O Imperialismo e a Revolução
Enver Hoxha

III - A Revolução e os Povos


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Marx demonstrou cientificamente a necessidade inelutável de destruir a sociedade capitalista e construir uma sociedade mais avançada, o socialismo e a seguir o comunismo. Desenvolvendo o pensamento de Marx, Lênin mostrou na obra "O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo" que a época atual é a época do imperialismo e das revoluções proletárias. É a época da destruição da velha ordem capitalista, do colonialismo e do imperialismo, da tomada do poder pelo proletariado e da libertação dos povos oprimidos, o período da vitória do socialismo em escala mundial.

Isso quer dizer que vivemos hoje a época da substituição da velha sociedade exploradora, insuportável para a maioria da humanidade, para os oprimidos e explorados, por uma nova sociedade, onde a exploração do homem pelo homem desaparece de uma vez por todas. Nosso Partido partiu precisamente desses ensinamentos fundamentais e da análise marxista-leninista do atual desenvolvimento da situação mundial, quando, em seu VII Congresso, expôs a tese de que o mundo encontra-se numa fase em que a causa da revolução e da libertação dos povos é um problema candente que exige solução.

A luta do proletariado contra a burguesia é dura, implacável e desenvolve-se continuamente. Duas grandes forças sociais se defrontam: De um lado está a burguesia capitalista-imperialista, que é a classe mais selvagem, mais falaz e mais sanguinária que a história já conheceu. De outro está o proletariado, a classe completamente privada dos meios de produção, impiedosamente oprimida e explorada pela burguesia, ao mesmo tempo a classe mais avançada da sociedade, que pensa, cria, trabalha e produz, mas não goza dos frutos de seu suor.

Cada uma destas duas classes procura aglutinar forças em torno de si e prepará-las em função de seus objetivos: o proletariado, para alcançar a libertação social e nacional, para fazer a revolução; a burguesia para manter seu domínio e esmagar a revolução. A burguesia agrupa em torno de si as forças mais negras, mais retrógradas e criminosas, enquanto o proletariado procura ganhar todas as forças revolucionárias, progressistas, para sua causa.

O marxismo-leninismo nos ensina que a luta entre o proletariado e a burguesia cresce continuamente e com certeza será coroada com a vitória do proletariado e de seus aliados. Mas para que esta luta tenha sucesso é preciso que o proletariado esteja organizado, tenha seu partido de vanguarda, torne as amplas massas do povo conscientes da necessidade da revolução e dirija-as na luta pela tomada do poder, pela instauração de sua ditadura, pela construção do socialismo e do comunismo, a sociedade sem classes.

Existem no mundo muitos elementos exaltados, bem ou mal intencionados, que julgam que se pode fazer a revolução a qualquer hora, em qualquer momento, em toda parte. Mais tais pessoas se enganam. A revolução não pode realizar-se a qualquer hora, em qualquer parte, a seu bel-prazer. A revolução eclode e realiza-se nos elos mais débeis da cadeia capitalista. Para sua eclosão e vitória devem existir condições adequadas, objetivas e subjetivas, e deve-se encontrar o momento favorável para lançar-se a ela. O principal é que as amplas massas do povo, com o proletariado à frente, estejam decididas e preparadas para levar a revolução até o fim quando esta for deflagrada.

Lênin acentua que a revolução é obra do povo de cada país, que ela não se exporta. Isso não significa que os marxista-leninistas, onde quer que militem, não se sintam solidários, mutuamente ligados pelos sentimentos do mais puro internacionalismo proletário e não ajudem a luta do proletariado e dos povos dos demais países por sua libertação. Pelo contrário, todos os comunistas, todos os proletários, todas as forças revolucionárias dos diferentes países têm o dever de auxiliar a revolução em cada país em particular e em todo o mundo, com propaganda, com agitação, com ajuda material, com seu exemplo de decisão e abnegação e seguindo fielmente o marxismo-leninismo. Evidentemente, o aproveitamento exitoso desta ajuda depende antes de mais nada da preparação do proletariado e de seu partido, do desenvolvimento da luta revolucionária neste ou naquele país.

Marx e Engels mostraram no "Manifesto do Partido Comunista" que os interesses do proletariado e do povo de um país são inseparáveis dos interesses do proletariado e dos povos de todo o mundo.

Conforme ensina Lênin e como a vida comprovou, a revolução triunfa em cada país em particular. Portanto, essa vitória depende acima de tudo da classe operária e de seu partido revolucionário em cada país, de sua capacidade de aplicar às condições concretas os ensinamentos de Marx, de Engels, de Lênin e de Stálin sobre a revolução.

Mas os revisionistas contemporâneos, titistas, soviéticos, "eurocomunistas", chineses, etc. - que assumiram o encargo de confundir as pessoas a respeito da causa da revolução e de impedir seu desencadeamento - criaram muita confusão, instalaram muitas minas em torno destes ensinamentos e, sobretudo em torno da teoria leninista da revolução.

Hoje, quando este problema candente exige solução, é um dever imperativo dissipar a neblina espalhada pelos revisionistas quanto à revolução, desmascarar suas manobras e especulações em torno desta questão, revelar seus fins contra-revolucionários, chauvinistas, hegemonistas, compreender e aplicar corretamente os ensinamentos do marxismo-leninismo sobre a revolução.


Inclusão 03/11/2005