A Entrevista do Camarada Stálin - Um Guia Para a Ação

Luiz Carlos Prestes

Junho 1951


Primeira Edição: ......
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 34 - Maio-Junho 1951.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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Atravessamos um momento decisivo da história da humanidade. Os miliardários do imperialismo, que ainda têm em suas mãos os governos reacionários e que os dirigem, já não ocultam mais suas intenções sinistras — há mais de oito meses que iniciaram na Coreia a carnificina hedionda que tudo fazem para ampliar com o ataque à soberania chinesa e a ocupação da Ilha Formosa, com o rearmamento do Japão e da Alemanha e com as provocações sistemáticas com que visam criar novos focos de guerra na Europa e na Asia. Os miliardários do imperialismo e seus lacaios da burguesia no mundo inteiro querem a terceira guerra mundial e não poupam esforços para precipitar seu desencadeamento.

É neste momento que se faz ouvir no mundo inteiro a palavra serena e sábia do grande Stálin — guia genial do proletariado e chefe do governo da União Soviética, hoje o mais poderoso país do mundo.

Dirigindo-se aos operários e camponeses, aos povos do mundo inteiro, emprega o camarada Stálin nas suas declarações ao «Pravda» as palavras mais simples e claras, diz com precisão e diretamente o que pensa da situação mundial, apontando pelos seus nomes os provocadores de guerra, desmascarando suas mentiras e calúnias, segurando-os pelas orelhas para expô-los à repulsa e ao ódio universais de todos os seres sensíveis.

Mas essas palavras simples e claras do camarada Stálin transmitem também a todos os povos uma análise profunda da situação mundial e é esta análise, fundamentalmente, que precisamos bem compreender todos os homens e mulheres progressistas, especialmente o proletariado e os comunistas, porque é nela que se baseia o camarada Stálin para desvendar o que há hoje de novo na situação mundial, indicar a perspectiva correta e ensinar o que precisamos fazer para que possa ser acelerada a marcha dos povos no caminho do progresso e para que possam ser derrotados os esforços desesperados dos provocadores de uma nova guerra mundial.

Para nós, comunistas brasileiros, que temos a obrigação de ocupar com honra os postos de vanguarda na luta pela paz e a independência nacional e que fazemos agora novos esforços para consolidar organicamente nossas fileiras e para elevar com rapidez o nível político e ideológico de nosso Partido, o estudo atento e aprofundado da recente entrevista do camarada Stálin constitui tarefa política da maior importância, inseparável da nossa luta pela paz, pelas reivindicações dos trabalhadores, pela criação da Frente Democrática de Libertação Nacional e pelo reforçamento de nosso Partido. O camarada Stálin com as suas declarações nos fornece a mais oportuna e a melhor lição que, bem estudada, muito nos ajudará a compreender a realidade do momento que atravessamos, a defender consequentemente os princípios fundamentais do marxismo-leninismo e a saber como aplicá-los nas atuais circunstancias — constitui assim um verdadeiro guia para a ação, cujo conhecimento aprofundado muito nos ajudará a avançar vitoriosamente no caminho da paz, do progresso e da independência para o nosso povo.

Na sua entrevista o camarada Stálin, após referir-se às manobras dos provocadores de guerra, à corrida armamentista nos principais países capitalistas, à sede de guerra dos latifundiários e grandes capitalistas, inclusive os da América Latina, à política consequente de paz da União Soviética, à transformação da ONU em instrumento de guerra pelo imperialismo americano, após salientar enfim a iminência e o perigo crescente de uma nova guerra mundial desencadeada pelos imperialistas, afirma, no entanto, de maneira firme e serena, como uma conclusão científica da análise da situação mundial, que a guerra nas condições atuais não pode ser considerada ainda inevitável.

Esta conclusão é evidentemente da maior significação e traduz o que há de fundamentalmente novo na situação mundial, põe abaixo a falsa teoria da fatalidade da guerra que tende a paralisar o movimento em favor da paz e a desarmar os povos em sua luta contra a guerra.

Sabemos que o imperialismo ainda domina uma boa parte da economia mundial, que os trustes e monopólios capitalistas ainda não foram banidos do mundo e que a eles continuam sujeitos todos os governos reacionários com seus exércitos e esquadras e que dispõem de uma poderosa indústria de armamentos. E o imperialismo é a guerra. Este, porém, já não faz o que quer. Com a derrota militar do nazismo, graças fundamentalmente ao gigantesco esforço dos povos soviéticos, ha algo de novo no mundo, uma nova fôrça, ou uma nova correlação de fôrças, que o cientista marxista, que parte sempre da análise concreta da realidade, e não da «teoria de ontem» como ensina Lênin, precisa tomar em consideração.

