Duas Linhas Diferentes No Problema Da Guerra E Da Paz

Comentário sobre a Carta Aberta do CC do PCUS (V)

Redação do Renmin Ribao e a redação da revista Hongqi

19 de novembro de 1963


Fonte: A Carta Chinesa, 1ª edição, dezembro de 2003, Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo (NEMLM), coleção “Marxismo contra revisionismo”.

Tradução: O NEMLM, responsável pela edição desta obra, traduziu-a da versão em espanhol publicada por Edições do Povo, Pequim.


No mundo inteiro se fala do problema da guerra e da paz.

O atroz sistema imperialista trouxe para os povos do mundo inumeráveis guerras e o desastre de duas conflagrações mundiais. As guerras imperialistas ocasionaram enormes sofrimentos aos povos e, ao mesmo tempo, lhes serviram de lições.

Depois da Segunda Guerra Mundial, todos os povos vêm exigindo universal e vigorosamente a manutenção da paz mundial. Mais e mais pessoas têm compreendido que para defender a paz mundial, é necessário lutar contra a política imperialista de agressão e de guerra.

Todos os marxistas-leninistas do mundo devem levar seriamente em conta as aspirações de paz das massas populares e colocar-se nas primeiras filas da luta em defesa da paz mundial. Devem lutar contra a política imperialista de agressão e de guerra, colocar a descoberto os embustes dos imperialistas e frustar seus planos bélicos. Devem ademais educar as massas, elevar sua consciência e conduzir a luta pela defesa da paz mundial numa direção acertada.

Em contraste com os marxistas-leninistas, os revisionistas contemporâneos, adaptando-se às necessidades da política imperialista, ajudam os imperialistas a enganar com imposturas às massas, desviam a atenção dos povos, debilitam e minam a luta antiimperialista, e dissimulam os planos imperialistas de preparação de uma nova guerra

No problema da guerra e da paz, a linha marxista-leninista é diametralmente oposta à revisionista.

A linha marxista-leninista é uma linha acertada que vai no interesse da luta pela paz mundial. É a linha a que se atêm consequentemente os partidos marxistas-leninistas, incluído o Partido Comunista da China, e todos os marxistas-leninistas.

A linha revisionista é uma linha errada que agrava o perigo de uma nova guerra. É a linha que os dirigentes do PCUS vêm desenvolvendo passo a passo desde o XX Congresso desse partido.

Na carta aberta do CC do PCUS e em numerosas declarações, os dirigentes do PCUS inventaram um monte de mentiras a respeito do problema da guerra e da paz com o propósito de caluniar os comunistas chineses. Porém com isso não podem encobrir a essência das divergências sobre este problema.

Analisaremos a seguir as principais divergências entre a linha do marxismo-leninismo e a do revisionismo contemporâneo a respeito deste problema.

Lições históricas

Desde que o capitalismo se desenvolveu convertendo-se em imperialismo, o problema da guerra e da paz tem sido sempre um dos problemas importantes em torno dos quais se tem travado a luta entre o marxismo-leninismo e o revisionismo.

O imperialismo é a origem das guerras contemporâneas. Sua enganosa política de paz e sua política de guerra se complementam uma à outra. Com freqüência encobre seus crimes de agressão e sua preparação de uma nova guerra com mentiras sobre a paz.

Tanto Lênin como Stálin chamaram incansavelmente os povos de todos os países a lutar contra as fraudes de paz dos imperialistas.

Lênin disse que os governos imperialistas, “de palavra, são todos partidários da paz e da justiça, porém de fato, sustentam guerras de conquista e de rapina”.(1)

Stálin disse que, ao professar o pacifismo, os imperialistas “perseguem um só fim: enganar as massas com altissonantes frases acerca da paz, para preparar uma nova guerra”.(2) Disse ademais:

“Muitos crêem que o pacifismo imperialista é um instrumento de paz. Isso é completamente errado. O pacifismo imperialista é um instrumento de preparação de guerras e de encobrimento dessa preparação com farisaico palavrório de paz. Sem esse pacifismo e sem seu instrumento, a Liga das Nações, a preparação de guerras seria impossível nas atuais condições.”(3)

Em oposição a Lênin e Stálin, os revisionistas da Segunda Internacional, renegados da classe operária, ajudaram os imperialistas a enganar as massas e se tornaram seus cúmplices no desencadeamento das duas conflagrações mundiais.

Antes da Primeira Guerra Mundial, os revisionistas, representados por Bernstein e Kautsky, com palavrório farisaico sobre a paz, se esforçaram por paralisar a revolucionária vontade de luta dos povos e camuflar os planos imperialistas de preparação de uma guerra mundial.

Na época do estalar da Primeira Guerra Mundial, os velhos revisionistas, tirando um após o outro sua máscara de “paz”, se colocaram ao lado do governo imperialista de seus respectivos países, apoiaram a guerra imperialista por uma nova partilha do mundo, votaram no parlamento a favor das subvenções para os gastos militares, e aproveitaram hipocritamente a consigna de “defender a pátria” para incitar a classe operária de seus próprios países a lançar-se à guerra fratricida contra os operários de outros países.

Quando os imperialistas necessitaram um armistício de acordo com seus próprios interesses, os revisionistas, como Kautsky como representante, trataram de envenenar a mente das pessoas e opor-se à revolução com frases adocicadas como: “Nada nos torna mais felizes que uma paz conciliatória baseada no princípio de ‘Vive e deixa que vivam os outros’ ”(4)

Terminada a Primeira Guerra Mundial, o renegado Kautsky e seus sucessores atuaram com maior descaramento ainda como apregoadores das fraudes de paz dos imperialistas.

No problema da guerra e da paz, os revisionistas da Segunda Internacional difundiram um monte de mentiras.

1. Embelezaram o imperialismo e desviaram a atenção dos povos do mundo de suas lutas. Kautsky disse”

“... o perigo que o imperialismo representa para a paz mundial é, contudo, insignificante. Parece que as intenções nacionais do Oriente e as diferentes ditaduras constituem um perigo maior.”(5)

Com esta afirmação, quis fazer as pessoas acreditarem que a origem da guerra não era o imperialismo, e sim as nações oprimidas do Oriente e o Estado soviético, grande cidadela da paz.

2. Ajudaram o imperialismo a encobrir o perigo de uma nova guerra e a paralisar a vontade de luta das massas. Kautsky disse em 1928: “Se alguém ainda tagarela agora sobre o perigo da guerra imperialista, se baseia em trivialidades gastas, e não no estudo de nossa época.”(6) Esses velhos revisionistas, ademais, acusaram aos que consideravam inevitáveis as guerras imperialistas, de “ater-se a uma concepção fatalista da história”.(7)

3. Amedrontaram as massas com a idéia de que a guerra aniquilaria a humanidade. Kautsky disse: “A próxima guerra engendrará não só miséria e privações, como destruirá completamente toda civilização e, pelo menos na Europa, não ficarão mais que ruínas fumegantes e cadáveres apodrecidos.”(8) Esses velhos revisionistas disseram ademais: “A última guerra afundou o mundo inteiro no abismo, e a próxima o destruirá por completo. A simples preparação de uma nova guerra porá a perder o mundo.”(9)

4. Não fizeram distinção entre as guerras justas e as injustas e trataram de proibir a revolução. Kautsky disse em 1914:

“Nas condições atuais, não há guerra que não seja uma desgraça para as nações em geral e para o proletariado em particular. O que discutimos é por quais meios podemos conjurar a guerra que nos ameaça, e não quais guerras são proveitosas e quais são perniciosas.”(10)

Acrescentou:

“A aspiração à paz eterna se apodera cada vez mais das amplas massas de todas as nações cultas, e relega temporariamente a segundo plano o problema verdadeiramente grande de nossos dias.”(11)

5. Propagaram a teoria de que as armas decidem tudo, e se opuseram à luta armada revolucionária.

Kautsky disse:

“Uma das razões pelas quais as futuras lutas revolucionárias dependerão cada vez menos dos meios militares, consiste, como se afirmou uma e outra vez, na enorme superioridade em armamento dos exércitos dos Estados modernos sobre as forças à disposição dos civis, superioridade que, por regra geral, desde o próprio começo priva de esperança a toda tentativa destes de opor resistência.”(12)

