diferença incompleta é superada. A coisa retornou desta maneira e agora está determinada como determinada; está determinada em si, ou seja, é esta coisa.

Considerado do lado do movimento da propriedade, isto acontece como o seguinte: A propriedade não é somente uma determinação extrínseca, mas uma existência que está por si. Esta unidade da exterioridade e a essencialidade se recusa a si, porque contem a reflexão sobre si e a reflexão no outro sobre si e a reflexão no outro e é por um lado a determinação como independente simples, que se refere de maneira idêntica a si mesma, onde a unidade negativa, isto é, o único da coisa, é algo superado. Por outro lado, é esta determinação diante ao outro, porém está também com refletido em si, e determinado em si – por conseguinte constitui as matérias e esta coisa. Estes são os dois momentos da exterioridade idêntica consigo, ou seja, a propriedade refletida em si. A propriedade era aquilo, por cujo meio as coisas tinham que diferenciar-se; ao libertar-se de seu lado negativo, isto é, deste ser inerente a outro, a coisa se libertou assim também de seu ser determinada por outras coisa e voltou a si da relação com outro. Porém, ao mesmo tempo, é somente a coisa em si, que se converteu em outra diante de si, relação negativa, no único da coisa, se converteu somente um uma relação superada. Por isso a coisa é a negação idêntica consigo mesma, somente diante à continuidade positiva da matéria.

O isto constitui assim a completa determinação da coisa, de modo que é ao mesmo tempo, uma determinação extrínseca. A coisa consiste em assuntos independentes, são indiferentes ao relacionamento deles na coisa. Essa relação é, portanto, apenas uma ligação inessencial deles, e a diferença de um estar nele vários dos assuntos particulares, e da quantidade que estão nele. As coisas se projetam além dessa coisa, elas continuam em outros, e pertencer a essa coisa não constitui seu limite. Além disso, eles não são eles também uma limitação recíproca, porque o seu relacionamento negativo é apenas um esta desprovido de força.

Portanto, quando eles estão ligados na coisa, eles não são se superam; como independentes, eles são impenetráveis ​​reciprocamente; em sua determinação eles se referem apenas a eles mesmos, e são uma multiplicidade mutuamente indiferente do subsistir. Eles são adequados apenas para um limite quantitativo. A coisa considerada como tal é puramente essa relação quantitativa dos materiais, isto é, uma coleção pura, também deles.— Consiste em qualquer quanto de uma matéria, e também em certo quanto de outra, e também de outras; o conter esta relação, de não ter qualquer relação, constitui por si só a coisa.

B. A DISSOLUÇÃO DA COISA

Essa coisa, como determinada, isto é, como a pura relação quantitativa de livres matérias, é o absolutamente variável. Sua variação é que uma ou várias matérias são separados da coleção, ou são adicionados a isso também, ou nos quais sua relação quantitativa recíproca foi alterada. A ascensão e perecer desta coisa é a dissolução extrínseca desta ligação extrínseca, ou é a ligação daqueles sujeitos, para os quais é indiferente estar ou não ligado. Matérias circulam continuamente saindo dessa coisa ou voltando a entrar nela; a própria coisa é a porosidade sem qualquer medida ou forma própria.

Desta forma, a coisa, em sua absoluta determinação, por cujos meios esta coisa é, é o que absolutamente dissolúvel. Esta dissolução consiste em ser determinado a partir do exterior, bem como constitui o seu ser. Mas sua dissolução e a exterioridade de seu ser são o essencial deste ser; a coisa é apenas a mesma, consiste apenas nessa exterioridade. Mas também para os seus assuntos, não constitui apenas o abstrato este como tal, mas o todo dessa coisa é a resolução de si mesmo. Ou seja, a coisa é determinada como uma coleta extrínseca de materiais independentes; esses assuntos não são coisas, eles não têm independência negativa, mas as propriedades consideradas independentes é digamos, o ser determinado, que, como tal, é refletido em si mesmo. Portanto, os sujeitos são realmente simples e se referem apenas a si mesmos; mas seu conteúdo é uma determinação. A reflexão sobre si é apenas a forma deste conteúdo, que não é refletido em si mesmo como tal, mas, por sua determinação, refere-se a outro.

