Hegel e a “Alienação”

Evald Vasilievich Ilienkov

1972


Primeira Edição: Manuscrito (1967) de uma palestra ministrada no Congresso Internacional sobre Hegel, em Praga (1966). Traduzido para o espanhol (Hegel y la “Enajenación”) por Rafael Plá León.
Fonte: Disponível em russo no Lendo Ilienkov (Читая Ильенкова).
Tradução do espanhol: Marcelo José de Souza e Silva.(1)
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Fernando A. S. Araújo.
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Qualquer intenção de reanalisar criticamente a filosofia hegeliana do direito tropeça imediatamente com os problemas muito agudos de nosso século XX, e justamente com aqueles que praticamente ainda não foram resolvidos. Por isso Hegel se converte imediatamente em pretexto para o descobrimento das discrepâncias atuais, e qualquer interpretação de Hegel é implicitamente expressão de uma ou outra posição ideológica (consciente ou inconscientemente). Em particular, isso existe justamente na filosofia do direito, porque se trata aqui diretamente daquelas coisas como o Estado, a propriedade, a sociedade e a personalidade etc. Como resultado, Hegel se apresenta como uma representação a sua maneira não desenvolvida da contemporaneidade, do século XX, als seiner Keim(2). Por isso as interpretações de Hegel sempre têm – seja ou não evidente – um objetivo subentendido: “Das Böse im Keim zu ersticken(3). Ou ao contrário: “Das Gute im Keim zu pflegen(4). Isso está claro naqueles giros da linguagem como, por exemplo, o “Criptohegelianismo de Stalin”(5), que, a propósito, na verdade significam o contrário: “Criptostalinismo de Hegel”...

Contudo, o que se considera aqui por “mal” e por “bom” se estabelece – em si, é compreendido – de forma completamente independente da consideração do próprio Hegel, podemos dizer: “a priori”.

Aparentemente, isso é impossível de se esquivar. E por acaso fará falta? Pois justamente por isso Hegel está hoje ainda vivo: porque estão vivos (isto é, permanecem sem solução) aqueles problemas que ele pôde colocar. Aqueles mesmos problemas em relação com os quais a “Weltgeschichte als das Weltgericht(6) ainda não pronunciou sua última palavra. A filosofia hegeliana embora não permite (embora seja teoricamente) resolver tais problemas, permite sim ao menos apresenta-los, formá-los. E isso já é muito.

O modo de solução (tanto teórica quanto praticamente) destes problemas é já objeto de outra conversa, que vai muito mais além dos marcos da consideração do próprio Hegel. Aos olhos de tais problemas, que assumem em nossos dias uma acuidade muito maior que nos tempos de Hegel, pertence também o famoso problema da “alienação”. Já se escreveu tanto sobre este problema que as pessoas sentem um medo involuntário pronunciando essa palavra. Além disso, porque em relação ao sentido que se encerra nela não há completo acordo nem ao menos entre os marxistas. E a clareza neste ponto claro que é necessária, porque com o conceito de “alienação” está relacionada, em essência, aquela etapa decisiva do desenvolvimento das opiniões de Marx como filósofo, que foi definida por ele mesmo como “acerto de contas com a dialética hegeliana”(7). Não há dúvidas que o conceito de “alienação” é, talvez, o conceito central dos Manuscritos Econômico-Filosóficos e dos “extratos dos economistas”(8).

Aqui, antes de seguir adiante, se impõe fazer um pequeno aparte de caráter puramente linguístico, dizer algo sobre uma circunstância puramente externa, a qual resulta às vezes uma fonte complementar de incompreensões e mútuas divergências. O assunto é que na língua russa o termo “alienação” engloba pelo menos três termos alemãs não muito coincidentes: “Entfremdung”, “Entäusserung”, “Veräusserung”. Por isso nas traduções russas, com frequência escapam alguns nuances (pode ser muito importante) do pensamento de Marx; e justamente naqueles pontos onde se fala justamente sobre a contraposição de suas posições ao sistema conceitual hegeliano. Para diferenciar “Entfremdung”, “Entäusserung” e “Veräusserung” não há na terminologia filosófica russa termos firmes e inequívocos, e todas as intenções de cria-los levaram até hoje ao aparecimento de construções muito desproporcionais e claramente inviáveis.

Gostaria de chamar a atenção para este fato os camaradas alemães, que consideram o termo “Entfremdung” na qualidade de sinônimo total do modo especificamente capitalista de apropriação dos mais-valor, como significação filosófica abstrata e, portanto, como absolutamente inaplicável aos fenômenos da sociedade socialista, como “unglimpfliche Word(9), como “Signum, unter dem manche Leute uniere sozialistische Staat und Partie Schämen Wollen(10) (relatório de H. Mende). Para mim, não ficou claro, este raciocínio se relaciona também com o termo “Entäusserung”, se por acaso é ou não, além disso, um “Schimpfwort” (palavrão)?

