Dicionário político

Emelyan Mikhailovich Yaroslavsky
(Емельян Михайлович Ярославский)

Retrato Emelyan Mikhailovich Yaroslavsky

(1878-1943): Militante do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), historiador, jornalista, publicista e, a partir de 1939, foi acadêmico da Academia de Ciências da URSS. Filiado ao Partido Comunista — na época Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) — desde 1898, com apenas 20 anos de idade. Desde o início, se posicionou ao lado dos Bolcheviques.

Nascido numa família de judeus exilados na Sibéria, iniciou sua militância revolucionária nos círculos social-democratas da cidade de Tchita (Transbaicália). Em 1898, organizou o primeiro círculo social-democrata entre os operários da Ferrovia Transbaikal. No ano seguinte, exilou-se no exterior, onde atuou como correspondente do jornal “Iskra” (A Centelha). Em 1902, já de volta à Rússia, tornou-se membro do Comitê do Oblast de Tchita do POSDR. Era irmão mais velho do revolucionário, membro do POSDR(B), Moses Gubelman.

Em 1903, vivendo na clandestinidade, passou a integrar o Comitê de São Petersburgo do POSDR. Participou ativamente da Revolução de 1905–1907: foi delegado da Primeira Conferência do POSDR em Tammerfors (Finlândia), membro do Comitê de Moscou e da organização militar bolchevique, além de delegado ao 4º Congresso do Partido. Atuou em diversas frentes partidárias em Ekaterinoslav, São Petersburgo, onde editava o jornal “Kazarma” (O Quartel) — o jornal militar do Partido, — e foi delegado tanto da 1ª Conferência das Organizações Militares e de Combate do POSDR quanto do 5º Congresso do Partido.

Em 1905, sua primeira esposa, a comunista revolucionária e heroína popular, a médica judia Olga Mikhailovna Genkina (1881-1905), foi assassinada através de linchamentos antissemitas promovidos pelos Centúrias Negras no ápice do movimento revolucionário da Primeira Revolução Russa (1905-1907), enquanto transportava armas para o movimento operário na linha férrea de Ivanovo.

Em 1906, era Assistente do camarada Yakov Sverdlov em Perm. Preso em 1907, cumpriu pena de trabalhos forçados nas Montanhas de Zerentuy (parte do sistema penal de Nerchinsk) e, em seguida, exílio na Sibéria Oriental — lá, se casou com a revolucionária bolchevique Klavdiya Ivanovna Kirsanova, com quem teve três filhos que, mais tarde, configuraram quadros culturais e militares importantes da URSS. Após a Revolução de Fevereiro de 1917, foi membro do Comitê de Segurança Pública em Yakutsk e, em maio, eleito presidente do Soviete de Yakutsk. Em julho, já em Moscou, passou a atuar na Organização Militar do Comitê de Moscou do Partido Bolchevique.

Durante os dias da Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917, foi membro do centro partidário que coordenava a insurreição em Moscou, integrando o Comitê Militar Revolucionário (CMR) e sendo nomeado Comissário do Kremlin e do Distrito Militar de Moscou. Participou da redação dos jornais “Sotsial-Demokrat” (O Social-Democrata) e “Derevenskaya Pravda” (A Verdade Camponesa).

Em 1918, alinhou-se temporariamente ao grupo dos “comunistas de esquerda” na polêmica sobre a paz de Brest-Litovsk. Entre 1919 e 1922, presidiu o Comitê Regional do PCUS(B) em Perm e integrou o Birô Regional da Sibéria do Comitê Central do Partido, sendo nomeado secretário do Comitê Central em 1921.

Foi decano da Sociedade dos Exilados e Presos Políticos; desde 1931, presidiu a Sociedade Pan-Soviética dos Velhos Bolcheviques. Atuou nos comitês editoriais dos periódicos “Pravda” (A Verdade), O Bolchevique, O Historiador Marxista, “Bezbozhnik” (O Ateu) e foi editor da Revista Histórica.

Dirigiu a cátedra e foi um dos escritores de “A História do Partido Comunista (Bolchevique) da URSS” na Escola Superior do Partido e dirigiu o grupo de conferencistas do Comitê Central.

Foi eleito enquanto delegado aos congressos partidários do 8º ao 18º.

A partir de 1925, Yaroslavsky foi presidente do Conselho Central da União dos Militantes Ateus (SVB) (1925–1943), se tornando o principal teórico e organizador das atividades ateístas e antirreligiosas da URSS naquele período, publicando inúmeros artigos, panfletos, brochuras, livros e materiais de agitação e propaganda partidária e estatal sobre a atividade do Partido Bolchevique e do Estado Soviético em relação à religião. Além disso, Emelyan Mikhailovich sempre foi um ideólogo stalinista fervoroso e um fiel apoiador da vida e da atividade política do camarada Stálin.

Além de historiador, como publicista, Emelyan Mikhailovich Yaroslavsky publicou ao longo de sua vida centenas de artigos, ensaios, crônicas de grande envergadura e importância para a URSS, principalmente sobre a atividade do movimento operário e ateísta — também foi responsável pelas biografias oficiais encomendadas pelo Comitê Central de Lênin e Stálin, além de abordar também a vida e obra de Karl Marx e Friedrich Engels.

No 17º Congresso, foi eleito membro da Comissão de Controle Partidário (CCP) junto ao Comitê Central. Membro do Comitê Executivo Central da URSS e deputado do Soviete Supremo da União Soviética. Recebeu a “Ordem de Lênin” (1938), o “Prêmio Stálin” (1943) e o “Prêmio Estatal da URSS” (1943).

Em dezembro de 1943, durante a virada da Grande Guerra Patriótica, foi vítima de um câncer no estômago. Seu funeral contou com a presença de milhares de pessoas, entre trabalhadores, militantes comunistas, cientistas, militantes ateus, principais membros da academia e da intelectualidade proletária soviética e jovens pioneiros. Posteriormente, suas cinzas foram sepultadas na Praça Vermelha, junto ao Muro do Kremlin.

Principais Obras: