 
(1922-1977): primeiro presidente da República de Angola, era médico de profissão, poeta por vocação e um líder por natureza. Nascido a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane, no município de Icolo e Bengo, na província de Luanda, era filho do pastor metodista, Agostinho Neto, e da professora Maria da Silva Neto. 
Após concluir o ensino primário, entrou para o Liceu Salvador Correia, em Luanda, onde terminou o 7º ano em 1944. Depois, partiu para Portugal para frequentar a Faculdade de Medicina. Foi em Portugal onde Agostinho Neto iniciou a sua acção política. 
Em 1947, integrou o Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola sob o lema “Vamos Descobrir Angola”. Em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque, colaborou nas revistas “Momento” e “Mensagem”, órgãos da Associação dos Naturais de Angola. 
Os seus poemas e artigos, aliados ao seu engajamento político fizeram   com que fosse perseguido e preso pela PIDE - Polícia Internacional de   Defesa do Estado, órgão repressor da ditadura Salazarista que combatia   os movimentos nacionalistas das colónias portuguesas de então. 
Posto em liberdade, retoma a actividade política e intelectual,   fundando em Lisboa, em parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade,   Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro, o Centro de Estudos   Africanos, orientado para a afirmação da nacionalidade africana. 
Em 1951, é indicado como representante da Juventude das colónias   portuguesas junto do MUD - Juvenil (Movimento de unidade   democrática-Juvenil) português. 
Pela sua participação em actividades anticoloniais é novamente preso   pela PIDE, em Fevereiro de 1955, e condenado a dezoito meses de prisão. 
Preso em Lisboa, Agostinho Neto não participa, em 10 de Dezembro de   1956, no acto de fundação do MPLA – Movimento Popular de Libertação de   Angola. 
Em 1957, é libertado pela PIDE e, uma ano depois, licencia-se em   Medicina pela Universidade de Lisboa e casa-se com Maria Eugénia Neto. 
Participa da fundação do Movimento Anticolonialista (MAC). Que   congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção   revolucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guiné,   Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. 
Pouco antes do Natal de 1959, Agostinho Neto, acompanhado da mulher e   do filho, deixa Lisboa de regresso à Luanda, onde abre um consultório   médico. Em paralelo com a sua actividade clínica, continua a sua   militância a favor da independência e é eleito, em 1960, Presidente   Honorário do MPLA. 
Preso pela terceira vez, em Luanda, Agostinho Neto é transferido para diversas prisões em Portugal e Cabo Verde.
O assalto às cadeias de Luanda, em Fevereiro de 1961, desencadeia a   luta armada pelo MPLA, seguindo-se uma forte repressão colonial. Preso   na cidade da Praia, em em Cabo Verde, Agostinho Neto é transferido para a   prisão de Aljube, em Portugal, onde permanece até Março de 1963. 
Libertado, em 1963, foge clandestinamente para Léopoldville   (Kinshasa), e junta-se ao MPLA. Neste mesmo ano é eleito presidente do   MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento. A luta armada contra o   domínio colonial se intensifica até que, em Fevereiro de 1975, regressa   a Luanda. 
Em representação do MPLA, Agostinho Neto participa em Alvor, Portugal,   na assinatura do acordo para a constituição do “governo de transição”. A   11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto proclama a independência de   Angola. 
Dirige o MPLA e Angola durante os primeiros anos de independência, mas,   doente, morre a 10 de Setembro de 1977, em Moscovo, na União Soviética.   Agostinho Neto deixou como legados, a independência e a liberdade do   povo angolano.