6. Difundiram a teoria absurda de que se pode defender a paz mundial e alcançar a igualdade das nações mediante o desarmamento. Bernstein disse:

“Paz na Terra e satisfação para as pessoas! Não podemos descansar nem aliviar-nos; devemos esforçar-nos para que a sociedade se desenvolva sem obstáculos e para que, mediante acordos internacionais e o desarmamento, se alcance o bem estar para todos e a igualdade de direitos das nações.”(13)

7. Propagaram a teoria absurda de que se pode ajudar os países atrasados com o dinheiro que se economize graças ao desarmamento. Kautsky disse:

“Quanto menor seja a carga dos gastos em armamentos na Europa Ocidental, maiores serão os meios disponíveis para a construção de ferrovias na China, Pérsia, Turquia, América do Sul, etc., o que constitui um meio muito mais eficaz que a construção de dreadnoughts [navios de guerra] para a promoção do desenvolvimento industrial.”(14)

8. Aconselharam planos para a “estratégia de paz” do imperialismo. Kautsky disse:

“Os povos da Europa civilizada (assim como os americanos) podem manter a paz no
Médio e Próximo Oriente melhor com a ajuda de seus meios econômicos e intelectuais do que com a ajuda navios de guerra e aviões.”(15)

9. Cobriram de elogios à Liga das Nações, controlada pelo imperialismo. Kautsky disse:

“A própria existência da Liga das Nações já significa um grande êxito para a causa da paz. Proporciona um meio de defender a paz que nenhuma outra instituição pode oferecer.”(16)

10. Difundiram a ilusão de poder defender a paz mundial apoiando-se no imperialismo norte-americano. Kautsky disse:

“Os EUA são, na atualidade, o país mais poderoso do mundo, e tornarão invencível a Liga das Nações uma vez que atuem nela ou junto com ela para conjurar as guerras.”(17)

Lênin revelou sem piedade o rosto repulsivo de Kautsky e companhia. Lênin afirmou que o pacifismo dos revisionistas da Segunda Internacional não era senão “um lenitivo para os povos, um meio que facilitará os governos a submeter as massas nas guerras imperialistas futuras”.(18)

Stálin indicou que “o mais importante de tudo consiste em que a social-democracia é o principal veículo do pacifismo imperialista no seio da classe operária; portanto, é o sustentáculo fundamental do capitalismo na classe operária para a gestação de novas guerras e intervenções.”(19)

Basta ler as declarações do camarada Kruchov a respeito do problema da guerra e da paz e compará-las com as dos Bernstein e Kautsky, para descobrir que não há nada de novo nos pontos de vista de Kruchov, que não são mais que uma reprodução do revisionismo da Segunda Internacional.

No problema da guerra e da paz, que afeta os destinos da humanidade, Kruchov segue os passos de Bernstein e de Kautsky. Experiências históricas comprovam que este é um caminho perigosíssimo para a paz mundial.

A fim de lutar com eficácia para defender a paz mundial e conjurar uma nova guerra mundial, todos os marxistas-leninistas e os povos amantes da paz do mundo inteiro não podem senão rechaçar e combater a linha errada de Kruchov.

O maior embuste

No mundo não existe nenhum embuste maior que o de descrever o inimigo principal da paz mundial como um angélico amante da paz.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o imperialismo norte-americano substituiu os fascistas da Alemanha, Itália e Japão e tratou de estabelecer no mundo inteiro um imenso Império de dimensões nunca vistas. O objetivo da “estratégia global” do imperialismo norte-americano consiste em agredir e controlar a zona intermediária entre os EUA e o campo socialista, extinguir as revoluções dos povos e nações oprimidos, e, depois, aniquilar os países socialistas e estabelecer seu domínio no mundo inteiro.

Com o objetivo de realizar suas ambições de dominação mundial, durante os 18 anos transcorridos desde o término da Segunda Guerra Mundial, o imperialismo norte-americano tem levado a cabo incessantes guerras agressivas e intervenções armadas contra-revolucionárias em todas as partes do mundo, e tem preparado ativamente uma nova guerra mundial.

Os fatos tornam evidente que o imperialismo segue sendo a origem das guerras contemporâneas e que a força principal de agressão e de guerra de nossos tempos é o imperialismo norte-americano. Esta é uma conclusão exposta com clareza nas Declarações de Moscou de 1957 e de 1960.

Porém os dirigentes do PCUS consideram que os principais representantes dos imperialistas norte-americanos são amantes da paz. Afirmam que entre estes surgiu um grupo de “sensatos” capazes de apreciar com lucidez a situação e que Eisenhower e Kennedy são representantes deste grupo.

Kruchov exaltou Eisenhower como pessoa que “goza da confiança absoluta de seu povo”, “mostra uma sincera aspiração pela paz” e “se preocupa como nós por assegurar a paz”.

Agora Kruchov exalta Kennedy dizendo que este está ainda mais capacitado que Eisenhower para assumir a responsabilidade de defender a paz mundial, que “mostra solicitude pela preservação da paz”(20) e que é de esperar que “garanta condições seguras para a vida pacífica e o trabalho criador na Terra”(21)

Kruchov difunde suas mentiras e embeleza o imperialismo com o mesmo zelo que os revisionistas da Segunda Internacional.

A carta aberta do CC do PCUS pergunta aos que não dão crédito a essas mentiras: “Acaso crêem de verdade que todos os governos burgueses atuam privados de toda sensatez em todos os casos?”

Evidentemente, eles não respeitam em absoluto o á-bê-cê do marxismo-leninismo. Na sociedade de classes não existe sensatez alguma acima das classes. O proletariado tem sensatez proletária enquanto a burguesia, sensatez burguesa. Por sensatez se entende que se saiba estabelecer a política de acordo com os interesses cardeais de sua própria classe e proceda de acordo com a posição fundamental dela. A sensatez de Kennedy e seus semelhantes consiste em proceder de acordo com os interesses cardeais da burguesia monopolista dos EUA, e é uma sensatez imperialista.

Quando a correlação das forças de classe na arena internacional se torna cada vez mais desfavorável para o imperialismo e quando a política de agressão e de guerra dos imperialistas norte-americanos sofre fracasso atrás de fracasso, estes se vêem obrigados a cobrir-se com maior freqüência com uma capa de paz.

A verdade é que Kennedy sabe esbanjar palavras de paz e empregar a tática de paz. Porém a enganosa política de paz de Kennedy, da mesma forma que sua política de guerra, serve à “estratégia global” do imperialismo norte-americano.

A “estratégia de paz” de Kennedy se propõe incluir todo o globo terrestre na “comunidade do mundo livre” baseada “nas leis e na justiça” do imperialismo norte-americano.

Os pontos principais da “estratégia de paz” de Kennedy são:

promover por “meios pacíficos” o neocolonialismo norte-americano na Ásia, África e América Latina;

penetrar e estabelecer seu controle, por “meios pacíficos”, nos demais países imperialistas e capitalistas;

estimular por “meios pacíficos” os países socialistas a seguir o caminho da “evolução pacífica” do tipo da Iugoslávia;

debilitar e minar por “meios pacíficos” a luta antiimperialista dos povos do mundo.

Em seu discurso pronunciado recentemente na Assembléia Geral da ONU, Kennedy declarou com arrogância que as condições para realizar a paz entre os EUA e a URSS são:

  1. incorporar a República Democrática Alemã à Alemanha Ocidental;

  2. a interdição da existência da Cuba socialista;

  3. permitir que os países socialistas da Europa Oriental “elejam livremente”, com o que Kennedy quer dizer que se deve restaurar o capitalismo nestes países;

  4. não permitir que os países socialistas apoiem os povos e nações oprimidos em sua luta revolucionária.

Alcançar seu objetivo, se é possível, por “meios pacíficos” é também uma tática usual dos imperialistas e colonialistas.

As classes reacionárias se apoiaram constantemente em duas táticas para manter seu domínio e levar a cabo sua expansão no estrangeiro. Uma delas é a enganação ao estilo do sacerdote e a outra a repressão à maneira do verdugo. A enganosa política de paz do imperialismo e sua política de guerra sempre se serviram e complementaram uma à outra. A sensatez de Kennedy, representante da burguesia monopolista dos EUA, não pode achar sua expressão senão num emprego ainda mais traiçoeiro desta dupla política.

