Conceitos Fundamentais de O Capital
Manual de Economia Política

I. Lapidus e K. V. Ostrovitianov


Livro sexto: O capital emprestado e o crédito. Moeda e crédito e papel moeda
Capítulo XII - Créditos e Bancos
62. Os bancos. Ideia geral


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Imaginamos até aqui que as diversas operações de crédito fossem feitas diretamente entre o capitalista credor, possuidor de fundos disponíveis ou de mercadorias, e o capitalista que tem necessidade de crédito.

Mas estas relações diretas estão muito longe de serem sempre possíveis.

Isto se aplica principalmente ao crédito capital. Um capitalista industrial tem necessidade de um quantia em dinheiro para a aquisição de novas máquinas, ser-lhe-á fácil encontrar um outro capitalista que disponha justamente dessa quantia e pelo tempo requerido?

Coincidências tão felizes não se dão, evidentemente, senão por exceção.

Os fundos de amortização acumulados por um capitalista podem não ser suficientes a um outro capitalista; os fundos constituídos pelos salários, às vezes disponíveis durante um determinado tempo, só o são por muito pouco tempo, o que limita seu emprego no crédito.

O crédito direto encontra, pois, diversos obstáculos que são afastados pela organização do crédito feita por estabelecimentos especiais, os bancos.

O capitalista que tem dinheiro disponível não tem mais que procurar a quem emprestá-lo, a quem precise justamente da quantia disponível pelo tempo em que ela o será. O banco, funcionando como intermediário entre todos os que podem emprestar e os que querem tomar emprestado, reúne o dinheiro disponível de numerosos capitalistas e dele dispõe.

Admitamos que cada capitalista não tenha senão pequenas quantias disponíveis e por curto espaço de tempo. Estas quantias, concentradas no banco, podem formar um fundo considerável e servir para empréstimos a longo prazo, não reclamando os depositantes suas quantias em depósito senão em épocas prefixadas.

Por sua vez, o capitalista que precisa de dinheiro, não tem mais que procurar quem lhe possa emprestar: vai diretamente ao banco.

O banco é, pois, repitamo-lo, o intermediário entre os capitalistas que têm fundos disponíveis e os que precisamente deles necessitam. As operações bancárias que tendem a reunir fundos disponíveis são chamadas passivas; as que tendem a repartir estes fundos em empréstimos são chamadas ativas.

continua>>>


Inclusão 03/10/2018