Para rever e reforçar: desde a escravatura de tipo senhorial até à escravatura assalariada, o desenvolvimento histórico do povo Negro constitui uma trajetória distinta da dos brancos nos Estados Unidos. Trata-se da consolidação de um povo — uma nação — forjada a partir de uma cultura comum, de uma experiência partilhada de opressão e de exclusão económica sistemática.
A opressão racista é uma experiência comum a todos os Negros nos EUA; contudo, coexistem divisões de classe e luta de classes dentro da própria nação Negra. Há, simultaneamente, uma vivência coletiva de racismo e exploração económica, bem como uma história e uma cultura comuns que emergem de uma longa luta pela liberdade — elementos que, em conjunto, constituem a nação e o fundamento da luta de libertação Negra, entrelaçados com a luta de classes.
Importa sublinhar que a esmagadora maioria da população Negra nos EUA é composta por trabalhadores, concentrados sobretudo nos sectores da produção industrial de base. Porém, as contradições existentes entre a burguesia Negra e a classe trabalhadora Negra têm sido amplamente obscurecidas pela opressão nacional sofrida pelo povo Negro. Da mesma forma, a contradição fundamental entre a classe dominante monopolista e o conjunto do proletariado — composto por Negros, brancos, chicanos, porto-riquenhos, asiáticos e outros povos — tem sido ofuscada pela ideologia racista e pelo chauvinismo branco.
A ideologia racista é a ideologia da opressão e da divisão, sendo um complemento necessário da dominação. Ela separa a nação Negra da branca com a mesma eficácia com que divide o trabalhador Negro do trabalhador branco. Embora a liberdade de todos os povos oprimidos dependa da destruição do capitalismo, na consciência da maioria dos Negros de hoje, a exploração e a opressão estão associadas ao conjunto dos brancos, e o nacionalismo prevalece sobre a solidariedade de classe.
A opressão da nação Negra é uma realidade dolorosa. As verdadeiras sementes da revolução foram lançadas com os primeiros Negros submetidos à escravatura em solo americano. Para germinar, essas sementes tiveram de enraizar-se firmemente no nacionalismo e ser nutridas por esse sol revolucionário. Dadas as condições racistas existentes, o povo Negro não podia, de um salto, lançar-se na luta fundamental por uma revolução total nos Estados Unidos; era necessário, primeiro, um regresso às raízes.
A nação Negra necessitava dessas raízes para reconstruir a sua verdadeira história e reafirmar a sua identidade. Era necessário começar por erradicar o auto ódio, a aceitação de um estatuto de inferioridade e a submissão às instituições do homem branco — instituições das quais os Negros nunca fizeram realmente parte. Era preciso incutir orgulho e sentido de propósito nas vidas áridas de muitos Negros trabalhadores, cujo quotidiano no mundo do homem branco era, simplesmente, uma luta pela sobrevivência. Cada dia era um dia de humilhação, insegurança, medo e, sobretudo, um desejo profundo de reagir.
“Quem tem medo de quem?” Séculos de escravatura, servidão, desemprego, exploração, violação e assassínio constituem memórias — e realidades atuais — profundamente gravadas na consciência coletiva dos Negros na América. O escravo deseja matar o senhor de escravos, e o oprimido quer eliminar o opressor. É este conhecimento que incute medo e desespero nas classes exploradoras em todo o mundo.
A nação Negra é oprimida enquanto um todo, mas sempre existiram classes privilegiadas entre os Negros — mesmo durante a escravatura, quando certos escravizados eram colocados numa posição superior em relação aos demais e, por isso, desenvolviam afeto pelo senhor. A elite, inicialmente composta por Negros de pele mais clara e, posteriormente, por Negros com algum nível de instrução e algum capital acumulado, tem servido historicamente de tampão entre a classe dominante branca e as massas Negras. A burguesia Negra expandiu-se em proporção direta à dificuldade — ou incapacidade — da estrutura de poder branca em controlar diretamente o conjunto da população Negra.
