Virgílio Gomes da Silva, associado do Sindicato dos Químicos de São Paulo e Região, Militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro), na década de 1960, pertenceu, depois, à ALN (Ação Libertadora Nacional). Por conta de sua militância e da perseguição que os militares imprimiram sobre os trabalhadores, o camarada, companheiro Virgílio foi para a clandestinidade e adotou o codinome Jonas. Na ALN, ele participou de várias ações contra a ditadura. Contam seus companheiros que ele foi um homem diferenciado, não só pela extrema coragem em enfrentar o inimigo, mas pela profunda sensibilidade humana: cultivava orquídeas, alimentava os pássaros e era de uma solidariedade impar com seus companheiros dentro da organização. Ao ser preso, foi barbaramente torturado, mas não se rendeu, enfrentou seus algozes com a firmeza de sempre, a mesma firmeza com que acreditava na liberdade dos pássaros e na beleza das orquídeas. Virgilio foi assassinado do modo mais brutal que se possa imaginar, destruíram seu corpo. O laudo de sua morte, melhor dizendo de seu assassinato, atesta que seus ossos estavam todos quebrados, seus órgãos vitais destruídos. Significativamente, seu coração permaneceu intacto. Companheiro Virgílio assim como não destruíram seu coração, não apagaram sua esperança, seus sonhos, nem conseguiram destruir a beleza das orquídeas.

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Sumário
Apresentação
Editorial
Uma história de conquista e resistência
O fato visto pela imprensa da época
Casos anteriores a abril de 1964
Depoimentos
Perto da verdade
A famosa greve de 1957
Intervenções, cassações e prisões
Uma penalidade em cascata
Um novo mundo é possível
Inclusão 29/09/2011