A História como aporia
Teses preliminares para a discussão em torno da historicidade das relações de fetiche
(1ª Série)

Robert Kurz

9 de setembro de 2006


Primeira Edição: Original GESCHICHTE ALS APORIE. Vorläufige Thesen zur Auseinandersetzung um die Historizität von Fetischverhältnissen. Erste Folge. in: rubrica "Theory in progress" da homepage da EXIT!, 09.08.2006. Tradução portuguesa: Boaventura Antunes e Virgínia Freitas.

Fonte: http://www.obeco-online.org/robertkurz.htm

Transcrição e HTML: Fernando Araújo.


Nota prévia: No âmbito da Exit! formou-se no Outono de 2005 um grupo de trabalho de teoria da história, do qual saíram o artigo de Gerold Wallner "As gentes da história" (EXIT! 3), bem como mais textos, quer desse autor, quer de Jörg Ulrich, para a rubrica da homepage "theory in progress". As teses e abordagens teóricas aí contidas suscitaram a crítica no nosso círculo. Inicialmente estava planeado conduzir e para o efeito documentar uma discussão controversa no espaço da EXIT!. Entretanto, ainda antes de ter sido possível dar início a um debate mais profundo sobre a matéria, Wallner, Ulrich e outros preferiram (mais por razões pessoais e de formalismo associativo) constituir-se como um grupo fora da EXIT!. Esse grupo terá que revelar-se na sua autonomia e capacidade teóricas. Independentemente disso, há que tratar a dissenção, tanto mais que a posição a criticar já saiu para o exterior, para o nosso público da EXIT!, e não pode ficar sem resposta. O texto aqui apresentado é a primeira parte de uma série de cerca de cinco, que serão publicadas com certo intervalo até ao início do próximo ano, e nos quais será formulada a crítica, tal como serão realçadas as implicações teóricas e as referências ideológicas não credenciadas. Uma vez que já não se trata de fala e contra-fala num círculo comum, mas de uma crítica a posições teóricas externalizadas, o modus da discussão alterou-se compreensivelmente, assumindo um carácter mais definitivo.

SINOPSE

1. A abordagem da teoria da história para além do marxismo tradicional

2. A problemática do conceito de história como constructo moderno

3. Aporias solúveis e insolúveis

4. A crítica radical da modernidade não pode deixar de ter uma teoria da história

5. Dissociação e fetiche

6. Capitalismo e Religião

7. Sobre o conceito de relações de fetiche

8. Metafísica, transcendência e transcendentalidade

9. Da divisão de épocas ao relativismo da história

10. Alinhar com o processo de desmoronamento da filosofia burguesa da história?

Nota intercalar: Esta série foi interrompida temporariamente, em parte por circunstâncias externas e em parte pelo trabalho na Exit nº 4 (no prelo). Mas será logicamente continuada e concluída no decurso do corrente ano, ainda que a temática não esteja actualmente no centro das atenções. Gostaria de retomá-la futuramente noutra forma, depois de concluída esta discussão.

11. Que significa pensar contra si mesmo?

12. A dialéctica da teoria da história em Adorno

13. Crítica do conhecimento da teoria da dissociação e crítica do conceito de história

14. Teoria negativa da história e programa de desontologização

15. Um novo conceito de unidade entre continuidade e descontinuidade

16. Conceitos afirmativos da reprodução e conceitos histórico-críticos da reflexão

17. Ruptura ontológica e "superavit crítico [kritischer Überschuss]"

18. Insuficiências e conteúdos de ideologia alemã, reaccionários, da hermenêutica da história

19. Fossilização ontológica como vingança da dialéctica

20. Consequências possíveis: gesto neo-existencialista, decisionismo, reformismo neo-verde.


Inclusão: 004/11/2020