O sonho da burguesia Negra de se afirmar como uma classe proprietária negra depende sempre das massas Negras. Requer o seu apoio em torno de ideias nacionalistas ou pan-africanistas, no esforço de controlar e explorar o mercado económico Negro. Os Negros compreendem o poder do capitalismo americano, nem que seja apenas pelo facto de terem sido simultaneamente a base da sua acumulação e as suas vítimas mais exploradas. Por isso, a burguesia Negra continua a promover a ideia de que o sistema capitalista é legítimo — mas que os Negros devem ter a sua parte no mesmo.
A burguesia Negra promove o nacionalismo burguês porque tem um interesse direto na preservação do sistema - económico, político e social - capitalista. Apela aos Negros mais pobres com o argumento de que aquilo que beneficia a burguesia Negra será igualmente benéfico para todos os Negros.
A ideologia burguesa permeia todas as classes e camadas sociais nos Estados Unidos. E, por mais oprimido que o povo Negro tenha sido, continua a ser possível à burguesia Negra acenar com a promessa de salvação económica através do sistema capitalista. A pequena burguesia Negra é particularmente vulnerável a esta promessa, pois vive imersa na ilusão da mobilidade social ascendente. Os desempregados e subempregados — que, mesmo em períodos considerados de “prosperidade”, existem em grande número entre os Negros — também se têm mobilizado em torno do nacionalismo burguês, atraídos pela sua promessa de emprego e dignidade. Em períodos de relativa prosperidade para a sociedade no seu conjunto, o nacionalismo burguês e o capitalismo Negro atingem o seu auge.
O movimento de Garvey foi um exemplo de movimento nacionalista Negro que teve impacto em todas as classes sociais Negras. Embora apresentasse alguns aspetos progressistas, como a promoção do orgulho e da consciência Negra, estava profundamente ancorado no sistema económico capitalista. O garveyismo atingiu o seu ponto mais alto nos anos 1920, uma época de fé inabalável no capitalismo. Garvey acreditava no capitalismo, mas considerava que, sendo os Negros uma minoria nos Estados Unidos, a solução passaria pela criação de um novo Estado Negro em África (Libéria). O seu esquema económico baseava-se na mobilização das massas Negras como força de trabalho e na expectativa de apoio da classe dominante monopolista branca.
O plano de Garvey fracassou por várias razões; sobretudo porque a Firestone Rubber e os seus aliados europeus, com interesses na Libéria, não incluíam nos seus planos a presença de uma população fortemente nacionalista transplantada dos EUA. Em segundo lugar, a crise económica dos anos 1930 arrasou a já frágil existência da burguesia Negra. O nacionalismo Negro, sem uma burguesia Negra significativa, tornou-se uma ameaça para a classe dominante branca — ameaçava alastrar-se à classe trabalhadora, já em estado de agitação.
A Libéria era, já então, e continua a ser, uma colónia dos Estados Unidos — produto dos movimentos nacionalistas Negros de regresso a África, iniciados em 1815. Embora o plano de Garvey tenha falhado e a migração para África hoje seja totalmente irrealista, os primeiros movimentos de regresso a África demonstraram as profundas divisões existentes nos EUA e revelaram o desejo intenso dos Negros de se separarem da loucura de uma América dominada pelos brancos. Porém, o nacionalismo burguês, surgido com base na repressão das massas Negras, tem até hoje evitado cuidadosamente enfrentar as raízes económicas dessa repressão, oferecendo apenas projetos inviáveis de separação e/ou capitalismo Negro.
A burguesia Negra tentou inicialmente construir-se com base no mercado económico Negro, que já era explorado por capitalistas brancos, grandes e pequenos. Estes capitalistas Negros conseguiram um sucesso limitado, mas acabaram por depender de filantropos brancos para se poderem expandir. Entretanto, as organizações representativas das classes burguesas Negras continuaram a pressionar o sistema judicial no sentido da obtenção de direitos democráticos — não para os trabalhadores Negros, mas para alargar os direitos da própria burguesia Negra.
