Figuras do Movimento Operário
José Diaz


Primeira Edição: A presente biografia foi publicada na revista "Nuestra Bandera", órgão editado pelo Comitê Central do Partido Comunista da Espanha.
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 45 - Março-Abril de 1953.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, Março 2009.
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JOSÉ DIAZ nasceu a 27 de abril de 1896, em Sevilha. Seu pai, José Diaz, era padeiro de profissão. Sua mãe, Francisca Ramos, era operária numa fábrica de cigarros. O pai de José Diaz era um operário muito querido e respeitado por seus companheiros de profissão. A conduta revolucionária de seu pai exerceu sobre José Diaz uma grande influência na formação de sua consciência de classe.

José Diaz sentiu, desde a mais tenra infância, a exploração capitalista, a miséria e a fome. Sua rebeldia se desenvolveu em contacto com os trabalhadores, na oficina, e aí, nos primeiros anos de sua juventude, ingressou nas fileiras do movimento operário. Logo salientou-se entre os companheiros de trabalho pelos dotes de inteligência e combatividade que o distinguiram como um de seus líderes.

Em 1917, os trabalhadores na panificação se declararam em greve por melhores salários e outras reivindicações, entre as quais a suspensão do trabalho noturno. José Diaz foi eleito para dirigir a greve, que se desenvolveu em condições extremamente duras. No decorrer da mesma, ele revelou suas grandes qualidades de dirigente, de revolucionário firme e conseqüente diante das autoridades e dos patrões. A greve foi vitoriosa. Em conseqüência disso aumentou o prestígio de José Diaz entre os operários, que viam nele um guia firme, capaz de conduzi-los à vitória, nas mais difíceis condições.

A partir de então participou da direção do movimento operário sevilhano. Na qualidade de membro da C.N.T. desempenhou um grande papel na transformação das velhas associações de resistência em sindicatos únicos de ramos e de indústrias.

Durante os anos da guerra imperialista de 1914-1918 e até 1932, realizaram-se em Sevilha grandes movimentos grevistas, de cuja organização e direção José Diaz participou. A luta de massas adquiriu tais proporções que se verificou uma greve de singulares características: a greve dos inquilinos. Os trabalhadores resolveram não pagar os aluguéis até que os mesmos fossem rebaixados em 50%.

A greve foi vitoriosa. Os aluguéis foram rebaixados em 50% e todas as dívidas foram canceladas. José Diaz foi um dos organizadores e dirigentes desse movimento de massas.

Inimigo do espontaneismo, José Diaz preparava os movimentos grevistas aplicando a democracia sindical. José Diaz era um revolucionário, um homem de massas.

Em fins de 1920 a C.N.T. declarou uma greve geral sem preparação prévia. José Diaz manifestou-se contra os métodos caudilhescos que eram aplicados. A greve geral, como José Diaz previra, foi um fracasso. José Diaz era perseguido encarniçadamente pela polícia e pela Guarda Civil. Por determinação da organização, depois de haver organizado a saída de Sevilha dos camaradas que se encontravam em maior perigo, José Diaz seguiu para Granada e mais tarde, para Madri.

Ao se verificar o golpe de Estado de Primo de Rivera em 1923, o Comitê Nacional da C.N.T. renunciou a lutar pela legalidade dos sindicatos e os dissolveu. José Diaz manifestou-se contrário a essa medida. Considerava que era necessário lutar pela legalidade do movimento operário. Grande estrategista, soube combinar o trabalho legal com o ilegal.

José Diaz não desligava a luta em defesa das reivindicações econômicas da classe operária da luta contra a ditadura e a monarquia. Por isso, participou de todas as ações, grandes ou pequenas, que tinham como finalidade a luta contra a monarquia e a ditadura. Da mesma forma distribuía manifestos clandestinos que elaborava e dirigia grandes ações de massa contra a ditadura.

Em 1925 a organização o enviou a Madri para cumprir uma missão ligada à luta contra a monarquia. Quando se achava num bar escrevendo uma carta, foi detido. Revolucionário sempre alerta, capaz de prever as possíveis contingências, havia redigido a carta de tal forma que a polícia não pôde decifrar o seu significado. As torturas físicas não quebraram sua vontade indomável. Vendo que as torturas não causavam os efeitos esperados, a polícia conduziu-o certa madrugada para os arredores de Madri. José Diaz compreendeu que lhe iam aplicar a "lei de fuga". No caminho disse aos policiais:

"Sei que pretendeis assassinar-me. Fazei-o aqui mesmo. Para que esperar mais? Pois bem, se isso é uma tentativa de atemorizar-me, podeis ficar certos de que não conseguireis que eu denuncie um só dos meus companheiros nem que diga com que objetivo vim a Madri".

Não obstante, o simulacro de assassínio se efetuou. Colocado contra o muro, os policiais carregaram seus revólveres e o intimaram a declarar o motivo de sua presença em Madri, pois do contrário o assassinariam. Pepe permaneceu em silêncio, silêncio que exasperava seus verdugos. Convencidos de que não falaria, reconduziram-no às masmorras da Direção Geral de Segurança. Foi levado ao cárcere sem que o pudessem processar.