Preciso fazer esta pergunta porque tem um significado importante não somente para a análise teórica dos trabalhos iniciais de Marx, quer dizer, para uma exata contraposição dos postulados do jovem Marx e as concepções da Fenomenologia do Espírito; ou se não, simplesmente, para as traduções de Hegel e Marx para o russo.

Na tradução dos “extratos dos economistas” para o russo (a tradução está publicado na revista Problemas da Filosofia, n.2, de 1966) tive que enfrentar esta dificuldade. Nisso alguns companheiros rechaçaram o próprio intento de revisar estes termos na tradução (e não sem fundamentos formais) considerando-o um pedantismo desnecessário.

Uma coisa é perfeitamente clara: nos textos de 1844-1845, Marx utilizou os termos “Entfremdung” e “Entäusserung” como sinônimos: separados por uma vírgula. Isso é consequência da instabilidade de significados nesta etapa ou tem um fundamento e um significado conceitual?

Também é inquestionável outra coisa: para Hegel estes conceitos são distintos. Como “Entfremdung” este é um conceito relacionado somente com uma etapa muito bem delineada do desenvolvimento fenomenológico, o qual se “suprime” na moralidade, como uma das fases da “Entäusserung”, como “der sich selbst entfremdete Geist(11), relacionada com a filosofia da Ilustração e com a revolução.

Por isso, evidentemente, Hegel não utiliza o termo “Entfremdung” na representação dos seguintes níveis superior do desenvolvimento fenomenológico e na exposição de sua filosofia do Estado e do Direito. Em um Estado “racional” já não há lugar para a “alienação” em sentido estrito, embora este intervenha como antes, como certa realidade “exterior”, como entäusserte Wirklichkeit des Geistes(12), como irdische Verkörperung(13), como Aüssere(14), porém em nenhum caso já como um “estranho”, como um “fremde(15). Esse “trânsito”, já a um “retorno” religioso-filosófico do espírito para si mesmo a partir de todas as suas formas “externas” de realização.

Entfremdung”, em seu significado especificamente hegeliano, caracteriza somente um estado do desenvolvimento do espírito universal (quer dizer, da cultura espiritual da humanidade) relacionado com o antagonismo entre o Estado e a religião, entre o “interno” e o “externo”; em poucas palavras: com o atraso da cultura espiritual. Como tal, este se supera, se suprime e se conserva somente na “memória” da humanidade: como lição de mundo da qual o espírito universal tira suas conclusões. Em um Estado “perfeito”, impregnado pelo espírito da “verdadeira religião”, o Estado de “Entfremdung” já não pode surgir.

Outra coisa é a “Entäusserung”. Este conceito, por seu sentido, está mais próximo de “Vergegenständlichung(16), a “äussere Verwirklichung(17), quer dizer, representa em si a forma intrínseca e necessária da atividade humana em geral. Neste sentido, “Entäusserung” entra na própria definição de “espírito”.

Essa diferenciação terminológica nos textos de Hegel aflora de forma muito claro e, portanto, nas traduções russas ela se reafirma com resultado suficiente, embora isto é conseguido também ocasionalmente com ajuda de construções linguísticas em extremos artificiais (como “овнешвления” [exteriorização], ou às vezes “отрешения” [absorção] etc.).

A situação é outra com os textos de Marx dos anos 1844-1845. Aqui “Entfremdung” e “Entäusserung” são utilizados sempre como sinônimos absolutos, separados por uma vírgula, o que serve de pretexto para os tradutores para evitar sensivelmente uma das definições. Surge a pergunta: por que? Isso é consequência da elaboração insuficiente dos conceitos, de seus significados? Ou a identificação dos termos tem um sentido polêmico direto, um sentido de controvérsia com sua diferenciação hegeliana? Para o tradutor, essa alternativa, bem como para a interpretação destes textos, é extremamente substancial.

Para mim, esta identificação tem um fundamento conceitual, e em nada é resultado do defeito dos conceitos. Na verdade, para que Marx necessitaria permanentemente, inclusive inoportunamente, ressaltar o caráter de sinônimo desses termos? Somente um interesse polêmico, somente na condição de alguém que considere sua diferença principalmente importante! Este “alguém” é Hegel, no sistema conceitual hegeliano em sua aplicação ao problema do trabalho assalariado.

O feito de que a identificação dos conceitos “Entäusserung” e “Entfremdung” tem para Marx em 1844 o sentido de controvérsia polêmica com a compreensão hegeliana de sua relação na análise do trabalho, se vê claramente naqueles fragmentos do texto onde Marx submete a uma análise especial a Fenomenologia do Espírito. Aqui ele não os identifica. “Wenn er [Hegel] z.b. Reichtum, Staatsmacht etc. als dem menschlichen Wesen entfremdete Wesen gefasst, so geschieht es nur in ihrer Gedankenform… Die ganze Entäusserungsgeschichte und die ganze Zurücknahme der Entäusserung und Aufhebung dieser Entäusserung bildet, ist der Gegensatz… des abstrakten Denkens und der sinnlichen Wirklichkeit oder wirklichen Sinnlichkeit innerhalb des Gedankens selbst(18).

