Red Papers 5

Libertação Nacional e Revolução Proletária nos Estados Unidos

União Revolucionária (EUA)


Introdução


No Red Papers 2, publicado no final de 1969, a União Revolucionária declarou: “... reconhecemos que a luta de libertação Negra constitui simultaneamente uma questão nacional e uma questão de classe... Reconhecemos (que esta é) a chave para a compreensão da dinâmica da revolução proletária nos Estados Unidos.”

Porque reconhecemos que esta é a questão fundamental que os comunistas nos EUA devem resolver, esta edição do Red Papers é totalmente dedicada ao ao tratamento teórico e prático da temática “libertação nacional e revolução proletária nos Estados Unidos”.

Como se afirma no principal artigo teórico, esta edição do Red Papers centra-se na luta de libertação Negra e na sua relação estrutural com o movimento operário “na medida em que a luta de libertação Negra tem sido a luta mais avançada nos EUA desde a Segunda Guerra Mundial, a que desferiu os golpes mais significativos ao inimigo e que desenvolveu a base material mais sólida para alcançar um novo patamar de unidade da classe trabalhadora.” Simultaneamente, reconhecemos a importância das outras lutas protagonizadas por povos do Terceiro Mundo nos Estados Unidos (Uma das sínteses de trabalho incluídas nesta edição incide sobre a intervenção junto da comunidade chicana).

O primeiro artigo aborda algumas das questões essenciais inerentes à construção de um novo Partido Comunista Revolucionário multinacional nos Estados Unidos; o segundo texto trata dos principais desafios teóricos em torno da questão nacional e descreve em detalhe o processo de formação da nação Negra e da respetiva luta de libertação nacional. As três sínteses de trabalho aqui apresentadas baseiam-se nas experiências de membros da União Revolucionária ou de amigos próximos da organização. Cada uma delas resulta de discussão e reflexão coletiva. A sua seleção para esta edição do Red Papers justifica-se pelas lições aprendidas dessas experiências e pelo seu valor potencial para outros militantes envolvidos em atividades semelhantes.

Importa salientar que esta publicação não se propõe abordar de forma exaustiva todos os aspetos da questão nacional (por exemplo, o trabalho comunista em organizações Negras de carácter pequeno-burguês ou as problemáticas específicas enfrentadas pelas mulheres Negras, em particular pelas trabalhadoras Negras). Enquanto organização ainda jovem, com apenas quatro anos de experiência prática, o nosso percurso é, inevitavelmente, limitado. Assim, encorajamos todos os leitores desta edição do Red Papers a, com base nas suas próprias vivências e análises, partilhar connosco os seus comentários e críticas. Temos ainda muito a aprender e, ao mesmo tempo, aspiramos a contribuir para o aprofundamento da compreensão desta temática através dos nossos esforços teóricos e das experiências práticas aqui relatadas.