José Diaz unia à sua grande inteligência, a serenidade e a coragem. Jamais perdia a cabeça nos momentos difíceis nem retrocedia ante o perigo. A fase de sua história de militante sindical da C.N.T. está cheia de heróicas façanhas em defesa dos trabalhadores. Era de um sangue-frio impressionante e de uma audácia revolucionária que o distinguia de seus companheiros de luta. A essas condições unia a modéstia, a simplicidade e o profundo carinho aos trabalhadores. Essas virtudes impregnaram toda sua vida política de revolucionário e dirigente.

José Diaz saiu da prisão em condições físicas muito precárias. Os médicos determinaram que fosse operado com urgência.

Os meses de cadeia, José Diaz os empregou no estudo de algumas obras marxistas, em armar-se com as teorias do socialismo científico. Desde os primeiros momentos da revolução russa, José Diaz sentia um vivo interesse pelos fundamentos que haviam levado o proletariado russo à vitória. Estudava os documentos relacionados com o papel dirigente do Partido Bolchevique na revolução, contrapondo os princípios ideológicos do marxismo-leninismo aos decadentes e falsos princípios do anarquismo e do socialismo reformista na Espanha. O estudo do marxismo e da revolução russa, feito na prisão de Madri, abriram-lhe horizontes políticos. A partir de então opera-se em José Diaz uma profunda evolução política.

Em 1926 o movimento operário em Sevilha atravessava uma fase de passividade. José Diaz e seus camaradas assumem a tarefa de sua reorganização. Os dirigentes anarquistas não queriam ouvir falar de organização nem de luta. José Diaz e um grupo de outros camaradas estabelecem relações com o pequeno núcleo de comunistas então existente em Sevilha. O Socorro Vermelho é reforçado, passando José Diaz a fazer parte de sua direção. Foram organizadas algumas sociedades operárias com base nas disposições legais existentes sobre associações. José Diaz afirmava: "O importante é ter um lugar onde reunir os operários". Foi encontrada uma sede e teve início uma nova atividade sindical.

Quando José Diaz ingressou em suas fileiras, o Partido Comunista em Sevilha não contava mais de uma vintena de militantes, alguns procedentes da Juventude socialista, porém, sem influência no movimento operário. No resto da Andaluzia o Partido era quase desconhecido. Desde o seu ingresso no Partido, José Diaz participou das responsabilidades de direção e ressaltou a necessidade de libertar o Partido da influência ideológica do anarquismo. José Diaz possuía uma grande experiência sindical e tinha um conceito muito elevado da coragem das massas. Confiava nos princípios do marxismo-leninismo que se chocavam com os falsos princípios do anarquismo e com o oportunismo social-democrata, assim como confiava nas massas, em sua honestidade revolucionária. Em conseqüência do trabalho do Partido, o movimento operário em Sevilha adquiriu maior conteúdo político. Começou uma nova etapa de lutas pelas reivindicações econômicas. Em 1928, por ocasião da abertura da Exposição ibero-americana, foi declarada uma greve geral contra a ditadura de Primo de Rivera. José Diaz participou ativamente da organização e direção dessa greve. A partir de então, as greves de caráter econômico se sucedem, porém ligadas à luta contra a monarquia e a ditadura.

O ano de 1930 se caracterizou por um ascenso das lutas operárias. Nesse ano José Diaz fez uma viagem à União Soviética. A visita ao país do socialismo constituiu uma poderosa ajuda política para José Diaz. Ele viu com seus próprios olhos a imensa obra revolucionária dos trabalhadores sob a direção do grande Partido Bolchevique de Lênin e Stálin. Durante sua permanência na União Soviética assimilou grandes ensinamentos da Revolução levada a cabo pelos bolcheviques.

Aprofundava-se a crise revolucionária. Surgiram condições objetivas para que o Partido penetrasse no seio das massas, desenvolvesse a sua influência e ampliasse a sua organização. A situação revolucionária exigia que o Partido a interpretasse com justeza e estabelecesse, de conformidade com ela, a sua linha.

A 14 de abril de 1931 é proclamada a República. A prisão de Sevilha estava abarrotada de presos políticos, de trabalhadores revolucionários. O Partido resolveu assaltar a prisão e libertar os prisioneiros. Foi organizada uma manifestação popular, a prisão de Sevilha foi assaltada e os presos políticos foram postos em liberdade.

A 19 de julho de 1931 foi declarada a greve geral em Sevilha. A greve durou uma semana, que ficou na história do movimento operário com o nome de "Semana Vermelha" pelas lutas violentas que então foram travadas. Essa grande greve foi dirigida por José Diaz à frente do Comitê Regional do Partido Comunista em Sevilha.

A 25 de janeiro de 1932 foi novamente declarada a greve geral. Os militares monarquistas e fascistas preparavam um golpe contra a República. O movimento tinha por objetivo impedir o levante militar e fazer com que fossem satisfeitas as reivindicações dos operários.