Portanto, a coisa não só é também feita destes materiais, ou é a sua relação como reciprocamente indiferente— mas é também a sua relação negativa; por causa de sua determinação, os assuntos em si são esse seu reflexo negativo, que é a pontualidade da coisa. Um assunto é o que o outro é dada a determinação recíproca de seus com outra completamente diferente, isto é, baseada em sua própria determinação. A reflexão sobre si é somente a forma deste conteúdo, que não está refletido sobre si enquanto tal, mas que, por sua determinação se refere a outro. Por isso a coisa não é somente o também destas matérias,— ou seja, de sua relação como indiferentes reciprocamente, mas é também sua relação negativa; por causa de sua determinação as próprias matérias são este reflexo negativo seu, que é a pontualidade da coisa. Uma matéria é o que é a outra, dada a determinação reciproca de seu conteúdo; e uma não existe porque a outra existe, dada a sua independência.

Portanto, a coisa é a relação mútua das matérias em que consiste, de tal maneira que nela ambos as matérias também subsistem, mas, ao mesmo tempo uma delas não subsiste devido ao fato de que a outra subsiste. Sempre que, portanto, uma matéria é encontrado na coisa, a outra questão é, portanto, superada; mas a coisa é ao mesmo tempo, isto é, a subsistência do outro. Portanto, quando um assunto subsiste, o outro não subsiste, e também subsiste também no primeiro e, portanto, reciprocamente, todos esses assuntos diferentes. Dado então, que no mesmo sentido em que uma matéria subsiste, as outras também subsistem (e esta única subsistência sua é a pontualidade ou a unidade negativa da coisa), os assuntos são afinados; e já que a coisa é ao mesmo tempo apenas sua também, e as questões são refletidas em sua determinação, eles são reciprocamente indiferentes e não tocam uma à outra em sua compreensão mútua.

Portanto, as materiais são essencialmente porosas, de modo que uma subsiste em seus poros, ou seja, no não-subsistir das outras; mas estas outras são porosas; em seus poros, isto é, em sua não-subsistência, a primeira matéria e todas as outras permanecem. Sua subsistência é, ao mesmo tempo, sua superação e a subsistência de outros; e esta subsistência dos outros é também o seu ser-superado e subsistir do primeiro e da mesma forma de todos as outras. A coisa, portanto, é a mediação contraditória consigo mesma de subsistir independente através do seu oposto, isto é, através da sua negação, ou de uma única matéria independente através da subsistência e não subsistência de outra. —A existência tem alcançado nesta coisa sua conclusão, porque é em um único ser que existe em si mesmo, que é uma subsistência independente e uma existência essencial. Portanto, a verdade da existência, a ideia é ter o ser-em-si no essencial, isto é, subsistir em outro e precisamente é por isso que é aparência.

Nota 2

É uma das determinações mais comuns da representação, que uma coisa consista em muitas matérias independentes. De um lado, a coisa é considerada como o que tem propriedades, cuja subsistência é a coisa. Mas por outro lado estas diferentes determinações são consideradas como matérias cuja subsistência não é a coisa, mas, quando pelo contrário, a coisa é constituída por elas. A coisa em si é apenas sua ligação extrínseca e seu limite quantitativo. Ambas as propriedades e materiais são os mesmos determinações de conteúdo; só que há momentos, refletidos em sua unidade negativa, como em uma base diferente nelas mesmas, isto é, sob a forma de uma coisa, aqui em troca são diferentes independentes, cada um dos quais está refletido em sua unidade consigo. Agora estas matérias são determinadas, também, como subsistência independente; mas eles também estão juntas em uma coisa. Esta tem duas determinações: primeiro, a de ser esta e, segundo, a de ser o também. O também é aquilo que, na intuição exterior, é apresentado como a extensão espacial; o Isto, por outro lado, a unidade negativa, é a pontualidade da coisa. Os assuntos estão juntos em pontualidade, e seu também, ou sua extensão é em toda parte esta pontualidade; em efeito o também, como uma forma de coisa é ao mesmo tempo essencialmente determinada como uma unidade negativa. Portanto, onde um desses assuntos é encontrado, em um único e o mesmo ponto é o outro; a coisa não tem em um lugar sua cor, em outro sua matéria aromática, em um terço sua matéria calorífica, etc., mas no ponto em que está quente, também tem cor, é ácido, elétrico, etc. Agora, não sendo importa um fora do outro, mas em um único isso, admite-se que eles são porosos, então que existe um assunto nos espaços intersticiais do outro. Mas essa substância que é nos espaços intersticiais do outro, é também poroso em si, e na sua porosidade existem, reciprocamente, o outro; mas não só este, mas também o terceiro, o décimo, etc. Todos os materiais são porosos e nos espaços intersticiais de cada um encontrar todos os outros, assim como ela está junto com os outros nesses poros de cada um. Portanto, eles são uma multidão que interage com tais maneiras, que os assuntos penetrantes são, por sua vez, penetrados pelos outros e que cada um novamente penetra seu próprio ser penetrado. Cada um é definido como sua negação, e essa negação é a subsistência de outro assunto; mas esta subsistência é também a negação desta outra e o subsistir da primeira.

