Dicionário político

Hermes Lima

Retrato Hermes Lima

(1902-1978): Nasceu na Bahia. Advogado; Instalando-se no Rio de Janeiro, em 1935 tornou-se diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Distrito Federal, e colaborador do A Manhã, porta-voz da Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização ligada ao Partido Comunista Brasileiro, fechada pelo presidente Getúlio Vargas em julho daquele ano. Em novembro, a ANL deflagrou um movimento armado em Natal, Recife e Rio de Janeiro, logo sufocado pelas forças governistas. Na onda repressiva que se seguiu à insurreição, Hermes Lima foi afastado da Faculdade de Direito, tendo permanecido preso durante 13 meses. Ao deixar a prisão foi trabalhar na revista Vamos Ler, assinando artigos com pseudônimos. Pouco antes da decretação do Estado Novo (10/11/1937), viajou para o interior da Bahia, onde viviam seus pais. Passado o período de repressão mais forte, retornou ao Rio, onde foi trabalhar no Correio da Manhã. Entretanto, como seus artigos eram sistematicamente censurados, deixou o jornal e passou a trabalhar como advogado. Em 1945, com a desagregação do Estado Novo, participou da fundação da União Democrática Nacional (UDN) e da Esquerda Democrática (ED), tendo sido eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte por essa legenda. Em 1947, participou da fundação do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 1950, candidatou-se, na legenda socialista, à Câmara Federal pelo Distrito Federal, conseguindo apenas uma suplência. Em 1953, ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A renúncia do presidente Jânio Quadros (25/08/1961) levou o país a uma aguda crise política. Como os ministros militares tentaram impedir a posse do vice-presidente João Goulart, ela só se concretizou duas semanas depois, através da aprovação, pelo Congresso, de emenda constitucional instituindo o regime parlamentarista e Hermes Lima foi convidado para chefiar o Gabinete Civil. Goulart nomeou Hermes Lima para o cargo de primeiro-ministro em setembro de 1962, cargo que acumulou com o de titular da pasta das Relações Exteriores. No dia 6 de janeiro, o plebiscito determinou o retorno do presidencialismo. Permanecendo no posto de primeiro-ministro até o final de janeiro, Hermes Lima foi mantido como ministro das Relações Exteriores até junho. Nesse mês, tornou-se ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aí permanecendo mesmo após o afastamento de Goulart pelos militares (31/03/1964). Eleito para a Academia Brasileira de Letras em dezembro de 1968, no mês seguinte perdeu sua cadeira no STF, aposentado pelo Ato Institucional nº 5.