As autoridades desencadearam uma forte repressão. Alguns trabalhadores foram deportados para Bata (Guiné). Em defesa dos trabalhadores e contra a repressão foi declarada, a 15 de fevereiro, a greve geral.

Esses movimentos de Sevilha foram dirigidos por José Diaz e pelo Partido.

* * *

A LUTA por uma linha justa, contra a política sectária do grupo Bullejos-Adame-Trilla, foi encabeçada por José Diaz, Dolores Ibarruri e outros camaradas. Ao ser proclamada a República, a direção bullejista sabotou conscientemente as justas e acertadas diretrizes da Internacional Comunista e não levou em conta a grande experiência do Partido Bolchevique.

Em março de 1932 realizou-se em Sevilha o IV Congresso do Partido. Os camaradas José Diaz e Dolores Ibarruri defenderam a posição e as críticas da Internacional Comunista à política sectária da direção. O discurso de abertura do Congresso foi pronunciado por José Diaz, que se manifestou abertamente contra a política que o grupo sectário vinha aplicando. Em sua intervenção, ele afirmou:

"Neste Congresso, os bolcheviques esmagarão os mencheviques".

Depois do Congresso, José Diaz continuou dando grande impulso aos trabalhos do Partido em Sevilha e em toda a região, fundamentalmente nos sindicatos; aplicando o princípio da democracia sindical o Partido conquistou, sob a direção de José Diaz, a maioria do movimento operário de Sevilha e de parte da Andaluzia.

O 1.° de maio de 1932 em Sevilha foi convertido num dia de luta. No dia 2 de maio, não obstante a oposição dos dirigentes da C.N.T., a greve foi geral.

Em meados de junho José Diaz devia seguir para Madri e Barcelona a fim de assistir uma reunião da direção do Partido. Nas vésperas de sua viagem, entretanto, ele foi detido e processado como responsável pelos movimentos grevistas.

A 10 de agosto de 1932 sublevaram-se o general Sanjurjo e parte da oficialidade da guarnição de Sevilha. Do cárcere, José Diaz deu ao Partido as instruções necessárias para fazer frente à sublevação.

A palavra de ordem de greve geral baixada pelo Partido e pelos sindicatos foi atendida com rapidez vertiginosa. O golpe contra-revolucionário foi aniquilado pela ação das massas e Sanjurjo foi detido quando fugia para Portugal.

Aproveitando o fato de José Diaz estar preso em Sevilha e Dolores Ibarruri no cárcere em Madri, o grupo bullejista continuava a aplicar sua política sectária, criminosa, isolando o Partido das massas e procurando conquistar para essa posição quadros honestos e revolucionários do Partido. Adame visitou José Diaz no cárcere de Sevilha para ver se com habilidade conseguia conquistá-lo para a política do grupo. José Diaz, porém, deu-lhe uma resposta categórica e definitiva. Sem permitir que Adame continuasse falando, ele disse:

"Com a Internacional Comunista, tudo; contra a Internacional Comunista, nada! Nossa conversa está terminada!"

Pouco depois o Comitê Central do Partido expulsou o grupo Bullejos-Adame-Trilla e elegeu José Diaz secretário geral do Partido. Nessa época José Diaz achava-se ainda na prisão de Sevilha. Os trabalhadores sevilhanos, que sentiam um profundo carinho pelo seu dirigente, com o objetivo de conseguir sua liberdade fizeram uma coleta e conseguiram as 5.000 pesetas que a justiça exigia como pagamento pela liberdade de José Diaz.

* * *

EMBORA o Partido tenha nascido alguns anos antes de José Diaz nele haver ingressado, seu verdadeiro forjador, seu construtor que, junto com Dolores Ibarruri, lhe deu um conteúdo marxista-leninista, dotou-o de uma linha política justa e de uma tática flexível, capaz de "aproveitar até a menor das oportunidades para conquistar aliados de massa para o proletariado" (Stálin), foi José Diaz. Na direção do Partido, corrigiu os erros que o grupo Bullejos-Adame-Trilla havia cometido e traçou uma linha clara em relação aos objetivos da revolução democrático-burguesa.

Crescem as forças do Partido e aumenta sua influência entre as massas. No terreno dos princípios ideológicos é levada a cabo uma luta conseqüente contra as correntes oportunistas dos socialistas e as correntes contra-revolucionárias dos anarquistas no movimento operário.

Como conseqüência da política reacionária do governo republicano-socialista, as direitas conseguiram maioria nas eleições de novembro de 1933 para deputados. Os chefes oportunistas do P.S.O.E. recusaram-se a aceitar uma proposta do Partido no sentido de formar com ele um bloco para as eleições. O Partido utilizou a campanha eleitoral para expor amplamente às massas sua política de unidade e seu programa revolucionário. Em relação às eleições anteriores, os votos obtidos pelo Partido demonstraram que sua influência entre as massas havia crescido consideravelmente em conseqüência de sua justa luta política.

