A guerra revolucionária é uma guerra de massas; ela só pode realizar-se mobilizando-se as massas e apoiando-se nelas.
Maior preocupação com a vida das massas e maior atenção aos métodos de trabalho (27 de Janeiro de 1934), Obras Escolhidas, Tomo I.
Qual é a verdadeira muralha de ferro? São as massas, os milhões e milhões de homens que genuína e sinceramente apoiam a revolução. Essa é a verdadeira muralha de ferro que nenhuma força pode em caso algum romper. A contra-revolução não pode esmagar-nos; pelo contrário, somos nós quem pode esmagá-la. Unindo milhões e milhões de homens em torno do governo revolucionário, e desenvolvendo a guerra revolucionária, nós liquidaremos a contra-revolução e ganharemos a China inteira.
Ibidem.
A maior fonte de energia para a guerra está nas massas populares. É principalmente por causa do estado de inorganização das massas populares chinesas que o Japão ousa violentar-nos. Assim que essa falha for eliminada, o agressor japonês, tal como um búfalo selvagem caído num anel de fogo, ver-se-á cercado pelas centenas de milhões de homens que constituem o nosso povo em pé, bastando que gritemos para que ele se lance em pânico na fogueira, e seguramente morrerá queimado.
Sobre a guerra prolongada (Maio de 1938), Obras Escolhidas, Tomo II.
Os imperialistas violentam-nos de tal maneira que temos de tomar medidas sérias para enfrentá-los. E não é que apenas precisemos de dispor dum poderoso exército regular, nós necessitamos também de organizar em grande escala contingentes de milícias populares. Desse modo, se o imperialismo nos agredir, encontrará dificuldades em dar um passo no interior do nosso país.
Entrevista com um correspondente da Agência Hsinghua (29 de Setembro de 1958).
Considerada a guerra revolucionária no seu conjunto, as operações das guerrilhas populares e as operações do Exército Vermelho, como força principal, completam-se mùtuamente como as duas mãos do homem. Se tivéssemos apenas a força principal que é o Exército Vermelho e não dispuséssemos das guerrilhas populares, seríamos como um guerreiro que só tivesse um braço. Em termos concretos, e especialmente com relação às operações militares, quando, nós falamos das populações das bases de apoio como um factor, queremos dizer que dispomos dum povo armado. Essa é a principal razão por que o inimigo receia aproximar-se das nossas bases de apoio.
Problemas estratégicos da guerra revolucionária na China (Dezembro de 1936), Obras Escolhidas, Tomo I.
Não há dúvida de que a vitória ou a derrota na guerra são determinadas principalmente pelas condições militares, políticas, económicas e naturais em que se encontram ambas as partes. Mas isso não é tudo; o resultado da guerra é igualmente determinado pela capacidade subjectiva de cada parte na condução da guerra. No seu esforço para ganhar a guerra, um estratega não pode ultrapassar os limites impostos pelas condições materiais. Todavia, dentro desses limites, ele pode e deve fazer o máximo para conquistar a vitória. A cena em que se desenrola a sua acção é constituída pelas condições materiais objectivas mas, nessa cena, ele pode dirigir a representação de muito drama vivo, cheio de som e cor, de poder e de grandeza.
Ibidem.