Porque, então, passando à análise do problema do trabalho, Marx começa a utilizar ambos os conceitos como sinônimos, durch Komma(19), e acima disso, destacado? Por que o objeto especial de análise resulta aqui em uma forma histórica de trabalho perfeitamente concreta: “Lohnarbeit(20), ou “Erwerbsarbeit(21), como ele aqui se expressa. Aqui, realmente, cada “Vergegenständlichung” se realiza como “Entfremdung”, como conversão do produto do trabalho em corpo crescente de capital. Aqui “Entfremdung” e “Entäusserung” intervêm diretamente como sinônimos. Mas somente aqui: enquanto se fala de “Entäusserung des Arbeiters(22).

Die Entäusserung des Arbeiters in seinem Produkt hat die Bedeutung nicht nur, das seine Arbeit zu einer äusseren Existenz wird: sondern dass sie ausser ihm, unabhängig, frem von ihm existiert, und eine selbständige Macht üder ihm wird...”(23).

Aqui o conceito “Entäusserung” (como em Hegel) intervém como conceito amplo, que inclui em si não somente “Entfremdung”, mas também “Vergegenständlichung”, “Erschaffen der äusseren Welt durch die Arbeit überhaupt(24). E enquanto se fala de algo que arrenda os marcos do tema sobre o trabalho assalariado, a diferença entre “Entäusserung” e “Entfremdung” se conserva consequentemente também em Marx.

Por exemplo, na análise do conceito “Privateigentums(25), Marx diz que na forma primitiva, não desenvolvida, a “Entäusserung” não leva à “Entfremdung” em um sentido estrito.

Wenn ich es [das Eigentum] nur in Bezug auf mich entäussere, so setze ich es nur also als entäusserte Sache überhaupt, ich hebe nur mein persönliches Verhältnis zu ihm auf, ich gebe es nur elementarischen Naturmächten zurück(26).

Aqui não se cria ainda uma relação social que se caracterize como “Entfremdung”.

Die gesellschaftliche Beziehung oder das gesellschaftliche Verhältniss der beiden Privateigentümer ist also die Wechselseitigkeit der Entäusserung, das Verhältniss der Entäusserung auf beiden Seiten gesetzt, oder die Entäusserung als das Verhältniss der beiden Eigentümer, – Während im einfachen Privateigentum die Entäusserung nur noch in Bezug auf sich, einseitig stattfindet... // Durch die wechselseitige Entäusserung oder Entfremdung des Privateigentum selbst in die Bestimmung des entäusserten Privateigentum geraten(27).

Em outras palavras, einseitige Entäusserung(28), ou a “Entäusserung” em si mesma não cria uma situação de “Entfremdung”. A “Entfremdung” em seu significado específico surge através da wechselseitige Entäusserung(29), ali onde a “Entäusserung” se transforma em uma forma total das relações sociais entre produtores, quer dizer, ali onde tudo se converte em mercadoria e acima de tudo o próprio homem na qualidade de Arbeitsvermögen(30). Ali onde o dinheiro – entäusserte Gestalt aller Dinge(31) – se converte também em medida do valor do homem.

Tudo dito, pode parecer um pedantismo desnecessário, uma análise exclusivamente escolástica da terminologia, e não do cerne do assunto. Contudo, essa análise é perfeitamente necessária, somente se não se converte em um fim em si mesma, mas que seja somente uma premissa formal para uma conversa mais substancial.

E é necessário porque a categoria de “alienação” – em sua forma estritamente diferenciada: como “Entäusserung”, “Entfremdung”, “Veräusserung” etc. – entre no arsenal de conceitos que expressam posições teóricas do Marx maduro, “tardio”, do Marx autor de O Capital; e essas posições não podem ser entendidas sem isso.

Em O Capital essas determinações se encontram constantemente e não é casual de forma alguma. Das Gold [ist] in der Hand jedes Warenbesitzer die entäusserte Gestalt seiner veräusserten Ware(32). “Weil die entäusserte Gestalt aller anderen Waren oder das Produkt ihrer allgemeinen Veräusserung, ist das Geld die absolut veräusserliche Ware(33).

Die entäusserte Gestalt der Waren wird verhindert, als ihre absolut veräusserliche Gestalt oder nur verschwindernte Geldform zu funktionieren(34).

Die Entäusserung der ursprünglichen Warenform vollzieht die Veräusserung der Ware(35) (etc.).

O processo de conversão da “ganância” em “interesse”, em arrendamento, Marx expressa através do conceito “Entfremdung”, determinando os membros da “Fórmula tríade” como “entfremdeten und eigentümlichsten Formen(36) do capital desenvolvido, “als entfremdeten und irrationalen Formen(37).(38)

V. I. Lenin acertadamente dizia que “não se pode compreender plenamente O Capital de Marx, e particularmente o seu primeiro capítulo, sem ter estudado e entendido toda a Lógica de Hegel(39). O mesmo tem a ver, pelo visto, também com essas categorias de “Entäusserung”, “Entfremdung”, “Veräusserung” etc. Sem elas O Capital não pode ser compreendido corretamente em todo seu conteúdo e significado real.