Os resultados das eleições agravaram a situação política. Tornaram-se claros os propósitos da reação e do fascismo, de chegar ao poder por via "legal". Em nome do Partido, José Diaz propôs novamente ao Partido Socialista a organização de uma Frente única e o fortalecimento das Alianças Operárias e Camponesas, dotando-as de um programa que incluísse as reivindicações dos camponeses, assim como as reivindicações da revolução democrático-burguesa.

Diante do agravamento da situação política, o Comitê Central do Partido reuniu-se em setembro de 1934, numa sessão extraordinária. Em seu informe sobre a situacão e os intentos da contra-revolução, José Diaz ressaltou a necessidade urgente de mobilização da classe operária, dos camponeses e de todas as forças democráticas do país para barrar o caminho ao fascismo. Nessa ocasião, ele disse: "A questão não é de meses, mas de dias". Diante disso, José Diaz aconselhou o Comitê Central — e sua orientação foi aceita — a levar o Partido às Alianças Operárias, embora estas não fossem a forma completa de Frente única, com o objetivo de transformá-las em Alianças Operárias e Camponesas.

A 15 de outubro de 1934 foi declarada, em todo o país, a greve geral contra o governo fascista Lerroux-Gil Robles. Nas Astúrias, haviam-se unido na luta os mineiros de todas as tendências. No decorrer da mesma, a unidade da classe operária serviu de estímulo a muitos camponeses, que se incorporaram à luta. A greve se transformou em insurreição armada.

A insurreição das Astúrias foi afogada em sangue. O governo reacionário fascista desencadeou uma onda de terror contra a classe operária e suas organizações. O derrotismo se apoderou de não poucos dirigentes socialistas e republicanos que careciam de fé nas massas.

José Diaz e o Partido consideraram que era preciso tirar ensinamentos da unidade dessa luta e mobilizar a classe operária e o povo contra esse governo, contra os fuzilamentos, pela libertação dos 30.000 presos, pela readmissão dos operários despedidos em represália, pelas reivindicações da revolução democrática.

Todo o período compreendido entre outubro de 1934 e junho de 1935 caracterizou-se por uma ampla mobilização do Partido. Sua linha política, suas palavras de ordem de luta, auxiliaram as massas em sua mobilização. Nesse período o Partido conquistou uma grande autoridade entre as massas. O governo colocou-o na ilegalidade. Mas, sob a direção de José Diaz, o Partido tinha aprendido a se desenvolver nas mais difíceis situações. As organizações do Partido, ligadas às massas nas fábricas, no campo e nas ruas, explicavam aos trabalhadores o motivo pelo qual se tornou possível a vitória do povo na insurreição das Astúrias.

A 2 de junho de 1935, José Diaz pronunciou seu histórico discurso no cinema Monumental de Madri. Uma vez mais demonstrou sua qualidade de dirigente indiscutível da classe operária e da revolução, provou ser o homem político mais esclarecido da Espanha.

José Diaz não somente indicou o caminho seguro que o povo deve trilhar em sua luta contra o fascismo, como também — grande estrategista revolucionário — levou em conta as forças fundamentais que deviam unir-se para a conquista do objetivo que permitisse destruir os obstáculos na marcha da revolução democrática. Nesse discurso fixou a linha tática e estratégica que a classe operária e as forças antifascistas deviam adotar para esse fim.

Essas forças — disse ele — "são o Partido Comunista e o Partido Socialista, as Juventudes Comunista e Socialista, os anarquistas, os sindicalistas e os republicanos de esquerda, todas as organizações populares de massa que estejam dispostas a lutar contra o fascismo".

José Diaz sintetizou o programa que serviria de base à Concentração popular anti-fascista, em quatro pontos: confiscação das terras dos latifundiários e da Igreja; liberdade para os povos da Catalunha, Euzkadi e Galícia e seus direitos à auto-determinação; melhoria das condições de vida da classe operária e anistia para todos os presos por crimes de caráter político-social.

No VII Congresso da Internacional Comunista em 1935, a delegação do Partido Comunista da Espanha foi liderada por José Diaz.

Seu informe no Congresso da Internacional Comunista baseou-se nas experiências revolucionárias de outubro e na política de unidade do Partido. O Congresso o elegeu, assim como à camarada Dolores Ibarruri, membro do Comitê Executivo da Internacional Comunista.

A 3 de novembro de 1935, no Coliseu Pardinas, de Madri, José Diaz demonstrou aos trabalhadores e ao povo a importância das históricas resoluções do Congresso da Internacional Comunista.

A política de unidade do Partido penetrava cada dia com mais vigor no seio das massas.

Foi constituída a Frente Popular. As forças políticas antifascistas defrontam-se com a reação unidas sob um mesmo programa. Os socialistas e as outras forças continuaram considerando a Frente Popular como uma aliança eleitoral. Em seus discursos na campanha eleitoral, José Diaz afirmava, com energia, que a Frente Popular não devia dissolver-se mas, ao contrário, ampliar-se. Os socialistas tinham renunciado a participar das responsabilidades do governo. Assim, o governo que se constituísse depois da vitória seria composto exclusivamente de republicanos. José Diaz preconizava a formação de um governo capaz de:

"liquidar a base material da contra-revolução e levar a termo a revolução democrático-burguesa na Espanha, a fim de que não se repetisse a experiência de 14 de abril de 1931".