A violência sempre foi a tática principal das classes governantes reacionárias. A enganação do tipo sacerdotal desempenha um papel auxiliar da violência. Os imperialistas demarcam invariavelmente suas esferas de influência de acordo com suas posições de força. Kennedy expôs este ponto com muita clareza. Disse: “Definitivamente, o único meio de preservar a paz é estar disposto, em último caso, a combater por nosso país e a sério.”(22) Desde que subiu ao Poder, Kennedy aplicou a chamada “estratégia da resposta flexível”, que exige a formação acelerada de uma “força militar versátil” e o reforçamento da “força para toda contingência”, de maneira que os EUA possam fazer toda tipo de guerras segundo lhes convenha, seja uma guerra total ou uma guerra limitada, seja uma guerra nuclear ou uma guerra convencional, seja grande ou pequena. Este plano insensato de Kennedy levou a um auge sem precedentes a expansão armamentista e os preparativos bélicos dos EUA. Vejamos alguns fatos dados a conhecer pelas autoridades norte-americanas:

  1. Os gastos militares do Governo norte-americano aumentaram de 46 bilhões e 700 milhões de dólares no ano fiscal de 1960, para 60.bilhões orçados para 1964, cifra que constitui a mais alta em tempos de paz e que superou o nível alcançado durante a guerra da Coréia.

  2. Kennedy declarou recentemente que, nos últimos dois anos e tanto, as armas nucleares de que dispõem “as forças de vigilância estratégicas” dos EUA aumentaram em 100% e as divisões de exército prontas para o combate, em 45%; que a aquisição de aviões para o transporte aumentou 175% e as unidades guerrilheiras especiais” e “unidades anti-insurrecionais”, em 500% aproximadamente.(23)

  3. O Estado Maior conjunto do Plano de Objetivos Estratégicos dos EUA elaborou um plano de guerra nuclear contra a União Soviética e os demais países socialistas. Robert S. McNamara, Secretário de Defesa norte-americano, declarou no princípio deste ano:

“Nos temos assegurado, durante todo o período em questão, uma capacidade de destruir virtualmente todos os objetivos militares ‘brandos’ e ‘semi-duros’ [bases de terra e semi-protegidas] da União Soviética e uma grande quantidade de suas rampas de lançamento plenamente reforçadas, contando ademais com uma capacidade adicional em forma de força protegida para ser empregada ou mantida em reserva contra as zonas urbanas e industriais.”(24)

Os EUA fortaleceram ainda mais sua rede de bases de foguetes nucleares, enfileiradas contra o campo socialista, e reforçaram consideravelmente seus dispositivos de submarinos nucleares portadores de foguetes em ultramar.

Ao mesmo tempo, as tropas do bloco da OTAN dirigidas pelos EUA avançaram no ano em curso rumo ao Leste e se acercaram das fronteiras da República Democrática Alemã e da Checoslováquia.

  1. A administração Kennedy reforçou seus dispositivos militares na Ásia, América Latina e África e ampliou com energia as “forças especiais” de suas forças de terra, mar e ar, com a finalidade de fazer frente ao movimento revolucionário popular dessas regiões. Os EUA têm feito da parte meridional do Vietnã um campo de experimentação para a “guerra especial” e aumentaram suas tropas ali para mais de 16.000 homens.

  2. A administração Kennedy reforçou seus comandos de guerra. Constituiu um “Comando de Choque” e pôs sob seu mando único uma força conjunta de terra e ar, altamente preparada para o combate em tempos de paz, a fim de poder enviá-la oportunamente a qualquer lugar do mundo para provocar guerras. Estabeleceu centros nacionais de comando militar, em terra e subterrâneos; formou um Posto de Comando Aéreo de Emergência em aviões e um Posto de Comando Marítimo de Emergência em navios de guerra.

Estes fatos demonstram que os imperialistas norte-americanos são os militaristas mais fanáticos de nossos tempos, forjadores de uma nova guerra mundial e o inimigo mais feroz da paz mundial.

Está claro por isso que os imperialistas norte-americanos não se transformaram em anjos formosos porque Kruchov lhes tivesse lido a Bíblia e lhes tivesse cantado salmos; não se converteram tampouco em budas misericordiosos porque Kruchov lhes tivesse queimado incensos e lhes fizesse genuflexões. Por muito que se esforce Kruchov em servir os imperialistas norte-americanos, estes não mostram por ele o menor apreço. Continuam demonstrando sua própria camuflagem de paz com novas e incessantes atividades de agressão e de guerra, e, consequentemente, continuam esbofeteando Kruchov e declarando a bancarrota de seus absurdos argumentos destinados a embelezar o imperialismo. É algo verdadeiramente triste para os que se oferecem de voluntários apologistas do imperialismo norte-americano.

Sobre a possibilidade de conjurar uma nova Guerra Mundial

É um fato que o imperialismo, encabeçado pelos EUA, está preparando energicamente uma nova guerra mundial e que existe o perigo de tal guerra. Devemos dizê-lo às massas populares.

Porém é ou não possível prevenir uma nova guerra mundial?

A respeito deste problema, os pontos de vista dos comunistas chineses sempre foram muito claros.

Terminada a Segunda Guerra Mundial, o camarada Mao Tsetung fez uma análise científica da situação internacional do pós-guerra e formulou a tese de que é possível prevenir uma nova guerra mundial.

Já em 1946, em sua famosa conversação com a correspondente norte-americana Anna Louise Strong, o camarada Mao Tsetung disse:

“O fato de que os reacionários norte-americanos, pouco tempo depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, façam tanto alarde a respeito de uma guerra norte-americana-soviética e criem um clima tão asqueroso, nos obriga a examinar suas verdadeiras intenções. Resulta que, valendo-se das consignas anti-soviéticas, atacam freneticamente os operários e os elementos democráticos de seu próprio país e convertem em dependências norte-americanas a todos os países que são alvo da expansão norte-americana. Creio que o povo norte-americano e os povos de todos os países ameaçados pela agressão dos EUA devem unir-se e lutar contra os ataques dos reacionários norte-americanos e de seus lacaios nestes países. Só a vitória desta luta permitirá evitar uma terceira guerra mundial; de outra maneira é inevitável.”(25)

O camarada Mao Tsetung disse isto para contrapor a uma apreciação pessimista que se fazia àquele momento da situação internacional. Naquele momento, os imperialistas, encabeçados pelos EUA, junto com todos os reacionários, intensificavam diariamente suas atividades anti-soviéticas, anticomunistas e antipopulares e apregoavam que “a guerra entre os EUA e a União Soviética é inevitável” e que “uma terceira guerra mundial é inevitável”. Os reacionários chiangkaishekistas também propagavam isto desenfreadamente com o objetivo de amedrontar o povo chinês. Frente a esta chantagem, alguns camaradas sentiam medo, davam mostras de debilidade diante dos ataques armados que os reacionários chiangkaishekistas lançavam com o apoio do imperialismo norte-americano, e não se atrevia a enfrentar decididamente a guerra contra-revolucionária com uma guerra revolucionária. Em troca, o camarada Mao Tsetung afirmou que se poderia evitar uma nova guerra mundial sempre que se lutasse de maneira resoluta e eficaz contra as forças reacionárias do mundo.

A grande vitória da revolução da China confirmou a conclusão científica do camarada Mao Tsetung.