Não podemos por isso estar de acordo com aqueles filósofos – tanto dentro dos oponentes, como dentro dos partidários do marxismo – que veem nas categorias deste plano somente abreviaturas filosóficas abstratas, “resíduos” do estágio filosófico abstrato dos pontos de vista de Marx, os quais podem tranquilamente serem retirados da concepção madura sem modificar nem distorcer seu verdadeiro sentido. Não se pode apresentar nem compreender sem elas a teoria do mais-valor, assim como não se pode sem as categorias de qualidade, quantidade, contradição etc.

Se subentende que é muito fácil converter a conversa sobre a “alienação” em uma tagarelice vazia que pouco tem em comum com as posições do Marx maduro. Porém, contra tal perigo não está seguro qualquer outro tema de conversa.

E se engana profundamente Sidney Hook(40) (ou quer enganar os outros, o que é totalmente indiferente), que chama o reforço do interesse pela problemática da “alienação” e da “eliminação da alienação” o “santo advento de Marx”, ironizando sobre este fenômeno como se fosse uma tentativa em vão dos “revisionistas” de ressuscitar ideias iniciais imaturas do jovem Marx, as quais supostamente rechaçou o próprio Marx quando maduro. “Na base do santo advento – escreve Hook – está o ponto de vista que ele supostamente considerava que o homem possui uma determinada natureza a ele inerente, da qual de uma forma ou de outra todas as sociedades de classe o alienam, alienando-o em relação aos outros homens e deformando assim seu caráter humano. Este ponto de vista – afirma Hook – se apresenta junto com outras ideias a ele contrapostas nos Manuscritos Econômico-Filosóficos” (Ver: New York Times Review, 22 de maio de 1966(41)).

Sobre esta base (e esta base é falsa), Sidney Hook pressupõe que o problema da “alienação” em geral não pode ser não só resolvida, mas inclusive não foi sequer plantado no solo do marxismo maduro – isto é: “verdadeiro” –; que o próprio conceito de “alienação” é totalmente alheio a uma abordagem histórica do homem, a uma compreensão da “natureza humana” e outras coisas parecidas. Por isso a ele parece que sobre a base de uma compreensão histórico-materialista do “homem” não se pode em geral nem sequer levantar o problema da reconstrução racional do mundo contemporâneo, da criação de tal sistema de relações no interior do qual foram excluídas as guerras, a violência, a coerção etc., isto é: todas as sequelas daquela situação que se designa brevemente como “alienação”, “Entfremdung”.

Aqui, me parece, ele se baseia justamente em um conceito ingênuo de “alienação” (tanto “Entfremdung” como também “Entäusserung”), que nessa forma grosseira não pertence nem a Marx nem a Hegel.

Se Hegel pode ser criticado mesmo – e isso com reservas – tendo admitido certa natureza humana “a priori” na qualidade de premissa e de conditio sine qua non Entäusserung(42), Marx – nem ao jovem nem ao maduro – se pode dirigir esta crítica por muito que se disse. Precisamente nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, quer dizer, justamente no transcurso da crítica da visão hegeliana da essência humana, é Marx justamente que se liberta por completo do conceito de espírito absoluto como princípio existente antes e fora do homem real, e o próprio conceito deste espírito absoluto desaparece como resultado, como consequência de determinada cooperação historicamente concreta entre pessoas de trabalho físico e pessoas de trabalho mental, da divisão do trabalho, do fato da real “alienação” da ciência (quer dizer, do pensamento em suas forças superiores) em relação à massa fundamental de indivíduos que compõem a maioria da sociedade humana.

Marx não admite em seus raciocínios (não somente em O Capital, mas também nos Manuscritos Econômico-Filosóficos) qualquer “natureza humana” dada a priori, em lugar algum, e Hook lhe atribui esta ideia desnecessariamente.

Em Marx (como, entre parênteses, também em Hegel) trata em toda parte sobre as formas de “alienação” a partir dos resultados, dos produtos da atividade humana. Na forma de resultado, na forma de produto se aliena realmente (inicialmente somente veräussert(43); talvez até mesmo sem ajuda do dinheiro) somente a atividade produtiva, como vergegenständlichte Tätigkeit(44), como tote Arbeit(45), somente a “atividade em forma de coisa” (em forma de objeto de consumo imediato ou de meio de produção, em forma de instrumento).

Sim, a atividade material do homem fixada nos objetos é realmente premissa de qualquer “alienação”. Onde ela não está não se pode falar, é claro, de qualquer “alienação”, nem de “Veräusserung”, nem de “Entäusserung”, nem de “Entfremdung”.

Desta forma o homem, o indivíduo humano, contemplado como sujeito da atividade sensorial objetiva, como sujeito do trabalho vivo real, e não como sujeito de autoconsciência moral ou filosófico-religiosa, intervém realmente como algo que antecede (tanto lógica como historicamente) qualquer experiência de “alienação” (começando por “Veräusserung” e terminando por “Entfremdung”).

