Resumo da História do Partido do Trabalho da Albânia


Capítulo V - Nova Linha do Movimento Comunista Albanês


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Em Dezembro de 1936 Ali Kelmendi apresentou o informe na reunião dos comunistas albaneses que actuavam no estrangeiro. Esta reunião foi efectuada em Moscovo... Ali Kelmendi pedia a consolidação do trabalho organizativo para a criação dum partido comunista. Como medida importante neste sentido estava a constituição de um centro de organização na Albânia, que se apoiasse nos grupos existentes e em primeiro lugar no de Korcha.

Este centro teria como actividade a «consolidação e direcção dos grupos comunistas existentes, a organização do movimento comunista cm toda a Albânia, assim como a convocação dum congresso constitutivo do Partido Comunista da Albânia». Ali Kelmendi considerava necessária a existência de uma organização comunista independente, que dirigisse o movimento sindical e anti-fascista. Por iniciativa e sob a direcção dos comunistas devia-se criar uma organização ilegal e centralizada, de carácter democrático e anti-fascista, para combater o regime zoguista e o imperialismo italiano, para proclamar uma república democrática e romper as convenções escravizantes com a Itália fascista. Sobre a base desta organização fundar-se-ia a Frente Popular.

Depois de examinar o informe, a reunião tomou decisões que foram aprovadas também pelo Komintern. Segundo estas decisões criar-se-ia na Albânia uma organização clandestina de carácter democrático e anti-fascista, dirigida por um 'Comité Central em que participariam os comunistas e os nacionalistas patrióticos...

Sobre as organizações comunistas existentes, o Komintern partia da realidade de que as antigas células estavam desvinculadas das massas e encerradas no seu próprio meio e por isso não eram capazes de aplicar a nova linha. Por isso as células e os seus órgãos dirigentes deviam dissolver-se temporariamente, e reorganizar-se no futuro partido logo que tivessem conseguido sólidos alicerces nas massas, graças ao trabalho nas associações legais. Os contactos entre comunistas deviam ser individuais. As funções de centro de organização dos comunistas até à fundação do partido, desempenhá-las-ia o núcleo comunista do Comité Central (...)

Ali Kelmendi e Kocho Taahko foram encarregados de dar a conhecer estas orientações na Albânia Ali Kelmendi foi a França para conseguir a sua entrada no País. Aí teve que desenvolver grande actividade para levar à prática a nova linha nas fileiras dos comunistas e dos exilados albaneses. Deu particular importância ao desmascaramento das actividades hostis de Llazar Fundo membro da facção comunista do Comité de Libertação Nacional, que se esforçava por sabotar todo o trabalho dos comunistas albaneses-em França. Llazar Fundo sabotava o envio de voluntários albaneses a Espanha para lutar contra o fascismo, e finalmente pôs-se abertamente contra a União Soviética, defendendo os bukarinistas, trotskistas, e outros inimigos condenados pelo Partido Comunista (bolchevique) da URSS. Por isso foi condenado como renegado do comunismo, como provocador e agente do imperialismo, e excluído das fileiras do movimento comunista albanês. Uma doença impediu Ali Kelmendi de regressar à pátria e cumprir a missão que lhe haviam confiado. Morreu em Paris a 11 de Fevereiro de 1939.


Inclusão 22/05/2014