Imperialismo

Marx, Engels, Lênin, Stálin, etc.
compilação Calvino Filho


INTRODUÇÃO
VARGAS E O FIM...


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Somente a prática, a vida, fará com que as massas trabalhadoras rompam rapidamente com o imperialismo, rompendo com o “populismo” e com Vargas, quando este, depois de ter trilhado grande parte da estrada larga de fracassos em seu governo, sobretudo impostos pelas condições econômicas e políticas determinadas pelo imperialismo, tiver que submeter a maioria esmagadora do povo ao mais cruel desengano e feroz repressão, a fim de tentar mantê-lo submisso ao estado de miséria crescente.

A característica social do governo de Vargas será a radicalização de grandes setores das massas assalariadas, das cidades e dos campos, e o desespero impotente da pequena e média burguesia em acelerada proletarização, coagidas, em certos momentos, a se porém a reboque do proletariado. A história desse período que iniciamos se fará fundamentalmente ao influxo da “demagogia populista” e o seu esboroamento em face da realidade, impulsionado sob os golpes esclarecedores dos comunistas.

O terror policial que se desencadeará para reprimir as reivindicações econômicas e políticas das massas assalariadas acabará por curar as massas trabalhadoras das suas “ilusões populistas”, revelando claramente o caráter da classe dominante, historicamente comprovado, como coarctor e opressor, orientando-as, então, em massa, firme e resolutamente, para a sua vanguarda comunista, quando então novo capítulo se escreverá na história do movimento operário no Brasil, que será o da intensa e extensa luta revolucionária contra o imperialismo e seus agentes nacionais.

Do ponto de vista histórico, o proletariado é o comunismo em ação. E no Brasil já há proletariado. Esta a realidade, embora cause arrepios de pavor aos agentes do imperialismo entre nós e à burguesia ignorante das leis do desenvolvimento da sociedade.

Pretender, pois, que a luta revolucionária será produto gerado no cérebro ou coração deste ou daquele pensador ou filósofo, ou líder político, é rematada estultice. A luta revolucionária se fará independente da vontade deste ou daquele indivíduo ou classe, porque determinada por fatores estreitamente ligados à insolubilidade das contradições entre as forças produtivas e relações de produção, nascidas e desenvolvidas num longo processo histórico.

No mundo capitalista atual, a prática ensina que não existem forças coarctoras e repressoras, seja qual for a violência e crueldade com que atuem, capazes de impedir que a transformação do mundo se realize para eliminar a já hoje paroxística contradição fundamental do capitalismo; pelo contrário, elas serão, à medida que aumentam de virulência, cada vez mais a expressão da decadência e apodrecimento do regime, o sinal evidente de sua fraqueza de moribundo, e como bestial, cega, inútil e desesperada violência apenas agirão como o petróleo num incêndio, tornando-o mais intenso, extenso e terrivelmente destruidor.

Nada como a vida, a prática, para ensinar rapidamente as grandes massas.

C. F.

...A propósito, disse-nos um lavrador, em meio a dezenas de seus companheiros, que bateram palmas de assentimento ao seu ponto de vista:

“O pobre aqui, doutor, só tem direito a dois olhos, como um caminhão Ford.”
João Gonçalves de Souza — Aspectos da Sociedade Rural da área sob a influência de Paulo Afonso — Relatório apresentado ao governo em novembro de 1948 – Cap. Problemas da Terra — Pág. 7 — Brasil.

O povo mexicano compreende muito bem a questão, pois ele sabe por experiência própria que a agressão militar é sempre precedida de uma penetração econômica e de uma discriminação de cultura: nosso país é pobre e fraco — e isto resulta da sua opressão pelo imperialismo ianque.

Nosso país não pôde, até este momento, mostrar ao mundo mais do que uma pequena parcela do que será capaz de criar no domínio das ciênciase das artes. É que a intervenção imperialista temmutilado o nosso desenvolvimento material e social. É sob estas condições que o nosso povo se desenvolve e se instrui. Em consequência disto, no México, a luta pela paz e pela defesa da liberdade do nosso povo é inseparável da luta contra o imperialismo; e para nós o imperialismo se personificahoje, mais do que nunca, no imperialismo ianque, inimigo histórico do povo mexicano e principal ameaça à sua independência.
Le II Congrés Mondial des Partisans de la Paix — Varsóvie — 16/22-11-1950 Discours de Lombardo Toledano — Supl. “Temps Nouveaux”, n.° 49 – 16-12-1950 — pág. 42 — Moscou — em francês.


Inclusão: 14/06/2020