Sim, realmente toda a concepção de Marx repousa na diferenciação original de princípio entre “coisa” e “homem”, uma vez que o “homem” desde o início se contempla como resultado de sua própria forma especificamente humana de atividade.

Mas essa diferenciação e contraposição de princípio entre “coisa” e “homem” seria impossível em geral não somente a teoria do valor em sua interpretação marxista, mas nem sequer a teoria do valor em geral. Não casualmente Marx vê na identificação da força produtiva do homem com a força produtiva do animal adestrado ou da cascata que faz girar a turbina, uma abstração teoricamente falsa, uma abstração na qual se perde em geral o conceito de trabalho(46).

Mas toda a teoria do valor repousa no postulado de que o novo valor somente é criado pelo trabalho vivo, quer dizer, a atividade do indivíduo humano, e que o “trabalho morto”, embora intervenha sob a forma de sistema autônomo completamente automatizado da indústria, não pode criar novo “valor”, mas somente transferir em parte seu “valor” previamente “objetivado” nele, este postulado – como não é difícil de observar – repousa naquela mesma diferenciação de princípio entre o “homem” (como sujeito da atividade produtiva especificamente humana) e a “coisa” fora do “homem” como simples objeto dessa atividade. Da mesma forma, também a definição de toda a massa de formações culturais históricas (Gestalten) – na mesma máquina que as obras de arte – na qualidade de “trabalho objetivado”, na qualidade trabalho “morto”, como “corpo inorgânico do homem” (essa expressão se encontra também nos trabalhos maduros) se fundamenta nessa mesma diferença de princípio.

A propagada “natureza humana” consiste na atividade produtiva real, sensorialmente objetiva desse homem. Sim, e nesta definição a “natureza humana” realmente se pressupõe também em Marx na qualidade de premissa, de condição de qualquer ato de “alienação” (“Veräusserung”, “Entäusserung”, “Entfremdung”).

Porque para Hook parece que essa compreensão do homem como “sujeito de alienação” não se corresponde com a posição do Marx maduro e que qualquer discussão sobre a “alienação” é possível somente sob a forma de “revisionismo”???

Não, senhor Hook, nas discussões sobre a “alienação” não se realiza de forma alguma um processo de “revisão do Marx maduro”, mas sim, pelo contrário, um processo de precisão e aprofundamento dos conceitos do verdadeiro marxismo, de sua compreensão por amplos círculos da intelectualidade teórica inclinada ao marxismo.

Neste processo é realmente possível a escória, a charlatanice e a declamação de propriedade semipoética. Porém, ver em tudo isso somente a escória, somente a charlatanice ou – o que é pior – uma forma de “oposição revisionista ao marxismo canonizado”, como pensa Hook, significa não ver o principal. Nem em O Capital nem em suas interpretações. Isso significa ajudar ao “dogmatismo” da pior espécie, significa se aliar aos falsos partidários do marxismo.

Na base esse processo é um processo saudável, um processo de amadurecimento de um enfoque verdadeiramente materialista (histórico-materialista) dos problemas mais agudos da difícil época contemporânea. E as escórias em sua superfície não devem esconder de nós o cerne da questão.

Se as discussões sobre a “Entfremdung” giram em torno da fantasia de construir uma nova “Entfremdungsphilosophie”, que converta a “Entfremdung” em certa característica cósmico-ontológica, lógico-universal, de toda cultura passada, presente e futura da humanidade – tanto em seu aspecto material como no espiritual –, então tanto o marxismo como o hegeliano vão se pronunciar contra isso de maneira igual. Pois tanto em Marx como em Hegel o interesse principal se encerra não somente e não tanto em constatar o fato da “Entfremdung”, como em encontrar o modo de liquidação, der Aufhebung(47) desse estado.

Em nosso difícil século XX já não se necessita ter um intelecto das dimensões de Marx e de Hegel para observar fenômenos em todos os lugares que podem querer ser situados sob a categoria “Entfremdung”. Aqui não existem problemas. O problema consiste em encontrar e executar um modo real de superação desta categoria de fenômenos.

Será esta a via do “auto-aperfeiçoamento moral” do indivíduo, a tarefa da construção de uma nova ética que complemente o marxismo como sistema de postulados morais? Para um marxista essa via é inaceitável, pois leva somente à adaptação moral do indivíduo real “alienado” ao mundo que não deixa de ser por isso um “mundo de alienação”... Mais ainda: é a via de submissão a essa “alienação”. Posto que até Hegel compreendia magnificamente que a pregação moral ainda não havia feito qualquer coisa de bom, se este não houvesse sido já bom previamente... Não na moral, não na ética vê o verdadeiro marxismo a via, mas somente no intercâmbio real das condições de vida, das condições de trabalho e educação do indivíduo – hoje o mesmo que cem anos atrás.

