Dicionário político

Ernst Kolman ou Arnošt Yaromirovich Kolman

Retrato Ernst Kolman ou Arnošt Yaromirovich Kolman

(1892-1979): foi um filósofo marxista, notável por suas atividades como chefe da vigilância ideológica na ciência soviética. Ele nasceu em Praga de uma família judia e estudou na Charles University. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele lutou no exército austro-húngaro e foi preso pelas tropas russas. Depois da revolução russa, ele se juntou ao partido bolchevista e trabalhou como funcionário do partido no Exército Vermelho e na Internacional Comunista. Em 1923, Kolman foi designado para o aparato do partido em Moscou, onde rapidamente assumiu o papel de dirigente ideológico na comunidade científica. Ele se tornou vice Chefe do Departamento de Ciências do partido de Moscou em 1936. Em 1930, Dmitri Egorov, presidente da Sociedade Matemática de Moscou, foi preso pela polícia secreta soviética. Sob ameaça de fechamento da sociedade, Ernst Kolman foi eleito seu novo presidente, cargo que ocupou de 1930 a 1932. Em junho de 1931, Kolman participou do Segundo Congresso Internacional da História da Ciência e Tecnologia com um grupo de cientistas soviéticos liderados por Bukharin. Ele atacou vários proeminentes matemáticos e físicos soviéticos, acusando-os de destruição e diferentes crimes políticos. Kolman iniciou o chamado “caso acadêmico Luzin”. Em julho-agosto de 1936, Nikolai Luzin foi criticado no Pravda (A Verdade) em uma série de artigos anônimos, cuja autoria foi posteriormente atribuída a Kolman. Luzin foi acusado de publicar seus trabalhos em revistas científicas estrangeiras e denunciado por estar próximo da “ideologia levemente modernizada das centenas negras, da igreja ortodoxa e da monarquia”. Após a segunda guerra mundial, Kolman foi enviado para a Tchecoslováquia, onde trabalhou como chefe do departamento de propaganda do Comitê Central do Partido Comunista da Tchecoslováquia. Ele ajudou a estabelecer o controle do partido comunista científica da Tchecoslováquia. No 10º Congresso Internacional de Filosofia em Amsterdã, Kolman atacou todas as filosofias não-marxistas como “fascistas e imperialistas”. Em 1948, Kolman criticou Rudolf Slánsky e Klement Gottwald. Ele foi convocado de volta a URSS e passou três anos na prisão de Lubianka, até a morte de Stalin. Ele retornou a Tchecoslováquia em 1958-1963 e depois viveu em Moscou, onde se tornou cada vez mais descontente com o comunismo soviético. Kolman é autor de vários livros sobre o materialismo dialético e histórico.