A vitória da revolução chinesa produziu enormes mudanças na correlação das forças de classe na arena internacional. O camarada Mao Tsetung afirmou em junho de 1950

“Existem ainda a ameaça de uma guerra do campo imperialista e a possibilidade de uma terceira guerra mundial. Entretanto, as forças que lutam por conjurar o perigo da guerra e prevenir o estalido de uma terceira guerra mundial estão desenvolvendo-se rapidamente, e a consciência política da maioria da população do mundo está elevando-se. Se poderá conjurar uma nova guerra mundial sempre que os partidos comunistas do mundo sigam unindo-se com todas as forças da paz e da democracia suscetíveis de ser unidas e sigam desenvolvendo-as.”(26)

Em novembro de 1957, na Conferência dos partidos irmãos, o camarada Mao Tsetung analisou detalhadamente as mudanças operadas nas relações internacionais a partir do término da Segunda Guerra Mundial, e demonstrou que a situação internacional havia chegado a um novo ponto de viragem. Descreveu essa situação de maneira metafórica com uma expressão tomada de uma novela clássica chinesa: “O vento do Leste prevalece sobre o vento do Oeste.” Disse:

“Creio que a característica da situação de hoje é que o vento do Leste prevalece sobre o do Oeste. Isto é, as forças socialistas são imensamente superiores às forças imperialistas.”(27)

O camarada Mao Tsetung chegou a esta conclusão analisando as relações de classe no âmbito internacional. Explicitamente considerou como o “vento do Leste” o campo socialista, a classe operária internacional e os partidos comunistas, os povos e nações oprimidos e os povos e países amantes da paz, enquanto por “vento do Oeste” só se referiu às forças bélicas do imperialismo e da reação. É muito claro e preciso o sentido político desta metáfora. O fato de que os dirigentes do PCUS e seus seguidores a tergivessem apresentando-a como um conceito geográfico, racial ou meteorológico, só demonstra que pretendem introduzir-se nas fileiras do “Oeste” para congratular-se com o imperialismo e excitar o chovinismo nacional na Europa e América do Norte.

Ao declarar que “o vento do Leste prevalece sobre o vento do Oeste”, o camarada Mao Tsetung se propunha principalmente demonstrar a crescente possibilidade de prevenir uma nova guerra mundial e a crescente possibilidade de que os países socialistas realizem a construção num meio pacífico.

Estas teses do camarada Mao Tsetung são os pontos de vista nos quais o Partido Comunista da China sempre persistiu.

Vê-se que a afirmação de que o Partido Comunista da China “não crê na possibilidade de prevenir uma nova guerra mundial”(28) é uma mentira inventada deliberadamente pela direção do PCUS.

Vê-se também que a tese sobre a possibilidade de conjurar uma terceira guerra mundial foi levantada já faz tempo pelos marxistas-leninistas; não foi formulada pela primeira vez no XX Congresso do PCUS nem é uma criação de Kruchov.

Porém, é verdade que Kruchov não tenha criado nada? Sim, criou algo. Desgraçadamente, suas “criações” não são em absoluta marxista-leninista, e sim revisionistas.

Primeiro, Kruchov asseverou arbitrariamente que a possibilidade de prevenir uma nova guerra mundial é a única possibilidade, e que não existe o perigo de uma nova guerra mundial.

Os marxistas-leninistas consideram que ao apontar a possibilidade de prevenir uma nova guerra mundial, é necessário apontar também a possibilidade de que o imperialismo desencadeie uma guerra mundial. Só indicando as duas possibilidades, adotando uma acertada política e preparando-se para ambas eventualidades, se contribuirá para mobilizar as massas para que lutem em defesa da paz mundial. Só deste modo, os países socialistas e seus povos, os países e os povos do mundo amantes da paz não se encontrarão totalmente desprevenidos e inadvertidos se o imperialismo impõe uma guerra mundial aos povos do mundo.

Entretanto, Kruchov e outros se opõem a que se denuncie o perigo de uma nova guerra forjada pelo imperialismo. Segundo eles, o imperialismo se converteu na realidade num imperialismo amante da paz. Isto é ajudar os imperialistas a adormecer as massas e paralisar sua vontade de luta, de maneira que elas percam a vigilância frente ao perigo de uma nova guerra instigada pelo imperialismo.

Segundo, Kruchov afirmou por seu gosto que a possibilidade de prevenir uma nova guerra mundial significa a possibilidade de prevenir todas as guerras, e considerou que ficou antiquado a tese leninista de que a guerra será inevitável enquanto exista o imperialismo.

A possibilidade de evitar uma nova guerra mundial é uma coisa e a de evitar todas as guerras, incluídas as revolucionárias, é outra. É completamente errado confundir uma com a outra.

Haverá terreno para as guerras enquanto subsistam o imperialismo e o sistema de exploração do homem pelo homem. Esta é uma lei objetiva descoberta por Lênin depois de amplas investigações científicas.

Em 1952, ao indicar a possibilidade de conjurar uma nova guerra mundial, Stálin disse: “Para eliminar a inevitabilidade da guerra, é necessário abolir o imperialismo.”(29)

Lênin e Stálin estão certos, enquanto Kruchov está equivocado.

A história nos mostra que o imperialismo, se bem só tenha desencadeado duas guerras mundiais, desatou inumeráveis guerras de outros tipos. Depois da Segunda Guerra Mundial, a política de agressão e de guerra do imperialismo, encabeçado pelos EUA, originou em distintas partes do mundo, sobretudo na Ásia, África e América Latina, incessantes guerras parciais e conflitos armados de diversas índoles.

Está claro que as guerras de libertação nacional são inevitáveis quando o imperialismo, sobretudo o imperialismo norte-americano, envia suas tropas ou emprega seus lacaios para realizar uma repressão sangrenta contra as nações e países oprimidos que lutam por conquistar e manter a independência nacional.

Lênin disse:

“Negar toda possibilidade das guerras nacionais sob o imperialismo é incorreto em teoria, é sem dúvida alguma errado historicamente e equivale na prática ao chovinismo europeu.”(30)

É evidente também que são inevitáveis as guerras civis revolucionárias quando os reacionários burgueses reprimem o povo de seus países com a força das armas.

Lênin disse:

“As guerras civis são guerras também. Quem admita a luta de classes não pode deixar de admitir as guerras civis, que em toda sociedade de classes representam a continuação, o desenvolvimento e o recrudescimento dessa luta de classes, naturais e inevitáveis em determinadas circunstâncias. Todas as grandes revoluções o confirmam. Negar as guerras civis ou esquecê-las, seria cair num oportunismo extremo e renegar a revolução socialista.”(31)

As grandes revoluções na história se realizaram quase todas mediante a guerra revolucionária. A Guerra de Independência e a Guerra de secessão dos Estados Unidos da América do Norte são um exemplo; também o é a revolução francesa, e naturalmente, o são também as revoluções da Rússia e da China. A revolução do Vietnã, a de Cuba, a da Argélia, etc. são também exemplos conhecidos de todos.

Em 1871, em seu discurso pronunciado por motivo do VII aniversário da fundação Primeira Internacional, ao resumir as experiências da Comuna de Paris, Marx colocou as condições para a abolição da dominação e opressão de classe. Disse:

“Antes que a realização de semelhantes transformações se torne possível, é necessário implantar a ditadura do proletariado, e a primeira das condições para isto é um exército do proletariado. A classe operária deve conquistar no campo de batalha seu direito à emancipação.”(32)

Em 1938, ao referir-se às experiências das revoluções russa e chinesa, o camarada Mao Tsetung formulou, de acordo com as teorias marxistas-leninistas, a famosa tese de que “o poder nasce do fuzil”. Esta tese também se converteu agora num alvo de ataque dos dirigentes do PCUS. Eles a apresentam como prova de que a China é “belicista”.

Respeitados amigos: já faz vinte e cinco anos que esta calúnia de vocês foi refutada pelo camarada Mao Tsetung, ao dizer:

“Conforme a teoria marxista do Estado, o exército é o componente principal do Poder estatal. Quem quer que deseje tomar e manter o Poder estatal, deve contar com um poderoso exército. Há quem nos ridicularize chamando-nos de partidários da ‘onipotência da guerra’. Sim, somos partidários da teoria da onipotência da guerra revolucionária. Isto é bom e não mau; isto é marxista.”(33)

Que há de errado nestas palavras do camarada Mao Tsetung? Só aqueles que negam todas as experiências históricas das revoluções burguesas e proletárias realizadas em diversos países do mundo durante vários séculos, negarão a tese do camarada Mao Tsetung.

O povo chinês criou com suas armas um Poder socialista. Exceto os imperialistas e seus lacaios, todo mundo compreende facilmente que isto é uma coisa boa e um fator importante para defender a paz mundial e impedir uma terceira guerra mundial.