O movimento dos direitos civis foi, inicialmente, um movimento das massas Negras, não liderado pela burguesia, mas sim por estudantes pequeno-burgueses com alguma ligação às massas. A classe dominante, ao perceber que o movimento não era dirigido pela burguesia Negra, passou a vê-lo como uma ameaça. Os governantes brancos intervieram diretamente para transformar esse movimento em instrumento de canalização da militância que crescia entre as massas Negras.
Brancos ricos começaram a assumir a liderança do movimento e, na prática, fizeram dele uma extensão do liberalismo burguês branco. O conceito de não-violência revelou-se particularmente atrativo para esses “aliados” brancos do movimento: era visto como uma força de neutralização, capaz de travar o fervor revolucionário que borbulhava por baixo da superfície. Amplamente apoiado e dirigido pelos sectores burgueses brancos, o movimento dos direitos civis falhou ainda assim em gerar confiança no sistema. Pelo contrário, serviu apenas para agudizar as contradições.
O fracasso do movimento pelos direitos civis em produzir mudanças reais para a população Negra marcou o início de uma nova etapa no movimento de libertação Negra, ao mesmo tempo que ditou o declínio das velhas figuras submissas que haviam sido impostas como líderes da comunidade Negra. A crença na assimilação, na integração e na existência de “brancos bons” esgotou-se com o próprio movimento pelos direitos civis.
Contudo, a burguesia Negra não desapareceu. Os anos de auge da guerra do Vietname, marcados por um intenso crescimento económico, alargaram as fileiras da burguesia Negra — agora com um novo rosto: militante, nacionalista Negra, a disputar espaço com o poder nos seus próprios termos. Impulsionados pela onda de luta militante das massas, os nacionalistas burgueses apressaram-se a ocupar a linha da frente, tentando assumir o papel de heróis do povo. As revoltas de massas Negras — numerosas e violentas — demonstraram inequivocamente que a luta pela liberdade prosseguiria até à vitória. Alarmada, a classe dominante cedeu uma fatia maior do mercado económico Negro à burguesia Negra. Embora, como todos os elementos "compradores", essa burguesia continuasse a servir sobretudo como rosto de fachada para os mesmos interesses económicos brancos, estes Negros passaram a ter acesso a uma parte ligeiramente maior dos lucros.
O nacionalismo Negro foi — e continua a ser — uma força progressista, mas a classe dominante procurou inverter o seu potencial transformador, reduzindo-o à escala da exploração capitalista Negra das próprias massas Negras, encoberta por um culto de nacionalismo cultural reacionário, expresso em rituais e discursos vazios. Durante os anos 60, assistiu-se à expansão da burguesia Negra, promovida por programas públicos como os de combate à pobreza, reabilitação urbana e pelo surgimento de “especialistas em questões Negras”. Alguns Negros chegaram mesmo a ocupar cargos nas grandes estruturas corporativas.
Paralelamente, registou-se uma rápida expansão dos empréstimos da Administração para Pequenas Empresas destinados a negócios Negros, bem como a atribuição de subsídios individuais por parte de fundações (como a Ford e a Rockefeller) e de filantropos, com o objetivo de pacificar a comunidade e remover os elementos militantes das ruas. A atual crise económica inverteu essa tendência, expulsando muitos destes indivíduos, que voltaram a ser lançados no mar da população Negra oprimida, à procura de empregos que já não existem.
As velhas formas de nacionalismo burguês e de capitalismo Negro não desapareceram por completo, mas foram relegadas para segundo plano por se terem tornado irrelevantes. O tempo, a marcha dos acontecimentos, ultrapassou os programas de Roy Wilkins, Whitney Young e outros. Já não têm impacto junto das massas Negras. As formas de capitalismo Negro dependentes da benevolência da grande burguesia branca foram desmascaradas como os mitos que sempre foram. Não conseguiram cumprir as promessas — e agora todos o sabem.