As eleições de 16 de fevereiro de 1936 foram um grande triunfo das forças da Frente Popular. Foram um triunfo da justa linha de Frente única Proletária e de Frente Popular, preconizada pelo Partido Comunista.

A derrota da reação nas eleições, como José Diaz e o Partido assinalaram reiteradamente, não significava que os perigos do fascismo houvessem desaparecido. Como afirmara José Diaz a 23 de fevereiro de 1936

"o inimigo não está aniquilado, está à espreita, escondido; assume uma atitude de resignação, porém isso não é mais do que uma tática".

O governo não cumpria com a devida presteza o acordo estabelecido na Frente Popular. José Diaz e Dolores Ibarruri denunciaram em praça pública e da tribuna do Parlamento os perigos de semelhante política e assinalaram a necessidade de barrar o caminho às forças reacionárias que preparavam um golpe militar contra a República, ao mesmo tempo que exigiam punição para os crimes das Astúrias. José Dias conclamava o povo a permanecer vigilante a fim de fazer frente, de modo revolucionário, à reação e ao fascismo.

A 15 de julho de 1936, em discurso pronunciado perante a Assembléia Permanente das Cortes, denunciou energicamente os preparativos de sublevação da reação e dos generais fascistas.

"Recentemente — afirmou — há dois ou três dias, em face desse perigo, se reuniram as forças operárias; em dez minutos se puseram de acordo e se dirigiram ao governo oferecendo-lhe toda a sua força para a defesa da República. Fazemos isso porque estamos plenamente convencidos de que em muitas províncias da Espanha, em Navarra, em Burgos, na Galícia, em parte em Madri e em outras regiões estão sendo feitos preparativos para o golpe de Estado".

Três dias depois, a 18 de julho, se verificou o levante militar fascista.

* * *

OS SUBLEVADOS acreditaram poder contar com um fator decisivo para a sua vitória: apanhar as massas de surpresa. A classe operária e o povo tinham sido, entretanto, alertados pelo Partido Comunista. Não houve surpresa para o povo. Com decisão e heroísmo enfrentou a sublevação, vencendo-a em diferentes pontos do país, entre os quais Madri.

Desde o primeiro momento do levante, em nome do Partido Comunista, José Diaz o definiu como uma

"guerra do fascismo internacional", como "uma luta histórica entre a democracia e o fascismo, pela independência ou a escravização de um povo, pela paz ou pela guerra". (Discurso feito pelo rádio a 6 de agosto de 1936).

Dias depois desse discurso, a 18 de agosto, foi publicado o Manifesto do Comitê Central caracterizando a luta como guerra de independência, de libertação nacional. A Alemanha, a Itália e Portugal tinham começado a enviar forças militares para combater o povo espanhol. A intervenção do fascismo internacional na Espanha estava decidida com o fim de converter a península Ibérica em ponto de apoio para seus ulteriores objetivos de agressão à União Soviética e aos povos democráticos do mundo. A guerra deixava de ser um assunto privado dos espanhóis para se converter na causa de toda a humanidade avançada e progressista. Com seu gênio político, o camarada Stálin assim a definiu em seu histórico telegrama a José Diaz.

Apenas levando em conta os fatores nacionais e internacionais que intervinham na guerra poder-se-ia estabelecer uma política acertada. A luta se desenrolava entre as forças democráticas e patrióticas e os invasores e fascistas traidores. José Diaz e o Partido levaram em conta esses fatores no estabelecimento da sua linha de guerra e de vitória. A 18 de setembro de 1936, José Diaz afirmava:

"Necessitamos da criação imediata de um Exército regular do povo, bem disciplinado e organizado de maneira a fazer frente às forças inimigas com êxito rápido, nas mais duras batalhas; com a disciplina mais férrea e a organização mais perfeita". "Outra condição fundamental é hoje o comando único nas operações, comando único que deve ser obedecido sem vacilações por todas as forças que lutam, quaisquer que sejam as suas tendências: anarquistas, comunistas, socialistas, republicanos de esquerda ou antifascistas em geral".

A 4 de setembro foi constituído o governo de Largo Caballero com a participação do Partido Comunista. A primeira medida do Partido no governo foi dar solução ao problema da revolução agrária. A
7 de outubro foi publicado o histórico decreto do camarada Uribe, Ministro da Agricultura, em cujos termos eram expropriadas, sem indenização, as terras dos sublevados fascistas e dos seus cúmplices, sendo as mesmas entregues em usufruto perpétuo aos operários e camponeses, para que estes as cultivassem coletiva ou individualmente. As repercussões que teve esse decreto no desenvolvimento da guerra e as conseqüentes medidas de ajuda aos camponeses facilitaram a aliança destes com a classe operária, assim como uma valiosa contribuição em homens e recursos para a resistência e a luta contra os inimigos.