Os marxistas-leninistas não ocultam jamais seus pontos de vista. Apoiamos com toda sinceridade a guerra revolucionária dos povos do mundo. Como disse Lênin, semelhante guerra revolucionária “é a única guerra correta, legítima, justa e realmente grande de todas as guerras que a história conhece.”(34) Acusar-nos por isto de sermos belicistas, não pode senão demonstrar que estamos realmente do lado dos povos e nações oprimidos e que somos verdadeiros marxistas-leninistas.

Os imperialistas e os revisionistas sempre classificaram de “belicistas” os bolcheviques e os dirigentes revolucionários como Lênin e Stálin. O próprio fato de que hoje sejamos igualmente injuriados pelos imperialistas e pelos revisionistas demonstra que temos mantido alta a bandeira revolucionária do marxismo-leninismo.

Kruchov e outros propagam aos quatro ventos que é possível evitar todas as guerras e tornar realidade um “mundo sem armas, sem exércitos, sem guerra” enquanto existe o sistema imperialista. Este argumento é a teoria do “super-imperialismo” de Kautsky, arruinada já faz tempo. É evidente que seu objetivo é fazer crer aos povos que se pode realizar a paz eterna sob o sistema imperialista, liquidando assim as revoluções e as guerras de libertação nacional e as guerras civis revolucionárias contra o imperialismo e seus lacaios e ajudando na prática ao imperialismo na preparação de uma nova guerra.

O culto à arma nuclear e a chantagem nuclear, base teórica e guia da política do revisionismo contemporâneo

A alma da teoria da direção do PCUS sobre o problema da guerra e da paz é a tese de que o aparecimento da arma nuclear mudou tudo, incluindo as leis da luta de classes.

A carta aberta do CC do PCUS afirma: “As armas termonucleares inventadas em meados de nosso século modificaram os velhos conceitos sobre a guerra”. De que maneira os modificaram?

Os dirigentes do PCUS consideram que depois do aparecimento da arma nuclear, já não existem diferenças entre guerras justas e guerras injustas. Dizem que “a bomba atômica não respeita os princípios classistas” e que “a bomba atômica não olha para ver onde há um imperialista e onde há um trabalhador, a bomba atômica percorre extensões, e por cada monopolista, morreriam milhões de operários”.(35)

Os dirigentes do PCUS consideram que depois do aparecimento da arma nuclear, os povos e nações oprimidos devem renunciar à revolução e abandonar as justas guerras de revolução popular e de libertação nacional; de outro modo, a humanidade será aniquilada. Afirmam que “toda ‘guerra local’, por muito pequena que seja, pode servir de chispa que acenda a conflagração de uma guerra mundial”; que “atualmente, qualquer guerra, ainda quando comece como guerra ordinária, não nuclear, pode converter-se em uma guerra termonuclear destrutiva”,(36) e que deste modo “destruiremos nossa arca de Noé – o globo terrestre.”

Os dirigentes do PCUS consideram que os países socialistas têm que submeter-se à chantagem nuclear e à ameaça de guerra do imperialismo, e não devem opor-lhe resistência. Kruchov disse:

“É indubitável que uma guerra termonuclear mundial, se os maníacos imperialistas a desencadeiam, inevitavelmente condenará à ruína o sistema capitalista, que engendra guerras. Porém, da catástrofe termonuclear mundial sairiam vencedores os países socialistas e a causa da luta pelo socialismo no mundo inteiro? Só pessoas que deliberadamente fecham os olhos aos fatos pensam assim. Quanto aos marxistas-leninistas, não podem imaginar a criação da civilização comunista sobre as ruínas dos centros culturais do mundo, sobre uma terra devastada e contaminada de sedimentos termonucleares. Não falamos ainda de que para muitos povos o problema do socialismo perderia todo seu valor, já que eles teriam desaparecido fisicamente da face de nosso planeta.”(37)

Em resumo, segundo os dirigentes do PCUS, desde o aparecimento da arma nuclear, a contradição entre o campo socialista e o campo imperialista, a contradição entre o proletariado e a burguesia nos países capitalistas e a contradição entre as nações oprimidas e o imperialismo, desapareceram; no mundo de hoje, já não existe nenhuma contradição de classe. Eles reduzem as contradições do mundo contemporâneo a uma só, a contradição, inventada por eles, entre a sobrevivência conjunta do imperialismo e das classes e nações oprimidas, por um lado, e a destruição total, por outro.

O marxismo-leninismo, as duas Declarações de Moscou, o socialismo e o comunismo, tudo jogado fora pelos dirigentes do PCUS.

Com que franqueza diz o Pravda!: “Para que servem os princípios se se perde a cabeça?”(38)

Isto equivale a dizer que foram tontos os revolucionários que caíram degolados pelos verdugos reacionários lutando pela vitória das revoluções russas e pela vitória da Revolução de Outubro, os combatentes que se sacrificaram heroicamente na Guerra Antifascista, os heróis que derramaram seu sangue na luta contra o imperialismo e pela independência nacional e todos os mártires que deram sua vida pela causa revolucionária desde tempos imemoriais. Valia a pena perder a cabeça para manter os princípios?

Esta é a filosofia típica dos traidores, é uma declaração infame que só se conhece nas confissões dos renegados.

Orientados por esta “teoria” do culto à arma nuclear e da chantagem nuclear, os dirigentes do PCUS estimam que o caminho da defesa da paz mundial é a cooperação das duas potências nucleares, os EUA e a URSS, na solução dos problemas do mundo, e não a união de todas as forças contemporâneas defensoras da paz na mais ampla frente única contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios.

Kruchov diz:

“Nós (os EUA e a URSS) somos os países mais poderosos do mundo; se nos unimos em nome da paz, não haverá nenhuma guerra. Então, se algum louco quer a guerra, bastará que o ameacemos com os dedos para que sossegue.”(39)

Daqui todo mundo pode ver com clareza quão longe foram os dirigentes do PCUS ao ter o inimigo como amigo.

A fim de dissimular seus erros, os dirigentes do PCUS não vacilaram em atacar a linha acertada do Partido Comunista da China, fabricando mentiras e calúnias. Dizem arbitrariamente que o Partido Comunista da China pretende provocar uma guerra nuclear mundial ao pronunciar-se pelo apoio às guerras de libertação nacional e às guerras civis revolucionárias dos diversos povos.

Esta é uma falsificação peregrina [ estranha, extraordinária?]

O Partido Comunista da China sempre sustentou que os países socialistas devem apoiar energicamente a luta revolucionária dos povos, incluídas as guerras nacional-libertadoras e as guerras civis revolucionárias, e que proceder de outra maneira significaria renunciar ao dever que lhes impõe o internacionalismo proletário. Entretanto, consideramos ao mesmo tempo que todo povo e nação oprimidos só podem alcançar a libertação mediante sua decidida luta revolucionária, sem que ninguém possa fazê-lo em seu lugar.

Temos sustentado consistentemente que os países socialistas não devem nem necessitam utilizar a arma nuclear para apoiar as guerras nacional-libertadoras e as guerras civis revolucionárias dos povos.

Temos mantido sempre que é necessário que os países socialistas alcancem e mantenham a superioridade nuclear. Só desta maneira poderemos fazer que o imperialismo não se atreva a desatar uma guerra nuclear e contribuiremos para a proibição total das armas nucleares.

Sempre avaliamos que as armas nucleares em mãos dos países socialistas servirão só de armas defensivas para resistir à ameaça nuclear dos imperialistas. Um país socialista jamais deve ser o primeiro em empregar armas nucleares, nem deve brincar com elas nem fazer chantagens nucleares, nem fazer apostas nas armas nucleares.

Nos opomos tanto à prática errada dos dirigentes do PCUS de não apoiar a luta revolucionária dos diversos povos, como a sua posição errada a respeito da arma nuclear. Em vez de examinar de maneira retrospectiva seus erros, eles nos acusaram de desejar que os EUA e a URSS se “choquem de frente”(40) e de tratar de precipitar estes dois países numa guerra nuclear.

Respondemos: não, amigos. Que abandonem essa artimanha sensacionalista de falsificação e infâmia. O Partido Comunista da China não só manifestou de palavra sua oposição decidida a que a URSS e os EUA “se choquem de frente”, como também tem procurado, na prática, evitar choques armados diretos entre estas duas potências. A atuação em comum dos camaradas coreanos e nossa na guerra de resistência da Coréia à agressão norte-americana e nossa luta no estreito de Taiwan contra os agressores norte-americanos são exemplos evidentes. Sempre preferimos levar a pesada carga dos sacrifícios necessários e nos colocarmos na primeira linha da defesa do campo socialista, deixando a segunda para a União soviética. Ao recorrer a tais falsidades, os dirigentes do PCUS acaso demonstram ter uma pisca de moral proletária?