Oradores eloquentes que defendem o “desenvolvimento económico Negro” conseguem, inicialmente, algum apoio popular, geralmente durante fases de mobilização comunitária contra o comércio branco. Mas essa influência começa a esmorecer quando se torna evidente que os seus esquemas beneficiam apenas uma minoria. Os desempregados e subempregados alimentam esperanças de empregos melhores — que nunca chegam. Os trabalhadores Negros percebem que estão a ser explorados por pequenos capitalistas Negros, em nome de um nacionalismo que não podem suportar. Os negócios Negros falham quase tão rapidamente quanto surgem. O nacionalismo burguês não só é incapaz de melhorar materialmente as condições de vida dos Negros, como se torna cada vez mais evidente que não passa de um apêndice do capital branco.
Embora a burguesia Negra continue a tentar assumir a liderança económica e política da luta de libertação Negra, voltou a ficar atrás das massas. A crise económica e a falência inerente ao capital Negro aceleraram esse processo. Para recuperar protagonismo, surgem novas formas de capitalismo Negro e de nacionalismo burguês, à medida que as antigas se tornam inviáveis.
Hoje, os Negros estão dispersos por todo os Estados Unidos, mas concentram-se sobretudo nas grandes áreas urbanas e nos sectores da indústria pesada. A exploração no trabalho, nas comunidades, o desemprego, a assistência social, entre outros fatores, constituem a realidade quotidiana da existência Negra. Os novos porta-vozes do nacionalismo burguês e do capitalismo Negro apelam à criação de instituições Negras separadas, partidos políticos e sistemas próprios, bem como a uma economia separada no seio da comunidade Negra.
A questão que se coloca é: poderá haver uma estrutura económica e política separada nos Estados Unidos, verdadeiramente independente do poder capitalista branco? Se há escolas e hospitais por construir, habitação e emprego por providenciar, de onde virão os recursos? Dos chamados bancos Negros? Ainda que os depositantes sejam maioritariamente Negros e os administradores também, a maioria do capital necessário ao seu funcionamento continua a ser branco. As empresas Negras dependem do capital branco para existir. É a velha história do “Negro por fora — branco por dentro”. Os 39 mil milhões de dólares de rendimento anual de toda a população negra nos Estados Unidos não são suficientes para sustentar uma economia separada, mesmo que um terço desse montante pudesse ser poupado para fins de investimento. E esse rendimento depende, ainda assim, do emprego nas indústrias controladas pelo capital branco.
Os novos intermediários políticos e económicos da comunidade negra atacam com veemência o imperialismo em África. Alguns chegaram mesmo a dirigir tímidas críticas ao capitalismo branco. Isto demonstra claramente que a consciência política do povo está a avançar. Contudo, os capitalistas Negros, sempre empenhados em conter a luta de libertação Negra dentro dos limites da ordem burguesa, apenas conseguem apresentar um capitalismo Negro separado como solução redentora. Alguns defendem que a separação territorial total é a resposta para os Negros, com o objetivo de construir um sistema político, económico e social independente. Mas isto não passa de uma tentativa de alcançar o estatuto de neocolónia.
A reivindicação de terras, de um território autónomo, é uma ideia que ainda persiste no imaginário de muitos Negros. Os movimentos de regresso a África perderam força com o surgimento das nações africanas independentes. Uma migração em massa, nos dias de hoje, não só é irrealista como não é desejada pelos próprios africanos. No entanto, entre os Negros nos Estados Unidos, ainda subsiste a ideia de um território separado dentro do próprio país. Historicamente, a terra foi-lhes sistematicamente negada. A sede de terra é tanto uma necessidade psicológica quanto uma exigência material. A terra simbolizou sempre a verdadeira liberdade.
Mas os Estados Unidos de hoje são um país altamente urbanizado e industrializado. Muitos trabalhadores Negros compreendem que, sem uma base industrial, possuir terra não passaria de uma situação semelhante à de qualquer pequeno país subdesenvolvido, sujeito à mercê das potências capitalistas desenvolvidas. E mesmo com alguma industrialização, como poderia um verdadeiro Estado Negro independente existir ao lado de uma potência imperialista branca que explora e oprime povos na Ásia, África e América Latina?