O Marxismo clássico – tanto na pessoa de Marx como na de Lenin – compreendeu perfeitamente que a total “superação” de todos os tipos e formas de “alienação” será possível somente por via da transformação comunista da cooperação entre os homens, quer dizer, por via da construção de uma sociedade sem classes, sem Estado, sem a regulamentação jurídica compulsiva da atividade, sem dinheiro e sem forma monetária de avaliação e reconhecimento da atividade humana: sem a completa liquidação de todas essas “formas alienadas” da atividade humana. Igualmente, tanto Marx como Lenin compreenderam bem que essa tarefa era extremamente complexa e difícil para que se pudesse esperar cumpri-la de imediato, no dia seguinte ao da revolução socialista. A “socialização” jurídica formal da propriedade, sua transformação em propriedade estatal, em propriedade de todo o povo, segundo Marx e Lenin, representa o primeiro passo, porém somente o primeiro, no caminho da verdadeira socialização da riqueza material e espiritual, acumulada na forma de “alienação”.

Por isso é que estão profundamente equivocados aqueles filósofos marxistas que consideram que na discussão sobre a sociedade socialista atual supostamente já é em geral inaceitável empregar a categoria de “Entfremdung” e menos ainda “Entäusserung” (em russo esses conceitos, em geral, não estão delimitados terminologicamente).

Claro que eles estão certos em relação àqueles inimigos ideológicos que pretendem utilizar o termo “Entfremdung” como um palavrão, como rótulo desonroso. Porém, tal uso do termo ainda não é, em geral, uma razão para renunciar ao conceito nele contido. Renunciar a eles significa fechar os olhos conscientemente às tendências negativas com as que estão relacionadas, em geral, formas tais de regulamentação da atividade humana, como o direito (vinculado indissoluvelmente à aplicação da compulsão e violência entre os homens), a moral (que por sua natureza não pode excluir as ações morais formais, que são na verdade imorais), o aparato estatal (que esconde em si, enquanto existir, a tendência da burocratização em todas as suas formas) etc., etc. Todas essas formas – enquanto se conservem – se manterão como formas “alienadas” da atividade vital humana, e com isso é necessário entender com total consciência, sem se desesperar enquanto elas são violentamente impostas.

Portanto, a posição de um marxista que defende os interesses do comunismo contra os ataques anticomunistas não pode ser reduzida de forma alguma à fórmula simples como cascalho de: “Vocês têm ‘alienação’ e nós não”.

A posição aqui é outra. A posição consistem que a forma radical – revolucionária – de “socialização da propriedade privada”, sua conversão em propriedade do Estado socialista, é o único primeiro passo possível para a eliminação das tendências destrutivas da propriedade privada. Porém, só o primeiro. O segundo passo pode ser somente uma profunda revolução em todo o sistema de divisão social do trabalho, nas condições do trabalho imediato, incluídas suas condições técnicas. Se no interior da produção o indivíduo se manteve ainda como antes, como “detalhe de uma máquina parcial”, quer dizer, como um trabalhador parcial profissionalmente limitado, a propriedade social se manteve social para ele somente formalmente, e nenhum auto-aperfeiçoamento moral o transformará ainda em verdadeiro “proprietário” da cultura socializada. Pois neste caso a ele se contrapõe, como antes, a ciência “alienada” em relação a ele na forma de “sistema de máquinas”, e a direção real de todo o sistema de máquinas, executada por um aparato especial de direção. A verdadeira “socialização” das forças produtivas neste sentido pode se realizar somente através da apropriação por cada indivíduo daqueles conhecimentos que estão “objetivados” (e no plano social isolados, “alienados” em relação a ele) na forma de ciência e na forma de um aparato de direção especial.

Neste plano, a tarefa da eliminação completa da “alienação” coincide com a tarefa da criação de condições tais de trabalho direto e de educação, dentro das quais cada indivíduo – e não somente alguns – alcançarão plenamente os cumes contemporâneos da cultura teórico-espiritual, técnica e moral. Pois somente neste caso ele pode conseguir ser autêntico proprietário, e não formal, de todo o mundo da cultura criado nos marcos da “alienação”.

A contraposição entre o marxismo e o anticomunismo neste aspecto (e esse é um aspecto, pelo visto, decisivo) consiste em que o marxista formula claramente a tarefa de “superar a alienação” e a consequência daqueles passos, por meio dos quais essa “superação” pode se realizar, e insiste em que em uma ordem inversa não pode ser alcançada nem uma coisa nem outra, enquanto que o antimarxista ou considera a tarefa de “superar a alienação” insolúvel em geral, ou propõe uma ou outra receita utópica para sua solução (o auto-aperfeiçoamento moral, ético ou teórico-espiritual do indivíduo dentro do mundo da “alienação”, sem – ou antes – do ato revolucionário de socialização da propriedade privada).

Negar a presença da “alienação” nos países que estabeleceram a forma socialista, popular, de propriedade sobre os meios de produção significa simplesmente simplificar os critérios teóricos gerais da transformação comunista.

A “alienação” (“Entfremdung”) não é um problema local de algum país ou série de países, que deixa de ser problema enquanto cruzamos as fronteiras estatais desses países. Esse é um problema histórico universal, ainda não resolvido praticamente pela história universal.