O Partido Comunista foi o artífice da defesa de Madri. Sob a direção de José Diaz e Dolores Ibarruri, colocou-se à frente do povo e este pôde realizar a grande epopéia histórica que impediu a queda de Madri nas mãos do fascismo.

A 5 de março de 1937 realizou-se em Valência a reunião ampliada do Comitê Central do Partido. O balanço da atividade do Partido feito por José Diaz, confirmou a justeza de sua linha política. José Diaz assinalou, em seu informe, a melhora verificada na situação geral. Mostrou, entretanto, que os progressos obtidos eram insuficientes e fixou as tarefas políticas, militares e econômicas que a guerra exigia.

A política de unidade do Partido penetrava cada vez mais profundamente nas massas socialistas. As relações com a Comissão Executiva do Partido Socialista haviam melhorado. Isso permitiu a criação do Comitê Nacional de Ligação de ambos os Partidos.

Em meados de março o povo de Valência organizou manifestações de rua exigindo do governo uma firme política de guerra. A perda de Málaga e o desenvolvimento geral da guerra haviam provado a incapacidade do Ministro da Guerra para dirigi-la. Aproveitando as derrotas militares, o inimigo trabalhava para desagregar a retaguarda. A 3 de maio verificou-se o levante fascista-trotskista-falangista em Barcelona. Tal situação não podia continuar. José Diaz e a direção do Partido consideraram que era necessário colocar o problema político tanto no seio do governo como perante o povo. Produziu-se a crise governamental. Todavia, Largo Caballero é encarregado, pelo Presidente da República, da formação de um novo governo. O Partido não se opunha a que Largo Caballero fosse o presidente do Conselho de Ministros mas não estava disposto a consentir que ele assumisse igualmente a pasta da Guerra. José Diaz foi consultado por Largo Caballero, que organizava seu novo Ministério. — "Preciso apenas da sua opinião — disse Largo Caballero. Todos os Partidos e organizações sindicais me dão o seu apoio. Espero as suas determinações". José Diaz limitou-se a responder: "A opinião do Partido Comunista está contida nesta carta". A medida que Largo Caballero ia lendo seu rosto empalidecia. Com um gesto de mau humor, disse: "Não há governo". E, com efeito, Largo Caballero não o conseguiu formar.

Enquanto se desenvolvia a crise governamental, o Presidente da República, Manoel Azaria, convocou uma reunião dos dirigentes dos partidos. O objetivo da reunião foi informá-los sobre a má situação da guerra e sobre as relações internacionais da Espanha. José Diaz compreendeu imediatamente onde queria chegar o Presidente da República e cortando-lhe bruscamente a palavra, disse:

"Senhor Presidente, estais abusando de vossas prerrogativas. Essa informação, não cabe a vós fazê-la, mas sim ao presidente do Conselho de Ministros".

Prosseguindo, José Diaz revelou a verdadeira situação militar e política, ressaltando a capacidade de luta do povo e seus recursos, ao mesmo tempo que mostrava a política que os partidos, as organizações sindicais e o governo deviam executar para conseguir a vitória. Essa intervenção, feita por um bolchevique como José Diaz, modificou inteiramente a impressão desmoralizadora que o Presidente da República havia provocado nos dirigentes dos partidos políticos e fez malograr então os intentos capitulacionistas. Depois disso Negrin foi encarregado da formação do governo.

O estado de saúde de José Diaz piorou de novo. Ele devia submeter-se a um repouso absoluto e ser operado novamente. A direção do Partido decidiu que essa operação fosse feita em Paris.

Da França José Diaz acompanhava atentamente os acontecimentos na Espanha, enviando ao Partido seus conselhos e diretrizes.

No período de convalescença José Diaz regressou à Espanha. Imediatamente se dedicou a preparar a reunião do Comitê Central que se realizou em Valência de 13 a 16 de novembro de 1937.

O camarada José Diaz salientou, em seu informe, os progressos obtidos em relação à formação do Exército. Havia passado "o período em que nosso Partido, sozinho, ou quase só, pedia com insistência a criação de um Exército regular com comando único".

Também na indústria de guerra se verificaram progressos. Dezenas de milhares de operários haviam tornado sua a política do Partido. O governo, porém, oferecia resistência em aplicar verdadeiras medidas de guerra em relação à indústria. José Diaz mostrou com energia a necessidade de se fazer, sem perda de tempo, a nacionalização das indústrias básicas e a militarização do pessoal das indústrias de guerra e dos transportes.

O governo havia estabelecido a ordem na retaguarda, porém não com suficiente energia. A quinta-coluna, da qual faziam parte os trotskistas, continuava disfarçada, realizando atos de provocação e de espionagem.

"Os principais inimigos do povo na retaguarda — disse José Diaz em seu informe — são os trotskistas; são os inimigos mais encarniçados de nossa causa, os agentes diretos de Franco em nossas fileiras".

Em seu informe o camarada José Diaz analisou as causas de alguns revezes militares, entre os quais a perda do Norte. A perda do Norte foi a conseqüência da catastrófica política de Largo Caballero.