E quanto aos grupos separatistas, como os Muçulmanos? Não terão algum apoio? Os Muçulmanos constituem um grupo religioso que representa uma pequena percentagem da população Negra, mas conseguiram algum êxito na manutenção de pequenos empreendimentos capitalistas. Para além disso, têm conseguido reabilitar certos sectores da sociedade Negra, particularmente as vítimas do narcotráfico e as do sistema prisional racista.
Inicialmente, a classe dominante branca demonstrou grande apreensão relativamente aos Muçulmanos, sobretudo quando estes começaram a ter impacto a nível nacional. Porém, esse receio dissipou-se com a sua total imersão no pequeno capitalismo. Os Muçulmanos não representam uma ameaça política ou económica real para a classe dominante branca, nem dirigem a sua ação às massas trabalhadoras Negras.
De certo modo, os Muçulmanos são relativamente autossuficientes. Não dependem, em primeira linha, de empréstimos bancários ou subsídios, mas todas as suas propriedades e atividades económicas estão sujeitas - facto inegável - ao poder do Estado racista branco. Os Muçulmanos detêm diversos pequenos negócios, explorações agrícolas e outras propriedades, mas no dia em que deixem de pagar impostos ao Estado, essa relação alterara-se imediatamente.
A organização dos Negros representa uma ameaça séria à estrutura de poder branca, mas enquanto essa organização puder ser canalizada para atividades capitalistas pacíficas, poderá ser neutralizada. Não é por acaso que sempre que os trabalhadores Negros se organizam, as classes burguesas entram em pânico. A história da luta da classe trabalhadora é marcada pelo sangue, precisamente porque é a que mais ameaça a burguesia, que tudo faz para esmagá-la.
A libertação da nação Negra proletária nos Estados Unidos está intrinsecamente ligada à destruição do capital monopolista, e, como em todas as revoluções atuais, a luta revolucionária nos EUA não poderá triunfar sem a organização dos trabalhadores como força motriz principal. O racismo e as experiências negativas no movimento operário provocaram um recuo temporário do trabalhador Negro, que acabou por seguir a bandeira do nacionalismo burguês Negro. Mas o proletariado Negro começa agora a reencontrar-se e a avançar sob a sua própria bandeira. As experiências do DRUM (Movimento Sindical Revolucionário de Detroit), no final dos anos 60, bem como as lutas noutras regiões onde os trabalhadores Negros se organizaram, evidenciam o carácter avançado da luta operária Negra e mostram o seu potencial de liderança futura.
As classes burguesas Negras conseguiram desviar parcialmente a luta, devido à desorganização dos trabalhadores e à divisão provocada pelo racismo branco. As classes burguesas lutam e tropeçam para se manter à frente das massas, mas, à medida que cresce a organização proletária Negra e se liga à luta do conjunto da classe trabalhadora, os elementos burgueses Negros não terão outra escolha senão juntar-se ao verdadeiro movimento de libertação Negra — ou serem por ele esmagados.
O nacionalismo progressista e a ideologia revolucionária permitem-nos identificar quem são os nossos verdadeiros inimigos e os nossos verdadeiros aliados. Impulsionam os Negros a reconhecer o seu papel histórico e a contribuir para a unificação da classe trabalhadora.
A construção de organizações revolucionárias Negras e do Terceiro Mundo, bem como de organizações revolucionárias multinacionais, enraizadas nas fábricas e nas comunidades, e, a partir destas formas nacionais e multinacionais, a constituição de um único Partido Comunista multinacional — tudo isto poderá conduzir à insurreição popular que destruirá o sistema capitalista racista. A autodeterminação do povo Negro — o direito de definir o seu destino enquanto nação — é uma reivindicação legítima, mas que não pode ser plenamente concretizada enquanto não forem erradicadas as raízes da opressão racista. O racismo não terminará de um dia para o outro, mas apenas através da luta para eliminar o capitalismo monopolista e a ideologia burguesa, e conquistar uma liberdade verdadeira.