Esse é o problema da criação no globo terrestre (e em uma menor dimensão essa tarefa é impossível de resolver) de condições tais que se excluem para sempre a possibilidade do aparecimento das guerras. Pois nas condições presentes, a guerra é a perspectiva da perda real pela humanidade de toda a cultura material e espiritual já alcançada por ela, da “alienação” dessa cultura no sentido literal e cru da palavra. A possibilidade da guerra é a possibilidade para a humanidade “sich des Lebens zu entäussern(48). E isso – desgraçadamente – não é um jogo de palavras. Esta é – sigamos – a tarefa da conversão de cada indivíduo sobre a Terra em um indivíduo altamente desenvolvido e universal, posto que unicamente a convivência de tais indivíduos já não vá necessitar de uma forma “externa” – “alienada” – de regulamentação de sua atividade, seja da mercantil-monetária, da jurídica, da político-estatal e de outras na esfera da educação popular, orientada para a liquidação daquela forma de divisão capitalista mercantil desenvolvida da vida.

O marxismo é a única doutrina teórica que propõe uma compreensão cientificamente elaborada das vias de “superação da alienação”, com uma concepção bem pensada para isso. E nisso – e não em outra coisa – consiste o verdadeiro fundamento – terreno e teórico – desse fenômeno que Hook ironicamente chama “santo advento de Karl Marx”. Aqui a alternativa é: ou o marxismo, ou executar a “alienação” até um ponto tal que em alemão soa assim: “sich des Lebens zu entäussern”.


Notas de rodapé:

(1) Possui graduação em farmácia pela UFPR e é mestre em educação pela UFPR. Participa dos Grupos de Pesquisa: Núcleo de Pesquisa Educação e Marxismo (NUPE-Marx/UFPR), na linha Trabalho, Tecnologia e Educação; e Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC/UFPR), na linha Estudos Marxistas em Saúde. Contato: marcelojss @ gmail.com (retornar ao texto)

(2) Como o próprio embrião. (retornar ao texto)

(3) Suprimir, sufocar o mal pela raiz. (retornar ao texto)

(4) (Já) no broto cuidar do bom. (retornar ao texto)

(5) [Os esboços do texto de Ilienkov demonstram claramente que estes “giros da linguagem” caracterizavam a sovietologia daquela tempo – R.L.] (retornar ao texto)

(6) História do mundo como o tribunal do mundo. (retornar ao texto)

(7) [“Tratava-se, de fato, de um ajuste de contas com a nossa consciência filosófica anterior. Este projeto foi realizado sob a forma de uma crítica da filosofia pós-hegeliana” (Karl Marx. Contribuição à Crítica da Economia Política. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003, pp. 6-7) – M.S.] (retornar ao texto)

(8) [Marx costumava estudar anotando diversos extratos daquilo que lia e em conjunto fazia anotações de suas reflexões críticas sobre eles. Alguns desses extratos, sobre Smith, Say e Ricardo, mais tarde foram publicados em conjunto com outros cadernos com o nome de Manuscritos Econômico-Filosóficos– M.S.] (retornar ao texto)

(9) Palavra comum, ofensiva. (retornar ao texto)

(10) Rótulo, por meio do qual se abre a possibilidades para outros de envergonhar o nosso Estado e Partido socialistas. (retornar ao texto)

(11) O espírito alienado de si mesmo. [Um exame minucioso dessa problemática é dado no magnífico livro de G. Lukács, O Jovem Hegel (particularmente no capítulo IV), cuja tradução, por iniciativa e com a participação de Ilienkov, estava pronta já em 1956; contudo, sua edição naquele mesmo ano foi detida inesperadamente. O livro chegou ao leitor soviético trinta anos depois – R.L.] (retornar ao texto)

(12) A realidade alienada do espírito. (retornar ao texto)

(13) Encarnação terrena. (retornar ao texto)

(14) Externa. (retornar ao texto)

(15) [Estrangeiro, exterior – M.S.] (retornar ao texto)

(16) Objetivação. (retornar ao texto)

(17) Efetivação externa. (retornar ao texto)

(18) “Quando ele [Hegel – E.I.] apreendeu, por exemplo, a riqueza, o poder de Estado etc. como a essência [alienada – M.S.] da essência humana, isso acontece somente na sua forma de pensamento... Toda a história da [alienação – M.S.] e toda a retirada da [alienação – M.S.] não é, assim, nada além da história da produção do pensar abstrato, do [pensar] absoluto... [A alienação – M.S.], que forma, portanto, o interesse intrínseco dessa [alienação – M.S.]... é... a oposição do pensar abstrato e da efetividade sensível ou da sensibilidade efetiva no interior do pensamento mesmo” (Karl Marx. Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004, p. 121). [Na edição utilizada dos Manuscritos, os termos estranhamento e alienação estão trocados entre si. Para manter a coerência do texto, que utiliza alienação e não estranhamento, foi feita a troca para o termo alienação quando aparece estranhamento – M.S.] (retornar ao texto)

(19) Separado por vírgula. (retornar ao texto)

(20) [Trabalho assalariado – M.S.] (retornar ao texto)