"O Norte se teria salvado — disse o camarada José Diaz — se todos e em primeiro lugar o governo de Largo Caballero tivessem aplicado outra política".

José Diaz salientou a experiência de Madri que não foi levada em conta no Norte.

"Enquanto em Madri se realizava no Exército um imenso trabalho que permitiu fortalecer o moral combativo dos milicianos e transformar as Milícias em Exército regular, no Norte considerou-se esse trabalho imprescindível como "proselitismo" e as Milícias de partido e de organizações sindicais continuaram sem coesão, sem comando único, sem disciplina".

A Alemanha e a Itália haviam aumentado sua intervenção na Espanha. José Diaz pôs a nu a cumplicidade do governo conservador inglês com o fascismo internacional. Acabava de ser assinado em Berlim o chamado pacto "antikomintern" entre a Alemanha, a Itália e o Japão. Os agressores fascistas aceleravam seus preparativos de guerra. Os governos democráticos faziam concessões após concessões aos agressores fascistas. José Diaz salientou a importância futura que teria essa política e a criminosa "não intervenção" aplicada pelos dirigentes social-democratas da II internacional. Com uma visão de grande alcance político José Diaz predisse o futuro que aguardava os povos diante da política de "não intervenção" dos governos democráticos que toleravam e facilitavam o desenvolvimento do fascismo, esmagando a República Espanhola. Em seu informe ele afirmou:

"Como é possível que certos dirigentes operários de Praga, de Bruxelas, de Londres e de Estocolmo não compreendam que a sorte que hoje aguarda nossas cidades, onde as mulheres e as crianças são assassinadas nas ruas e nas escolas pelos assassinos fascistas, é a sorte que espera amanhã a todos ele se a Espanha for subjugada, se o fascismo não encontrar em nosso país quem lhe quebre a espinha dorsal?"

Os fatos demonstraram que José Dias tinha razão.

Diante da atitude criminosa dos governos democráticos e dos líderes social-democratas reacionários que sufocavam a resistência republicana com a "não intervenção", erguia-se a atitude da União Soviética. José Diaz disse:

"Apenas a União Soviética nos defendeu abertamente, em todas as reuniões internacionais, contra as intrigas dos agressores e a fraqueza cega e criminosa da diplomacia dos países democráticos".

Os partidários da "não intervenção" não se limitavam apenas a apoiar a intervenção do fascismo internacional contra o povo espanhol: trabalhavam também em certas esferas republicanas a fim de criar condições para a capitulação, para um compromisso com Franco e o fascismo. José Diaz arrasou novamente essas criminosas manobras alertando todo o Partido e o povo.

"Não pode haver compromisso de espécie alguma com os generais traidores da pátria nem com o invasor estrangeiro". "Expulsar o invasor, esmagar Franco, destruir o fascismo para sempre em nosso país este é o único compromisso possível" — disse o camarada José Diaz.

O Partido havia crescido consideravelmente. Em suas fileiras ingressaram operários, camponeses, intelectuais, que antes não haviam militado em nenhum partido político ou que vinham de outros partidos. Sendo a unidade da classe operária e a unidade de todas as forças democráticas na Frente Popular a condição principal para ganhar a guerra, o papel do Partido tornava-se decisivo. Em seu informe, José Diaz salientou a importância do Partido e da política de unidade. Os problemas do Partido foram examinados por José Diaz do ponto de vista crítico, assinalando suas debilidades e dando as diretrizes precisas para corrigi-las.

"A autocrítica — disse — é um instrumento indispensável ao desenvolvimento de um Partido Comunista".

O Partido havia conseguido grandes êxitos na aplicação de sua política. José Diaz advertia o Partido sobre os perigos que acompanham os êxitos quando estes nos sobem à cabeça. Apoiado nos ensinamentos do camarada Stálin, disse:

"Também em nosso Partido existe o perigo de que os êxitos e o crescimento do Partido façam com que alguns camaradas pouco experientes em política percam a cabeça".

Criticou toda a formulação falsa que poderia levar, naquela etapa da revolução, ao choque com as outras forças.

"Essas teorias — disse José Diaz — são falsas porque esquecem que o papel de nosso Partido consiste precisamente no contrário: em contribuir para a unificação de todas as forças antifascistas".

José Diaz abordou a questão da vigilância revolucionária permanente no Partido a fim de ajudá-lo a permanecer atento às manobras do inimigo. Referindo-se à vigilância, disse:

"Não existe somente o perigo de que elementos trotskistas e outros inimigos do povo se infiltrem em nossas fileiras; existe também o perigo de que penetrem na mente de camaradas jovens ou novos e inexperientes, elementos estranhos à nossa ideologia do marxismo-leninismo, como nos foi ensinado por Marx, Engels, Lênin e Stálin". "A posse da carteira do Partido — acrescentou — nem sempre é suficiente para demonstrar que se é digno de absoluta confiança. São necessários o trabalho, o contacto com as massas e, além disso, o severo controle dos dirigentes do Partido, particularmente sobre os que ocupam postos de responsabilidade no aparelho do Estado, no Exército, nos sindicatos. A observação atenta, o estudo do passado de cada militante e de sua vida atual, são instrumentos indispensáveis desse controle".