Esse fator novo foi bem assinalado pelo camarada Zhdanov no seu conhecido informe de setembro de 1947:

«O fim da 2ª guerra mundial trouxe modificações essenciais no conjunto da situação mundial. A derrota militar dos Estados fascistas, o caráter de libertação antifascista da guerra, a parte decisiva desempenhada pela União Soviética na vitória sobre os agressores fascistas, tudo isto modificou profundamente a correlação de fôrças entre os dois sistemas — socialista e capitalista — em favor do socialismo».

Essa modificação profunda em favor do socialismo da correlação de fôrças entre os sistemas capitalista e socialista, causada pela 2ª guerra mundial, trouxe o aprofundamento da crise geral do capitalismo e particularmente das três contradições mais importantes do mundo capitalista na época do imperialismo assinaladas pelo camaradá Stálin nos seus Fundamentos do Leninismo:

  1. a contradição entre o trabalho e o capital;
  2. a contradição entre os diferentes grupos financeiros e as potências imperialistas em sua luta pelas fontes de matérias primas e pelos territórios de terceiros, e
  3. a contradição entre as nações dominadoras e os povos coloniais e dependentes.

Nestas condições, enquanto, de um lado, crescem rapidamente as fôrças do campo da paz e do socialismo, de outro, aprofundam-se as contradições no campo do imperialismo, da reação e da guerra. De um lado, nos termos da Resolução do Bureau de Informação dos Partidos Comunistas e Operários,

«o crescimento ininterrupto do poderio da União Soviética, a consolidação política e econômica dos países da democracia popular e seu ingresso no caminho da edificação socialista, a vitória histórica da Revolução Popular chinesa, sobre as fôrças conjugadas da reação interior e do imperialismo americano, a criação da República Democrática Alemã, a consolidação dos Partidos Comunistas e o desenvolvimento do movimento democrático nos países capitalistas, a amplitude imensa do movimento dos partidários da paz»,

fôrça poderosa que se fez representar no grandioso Congresso dos Partidários da Paz em Varsóvia. De outro lado, à medida que o imperialismo norte-americano procura retardar o amadurecimento da crise econômica por meio da guerra e da escravização de todos os povos, crescem entre as mais amplas massas o sentimento anti-imperialista e as lutas pela libertação nacional, aprofundam-se as contradições que dividem os governos das principais potências capitalistas e aumentam as lutas da classe operária contra a miséria e a escravização assalariada.

Nestas condições, se bem que a guerra seja o companheiro inseparável do capitalismo e se tome, hoje, diante da decadência do imperialismo e do desespero crescente dos senhores dos trustes e monopólios, um perigo cada dia maior e ameaça cada vez mais iminente, não é ela ainda inevitável porque não depende somente do desenvolvimento espontâneo da economia capitalista, seu desencadeamento depende também do grau de eficácia da luta política que sustentam as fôrças partidárias da paz, que se tornam cada dia mais poderosas e organizadas.

Como nos ensina ainda o camarada Stálin em sua entrevista:

«A paz será mantida e consolidada, se os povos tomam em suas mãos a causa da manutenção da paz e a defendem até o fim. A guerra pode ser inevitável, se os incendiários de guerra conseguem confundir com mentiras as massas populares, enganá-las e arrastá-las a uma nova guerra mundial.»

Indica assim o camarada Stálin com precisão a tarefa central dos comunistas no momento atual, os quais devem estar à frente de seus povos na luta por uma paz sólida e duradoura, pela organização e união das fôrças da paz contra as fôrças da guerra — único meio de salvar a humanidade da catástrofe com que a ameaçam os bandidos miliardários do imperialismo moribundo.