(21) [Emprego – M.S.] (retornar ao texto)

(22) Alienação do trabalhador. (retornar ao texto)

(23) “A [alienação – M.S.] do trabalhador em seu produto tem o significado não somente de que seu trabalho se torna um objeto, uma existência externa, mas, bem além disso, [que se torna uma existência] que existe fora dele, independente dele e [alheia – M.S.] a ele, tornando-se uma potência autônoma diante dele” (Karl Marx. Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004, p. 81). (retornar ao texto)

(24) Criação do mundo exterior por meio do trabalho em geral. (retornar ao texto)

(25) Propriedade privada. (retornar ao texto)

(26) “Se eu apenas alienar minha propriedade privada em relação a mim mesmo, eu a considero somente na qualidade de coisa alienada em geral, eu suprimo somente minha relação pessoal para com ela, eu a devolvo ao domínio das forças espontâneas da natureza” (Karl Marx e Friedrich Engels. Сочинения [Obras], t. 42, p. 25 – Extratos de James Mill Buch). (retornar ao texto)

(27) “O vínculo social ou a relação social dos proprietários resulta, consequentemente, em uma mútua alienação da propriedade privada, uma relação de alienação em ambos os lados, ou alienação de ambos os proprietários privados enquanto que em uma simples propriedade privada a alienação ainda era somente unilateral, ainda era somente em relação a si... // Graças à mútua alienação da propriedade privada, a própria propriedade privada adota a determinação de uma propriedade privada alienada” (Karl Marx e Friedrich Engels. Сочинения [Obras], t. 42, p. 26 – Extratos de James Mill Buch). (retornar ao texto)

(28) Alienação unilateral, “externalização”. (retornar ao texto)

(29) Alienação mútua. (retornar ao texto)

(30) Força de trabalho. (retornar ao texto)

(31) Forma alienada de todas as coisas. (retornar ao texto)

(32) “O ouro é, nas mãos de cada possuidor de mercadorias, a figura alienada de sua mercadoria alienada” (Karl Marx. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I: O Processo de Produção do Capital. Posfácio da Segunda Edição. São Paulo: Boitempo, 2013, p. 183). (retornar ao texto)

(33) “Sendo o dinheiro a figura alienada de todas as outras mercadorias, ou o produto de sua venda universal, ele é a mercadoria absolutamente vendável” (Karl Marx. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I: O Processo de Produção do Capital. Posfácio da Segunda Edição. São Paulo: Boitempo, 2013, pp. 183-184). (retornar ao texto)

(34) “A figura alienada da mercadoria é impedida de funcionar como sua figura absolutamente alienável, ou como sua forma-dinheiro apenas evanescente.” (Karl Marx. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I: O Processo de Produção do Capital. Posfácio da Segunda Edição. São Paulo: Boitempo, 2013, p. 204). (retornar ao texto)

(35) “A alienação da forma original da mercadoria se consuma mediante a venda da mercadoria” (Karl Marx. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I: O Processo de Produção do Capital. Posfácio da Segunda Edição. São Paulo: Boitempo, 2013, p. 182). (retornar ao texto)

(36) [Formas alienadas e peculiares – M.S.] (retornar ao texto)

(37) [Como formas alienadas e irracionais – M.S.] (retornar ao texto)

(38) Ver: Karl Marx e Friedrich Engels. Сочинения [Obras], t. 25, Parte II, pp. 397-398 – O Capital, Livro III. (retornar ao texto)

(39) [Vladimir Ilitch Lenin. Cadernos Sobre a Dialética de Hegel. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2011, p. 157 – M.S.]. (retornar ao texto)

(40) [Sydney Hook (1902-1989) filósofo estadunidense, representante do instrumentalismo. Considerava o intelecto como meio de adaptação do organismo ao meio vital – R.L.] (retornar ao texto)

(41) [Ilienkov se refere ao artigo de Sidney Hook intitulado SPEAKING OF BOOKS: Karl Marx's Second Coming; Karl Marx's Second Coming, publicado em 22 de maio de 1966, no New York Times, Section International Economic Survey, página 315. O resumo do artigo é o que segue: “O historiador intelectual do futuro vai ser desafiado por um fenômeno estranho da segunda metade do século XX, a segunda vinda de Karl Marx. Na segunda vinda, ele não aparece na sobrecasaca empoeirada do economista, como o autor de O Capital, nem como um sans-culotte revolucionário, o panfletário inspirado do Manifesto Comunista”. – M.S.] (retornar ao texto)

(42) Condição necessária de alienação. (retornar ao texto)

(43) [Vendido – M.S.] (retornar ao texto)

(44) Atividade objetivada. (retornar ao texto)

(45) Trabalho morto. (retornar ao texto)

(46) Ver: Karl Marx e Friedrich Engels. Сочинения [Obras], t. 26, Parte III, pp. 182-185 – O Capital, Livro IV, Teorias da Mais-Valia. (retornar ao texto)

(47) De superação. (retornar ao texto)

(48) De acabar sua própria vida. (retornar ao texto)

Inclusão 15/04/2014