José Diaz ensinava o Partido a defender zelosamente sua independência e seus princípios. A política de unidade do Partido em relação com as outras forças não implicava na anulação do Partido dentro da Frente Popular nem a renúncia ao seu próprio programa.

Em seu informe, José Diaz salientou os sacrifícios que o Partido era obrigado a fazer na defesa dos interesses do povo.

"Isso, porém, não significa — dizia — de maneira alguma que, como Partido independente, renunciemos a nossos princípios, a nossos ideais, ao nosso direito e obrigação de encarar e compreender os acontecimentos de nosso ponto de vista, de estabelecer e propor uma linha política, os meios e formas de luta que nos pareçam os mais justos e apropriados".

José Diaz assinalou em seu informe a importância da unidade do Partido e em que consiste essa unidade.

"Na unidade do Partido reside a sua força. Por isso o inimigo trata de romper sua unidade. A unidade do Partido não se baseia apenas em sua estrutura orgânica mas na existência de uma linha política única e em sua aplicação por todas as organizações e militantes do Partido".

"Que quer dizer a unidade do Partido? — perguntou José Diaz em seu informe. Em primeiro lugar uma profunda articulação entre a direção e o Partido, entre o Partido e sua direção. Uma verdadeira articulação nascida da justeza de nossa linha política e a vontade de pôr em prática as decisões e resoluções do Comitê Central pelo próprio Comitê Central e pelo Bureau Político. É preciso ter também uma única linha política: a linha estabelecida pelos Plenos, pelas Conferências e pelas Assembléias".

No decorrer da guerra sua imensa figura política havia ultrapassado as fronteiras da Espanha, assumindo importância internacional e ocupando um posto entre os grandes dirigentes internacionais do proletariado.

A conferência "O que a Espanha ensina à Europa e à América", pronunciada em Barcelona a 29 de novembro de 1938, constitui um valiosíssimo documento sobre os problemas internacionais dessa época, o que representava a heróica luta do povo espanhol na defesa das liberdades democráticas de todos os povos e os ensinamentos que da mesma se poderiam tirar para barrar o caminho ao fascismo e à guerra.

José Diaz foi o chefe indiscutível da classe operária espanhola, o forjador de um Partido proletário de tempera leninista-stalinista, dotado de princípios marxistas.

Armado com os princípios marxistas-leninistas-stalinistas, soube educar dentro deles o glorioso partido Comunista da Espanha, poderosa força que, à frente da'classe operária, prossegue na luta para o cumprimento de sua missão histórica de conduzir o proletariado espanhol à vitória, ao socialismo.

José Diaz e Dolores Ibarruri criaram o partido político mais poderoso que a Espanha já possuiu. Dos 800 membros que o constituíam em 1931, chegou, em 1937, a congregar em suas fileiras cerca de um quarto de milhão de filiados apenas em 22 províncias.

Filho da classe operária, nascido de suas entranhas, jamais José Diaz tratou qualquer operário com desconsideração. Implacável com os inimigos, era extremamente fraternal e cordial com os trabalhadores.

A modéstia, uma de suas maiores virtudes pessoais, ele soube conservá-la sempre, educando os comunistas com seu exemplo.

Seu imenso carinho pela União Soviética, o povo soviético e seu grande chefe, o camarada Stálin, ele o soube imprimir à classe operária espanhola, a todo o povo, que via no país do socialismo seu melhor amigo, o que jamais o abandonou, que o ajudou em todos os terrenos nas lutas contra os invasores e traidores.

Ao terminar a guerra a saúde de José Diaz era precária. Os esforços feitos na sua luta de revolucionário e fundamentalmente durante os anos da guerra, haviam abalado profundamente sua saúde.

Em 1939, na União Soviética, sob os solícitos cuidados da ciência soviética foi submetido a difícil e dolorosa operação cirúrgica. A ciência soviética salvou a vida do querido chefe do proletariado espanhol.

Em 1940 escreveu o histórico artigo: "Os ensinamentos de Stálin, luminoso guia para os comunistas espanhóis", que é um profundo estudo teórico dos princípios stalinistas que serviram de guia ao Partido Comunista da Espanha para o estabelecimento de sua linha política e de sua tática na luta pela revolução democrático-burguesa e contra os invasores e traidores fascistas durante a guerra.

A 21 de março de 1942, o chefe querido do Partido Comunista, o homem político mais esclarecido da Espanha, morreu em Tiflis (Geórgia), rodeado do carinho do povo soviético e de seus dirigentes. A camarada Dolores Ibarruri, inseparável companheira de luta do secretário geral do Partido, acompanhou-o até o túmulo. Diante do cadáver do grande camarada, em nome do Partido, da classe operária e do povo jurou que seria cumprido o seu mandato de lutar até o fim para destruir o regime sangrento de Franco, para restabelecer a República democrática e seguir para a frente, até o socialismo.


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Inclusão 22/02/2009
Última alteração 09/03/2010