É conhecida a imensa vontade de paz de nosso povo e nós, comunistas, que temos participado ativamente de todas as demonstrações populares contra os provocadores de guerra e contra a política de guerra e de submissão ao imperialismo ianque dos governos de latifundiários e grandes capitalistas, já sentimos na prática o que é a potência dessa fôrça popular quando efetivamente nos ligamos às massas trabalhadoras e as unimos e organizamos. A vontade de paz de nosso povo é uma fôrça imensamente superior à da minoria dos partidários da guerra — latifundiários e grandes capitalistas, lacaios do imperialismo, com seus governos, suas prisões, seus policiais e jornalistas, com suas metralhadoras, torturas e gases lacrimejantes — mas só e união efetiva e uma eficiente organização permitirão sua vitória e impedirão que os reacionários prossigam na sua política de submissão aos planos de Truman e que visam arrastar o Brasil para a guerra e levar nossa juventude para a Coreia ou para a fogueira do morticínio mundial que projetam.

É muito débil ainda a organização das fôrças da paz em nossa terra, especialmente no meio operário e entre as grandes massas camponesas. É nas fábricas e nas fazendas, é nos grandes centros industriais e agrícolas do país que precisamos urgentemente organizar com solidez a enorme vontade de paz de nosso povo. A metade da população da capital de São Paulo assinou o Apelo de Estocolmo, mas a organização dessa fôrça imensa é ainda precária, É indispensável impedir que os provocadores de guerra em nossa terra consigam «confundir com mentiras as massas populares, enganá-las e arrastá-las a uma nova guerra mundial», como nos adverte o camarada Stálin. Mas para isto é indispensável desfazer todas as mentiras e calúnias da reação através de persistente e incansável atuação junto às grandes massas para esclarecê-las por todos os meios e não permitir que sejam criminosamente enganadas pelos escribas da reação. É igualmente necessária a luta organizada, a ação constante e persistente contra a propaganda de uma nova guerra e muito especialmente é indispensável o desmascaramento implacável dos incendiários de guerra, de todos os agentes do imperialismo na política, na imprensa, nas artes, etc.

A este respeito, é ainda o camarada Stálin quem nos dá a melhor lição prática sobre como fazer o desmascaramento completo e eficiente, porque sensível aos interesses das grandes massas trabalhadoras e accessível a todos, dos instigadores de guerra, descobrindo suas mentiras e calúnias. o desmascaramento implacável do chefe do governo trabalhista inglês pelo camarada Stálin em sua entrevista é neste sentido uma lição de mestre que precisamos estudar com suficiente espírito autocrítico a fim de melhorarmos sem perda de tempo nossa ação prática no desmascaramento dos instigadores de guerra em nossa terra, que precisa ser feito de maneira concreta e objetiva.

É, neste sentido, particularmente notável a maneira pela qual coloca o camarada Stálin em sua entrevista o problema do encarecimento do custo da vida na Grã-Bretanha em íntima ligação, e como imediata decorrência, da política de guerra do governo trabalhista. Neste momento, em que o sr. Getúlio Vargas faz esforços para prolongar por mais algum tempo sua influência sobre uma parcela considerável das massas trabalhadoras, falando em baratear o custo da vida ao mesmo tempo que realiza a mesma política de guerra e de venda do país ao Imperialismo ianque de seu antecessor Dutra, a lição do camarada Stálin é para nós, comunistas, da maior importância.

Precisamos desmascarar concretamente a política de guerra de Getúlio — João Neves, a demagogia de seus ministros «esquerdistas» mas solidários com essa política de entrega do pais ao imperialismo. De entrega das fôrças armadas da nação ao comando de generais americanos e de inteira submissão ao Departamento de Estado norte-americano Mas, para isso, o essencial está em mostrar às massas, de maneira acessível, como nessa política de guerra, que é do interesse das classes dominantes, está a causa mais imediata do rápido encarecimento do custo da vida no país.

A miséria das massas no país é consequência direta da crescente exploração imperialista, do atraso da economia nacional que o latifúndio e a dominação imperialista não permitem vencer. Mas a política de submissão total ao imperialismo norte-americano do sr. Vargas agrava essa miséria, acelera e torna particularmente doloroso o processo de empobrecimento e de esfomeamento das grandes massas populares. O rápido encarecimento do custo da vida no país é consequência, de um lado, da política de preparação para a guerra do governo, política que exige despesas cada vez maiores, orçamentos militares agigantados que determinam os déficits orçamentários, os impostos crescentes e as emissões continuadas de papel-moeda; e de outro lado, consequência direta da inflação de guerra nos Estados Unidos, particularmente sensível em nossa terra devido ao grau de dependência ao imperialismo em que já foi colocada toda a economia do país. Prosseguia por esse caminho é não querer minorar os sofrimentos do povo, é marchar conscientemente no sentido da agravarão sem precedentes da situação de miséria e fome das grandes massas populares, é ser assassino do povo e traidor da nação.