De fato, não somos nós, são os dirigentes do PCUS quem freqüentemente fanfarroneia de que vão utilizar a arma nuclear para ajudar a luta antiimperialista deste ou daquele país.

É sabido de todos que os povos e nações oprimidos não têm armas nucleares, e que não é possível nem necessário que as utilizem para sua revolução. Os próprios dirigentes do PCUS reconhecem também que nas guerras de libertação nacional e nas guerras civis, não se distinguem muitas vezes com clareza as frentes entre as partes opostas, e por isso, não existe o problema de empregar a arma nuclear. Queremos interpelar-lhes: por que um país socialista tem necessidade de utilizar a arma nuclear para ajudar a luta revolucionária dos povos?

Queremos fazer outra pergunta aos dirigentes do PCUS: de que maneira um país socialista utilizaria a arma nuclear para apoiar a luta revolucionária dos povos e nações oprimidos? A utilizaria onde se fazem guerras de libertação nacional ou guerras civis revolucionárias, de modo que tanto os povos revolucionários como os imperialistas sejam vítimas do golpe nuclear? Ou a utilizaria primeiro para atacar o próprio país imperialista quando este sustenta guerras agressivas com armas convencionais? Evidentemente, não é admissível de modo algum que um país socialista recorra à arma nuclear em nenhum dos dois casos.

Na realidade, ao esgrimir a arma nuclear, os dirigentes do PCUS não se propõem seriamente a apoiar a luta antiimperialista dos diversos povos.

Às vezes, não fazem mais que publicar uma declaração sem o menor propósito de levá-la à prática e tão somente para conseguir um prestígio barato.

Outras vezes, por exemplo, no curso da crise do Caribe, jogam de maneira especulativa, oportunista e irresponsável com a arma nuclear para realizar seus fins ocultos.

Uma vez descoberta sua chantagem nuclear e ameaçados pelo rival com sua contrachantagem, eles cedem passo após passo, deslizando-se do aventureirismo ao capitulacionismo e perdendo tudo no jogo nuclear.

Gostaríamos de destacar que o grande povo soviético e o Exército Vermelho da União Soviética foram, seguem sendo e serão uma grande força para a defesa da paz mundial, enquanto o pensamento militar de Kruchov, baseado como está no culto à arma nuclear e na chantagem nuclear, é totalmente errado.

Kruchov não vê mais que a arma nuclear. Do seu ponto de vista, “com o desenvolvimento atual da técnica militar, a aviação e a frota marítima perderam sua antiga significação. Esta classe de armas não se reduzirá, e sim se renovará”. (41)

As unidades e os soldados que se encarregam dos combates na superfície têm, é claro, menos significação. Diz:

“Atualmente, a capacidade defensiva de um país não é determinada pelo número de soldados sobre as armas que tenhamos, nem pelo número de homens que usam uniformes de soldado.” “... a capacidade defensiva de um país depende, em grau decisivo, do poder de fogo e dos meios de lançamento que esse país dispõe.”(42)

Menos significação ainda têm os milicianos e as massas populares. A este respeito Kruchov tem uma frase bastante conhecida: “agora que temos armas modernas, para nós, as milícias populares não são tropas, e simplesmente carne humana.”(43)

Esta série de teorias militares de Kruchov se afastam por completo das doutrinas marxistas-leninistas sobre a guerra e o exército. Seguir esta orientação errada significaria descompor as tropas e desarmar-se moralmente.

É evidente que se um país socialista aceita este errado pensamento estratégico militar de Kruchov, se colocará inevitavelmente numa situação muito perigosa.

Kruchov pode dar a si mesmo títulos como o de “grande lutador pela paz”, outorgar-se “prêmios da paz”, pendurar em si mesmo condecorações de herói. Porém por mais que se vanglorie, não pode encobrir nem sua perigosa prática de jogar temerariamente com a arma nuclear, nem sua humilhação frente a chantagem nuclear dos imperialistas.

Lutar ou capitular

A paz mundial só pode ser alcançada mediante a luta dos povos do mundo e não com súplicas aos imperialistas. Só se pode defender a paz com eficácia apoiando-se nas massas populares e lutando contra a política imperialista de agressão e de guerra, respondendo medida por medida. Esta é a política correta.

Lutar respondendo medida por medida é uma importante experiência adquirida pelo povo chinês em sua longa luta contra o imperialismo e seus lacaios.

O camarada Mao Tsetung disse:

“Chiang Kai-chek trata sempre de tomar do povo cada átomo de poder e cada átomo de suas conquistas. E nós? Nossa política é a de responder medida por medida e lutar por cada polegada de terreno. Atuamos a sua maneira.”

E acrescentou:

“Ele (Chiang Kai-chek) trata sempre de impor a guerra ao povo, com uma espada na mão esquerda e outra na direita. Nós também empunhamos espadas, seguindo seu exemplo.”(44)

Quando analisou a situação política interna em 1945, o camarada Mao Tsetung disse:

“A maneira de ‘responder medida por medida’ depende da situação. Algumas vezes, não ir negociar é responder medida por medida, e, outras vezes, ir negociar também é responder medida por medida... Se nos atacam, combateremos em resposta, combateremos para conquistar a paz. A paz não chegará se não descarregamos duros golpes sobre os reacionários que se atrevem a atacar as regiões libertadas.”(45)

O camarada Mao Tsetung resumiu o ensinamento histórico da derrota da revolução chinesa de 1924-27 como se segue:

“Frente aos ataques contra-revolucionários contra o povo, Chen Tu-siu não adotou a política de responder medida por medida e lutar por cada polegada de terreno; por esta razão, em 1927, fez o povo perder, em poucos meses, todos os direitos que este havia conquistado.”(46)

Nós comunistas chineses compreendemos a política de lutar respondendo medida por medida e nos agarramos com firmeza a ela. Nos opomos tanto ao capitulacionismo como ao aventureirismo. Esta acertada política assegurou a vitória da revolução chinesa e, depois dela, tem garantido ,os grandes êxitos obtidos pelo povo chinês na luta contra o imperialismo.

Todos os povos revolucionários aprovam e aplaudem esta acertada política de luta formulada pelos comunistas chineses. Todos os imperialistas e reacionários a temem e a odeiam.

O fato que a política de responder medida por medida, proposta pelo Partido Comunista da China, tenha sido atacada com tanta virulência pelos dirigentes do PCUS, só mostra que eles não querem de maneira alguma opor-se ao imperialismo. Atacam e caluniam esta política simplesmente com a finalidade de encobrir sua errada linha de acomodar-se às necessidades do imperialismo e se ajoelhar perante ele.

Os dirigentes do PCUS dizem: lutar respondendo medida por medida contra o imperialismo, não conduziria a hostilidade? Que coisa mais terrível!

De acordo com esta lógica, só se permite que os imperialistas agridam e ameacem a outros, enquanto se proíbe a luta dos agredidos; só se permite que os imperialistas oprimam a outros, enquanto se proíbe a resistência dos oprimidos. Sem dúvida alguma a intenção disto é eximir os imperialistas da responsabilidade de seus crimes de agressão. Esta é pura e simplesmente a filosofia da lei da selva.

A tensão internacional se deve à política imperialista de agressão e de guerra. Frente à agressão e à ameaça do imperialismo, os povos do mundo, naturalmente, devem lutar com decisão. Os fatos demonstram que só mediante a luta é possível obrigar o imperialismo a retroceder e aliviar de verdade a tensão internacional. As incessantes concessões ao imperialismo não podem conduzir a nenhum verdadeiro alívio, e sim ao contrário, só estimularão agressão imperialista.

Invariavelmente nos temos oposto à criação da hostilidade internacional por parte do imperialismo e temos nos pronunciado pelo alívio desta hostilidade. Porém, se o imperialismo se empenha em perpetrar agressões e criar tensões por todas as partes, só conseguirá o contrário de seus desejos.