O recurso com o qual a representação oculta a contradição de subsistir independentes dos múltiplos sujeitos em um único, isto é, sua indiferença recíproca em sua percepção mútua é como todos sabem, o recurso da pequenez das partes e dos poros Onde a diferença entra, a contradição e a negação da negação é em geral, onde é necessário conceber, a representação é descartada na diferença extrínseca, quantitativa. Quanto ao surgimento e perecimento, ele se refugia no gradual e, em relação a ser, na pequenez, onde o que está desaparecendo é reduzido a um imperceptível, a contradição a uma confusão e a verdadeira relação representação indeterminada, cuja turbidez a salva. que está superada, mas, iluminando mais de perto essa turbidez, ela é apresentada como a contradição, em parte como contradição subjetiva própria da representação, em parte como objetivo objeto próprio; a mesma representação contém totalmente os elementos desta contradição. O que ela, de fato, faz em primeiro lugar, consiste na contradição de manter a percepção, e quer ser confrontado com coisas pertencentes a. a existência; de por outro lado, ao atribuir uma existência sensível ao imperceptível, isto é, ao determinado para reflexão. As partes pequenas e os poros teriam que ser ambas as existência sensível, e fala de suas posições de ser, como do mesmo tipo de realidade que diz respeito à cor, ao calor, etc. E se mais tarde, a representação consideraria mais cuidadosamente este objetivo nebuloso, ou seja, poros e pequenas partes reconheceria neles não só uma questão e também a sua negação (de modo que a matéria seria encontrada aqui e aqui ao lado de sua negação, ou seja, o poro, e ao lado disso novamente o assunto, e assim por diante), mas perceberia que nessa coisa ela tem em um e no mesmo ponto: 1º o assunto independente; negação, isto é, porosidade e outras matérias independentes, e que esta porosidade e subsistir independente dos materiais um dentro do outro como em um único, constitui uma negação recíproca e uma penetração de penetração.

— As exposições mais recentes da física, sobre a expansão do vapor de água em ar atmosférico e várias espécies de gases entre si, destaque a forma mais determinada, um lado do conceito, que resultou aqui em relação à natureza da coisa. Eles mostram que, por exemplo, um determinado volume é capaz de receber a mesma quantidade de vapor de água, esteja ela vazia de ar atmosférico, seja cheio dele; e também que as diferentes espécies de gases no outro de tal maneira, que cada um é, para o outro, o mesmo que o vazio; pelo menos nós não estamos em nenhuma combinação química entre eles, e que cada um, sem ser interrompido pelo outro, permanecem contínuos consigo mesmo, e em sua relação com os outros permanecem indiferentes a eles. Mas, o próximo momento no conceito da coisa consiste em que nesta matéria é onde o outro é, e a penetrante também penetrou no mesmo ponto, ou seja, o independente é imediatamente a Independência um do outro. Isso é contraditório. Contradição em si; é por isso que é aparência (fenômeno).

Algo parecido com o que acontece com esses assuntos, está no campo espiritual, com a representação de poderes ou faculdades espirituais. O espírito constitui, num certo sentido muito mais profunda, isto é, a unidade negativa, onde suas determinações ficam juntas. Mas, representado como uma alma é frequentemente considerado como uma coisa.

Como é admitido que o homem em geral seja constituído por alma e corpo, cada um dos quais é considerado independente em si mesmo, da mesma forma admitir que a alma é constituída pelas chamadas faculdades espirituais, cada uma delas tem uma independência que subsiste por si só, isto é, uma atividade imediata, atuando por conta própria, de acordo com sua determinação. Imagine assim que aqui intelecto, aí a força da imaginação, que eles cultivam, cada um em si, o intelecto, a memória, etc. e que enquanto isso deixam as outras forças ficarem inativas, a esquerda, até talvez sim, talvez não, é a sua vez. Quando as faculdades nessa coisa materialmente simples a que o nome da alma é dado (o que, como simples, teria que ser imaterial), as faculdades não são realmente representadas como questões particulares, mas são consideradas como poderes, e como tal, admite-se que são reciprocamente indiferentes, como as matérias. Mas o espírito não é essa contradição que é a coisa, que dissolve e vai além da aparência; mas já é em si a contradição que retornou à sua essência. Unidade e luta, isto é, o conceito, onde as diferenças não têm que ser pensadas como independentes, mas somente como particulares momentos no sujeito, isto é, na simples individualidade.


Inclusão: 30/08/2019