É este, no entanto, o caminho do atual governo, o mesmo caminha da traição nacional de Dutra e seus sequazes, da inteira submissão ao Imperialismo norte-americano e cuja imagem mais recente e fiel está na composição da delegação ainda agora enviada à Conferência de Washington, conferência de guerra e colonização, onde sob a chefia do cínico agente da Standard Oil e leiloeiro da soberania nacional João Neves, agirão desembaraçadamente os Bouças, Daudt, Schmidt e Cia., o que pode haver de mais típico na fauna dos negocistas contra o povo e da traição aos interesses da nação.

Essa submissão das classes dominantes no país e de seu governo ao Departamento de Estado norte-americano é cada vez mais clara e evidente. Esta, porém, é apenas uma das causas determinantes da política de guerra da minoria de latifundiários e grandes capitalistas que vivem à custa da miséria e da fome da maioria esmagadora da nação. Para a outra causa, nos chama agora a atenção o camarada Stálin em sua entrevista, dirigindo-se nesse passo diretamente aos povos da América Latina, cujas classes dominantes, nos ensina Stálin,

«anseiam por uma nova guerra em qualquer parte da Europa e da Asia para vender aos países beligerantes artigos a preços fabulosos e acumular milhões nesta empresa sangrenta».

Esta a causa profunda da política de guerra do sr. Vargas, como ainda ontem do seu antecessor Dutra. Os latifundiários e grandes capitalistas brasileiros esperam bons lucros de uma nova guerra mundial e para alcançar tais lucros estão dispostos a todos os crimes, aplaudem e apoiam a política dos incendiários de guerra e já oferecem o sangue de nossa juventude nos balcões do imperialismo. É essa sê- de de lucros e de guerra que explica igualmente a posição da delegação do governo brasileiro na ONU, contrária à manifesta opinião da maioria da nação, às tradições de paz de nosso povo e aos termos expressos da Constituição do país.

A delegação brasileira na ONU, como fazem as demais delegações latino-americanas é serviçal obediente do Departamento de Estado americano, porque é submetendo-se por completo ao imperialismo ianque, vendendo o país aos trustes e monopólios, que os latifundiários e grandes capitalistas brasileiros pensam aumentar seus lucros e obter o apoio do governo ianque para esmagar o descontentamento popular e o movimento operário no país. Esta doutrina da traição e do apelo à força armada do imperialismo contra o próprio povo já foi, aliás, aberta e cinicamente defendida pelo sr. Raul Fernandes desde 1948, quando na Assembleia da ONU, em Paris, justificou a brutal intervenção do imperialismo norte-americano na Grécia, a pretexto da defesa do governo monarco-fascista daquele país, impotente diante do vigor e do heroísmo do povo grego que luta pelo progresso e a independência da pátria. É que os senhores das classes dominantes em nossa terra já não ocultam seu medo do povo e cada vez menos confiam nas fôrças armadas da nação, em seus soldados e oficiais. Sentem crescer o descontentamento popular e voltam-se por isso cada vez mais para os imperialistas a quem vendem a nação na esperança de apoio e salvação. Foi esta a orientação do governo do sr. Dutra, como é este o conteúdo verdadeiro da politica do sr. Vargas, cuja delegação na ONU não vacilou em participar ativamente da farsa imunda que declarou a China Popular como nação agressora na Coreia.

É lutando à frente das massas pela paz, contra a miséria e a fome, contra a venda do país ao imperialismo, pela imediata expulsão de nosso solo dos soldados e missões militares americanas, pelo progresso e a independência nacional, que desmascararemos o conteúdo verdadeiro da política do atual governo, que contribuiremos no sentido de Impedir o desencadeamento de uma nova guerra mundial e ganharemos os trabalhadores e o povo para o programa da Frente Democrática de Libertação Nacional.

A demagogia do sr. Vargas e de seus ministras e jornalistas precisa e pode ser desmascarada como uma politica de guerra e traição nacional, como a política dos latifundiários e grandes capitalistas.