O objectivo da guerra não é outro senão "conservar as próprias forças e destruir o inimigo" (destruir o inimigo significa desarmá-lo ou "privá-lo da capacidade de resistir", e não, destruir fisicamente todas as suas forças). Nas guerras antigas usava-se a lança e o escudo: a primeira, para atacar e destruir o inimigo, e o segundo, para defender e conservar as próprias forças. Até hoje, todas as armas continuam ainda a ser uma extensão da lança e do escudo. Os bombardeiros, as metralhadoras, os canhões de longo alcance e os gases tóxicos são desenvolvidos da lança, enquanto que os abrigos anti-aéreos, os capacetes de aço, as fortificações em betão e as máscaras de gás são desenvolvimentos do escudo. Os tanques são uma arma nova que combina as funções da lança e do escudo. O ataque é o meio principal para destruir o inimigo, mas a defesa não pode ser posta de lado. O ataque tem como objectivo imediato a destruição do inimigo, mas ao mesmo tempo, representa uma autoconservação, na medida em que se o inimigo não for destruído, os destruídos seremos nós próprios. A defesa tem como objectivo imediato a conservação das forças próprias, mas ao mesmo tempo, ela é um meio complementar do ataque ou uma preparação para o ataque. A retirada respeita à defesa e é uma continuação desta, enquanto que a perseguição é uma continuação do ataque. Contudo, deve salientar-se que a destruição do inimigo é o objectivo primordial da guerra, enquanto que a conservação das forças próprias é o objectivo secundário, pois só destruindo em massa o inimigo se podem, efectivamente, conservar as forças próprias. Por consequência, o ataque, como meio fundamental para a destruição do inimigo, desempenha o papel principal, enquanto que a defesa, como meio suplementar para a destruição do inimigo e um dos meios de conservação das forças próprias, desempenha o papel secundário. Na prática da guerra, o papel principal é desempenhado pela defesa em muitas ocasiões e pelo ataque no resto do tempo, contudo, se tomamos a guerra como um todo, o ataque continua sendo o primordial.
Sobre a guerra prolongada (Maio de 1938), Obras Escolhidas, Tomo II.
Todos os princípios de acção militar derivam dum só princípio fundamental: fazer os maiores esforços para conservar as próprias forças e destruir as do inimigo. (...) Como pois se justifica o encorajamento ao sacrifício heróico na guerra? Cada guerra tem um preço que, por vezes, é extremamente elevado. Acaso estará isso em contradição com o princípio da "conservação de si próprio"? Em rigor não há qualquer contradição. Para falar mais exatamente, o sacrifício e a auto-conservação opõem-se e completam-se mùtuamente. É que o sacrifício é essencial não apenas para a destruição do inimigo, mas também para a conservação de si próprio, na medida em que uma "não-conservação" parcial e temporária de si próprio (sacrifício, preço a pagar) se torna necessária para garantir uma conservação permanente do conjunto das forças próprias. Desse princípio fundamental decorre toda a série de princípios que comandam as operações militares, a começar pelos do tiro (cobrir-se para conservar-se e fazer o melhor uso possível do poder de fogo, a fim de destruir o inimigo) até aos princípios da estratégia; todos eles são inspirados por esse princípio fundamental, e todos se destinam a garantir a respectiva aplicação, quer se trate de princípios de ordem técnica, quer se trate de princípios relativos à táctica, às campanhas ou à estratégia. O princípio da conservação das forças próprias e destruição do inimigo é a base de todos os princípios militares.
Problemas estratégicos da guerra de guerrilhas contra o Japão (Maio de 1938), Obras Escolhidas, Tomo II.
Os nossos princípios militares são os seguintes:
Tais são os principais métodos que o Exército Popular de Libertação tem empregado para derrotar Tchiang Kai-chek. Esses métodos foram forjados pelo Exército Popular de Libertação durante um longo combate contra os inimigos internos e externos e estão perfeitamente adequados à nossa situação actual. (...) A nossa estratégia e as nossas tácticas baseiam-se na guerra popular e nenhum exército oposto ao povo pode utilizá-las.
A situação actual e as nossas tarefas (25 de Dezembro de 1947), Obras Escolhidas, Tomo IV.
Sem preparação, a superioridade não é realmente superioridade e não pode haver iniciativa. Uma vez compreendido esse ponto, uma força inferior, mas preparada, pode muitas vezes derrotar, num ataque de surpresa, forças inimigas superiores.
Sobre a guerra prolongada (Maio de 1938), Obras Escolhidas, Tomo II.