O camarada Mao Tsetung disse:

“Os imperialistas norte-americanos imaginam que sempre se beneficiarão das situações tensas. Entretanto, o fato é que a tensão criada pelos EUA conduziu ao contrário de seus desejos; serviu para mobilizar os povos do mundo contra os agressores norte-americanos.”

Disse também:

“Se os grupos monopolistas norte-americanos persistem em sua política de agressão e de guerra, chegará o dia em que serão enforcados pelos povos de todo o mundo.”(47)

A Declaração de 1957 diz bem: “Com sua política, essas antipopulares forças imperialistas agressivas preparam seu próprio enterro e criam o coveiro que as há de enterrar.”

Esta é a dialética da história. Esta verdade dificilmente será compreendida pelos filisteus que reverenciam o imperialismo como algo divino.

Os dirigentes do PCUS dizem que a política de lutar respondendo medida por medida pela qual advoga o Partido Comunista da China, é rechaçar as negociações. Isto é também um disparate.

Sempre sustentamos que os que se recusam a negociar em todas as circunstâncias não são em absoluto os marxistas-leninistas.

Durante as guerras civis revolucionárias, nós comunistas chineses mantivemos muitas vezes negociações com o Kuomintang. Não nos negamos a entrar em negociações inclusive nas vésperas da Libertação da China.

Em março de 1949, o camarada Mao Tsetung disse: Quer sejam de caráter geral ou local as negociações de paz, devemos estar preparados.

“Não devemos nos negar a entrar em negociações por medo dos incômodos e pelo desejo de evitar complicações, nem devemos aceitar as negociações com a mente ofuscada. Sejamos firmes nos princípios;

tenhamos também toda a flexibilidade permissível e necessária para realizá-los.”(48)

No terreno internacional, ao lutar contra o imperialismo e a reação, nós comunistas chineses adotamos a mesma atitude correta no que se refere às negociações.

Em relação ao problema das negociações para o armistício na Coréia, o camarada Mao Tsetung disse em outubro de 1951:

“Já faz tempo que temos dito que o problema da Coréia deve resolver-se por meios pacíficos. Isto segue sendo válido agora. A partir de que o Governo norte-americano tenha o desejo de resolver o problema sobre uma base justa e razoável e deixe de empregar todo tipo de meios ignominiosos para atropelar e entorpecer a marcha das negociações, como o fez no passado, as negociações para o armistício na Coréia poderão ter êxito; do contrário, será impossível.”(49)

A luta decidida contra o imperialismo norte-americano o obrigou a aceitar, nas negociações, o acordo de armistício da Coréia.

Participamos ativamente na Conferência de Genebra de 1954 e fizemos contribuições ao restabelecimento da paz na Indochina.

Também nos pronunciamos pelas negociações com os EUA, que ocupam nosso território de Taiwan. As conversações entre a China e os EUA ao nível de embaixadores duram já mais de oito anos.

Tomamos parte ativa na Conferência de Genebra celebrada em 1961 por motivo do problema do Laos, e contribuímos para a assinatura do acordo de Genebra a respeito da independência e da neutralidade do Laos.

Será que nós comunistas chineses só permitimos a nós mesmos negociar com países imperialistas, enquanto nos opomos a que os dirigentes do PCUS negociem com os dirigentes de tais países?

Claro que não.

Na realidade, sempre apoiamos energicamente todas as negociações sustentadas pelo Governo soviético com países imperialistas quando estas foram favoráveis e não desfavoráveis para a defesa da paz mundial.

Em 14 de maio de 1960, o camarada Mao Tsetung disse:

“Apoiamos a celebração da conferência de cúpula, não importa se este tipo de conferência obtém resultados ou não, ou se seus resultados são grandes ou pequenos. Porém a consecução da paz mundial deve depender principalmente da luta decidida dos povos de todos os países.”(50)

Estamos a favor de negociar com os países imperialistas. Porém de nenhuma maneira é permissível, como o faz Kruchov, depositar a esperança da paz mundial nas negociações, semear ilusões sobre as mesmas e adormecer assim a vontade de luta dos povos.

Para dizê-lo com franqueza, a atitude errada que Kruchov adota a respeito das negociações é desfavorável para elas. Quanto mais Kruchov retroceda frente aos imperialistas e quanto mais mendigue, tanto maior apetite terão. Atuando como o maior devoto das negociações da história, Kruchov freqüentemente tem ficado como um amante não correspondido e freqüentemente se tem convertido em motivo de risos. Inumeráveis fatos históricos mostram que os imperialistas e reacionários tratam sempre sem a menor piedade os capitulacionistas.

O caminho que defende a paz e o caminho que conduz à guerra

Em resumo, nossa divergência com os dirigentes do PCUS no problema da guerra e da paz é uma diferença de linhas; se trata de opor-se ou não ao imperialismo, apoiar ou não a luta revolucionária, mobilizar ou não a todos os povos do mundo para a luta contra os planos imperialistas de guerra, e querer ou não o marxismo-leninismo.

O Partido Comunista da China, da mesma forma que todos os demais partidos verdadeiramente revolucionários, sempre se encontra nas primeiras fileiras da luta contra o imperialismo e em defesa da paz mundial. Sustentamos que para defender a paz mundial é necessário desmascarar sem cessar o imperialismo, e pôr de pé e organizar as massas populares para a luta contra o imperialismo, encabeçado pelos EUA, sendo necessário apoiar-se no crescimento das forças do campo socialista, na luta revolucionária do proletariado e demais trabalhadores dos diversos países, na luta das nações oprimidas por sua libertação, na luta de todos os povos e países amantes da paz, e na ampla frente única contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios.

Esta linha nossa corresponde à linha comum para os partidos comunistas estabelecida nas Declarações de 1957 e 1960.

Seguindo esta linha, se pode elevar constantemente a consciência política das massas populares e difundir a luta pela paz mundial na direção correta.

Seguindo esta linha, se podem aumentar sem cessar as forças pacíficas do mundo com o campo socialista como núcleo, e golpear e debilitar constantemente às forças imperialistas de guerra.

Seguindo esta linha, se pode desenvolver e fortalecer sem cessar a revolução dos povos e amarrar as mãos do imperialismo.

Seguindo esta linha, se podem pôr em pleno movimento todos os fatores suscetíveis de ser mobilizados, incluída a utilização das contradições entre o imperialismo norte-americano e outras potências imperialistas, isolando ao máximo o imperialismo norte-americano.

Seguindo esta linha, se pode destruir a chantagem nuclear do imperialismo norte-americano e fazer fracassar seu plano de iniciar uma nova guerra mundial.

Esta é a linha com a qual os povos do mundo alcançarão a vitória da revolução e a paz mundial. Este é o caminho justo e eficaz para a manutenção da paz mundial.

A linha seguida pela direção do PCUS é diametralmente oposta à nossa linha, à linha comum de todos os marxistas-leninistas e povos revolucionários.

A direção do PCUS não direciona o fio [ponta, foco?] de sua luta contra o inimigo da paz mundial, e sim contra o campo socialista, e debilita e mina o núcleo das forças defensoras da paz mundial.

A direção do PCUS amedronta os povos dos países socialistas com a chantagem nuclear e procura proibir-lhes apoiar a luta revolucionária dos povos e nações oprimidos do mundo, ajudando assim o imperialismo norte-americano a isolar o campo socialista e a reprimir a revolução dos povos.

A direção do PCUS intimida com a chantagem nuclear todos os povos e nações oprimidos do mundo e tenta proibir-lhes fazer a revolução e coopera com o imperialismo norte-americano em apagar as “chispas” da revolução, de modo que este promova livremente sua política de agressão e de guerra na zona intermediária que se estende entre os EUA e o campo socialista.

Ademais, a direção do PCUS atemoriza os aliados dos EUA e trata de proibir-lhes lutar contra o controle norte-americano, ajudando o imperialismo norte-americano a escravizar esses países e consolidar suas posições.

Todo este procedimento da direção do PCUS significa anular por completo a luta contra a política imperialista de agressão e de guerra.

Este procedimento significa eliminar totalmente a frente única contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios e em defesa da paz mundial.