Mas, para isso, é indispensável esclarecer as massas, tomar bem conhecida para elas a política de paz da União Soviética que sempre proclamou, como ainda proclama, a possibilidade da coexistência pacífica dos sistemas capitalista e socialista por muito tempo ainda, e defende por isso, com firmeza, a redução de armamentos, a proibição da arma atômica e um tratado de paz entre as grandes potências. Saibamos mobilizar as massas em apoio ao Apelo de Berlim do Conselho Mundial da Paz. Que milhões de brasileiros exijam a conclusão de um Pacto de Paz entre as cinco grandes potências, colocando suas assinaturas ao pé do Apelo de Berlim, e sejam simultaneamente organizado em Comitês de defesa da paz em todo o país, para que assim, unida e organizada, possa a imensa vontade de paz de nosso povo quebrar a política de guerra e fome das atuais classes dominantes e de seu governo.

Mas, simultaneamente, saibamos também mostrar às massas que para defender a paz «até o fim», na significativa expressão de Stálin, é indispensável vencer e superar as fôrças de classe que no país querem a guerra. Enquanto o poder no país estiver nas mãos dos latifundiários e grandes capitalistas o custo da vida não baixará nem nenhuma medida eficiente será tomada contra a miséria crescente das grandes massas trabalhadoras senão na estrita medida em que puderem ser arrancadas dos dominadores pela luta organizada dos trabalhadores e do povo em geral.

Cabe à classe operária com os comunistas à frente unificar e organizar as fôrças da paz em nossa terra a fim de levar até o fim a luta contra a política de guerra das atuais classes dominantes, pondo-as abaixo para libertar o país do jugo imperialista, entregar a terra aos camponeses, conquistar o poder para o povo e deslocar nossa pátria do campo da reação e da guerra para o campo da paz, da democracia e do socialismo.

«O caminho não será fácil, exigirá duros combates», já o advertiu nosso Partido em seu manifesto de 1º de Agosto, mas, de outro lado, só os covardes e traidores, os piores lacaios do imperialismo, podem duvidar da imensa fôrça revolucionária de nosso povo, das suas gloriosas tradições de luta pela liberdade e contra todas as tiranias. Na luta pela libertação nacional do jugo imperialista, pela paz e a democracia nosso povo será invencível, como invencível foi o povo chinês e ainda agora o demonstra ser o heroico povo da Coreia na sua luta contra o agressor imperialista.

Como nos mostra, de maneira irrefutável, o camarada Stálin, se a Inglaterra e os Estados Unidos rejeitarem definitivamente as propostas de paz do Governo Popular da China, a intervenção dos imperialistas americanos e ingleses na Coreia pode terminar unicamente com a derrota dos intervencionistas e, isto, como indica o camarada Stálin, porque «os soldados consideram injusta a guerra contra a Coreia e a China». A guerra dos opressores e colonizadores é injusta, ninguém pode convencer do contrário nem mesmo aos soldados de Truman e Mac Arthur — esta a razão da derrota inevitável das fôrças armadas dos intervencionistas, razão igualmente válida, na época que atravessamos, para todos os demais casos de luta dos povos pela conquista ou reconquista de sua independência nacional contra o jugo opressor e colonizador do imperialismo.

As palavras do camarada Stálin constituem assim o mais poderoso estimulo à nossa luta pela paz e a independência nacional, elas nos dizem que não basta nos mantermos firmes em nossas posições, que temos o dever de ser mais audazes e de confiar cada vez mais nas massas, na justeza da causa que defendemos, e em nós mesmos, em nossas próprias fôrças. Se para um comunista foi sempre um erro ficar a reboque das massas, nas condições atuais seria um crime temer qualquer movimento de massas — é nosso dever suscitá-los, colocarmo-nos com coragem e audácia à frente das massas para levá-las com energia e decisão à luta. É através das lutas de massas que defenderemos a paz, que construiremos a ampla Frente Democrática de Libertação Nacional e que consolidaremos nosso Partido.

A vitoria é certa e nada melhor do que o estudo aprofundado da entrevista do camarada Stalin para reforçar nossa convicção cientifica na certeza dessa vitoria.


“... Os operários empregam, tudo o que podem, economizar, passando privações, de seu salário, para formar associações políticas e profissionais e cobrir os gastos desses movimento.
E se os senhores burgueses e seus economistas,que arrotam filantropia são suficientemente bons para consentir em acrescentar ao mínimo do salário, quer dizer ao estrito necessário, um pouco de chá ou de rum, de açúcar ou de carne, deve lhes parecer tão insolente quanto incompreensível ver os operários tirar deste mínimo uma parte de seus gastos de guerra contra a burguesia e fazer de sua atividade revolucionaria a maior alegria de sua vida”.
Karl Marx

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Inclusão 19/01/2014