Este procedimento não contribui para isolar ao máximo o principal inimigo da paz mundial, e sim às forças pacíficas mundiais.

Este procedimento significa suprimir na prática a tarefa de lutar em defesa da paz mundial.

Esta é uma linha que se ajusta às necessidades da “estratégia global” do imperialismo norte-americano.

Este não é o caminho que defende a paz mundial, e sim um caminho que alimenta o perigo de guerra e conduz à guerra.

O mundo atual já não é, há muito tempo, o mundo da véspera da Segunda Guerra Mundial. Hoje existe um poderoso campo socialista. O movimento de libertação nacional da Ásia, África e América Latina está em plena efervescência. A consciência política dos povos do mundo se elevou muitíssimo. As forças dos povos revolucionários do mundo cresceram consideravelmente. O povo soviético, os povos dos países socialistas e todos os povos do mundo não abandonarão jamais seu destino à mercê das forças bélicas imperialistase de seus pregoeiros.

Os atos de agressão e de guerra dos imperialistas e dos reacionários dos diversos países estão educando os povos do mundo para que pouco a pouco se tornem politicamente conscientes. A prática social é o único critério da verdade. Cremos que com as lições negativas do imperialismo e da reação, muitos dos que têm pontos de vista errados na compreensão do problema da guerra e da paz, mudarão de ponto de vista. Nisto temos muitas esperanças.

Estamos convencidos de que se todos os comunistas e povos do mundo conseguem desbaratar a fraude dos imperialistas, descobrir as mentiras dos revisionistas e assumem a tarefa de salvaguardar a paz mundial, poderão com toda segurança desfazer os planos imperialistas para o desencadeamento de uma nova guerra mundial e defender a paz mundial.

 


Notas de rodapé:

(1) Lênin, “Informe sobre a paz”, feito no Segundo Congresso dos sovietes de deputados operários e soldados de toda a Rússia, Obras Completas, t. XXVI. (retornar ao texto)

(2) Stálin, “A situação internacional”, Obras, t. VI. (retornar ao texto)

(3) Stálin, “Balanço do Pleno de Julho do CC do PC (b) da URSS”, Obras, t. XI. (retornar ao texto)

(4) Kautsky, Problemas Nacionais. (retornar ao texto)

(5) Kautsky, A questão da defesa e da social-democracia. (retornar ao texto)

(6) Ibid. (retornar ao texto)

(7) Discurso de Haase sobre o problema do imperialismo no Congresso do Partido Social-Democrata da Alemanha celebrado em 1912 em Chemnitz, Manual do Congresso do Partido Social-Democrata em 1910-1013, t. II. (retornar ao texto)

(8) Kautsky, Introdução a Guerra e Democracia. (retornar ao texto)

(9) “Resolução acerca da Liga das Nações”, adotada pela Conferência de Berna da Internacional Socialista em 1919. (retornar ao texto)

(10) Kautsky, Social-democracia na Guerra. (retornar ao texto)

(11) Kautsky, Introdução a Guerra e Democracia. (retornar ao texto)

(12) Kautsky, Catecismo da Social-democracia. (retornar ao texto)

(13) Bernstein, Discurso sobre a questão do desarmamento no Congresso do Partido Social-Democrata da Alemanha celebrado em 1912 em Chemnitz, Manual do Congresso do Partido Social-Democrata em 1910-1913, t. II (retornar ao texto)

(14) Kautsky, Uma vez mais sobre o desarmamento. (retornar ao texto)

(15) Kautsky, A Questão da Defesa e da Social-democracia. (retornar ao texto)

(16) Ibid. (retornar ao texto)

(17) Kautsky, Os Socialistas e a Guerra. (retornar ao texto)

(18) Lênin, “Aos trabalhadores que mantiveram a luta contra a guerra e contra os socialistas que se passaram para o lado de seus governos”, Obras Completas, t. XXIII. (retornar ao texto)

(19) Stálin, “Balanço do Pleno de Julho de CC do PC (b) da URSS”, Obras, t. XI. (retornar ao texto)

(20) Kruchov, Carta a Kennedy, 27 de outubro de 1962. (retornar ao texto)

(21) Kruchov e Brejnev, Congratulações a Kennedy pelo Ano Novo, Izvestia, 3 de janeiro de 1963. (retornar ao texto)

(22) Kennedy, Discurso na VIII Cerimônia do Dia do Veterano, 11 de novembro de 1961. (retornar ao texto)

(23) Kennedy, Discurso no jantar para aumento de fundos do Partido Democrático, 30 de outubro de 1963. (retornar ao texto)

(24) R. S. McNamara, Declaração perante a Comissão de Assuntos Militares da Câmara de Representantes dos EUA, 30 de janeiro de 1963. (retornar ao texto)

(25) Mao Tsetung “Conversação com a correspondente norte-americana Anna Louise Strong”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 98, versão espanhola. (retornar ao texto)

(26) Mao Tsetung, “Luta pelo melhoramento fundamental da situação financeiro-econômica do país” , Renmin Ribao, 13 de junho de 1950. (retornar ao texto)

(27) O Imperialismo e Todos os Reacionários São Tigres de Papel. (retornar ao texto)

(28) “Carta aberta do Comitê Central do PCUS às organizações do Partido, a todos os comunistas da União Soviética”14 de junho de 1963. (retornar ao texto)

(29) Stálin, Problemas Econômicos do Socialismo na URSS. (retornar ao texto)

(30) Lênin, “O programa militar da revolução proletária”, Obras Completas, t. XXIII. (retornar ao texto)

(31) Ibid. (retornar ao texto)

(32) Obras Completas de Marx e Engels, t. XVII (retornar ao texto)

(33) Mao Tsetung, Problemas da Guerra e da Estratégia. (retornar ao texto)

(34) Lênin, “Os dias revolucionários”, Obras Completas, t. VIII. (retornar ao texto)

(35) “Carta aberta do Comitê Central do PCUS às organizações do Partido, a todos os comunistas da União Soviética”, 14 de julho de 1963. (retornar ao texto)

(36) Kruchov, Discurso por rádio e televisão, 15 de junho de 1961. (retornar ao texto)

(37) Kruchov, Discurso no VI Congresso do Partido Socialista Unificado da Alemanha, 16 de janeiro de 1963. (retornar ao texto)

(38) “Mais esquerdista que o senso comum”, Pravda, 16 de agosto de 1963. (retornar ao texto)

(39) Kruchov, Conversação com C.L. Sulzberger em 5 de setembro de 1961, Pravda, 10 de setembro de 1961. (retornar ao texto)

(40) “A linha geral do movimento comunista internacional e a plataforma divisionista dos dirigentes chineses”, artigo da Redação de Kommunist (URSS), n.º 14, 1963. (retornar ao texto)

(41) Kruchov, Informe perante a Sessão do Soviete Supremo da URSS, janeiro de 1960. (retornar ao texto)

(42) Ibid. (retornar ao texto)

(43) Kruchov, Palavras na Conferência dos delegados de doze partidos irmãos em Bucareste, 24 de junho de 1960. (retornar ao texto)

(44) Mao Tsetung, “A situação e nossa política depois da vitória na Guerra de Resistência contra o Japão”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 10, versão espanhola. (retornar ao texto)

(45) Mao Tsetung, “Sobre as negociações de Chungching”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 54, versão espanhola. (retornar ao texto)

(46) Mao Tsetung, “A situação e nossa política depois da vitória na Guerra de Resistência contra o Japão”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 12, versão espanhola. (retornar ao texto)

(47) Mao Tsetung, Discurso na Conferência Suprema de Estado, Renmin Ribao, 9 de setembro de 1958. (retornar ao texto)

(48) Mao Tsetung, “Informe perante a II Sessão Plenária do Comitê Central eleito no VII Congresso Nacional do Partido Comunista da China”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 387, versão espanhola. (retornar ao texto)

(49) Mao Tsetung, “Discurso de inauguração na III Sessão do Conselho Consultivo Político do Povo Chinês
(I convocatória)”, Renmin Ribao, 24 de outubro de 1951. (retornar ao texto)

(50) Mao Tsetung, Importantes conversas com personalidades da Ásia, África e América Latina, Renmin Ribao, 15 de maio de 1960. (retornar ao texto)

 

Inclusão: 29/05/2023